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Out - Dez - Spcctv.pt

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REVISTA PORTUGUESA DE CIRURGIA CARDIO-TOR áCICA E VASCULARsugerindo, no entanto, a presença de densificação dos tecidosmoles em contato com a prótese na região inguinal direita.Assim e perante a suspeita de infeção protésica, apósrealização de hemoculturas, iniciou antibioterapia empíricade largo espectro com meropenem. Por persistência da síndromefebril e da elevação dos parâmetros de fase aguda(leucocitose e PCR) associou-se ao 3ª dia linezolide.Para esclarecimento da anemia realizou endoscopiadigestiva alta e colonoscopia que revelaram apenas gastropatiado antro, sem outras alterações, tendo o estudo laboratorialconfirmado a presença de anemia carencial mista(ferropénica e défice de ácido fólico) para a qual foi adequadamentemedicado.No âmbito do esclarecimento etiológico do quadroclínico realizou TAC da coxa direita que mostrou densificação/espessamentoem “manga” ao longo da componenteprotésica femoro-popliteia, edema sub-cutâneo particularmenteao longo da face interna da coxa e pequenas adenopatiasinguinais (Fig. 2).Uma vez estabelecido o diagnóstico de infeção protésicavascular o doente foi transferido para o Hospital deSanta Maria, sendo admitido na Clinica Universitária deCirurgia Vascular. À entrada, a avaliação clínica e analíticamantinha-se sobreponível, salientando-se a presença defebre e de uma massa no 1/3 inferior da incisão inguinal concomitantementecom persistência de elevação dos parâmetrosinflamatórios. Realizaram-se novamente colheitas paraexames microbiológicos e substituiu-se, de acordo com asindicações mais recentes da literatura, o linezolide por da<strong>pt</strong>omicina,em associação com a rifampicina (Fig 3).No dia seguinte o doente foi submetido a nova intervençãocirúrgica, com desbridamento extenso da regiãoinguinal direita e remoção de diversas amostras teciduaispara exame bacteriológico. Apesar do enxerto vascular nãose encontrar, à data da segunda intervenção incorporado,uma vez que não se encontrou pús franco e havendo integridadeanastomótica o<strong>pt</strong>ou-se por se preservar o enxerto.O pós-operatório decorreu sem intercorrências.O doente permaneceu apirético no período subsequente àcirurgia e com retorno progressivo ao normal dos parâmetrosanalíticos de fase aguda (Fig. 3). Uma vez que todosos exames culturais efetuados se mostraram inconclusivos,o<strong>pt</strong>ou-se por manter a antibioterapia endovenosa empíricacom meropenem, da<strong>pt</strong>omicina e rifampicina por um períodode cerca de 25 dias, após o que o doente teve alta medicadocom trimetoprim/sulfametoxazol.O follow-up atual é de 8 meses encontrando-se odoente assintomático. A antibioterapia foi suspensa ao 6 mêsde pós-operatório.Figura 2Angio-TAC coxa direita.DiscussãoUma vez que a infeção protésica é uma complicaçãopouco frequente, a maioria dos investigadores e cirurgiõesvasculares não desenvolve uma grande experiência no tratamentodestes doentes. Assim a maioria dos relatos disponíveisna literatura reporta infeções com diferentes tiposde biomaterial protésico e em diferentes localizações anatómicas.Desta forma e tal como refere Fitzgerald et al. 15 nãoexiste atualmente qualquer consenso no que diz respeito àFigura 3Evolução temporal dos parâmetros: febre, leucocitose, PCR e antibioterapia instituída.Volume XVIII - N.º 4245

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