12 – D.O.E.; Po<strong>de</strong>r Legislativo, <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, 112 (117), sába<strong>do</strong>, 22 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2002 – SUPLEMENTOas pessoas procuradas pela Justiça <strong>do</strong> Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sul.Que somente presta serviços <strong>de</strong> manutenção <strong>de</strong> aeronaves,que não tem condições <strong>de</strong> informar maiores <strong>de</strong>talhes a respeitoda pessoa que solicitou seus serviços aeronáuticos.Que conhece a pessoa <strong>de</strong> Odair da Conceição Correia apenas<strong>de</strong> vista... que Odair trouxe o avião pilotan<strong>do</strong>; que oreferi<strong>do</strong> avião <strong>de</strong>u entrada em seu hangar no dia 6 <strong>de</strong> outubro<strong>do</strong> corrente”. Mais um <strong>de</strong>poimento em que caem porterra as sucessivas <strong>de</strong>clarações <strong>de</strong> Odair <strong>de</strong> que não erapiloto nem freqüentava o hangar União.Odarício, na CPI fe<strong>de</strong>ral, acaba também com o discurso<strong>de</strong> Odair: “Esse Raul Salávia e tem o tal <strong>de</strong> Roberto Carlos,que eles fugiram juntos aí <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>. Então, e o piloto,tem um piloto que mora em Atibaia, chama Odair também,porque esses eram sócios <strong>de</strong> um rapaz que foi preso atéem Atibaia, um tal <strong>de</strong> Johnny, aqui no Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sul.Só que ele não foi preso só por cocaína, não, ele assaltavacarro, carro blinda<strong>do</strong>, matou policiais aí, uma coisa... Eleestá naquela penitenciária <strong>de</strong> segurança máxima <strong>do</strong> RioGran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sul, em Porto Alegre aí. Então eles eram tu<strong>do</strong>sócios, certo? É por isso que eu falo pra você. É quantasvezes eu vi essas pessoas lá em Atibaia, que eles moravamlá, moravam em Atibaia. É, esse Johnny, que é sócio <strong>de</strong>sseTiozinho, que chama Emerson, e esse Odair...”5.4.3.2. UEL LEITE DE SOUZA DÁ FUGA A ASSALTAN-TES DE BANCOEm <strong>de</strong>poimento presta<strong>do</strong> à Delegacia <strong>de</strong> Polícia <strong>de</strong>Americana, SP, em 28 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2000, Uel Leite <strong>de</strong>Souza relatou que: “conhece algumas pessoas que trabalhamem uma oficina <strong>de</strong> manutenção <strong>de</strong> aeronaves emAtibaia, SP, mais propriamente os homens conheci<strong>do</strong>s por“seu Ribeiro”, “Carlos” e outros que não se recorda onome, e estes o indicaram como piloto para um homem <strong>de</strong>alcunha “Baixinho”. Afirma que sába<strong>do</strong> próximo passa<strong>do</strong>recebeu um reca<strong>do</strong> em sua residência no município <strong>de</strong>Cambe (PR) para comparecer em Atibaia e apanhar o aviãopara efetuar um vôo, e como já voara outras vezes com oavião apreendi<strong>do</strong>, como piloto autônomo, aceitou o serviço,viajan<strong>do</strong> <strong>de</strong> ônibus até Atibaia, chegan<strong>do</strong> <strong>do</strong>mingo <strong>de</strong>manhã. Alega que o referi<strong>do</strong> avião sempre permanece naoficina <strong>do</strong> aeroporto <strong>de</strong> Atibaia e que <strong>de</strong>sconhece o proprietário.Chegan<strong>do</strong> ao Aeroporto, conheceu o homem <strong>de</strong> alcunha“Baixinho”, afirman<strong>do</strong> tratar-se <strong>de</strong> um homem moreno,baixo e <strong>de</strong> cabelos crespos, e este solicitou uma viagem aoesta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Mato Grosso para apanhar alguns amigos, contu<strong>do</strong>,chegan<strong>do</strong> ao Mato Grosso pousaram em uma fazendaentre os municípios <strong>de</strong> Três Lagoas e Água Branca, <strong>do</strong>rmin<strong>do</strong>na proprieda<strong>de</strong>, e na manhã <strong>de</strong> hoje “Baixinho” disseque seguiriam até o esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná e ali apanhariam seusamigos. Voaram até as proximida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> município <strong>de</strong>Porecatu, ten<strong>do</strong> “Baixinho” indica<strong>do</strong> uma fazenda para pousareme ali embarcaram cinco homens <strong>de</strong>sconheci<strong>do</strong>s portan<strong>do</strong>bolsas <strong>de</strong> viagem, <strong>de</strong>colan<strong>do</strong> em seguida, receben<strong>do</strong>or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> seguir para Atibaia, obe<strong>de</strong>cen<strong>do</strong>. Contu<strong>do</strong>, ocorreuum problema elétrico no avião e recebeu or<strong>de</strong>m parapousar no aeroporto municipal <strong>de</strong> Americana, obe<strong>de</strong>cen<strong>do</strong>,e antes ainda <strong>do</strong> pouso seus passageiros efetuaram umaligação por telefone celular. Após o pouso, enquanto dialogavacom mecânicos <strong>do</strong> aeroporto municipal <strong>de</strong> Americana,os passageiros <strong>de</strong>sembarcaram e <strong>de</strong>ixaram o local, sem tervisto em que veículos embarcaram.”No auto <strong>de</strong> sua prisão em flagrante, relata o agentepolicial Ataí<strong>de</strong> Santo Rodrigues o envolvimento <strong>de</strong> Uel emimportante assalto a banco no Paraná: “encontraram umaúnica aeronave na pista <strong>de</strong> pouso, constatan<strong>do</strong> tratar-se <strong>de</strong>um avião bimotor Piper PA 31, <strong>de</strong> cor branca, mo<strong>de</strong>loNavajo, <strong>de</strong> prefixo PT-LVT, encontran<strong>do</strong> o piloto numa lanchonete<strong>do</strong> aeroporto, consumin<strong>do</strong> uma cerveja. Imediatamenteo abordaram, confirman<strong>do</strong> tratar-se <strong>do</strong> piloto daaeronave, e solicitaram sua <strong>do</strong>cumentação pessoal e <strong>do</strong>avião, entregan<strong>do</strong> um passaporte constan<strong>do</strong> o nome <strong>de</strong>Fernan<strong>do</strong> Ângelo <strong>de</strong> Souza, alegan<strong>do</strong> possuir apenas esse<strong>do</strong>cumento pessoal, afirman<strong>do</strong> ainda que não possuía qualquer<strong>do</strong>cumento referente ao avião... A<strong>de</strong>ntrou à aeronavecom o policial Gilberto e ali encontraram um crachá <strong>de</strong>i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> vigilante da empresa <strong>de</strong> transporte <strong>de</strong> valoresTGV - Transporta<strong>do</strong>ra <strong>de</strong> Valores e Vigilância Ltda., estabelecidana cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Maringá, PR, em nome <strong>de</strong> Edílson daSilva Mariano, e uma chave <strong>de</strong> uma caminhonete, fabricaçãoGM, ao lan<strong>do</strong> <strong>de</strong> um banco <strong>de</strong> passageiro traseiro...Conduziram o piloto até esta unida<strong>de</strong> policial e telefonarampara a se<strong>de</strong> da empresa TGV, sen<strong>do</strong> informa<strong>do</strong>s que o crachápertenceria ao motorista <strong>de</strong> um carro forte que teriasi<strong>do</strong> rouba<strong>do</strong> na manhã <strong>de</strong> hoje, por volta das 9,30 horas,na ro<strong>do</strong>via PR 170... O roubo fora pratica<strong>do</strong> por vários autoresfortemente arma<strong>do</strong>s, utilizan<strong>do</strong> diversos veículos, <strong>do</strong>minan<strong>do</strong>quatro vigilantes, rouban<strong>do</strong> R$ 250.000,00 da tesourariaregional <strong>do</strong> Banesta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Maringá e quatro revólveres<strong>de</strong> calibre 38, quatro coletes a prova <strong>de</strong> balas e uma espingardacalibre 12 <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong> da empresa <strong>de</strong> transportes,constatan<strong>do</strong> ainda que o crachá apreendi<strong>do</strong> encontrava-sepreso no colete a prova <strong>de</strong> balas em po<strong>de</strong>r <strong>do</strong> vigilanteEdílson, rouba<strong>do</strong> na oportunida<strong>de</strong>, bem como que os rouba<strong>do</strong>resaban<strong>do</strong>naram os veículos utiliza<strong>do</strong>s na prática <strong>de</strong>lituosae evadiram-se em uma caminhonete <strong>de</strong> cor azul,aban<strong>do</strong>nan<strong>do</strong> em seguida, embarcan<strong>do</strong> em um avião bimotor...O <strong>de</strong>poente entrou em contato com o agente fe<strong>de</strong>ralRonal<strong>do</strong>, na Delegacia da Polícia Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Três Lagoas,MS, solicitan<strong>do</strong> informações sobre o passaporte apresenta<strong>do</strong>pelo acusa<strong>do</strong>, <strong>de</strong> no. CQ 027203, sen<strong>do</strong> informa<strong>do</strong> dainexistência <strong>de</strong> <strong>do</strong>cumento verda<strong>de</strong>iro com tal numeração,indagan<strong>do</strong> ao conduzi<strong>do</strong> sobre o fato, confessan<strong>do</strong> que utiliza-se<strong>de</strong> vários nomes falsos e que sua qualificação verda<strong>de</strong>iraseria Uel Leite <strong>de</strong> Souza... Proce<strong>de</strong>u novo contato como referi<strong>do</strong> policial fe<strong>de</strong>ral, informan<strong>do</strong> o nome verda<strong>de</strong>iro<strong>do</strong> conduzi<strong>do</strong>, sen<strong>do</strong> informa<strong>do</strong> que seria pessoa bastanteconhecida nos meios policiais, sen<strong>do</strong> procura<strong>do</strong> pela PolíciaFe<strong>de</strong>ral no esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Roraima, informan<strong>do</strong> que possui prisãopreventiva <strong>de</strong>cretada contra sua pessoa... Apresentadiversos antece<strong>de</strong>ntes criminais pela prática <strong>de</strong> tráfico <strong>de</strong>substância entorpecente e <strong>de</strong>litos diversos, confirman<strong>do</strong>-sea expedição <strong>de</strong> <strong>do</strong>is manda<strong>do</strong>s <strong>de</strong> prisão em processos emtrâmite no esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Roraima (proc. 016/99 e 0146/99). Emseguida a autorida<strong>de</strong> policial <strong>de</strong>terminou a prisão em flagrante<strong>de</strong>lito <strong>do</strong> acusa<strong>do</strong> pela prática <strong>do</strong>s <strong>de</strong>litos <strong>de</strong> roubo euso <strong>de</strong> <strong>do</strong>cumento falso”.A aeronave Navajo <strong>de</strong> prefixo PT-LVT foi comprada porOdarício Quirino Ribeiro Neto ao sr. Arnal<strong>do</strong> Macha<strong>do</strong>Diniz, pelo preço <strong>de</strong> R$ 232.400,00, através <strong>do</strong> contrato <strong>de</strong>compra e venda <strong>de</strong> aeronave data<strong>do</strong> <strong>de</strong> 22 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 1999,através <strong>de</strong> um sinal <strong>de</strong> R$ 50.000,00 mais 24 parcelas <strong>de</strong> R$7.600,00 representa<strong>do</strong>s por notas promissórias com vencimentosmensais inician<strong>do</strong>-se em 22 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1999 eencerran<strong>do</strong>-se em 22 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2001. Como em casosanteriores, após a prisão <strong>de</strong> Uel Leite <strong>de</strong> Souza, provi<strong>de</strong>nciou-seum contrato <strong>de</strong> compra e venda da mesma aeronave,que teria si<strong>do</strong> vendida a um advoga<strong>do</strong> paraguaio,comerciante <strong>de</strong> soja, <strong>de</strong> nome Facun<strong>do</strong> Jorge CanovaSpelling, com en<strong>de</strong>reços em Assunção e em Ponta Porá,MS, à rua Francisco <strong>Paulo</strong> Mascenas, n. 50 - <strong>São</strong> João.Comprada por Odarício Ribeiro a pouco mais <strong>de</strong> R$200.000,00 (duzentos mil reais) em 22 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 1999, aprazo, a mesma aeronave teria si<strong>do</strong> vendida por este aoadvoga<strong>do</strong> paraguaio, em 25 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1999, pelaquantia <strong>de</strong> US$ 200.000,00 (duzentos mil dólares), à vista,em moeda nacional. “Coinci<strong>de</strong>ntemente”, o <strong>do</strong>cumentoapresenta<strong>do</strong> para sustentar essa versão foi autentica<strong>do</strong>pelo cartório <strong>de</strong> Vila Guilherme, em <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, exatamenteno dia 28 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2000, data da prisão <strong>de</strong> Uel Leite<strong>de</strong> Souza, em Americana, e da fuga <strong>do</strong>s assaltantes <strong>do</strong>carro forte paranaense.A respeito <strong>de</strong>ssa “transação”, é <strong>de</strong> se registrar que, em29 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1999, José Ferreira da Silva foi <strong>de</strong>ti<strong>do</strong>numa abordagem <strong>de</strong> rotina da Polícia Fe<strong>de</strong>ral a um ônibusda viação Mota que fazia a rota <strong>de</strong> Campo Gran<strong>de</strong>, MS, a<strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, acompanha<strong>do</strong> <strong>de</strong> João Apolinário Santos.Ferreira levava consigo 200 mil dólares, e <strong>de</strong>clarou queesses recursos eram <strong>de</strong>riva<strong>do</strong>s da venda da aeronave PT-LVT a José Roberto <strong>do</strong>s Santos, mora<strong>do</strong>r em CampoGran<strong>de</strong>, e que teria contrata<strong>do</strong> Apolinário para escoltá-lo. O“segurança” foi preso por porte ilegal <strong>de</strong> uma pistola 9 mm.5.4.3.3. JOÃO ROBERTO SALOMÃO TRANSPORTAADENIR LUCANo dia 19 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1999, no aeroclube situa<strong>do</strong> emBarra <strong>do</strong> Jucu, município <strong>de</strong> Vila Velha, ES, agentes daPolícia Fe<strong>de</strong>ral <strong>do</strong> Espírito Santo apreen<strong>de</strong>ram, em po<strong>de</strong>r<strong>de</strong> A<strong>de</strong>nir Luca, uma aeronave bimotor, mo<strong>de</strong>lo E-55, <strong>de</strong>cor branca e listas bege, prefixo PT-JPQ, juntamente comcerca <strong>de</strong> R$ 6.700,00 em dinheiro, um veículo caminhoneteChevy e uma pequena porção <strong>de</strong> maconha, encontrada nofun<strong>do</strong> falso da carroceria <strong>do</strong> referi<strong>do</strong> veículo. À PolíciaFe<strong>de</strong>ral capixaba, A<strong>de</strong>nir Luca, conheci<strong>do</strong> como Tutu,<strong>de</strong>clarou que: “trabalha com compra e venda <strong>de</strong> aviões eveículos, na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Atibaia, SP; trabalha com JoséGomes Filho e Odalíçio (sic) Ribeiro, na empresa <strong>de</strong>nominadaUnião Sistemas e Serviços e Peças Ltda, em Atibaia;... que foram Ribeiro e José Gomes quem solicitaram ao<strong>de</strong>clarante que viessem a essa cida<strong>de</strong> com vistas a verificaro aeroplano mo<strong>de</strong>lo Navajo, pois tinham interesse emadquiri-lo; que o <strong>de</strong>clarante <strong>de</strong>ixou a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Atibaia, noavião bimotor mo<strong>de</strong>lo E-55, prefixo PT-JPQ, <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong><strong>de</strong> José Gomes Filho; que José Gomes Filho é proprietárioda referida aeronave já aproximadamente três meses,contu<strong>do</strong>, somente ten<strong>do</strong> transferi<strong>do</strong> para seu nome há 15dias atrás; ... que o <strong>de</strong>clarante não é piloto da aeronave, e,por esse motivo, contratou o piloto João Roberto Salomão,para que o trouxesse a essa cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Vila Velha; ... que háaproximadamente um mês e meio João Roberto Salomãopresta serviços ao <strong>de</strong>clarante, certo que trabalha como freelance; que esclarece que João Roberto por três vezes jávoou para o <strong>de</strong>clarante, sen<strong>do</strong> que as viagens foram no trechoAtibaia/Maringá, Atibaia/Cuiabá e Atibaia/Vila Velha”.Em seu <strong>de</strong>poimento, no mesmo dia, João RobertoSalomão acrescenta mais da<strong>do</strong>s: “que já realizou aproximadamentecinco viagens para Tutu, a saber nos trechosAtibaia/Arapongas (PR), Atibaia/Amambaí (MS),Atibaia/Arapongas, Atibaia/Barbacena (MG), um sobrevôo atitulo <strong>de</strong> experiência na própria cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Atibaia e este últimovôo, Atibaia/Vila Velha, com escala em Barbacena; ...que o <strong>de</strong>clarante em to<strong>do</strong>s os trechos que viajou pilotou aaeronave bimotor, mo<strong>de</strong>lo E-55, prefixo PT-JPQ; que temconhecimento que a referida aeronave pertence a JoséGomes Filho, que po<strong>de</strong> ser localiza<strong>do</strong> no aeroporto <strong>de</strong>Atibaia, no hangar União Manutenção e Aviação”. Ambos,A<strong>de</strong>nir Luca e Salomão, sustentam que Luciano Pignaton,<strong>de</strong>ti<strong>do</strong> com eles no aeroclube <strong>de</strong> Vila Velha, tinha lhes trazi<strong>do</strong>peixes e camarões que haviam compra<strong>do</strong> <strong>de</strong> sua pessoa.A ação da Polícia Fe<strong>de</strong>ral em Vila Velha concluía umainvestigação que teve início em 9 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 1999, quan<strong>do</strong>cerca <strong>de</strong> 400 quilos <strong>de</strong> maconha foram transporta<strong>do</strong>s <strong>do</strong>Mato <strong>do</strong> Grosso <strong>do</strong> Sul para o Espírito Santo. Celso LuizSampaio, conheci<strong>do</strong> como Gor<strong>do</strong>, pretensamente comerciante<strong>de</strong> automóveis em Vitória, prestou o seguinte <strong>de</strong>poimentoà Polícia Fe<strong>de</strong>ral em 13 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1999: “que ointerroga<strong>do</strong> é traficante <strong>de</strong> maconha, já ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> preso econ<strong>de</strong>na<strong>do</strong> por tráfico <strong>de</strong> substância entorpecente duasvezes, pela Justiça <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Mato Grosso <strong>do</strong> Sul; ...que sempre trazia maconha da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> CoronelSapucaia/MS, para o Espírito Santo; ... que há cerca <strong>de</strong> <strong>do</strong>ismeses, esteve mais uma vez na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Cel. Sapucaia e,como <strong>de</strong> praze, adquiriu maconha da pessoa conhecidacomo Rocé, <strong>de</strong> nacionalida<strong>de</strong> paraguaia; que nas ocasiõesanteriores adquiriu <strong>de</strong> Rocé no máximo trinta quilos <strong>de</strong>maconha; que nesta última vez adquiriu 420 quilos, ten<strong>do</strong>freta<strong>do</strong> um avião <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Sérgio <strong>de</strong> Tal, resi<strong>de</strong>nteem Cel. Sapucaia, pelo valor <strong>de</strong> R$ 25.000,00, para transportara substância entorpecente até a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> PedroCanário/ES; ... que o interroga<strong>do</strong> mostrou a Sérgio a pista<strong>de</strong> pouso on<strong>de</strong> <strong>de</strong>veria pousar com a aeronave e <strong>de</strong>scarregara maconha; que esta pista estava localizada na fazendada família Jantorno, na localida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Praia <strong>do</strong>s Baianos,município <strong>de</strong> Ecoporanga, ES; ... que a maconha estavaprevista <strong>de</strong> ser <strong>de</strong>sembarcada no dia 9 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 1999;que <strong>de</strong> fato a maconha chegou nesta data, porém não foi<strong>de</strong>sembarcada na pista on<strong>de</strong> estava prevista pelo fato <strong>do</strong>piloto Sérgio ter acha<strong>do</strong> que ela era um pouco pequena;que Sérgio aterrissou em uma pista <strong>de</strong> pouso existente nazona rural <strong>do</strong> distrito <strong>de</strong> Cristal <strong>do</strong> Norte, no município <strong>de</strong>Pedro Canário/ES; que Sérgio telefonou para o interroga<strong>do</strong>comunican<strong>do</strong>-lhe este fato; ... que a maconha não seencontrava no local menciona<strong>do</strong> por Sérgio, ten<strong>do</strong> o encarrega<strong>do</strong><strong>de</strong>duzi<strong>do</strong> que ela tivesse si<strong>do</strong> furtada”.O comparsa <strong>de</strong> Celso “Gor<strong>do</strong>”, Joel Braga, confirmasua história e acrescenta: “que ficou combina<strong>do</strong> que CelsoGor<strong>do</strong> iria dar para o interroga<strong>do</strong> a quantia <strong>de</strong> R$ 5.000,00pelo transporte da maconha até a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Vitória/ES, fatoesse que iria acontecer no dia 9 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 1999;que,naquela data, o interroga<strong>do</strong> dirigiu-se a pista <strong>de</strong> pousoantes mencionada, sen<strong>do</strong> que, por volta das 14,20 horas,um avião bimotor <strong>de</strong> cor branca sobrevoou a pista, porémnão chegou a aterrissar; ... que o interroga<strong>do</strong> ligou paraCelso mais tar<strong>de</strong>, e este lhe disse que o piloto <strong>do</strong> avião <strong>de</strong>nome Sérgio havia lhe comunica<strong>do</strong> que não havia pousa<strong>do</strong>naquela pista por ser pequena; ... que soube através <strong>de</strong>Celso Gor<strong>do</strong> que o avião, após pousar na pista <strong>de</strong> Cristal<strong>do</strong> Norte, pousou no aeroporto <strong>de</strong> Governa<strong>do</strong>r Valadares,MG, para reabastecimento, ten<strong>do</strong> toma<strong>do</strong> rumo ignora<strong>do</strong>”.Na ca<strong>de</strong>rneta <strong>de</strong> vôo da aeronave, estão registra<strong>do</strong>svôos <strong>de</strong> <strong>São</strong> Carlos, SP, para Cuiabá, MT, no dia 7 <strong>de</strong> abril<strong>de</strong> 1999, e <strong>de</strong> Cuiabá para Atibaia no dia 10 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 1999.No entanto, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com lau<strong>do</strong> <strong>de</strong> 5 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong>1999 assina<strong>do</strong> por <strong>do</strong>is peritos criminais fe<strong>de</strong>rais <strong>de</strong> Vitória,ES, constata-se por <strong>do</strong>is <strong>do</strong>cumentos que a referida aeronave<strong>de</strong> Prefixo PT-JPQ foi abastecida em 9 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 1999no aeroporto <strong>de</strong> Governa<strong>do</strong>r Valadares, MG, pela empresaPassos Combustíveis <strong>de</strong> Aviação Ltda. Conclui da análise<strong>de</strong>sses <strong>do</strong>cumentos o <strong>de</strong>lega<strong>do</strong> Júlio César Ran<strong>do</strong>wSantana, da Delegacia <strong>de</strong> Prevenção e Prevenção aEntorpecentes da Polícia Fe<strong>de</strong>ral <strong>do</strong> Espírito Santo: “<strong>de</strong>acor<strong>do</strong> com a análise superficial das ca<strong>de</strong>rnetas da aeronavese vê a incoerência <strong>de</strong> localida<strong>de</strong>s nos planos <strong>de</strong> vôo aliregistra<strong>do</strong>s, visto que em 9 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 1999 referida aeronaveabasteceu em Governa<strong>do</strong>r Valadares, quan<strong>do</strong> segun<strong>do</strong>informações <strong>de</strong> Celso Luiz Sampaio, o piloto Sérgio lhe avisaraque teria <strong>de</strong>ixa<strong>do</strong> a maconha em local diverso <strong>do</strong> anteriormentecombina<strong>do</strong>. Segun<strong>do</strong> Celso, essa ligação teriaocorri<strong>do</strong> da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Gov. Valadares, on<strong>de</strong> Sérgio estavaabastecen<strong>do</strong> a aeronave para retornar ao Mato Grosso <strong>do</strong>Sul. ESSA DELEGACIA NÃO TEM DÚVIDAS QUE A AERO-NAVE PT-JPQ FOI A AERONAVE QUE TRANSPORTOU OSMAIS DE 400 QUILOS DE MACONHA NA LOCALIDADE DECRISTAL DO NORTE - DISTRITO DE PEDRO CANÁRIO”.Quanto à proprieda<strong>de</strong> da referida aeronave, foi a CPIinformada pelo Sr. Chefe <strong>do</strong> Registro AeronáuticoBrasileiro (RAB) foi autorizada a inscrição <strong>de</strong> transferência<strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong> da aeronave mo<strong>de</strong>lo E-55 marcas PT-JPQem nome <strong>de</strong> José Gomes Filho, CPF/CGC 290.379.488-04,com en<strong>de</strong>reço na rua <strong>do</strong> Aeroporto hangar 10 Alvinópolis,Atibaia/SP, que por compra e pelo preço <strong>de</strong> R$ 45.000,00adquiriu <strong>de</strong> José Loureço Moraes da Silva, com en<strong>de</strong>reço àrua Tancre<strong>do</strong> Neves, 274 - sala 204 bloco A, Iguatemi/BA,conforme instrumento <strong>de</strong> compra e venda <strong>de</strong> 21 <strong>de</strong> maio<strong>de</strong> 1999”. Estaria, pois, a aeronave em po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> seu anterior<strong>do</strong>no, o <strong>de</strong>puta<strong>do</strong> fe<strong>de</strong>ral pela BA, José Lourenço, nadata da entrega da droga no Espírito Santo. No entanto, aCPI levantou junto ao <strong>de</strong>puta<strong>do</strong> um instrumento particular<strong>de</strong> contrato <strong>de</strong> venda e compra <strong>de</strong> aeronave <strong>de</strong> 10 <strong>de</strong> fevereiro<strong>de</strong> 1999, no qual consta a compra <strong>de</strong>sta mesma aeronave,naquela data, pela sra. Cláudia Leme <strong>de</strong> Carvalho,com en<strong>de</strong>reço à av. Jorge Cazane, 557 - Vila Cazane -Londrina/PR, pelo valor <strong>de</strong> R$ 80.000,00. Apesar da compra<strong>do</strong>raser <strong>do</strong> Paraná, a cláusula 6a. <strong>do</strong> referi<strong>do</strong> instrumento<strong>de</strong>termina que “fica eleito o foro da comarca <strong>de</strong>Atibaia, SP, para dirimir qualquer questão acerca <strong>de</strong>stecontrato”. Mais um caso em que a quadrilha sediada emAtibaia manipula informações <strong>de</strong> registro <strong>de</strong> aeronavesenvolvidas com o tráfico <strong>de</strong> drogas junto ao RAB.Quanto a A<strong>de</strong>nir Luca, “Tutu”, foragi<strong>do</strong> e com mandato<strong>de</strong> prisão preventiva <strong>de</strong>cretada pela Justiça Paulista porsuas ligações com o grupo criminoso <strong>de</strong> Atibaia, foi cita<strong>do</strong>várias vezes no <strong>de</strong>poimento <strong>de</strong> José Gomes Filho à CPI <strong>do</strong>Narcotráfico da Assembléia <strong>Legislativa</strong> como a pessoa quehavia apresenta<strong>do</strong> a Gomes e a Ribeiro a pessoa <strong>de</strong> RamonMorel. Questiona<strong>do</strong> várias vezes sobre seu interesse emlocalizar A<strong>de</strong>nir Luca pelo telefone celular, Gomes <strong>de</strong>clarouque queria encontrar “Tutu” para retomar contato comRamon Morel.5.4.4. A QUADRILHA “ESQUENTA” E MODIFICA ASAERONAVESOuvi<strong>do</strong> pelas CPIs <strong>do</strong> Narcotráfico da Câmara <strong>do</strong>sDeputa<strong>do</strong>s e da Assembléia <strong>Legislativa</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, ocomerciante Plínio Ferreira Filho conta em <strong>de</strong>talhes os contatosmanti<strong>do</strong>s por Odarício Quirino Ribeiro Neto e JoséGomes Filho com oficiais da Aeronáutica da reserva, integrantesda Escola <strong>de</strong> Pilotagem <strong>de</strong> Maricá, convida<strong>do</strong>s porambos para prestar serviços em Atibaia, no hangar União.Um <strong>de</strong>les, o pai <strong>do</strong> <strong>de</strong>poente, Plínio Ferreira, não aceitou oemprego ao verificar tratar-se <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s suspeitas. Ooutro, Norberto Novotny, também ouvi<strong>do</strong> por esta CPI, éacusa<strong>do</strong> <strong>de</strong> ter aceito participar <strong>do</strong> esquema. Novotnynegou as acusações. Abaixo, os principais trechos <strong>do</strong>s<strong>de</strong>poimentos presta<strong>do</strong>s nos autos <strong>de</strong> inquérito policial acargo <strong>do</strong> 82o DP <strong>de</strong> Maricá, RJ:5.4.4.1. PLÍNIO FERREIRA FILHO“Que o <strong>de</strong>clarante é filho <strong>do</strong> ex-major Plínio Ferreira; ...que, em vin<strong>do</strong> morar aqui (Maricá), o pai <strong>do</strong> <strong>de</strong>claranteencontrou-se com seu velho amigo e colega daAeronáutica, coronel Macha<strong>do</strong>, o qual lhe fizera o convite<strong>de</strong> vir trabalhar na Escola <strong>de</strong> Pilotagem <strong>de</strong> Maricá, comochefe <strong>de</strong> manutenção; ... que informa o <strong>de</strong>clarante que noaeroporto <strong>de</strong> Maricá havia um avião que, no ano <strong>de</strong> 1998,já estava para<strong>do</strong> há cerca <strong>de</strong> um ano, sen<strong>do</strong> esta aeronave,<strong>de</strong> prefixo PT-BHK, mo<strong>de</strong>lo Aero-Comman<strong>de</strong>r; ... que, diasapós, pousou no aeroporto <strong>de</strong> Maricá uma aeronave comquatro pessoas, da empresa União Sistemas e Serviços, asquais também foram procurar o <strong>de</strong>clarante, para tratarsobre a compra da mesma aeronave; ... que o <strong>de</strong>clarante,na oportunida<strong>de</strong>, foi convida<strong>do</strong> a trabalhar nesta empresa,ten<strong>do</strong> i<strong>do</strong> com estas pessoas, um <strong>de</strong>les se chama JoséGomes Filho, Odarício Quirino Ribeiro Neto e <strong>Paulo</strong> daMota Flores, até Atibaia, por cinco ou seis vezes; ... que,para fazer a homologação daquele hangar, Gomes eOdarício convidaram o pai <strong>do</strong> <strong>de</strong>clarante, o Major Plínio, <strong>de</strong>vez que, sen<strong>do</strong> militar, po<strong>de</strong>ria agilizar o andamento <strong>do</strong>spapéis, se necessário; que o ai <strong>do</strong> <strong>de</strong>clarante houve porbem ir junto com o capitão Norberto Novotny, o qual trabalhavacomo auxiliar <strong>do</strong> pai <strong>do</strong> <strong>de</strong>clarante; que no mês <strong>de</strong>agosto <strong>de</strong> 1998 foram até esta empresa, em Atibaia, o<strong>de</strong>clarante, seu pai e o capitão Novotny; que, em lá chegan<strong>do</strong>foram a uma reunião, reunião esta em que chegou, emda<strong>do</strong> momento, um senhor, cujo nome o <strong>de</strong>clarante não selembra...; que, durante a reunião este senhor expôs aospresentes um esquema que consistia aeronaves na Bolívia,aeronaves estas roubadas no Brasil, e, em retornan<strong>do</strong>-aspara cá, a exemplo <strong>de</strong> automóveis, seriam as mesmas“esquentadas” e, em sequida, vendidas; que o <strong>de</strong>clarantenotou que seu pai major Plínio, não gostou daquela conversa,observan<strong>do</strong> sua expressão facial, falan<strong>do</strong> seu paiaos presentes que não era favorável a esse tipo <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>,fora da legalida<strong>de</strong>;... que, no dia seguinte retornan<strong>do</strong> aoRio <strong>de</strong> Janeiro no carro <strong>do</strong> capitão Novotny e, durante aviagem, o pai <strong>do</strong> <strong>de</strong>clarante disse ao capitão Novotny queaquele pessoal <strong>de</strong>veria “mexer” com drogas e que estavasentin<strong>do</strong> que estava se meten<strong>do</strong> on<strong>de</strong> não <strong>de</strong>via, no que ocapitão Novotny disse que “só quero me dar bem; não meimporto se eles mexem com drogas, roubo <strong>de</strong> carros ouaeronaves”; que o <strong>de</strong>clarante e seu pai disseram ao capitãoNovotny que não ficariam nesse negócio;... que o capitãoNovotny por seu turno continuou fazen<strong>do</strong> viagens àquelaempresa em Atibaia; ... que informa o <strong>de</strong>clarante, o capitãoia sempre à sextas-feiras e retornava às quartas-feiras; queo pai <strong>do</strong> <strong>de</strong>clarante, o major Plínio, sempre reclamava como coronel Macha<strong>do</strong> sobre as faltas <strong>do</strong> capitão, mas o coronelsempre abonava as faltas <strong>de</strong> Novotny; que, <strong>de</strong>sconfia<strong>do</strong>das faltas <strong>do</strong> capitão Novotny, o <strong>de</strong>clarante resolveu ligarcerta feita para o hotel em Atibaia, o mesmo on<strong>de</strong> ficaráanteriormente, e pedia para falar com o capitão Novotny;que a esposa <strong>de</strong>ste era quem atendia e dizia que o capitãoestava no hangar da empresa União Sistemas e Serviços,<strong>de</strong> José Gomes e Odarício; que ligações <strong>de</strong>sse tipo, emsemanas seqüentes, eram feitas pelo <strong>de</strong>clarante; que ocoronel Macha<strong>do</strong> portanto, ficou saben<strong>do</strong> <strong>do</strong> esquema <strong>do</strong>capitão Novotny, o verda<strong>de</strong>iro objetivo <strong>de</strong> suas faltas eon<strong>de</strong> po<strong>de</strong>ria ser encontra<strong>do</strong>, saben<strong>do</strong>, pois, que o capitãoestava envolvi<strong>do</strong> com aquelas pessoas;... que o coronelMacha<strong>do</strong> pegou o <strong>de</strong>clarante pela camisa, lhe dizen<strong>do</strong>, ematitu<strong>de</strong> agressiva, que não era para o <strong>de</strong>clarante se meternesse esquema, pois po<strong>de</strong>ria até ser morto;... que o coronelMacha<strong>do</strong> começou a hostilizar tanto o <strong>de</strong>clarante comoa seu pai, o major Plínio, o que causou o pedi<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>missão<strong>de</strong> seu pai;... que, após a <strong>de</strong>missão <strong>de</strong> seu pai, o <strong>de</strong>clarantepassou a receber informações <strong>de</strong> uma pessoa, cujonome não se recorda, e que fora <strong>de</strong> Manaus para trabalharna empresa União como mecânico, e que fora convidadapara participar <strong>do</strong> esquema <strong>de</strong> tráfico <strong>de</strong> aviões da Bolíviapara o Brasil; que, como também não quizesse entrar nesteesquema, referi<strong>do</strong> mecânico sofreu ameaças <strong>de</strong> morte porparte <strong>de</strong>les; que, uma semana <strong>de</strong>pois, esse mecânico viajounuma picape <strong>de</strong>sse empresa até Lençóis Paulistas,on<strong>de</strong> sofreu um aci<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> tráfego, vin<strong>do</strong> a falecer; que,na época, o <strong>de</strong>clarante tomou ciência <strong>de</strong> um comentárioque dizia que o aci<strong>de</strong>nte fora prepara<strong>do</strong>, ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> a picapefechada por um carro <strong>de</strong> cor preta; que, no último diaque o <strong>de</strong>clarante esteve em Atibaia, fora informa<strong>do</strong> pelomecânico <strong>Paulo</strong> da Mota Flores, o qual esteve em Maricá,no primeiro contato com o <strong>de</strong>clarante, para que saísse fora<strong>de</strong> envolvimento com José Gomes e Odarício, <strong>de</strong> vez queos mesmos eram po<strong>de</strong>rosos traficantes, ladrões <strong>de</strong> carro ehomicidas;... que informa o <strong>de</strong>clarante que o aeroporto <strong>de</strong>Atibaia não tem nenhum controle <strong>de</strong> tráfego aéreo; que,informa mais, que o pessoal <strong>de</strong> Atibaia, Gomes e Odarício,viajavam constantemente para Amarais, na região <strong>de</strong>Campinas, on<strong>de</strong> o aeroporto também não tem nenhum tipo<strong>de</strong> controle <strong>de</strong> tráfego aéreo, sen<strong>do</strong> que, na comunida<strong>de</strong> daaviação executiva civil, entre pilotos e proprietários <strong>de</strong>aeronaves, comenta-se que o aeroporto <strong>de</strong> Amarais éponto <strong>de</strong> embarque e <strong>de</strong>sembarque <strong>de</strong> drogas, sen<strong>do</strong>, portantoperigoso o pouso naquele local”.Os personagens <strong>de</strong>ssa história narrada por PlínioFerreira Filho tiveram <strong>de</strong>stino trágico. No curto perío<strong>do</strong> <strong>de</strong>um mês, três assassinatos abalaram o município <strong>de</strong>Maricá, localiza<strong>do</strong> no litoral norte, <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio <strong>de</strong>Janeiro, a 55 quilometros da capital. No dia vinte e seis <strong>de</strong>abril <strong>de</strong> 1999, o itáliano Franco Pelliciotta, <strong>do</strong>no <strong>do</strong> HotelPark Lane e suspeito <strong>de</strong> ser distribui<strong>do</strong>r <strong>de</strong> drogas naregião <strong>do</strong>s lagos, foi morto no Hotel por três homens. Nodia trinta <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 1999, o tenente coronel reforma<strong>do</strong> daAeronáutica <strong>Paulo</strong> Roberto Macha<strong>do</strong>, chefe da Escola <strong>de</strong>Pilotagem <strong>de</strong> Maricá e amigo <strong>do</strong> italiano, foi seqüestra<strong>do</strong> emorto próximo ao aeroporto. Por fim, Wal<strong>de</strong>mir PereiraMacha<strong>do</strong>, vulgo Wal, braço direito <strong>do</strong> italiano nos negócios,foi morto a tiros em um bar.5.4.4.2 - NORBERTO NOVOTNYOuvi<strong>do</strong> em <strong>de</strong>zesseis <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1999 peloMinistério Público <strong>de</strong> Maricá, o capitão da AeronáuticaNorberto Novotny, também ouvi<strong>do</strong> por esta CPI, negou asacusações <strong>de</strong> envolvimento com a quadrilha <strong>de</strong> Atibaia eas mortes em Maricá:“que somente trabalhou para a empresa UniãoSistema, Serviços e Peças Ltda no ano <strong>de</strong> 1998, sen<strong>do</strong> certoque só trabalhava neste local às segundas-feiras, seu dia<strong>de</strong> folga na escola <strong>de</strong> pilotagem;... que os <strong>do</strong>nos da empresaUnião são Odarício Quirino Ribeiro Neto e José Gomes;que, na verda<strong>de</strong>, José Gomes é sócio da referida empresa,mas afirma que não é; que não sabe o porquê <strong>de</strong> JoséGomes a<strong>do</strong>tar esta postura;... que trabalhou na empresaem tela durante o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> um ano e seis meses, eis quecomeçou a trabalhar lá em agosto <strong>de</strong> 1998; que em maio<strong>de</strong>ste ano, o <strong>de</strong>poente <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> comparecer a este local<strong>de</strong> trabalho pelo não pagamento <strong>de</strong> salários;... que foi àAtibaia, mais precisamente à empresa <strong>de</strong> Odarício, através<strong>do</strong> capitão Plínio e <strong>de</strong> seu filho; que isto ocorreu em agosto<strong>de</strong> 1998; que, na verda<strong>de</strong>, Odarício e José Gomes queriamcontratar os serviços <strong>do</strong> <strong>de</strong>poente e <strong>do</strong> capitão Plínio paraque regularizasse a oficina existente no local;... que o<strong>de</strong>poente não percebeu nada <strong>de</strong> anormal na movimentação<strong>de</strong> aeronaves no local, nem neste primeiro encontro nemdurante to<strong>do</strong> o perío<strong>do</strong> que trabalhou na empresa; que o<strong>de</strong>poente nunca <strong>de</strong>sconfiou que as merca<strong>do</strong>rias transportadaspelas aeronaves seriam substâncias entorpecentes;...que quan<strong>do</strong> o <strong>de</strong>poente esteve pela primeira vez no hangarem Atibaia reitera que da reunião <strong>de</strong> contratação <strong>de</strong> seusserviços e <strong>do</strong>s serviços <strong>do</strong> capitão Plínio, participaram tambémPlínio Ferreira Filho, Odarício, José Gomes e <strong>Paulo</strong>;...o <strong>de</strong>poente nega que na reunião tivesse si<strong>do</strong> veicula<strong>do</strong>qualquer assunto no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> que a ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvidapela empresa em Atibaia teria envolvimento com aeronavesroubadas ou mesmo como rota <strong>de</strong> aeronaves proce<strong>de</strong>ntesda Bolívia e “esquentadas” no Brasil”.5.4.4.3. AS MODIFICAÇÕES CONSTATADAS PELO DACNos dias 23 e 24 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2000, a pedi<strong>do</strong> da CPI,uma equipe <strong>do</strong> SERAC 4 coor<strong>de</strong>nada pelo capitão avia<strong>do</strong>rÂngelo Russo Neto realizou vistoria especial nos hangaresUnião e Família Gomes, <strong>de</strong> Atibaia. No relatório apresenta<strong>do</strong>em 29 <strong>de</strong> março, os militares da Aeronáutica indicam que“apesar da suspensão das ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>terminada por esseServiço, através <strong>do</strong> ofício 019/4DT1B/0769, <strong>de</strong> 10 <strong>de</strong> março<strong>de</strong> 2000, verificamos que as seguintes aeronaves encontravam-serealizan<strong>do</strong> serviços <strong>de</strong> manutenção: PT-LHP; PT-IHU;PT-ESX; e PT-BVJ. Os responsáveis pela qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s serviços,sr. Cesário Vítor Rodrigues Milton - CDAC 447540 e o sr.Pedro Dias da Silva - CDAC 638650, não encontravam-se presentesna empresa durante a vistoria.”O serviço presta<strong>do</strong> na aeronave <strong>de</strong> prefixo PT-ESX foiassim <strong>de</strong>scrita pela equipe <strong>do</strong> SERAC 4: “efetuada a montagemdas asas e a colocação <strong>do</strong>s motores nas respectivasnaceles no perío<strong>do</strong> da suspensão. A aeronave sofreu inci<strong>de</strong>nteno mês <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong>ste ano, na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong>Araguari/MG, o qual não foi comunica<strong>do</strong>; conforme o previstono IAC 3127-43-0890, foi observa<strong>do</strong> ainda que a referidaaeronave estava equipada com tanques <strong>de</strong> combustívelcom capacida<strong>de</strong> maior que a prevista pelo fabricante daaeronave, sem ter si<strong>do</strong> apresentada a homologação.” Poressa situação, os oficiais sugerem a suspensão <strong>do</strong> certifica<strong>do</strong><strong>de</strong> aeronavegabilida<strong>de</strong> da aeronave PT-ESX, pelo código6 (“situação técnica irregular”), por apresentar modificaçãonão homologada, além <strong>de</strong> terem emiti<strong>do</strong> auto <strong>de</strong> infraçãopela continuida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s serviços da União Sistemas, Serviçose Peças Ltda. durante o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> suspensão, bem comosugeriram a suspensão <strong>do</strong> cre<strong>de</strong>nciamento, por 180 dias,<strong>do</strong>s responsáveis pela qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s serviços da União.5.4.5. A QUADRILHA ILUDE O JUDICIÁRIOEntre as artimanhas utilizadas pelo grupo <strong>de</strong> transporteaéreo <strong>de</strong> drogas <strong>de</strong> Atibaia para iludir o Po<strong>de</strong>r Judiciário,<strong>de</strong>stacamos o aconteci<strong>do</strong> com a aeronave Bonanza, <strong>de</strong> prefixoPT-IGO, <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> José Gomes Filho, conformecertidão expedida pelo RAB, <strong>de</strong> oito <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 1993à vinte e cinco <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1998. Diz o relatório <strong>do</strong>inquérito policial 071/00: “no dia 22 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1998, apolícia fe<strong>de</strong>ral pren<strong>de</strong>u em flagrante por tráfico <strong>de</strong> entorpecentesSan<strong>do</strong>val Oliveira Bittencourt, Maria Ingrid Villarroel<strong>de</strong> Perez, Rosa Almanza <strong>de</strong> Villaroel e Marcos AurélioNunes Soares. Os policias da Polícia Fe<strong>de</strong>ral receberam<strong>de</strong>núncia <strong>de</strong> que haveria um avião monomotor trazen<strong>do</strong>cocaína da Bolívia, e que este pousaria em algum aeroportonão fiscaliza<strong>do</strong>, provavelmente o <strong>de</strong> Atibaia. Deslocaram-seentão para o referi<strong>do</strong> aeroporto, ali permanecen<strong>do</strong>, observan<strong>do</strong>a movimentação. Avistaram então a aeronave prefi-
D.O.E.; Po<strong>de</strong>r Legislativo, <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, 112 (117), sába<strong>do</strong>, 22 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2002 – SUPLEMENTO – 13xo PT-IGO, que havia acaba<strong>do</strong> <strong>de</strong> pousar levan<strong>do</strong> à bor<strong>do</strong>as três primeiras pessoas supra citadas. Elas <strong>de</strong>sceram <strong>do</strong>avião, sen<strong>do</strong> recepcionadas por Marcos Aurélio, que estavapróximo ao local <strong>do</strong> pouso. Os policiais fe<strong>de</strong>rais abordaramestas pessoas, e as mulheres se i<strong>de</strong>ntificaram como sen<strong>do</strong><strong>de</strong> nacionalida<strong>de</strong> boliviana. Foi realizada uma busca naaeronave, na qual foram encontradas, acondicionadas emcinco malas, 92 pacotes conten<strong>do</strong> cerca <strong>de</strong> 90 quilos <strong>de</strong>cocaína. San<strong>do</strong>val, segun<strong>do</strong> o <strong>de</strong>poimento <strong>do</strong>s policiaisfe<strong>de</strong>rais Luiz Antonio da Cruz Pineli, Geral<strong>do</strong> Barizon Filho eWashington da Cunha Menezes teria dito à eles que a aeronavepertencia a Ramon Morel, retiran<strong>do</strong>-a na fazenda <strong>de</strong>le,<strong>de</strong>slocan<strong>do</strong>-se até a Bolívia, pegan<strong>do</strong> as duas bolivianasjuntamente com a droga e ruman<strong>do</strong> para Atibaia;...“A PT-IGO foi então apreendida, sen<strong>do</strong> <strong>de</strong>positada em29 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1998 à Dirsenei Teixeira Rosa, presi<strong>de</strong>nte <strong>do</strong>aeroclube <strong>de</strong> Campinas. Este, em 24 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1998, pe<strong>de</strong> a<strong>de</strong>svinculação <strong>do</strong> compromisso <strong>de</strong> fiel <strong>de</strong>positário. O agentefe<strong>de</strong>ral Manoel Divino <strong>de</strong> Moraes, incumbi<strong>do</strong> <strong>de</strong> localizaroutra pessoa que reunisse condições e aceitasse o encargo,encontrou Luiz Henrique Malavasi, que aceitou o <strong>de</strong>pósito...“Neste meio tempo, Gomes entrou, em 31 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong>1998, com uma AÇÃO RESCISÓRIA CONTRATUAL, combinadacom um PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA, consistenteem BUSCA E APREENSÃO da referida aeronave.Segun<strong>do</strong> o Instrumento Particular <strong>de</strong> Contrato <strong>de</strong> Venda eCompra <strong>de</strong> Aeronave com Reserva <strong>de</strong> Domínio, <strong>do</strong>cumentoanexo à ação rescisória, Gomes teria vendi<strong>do</strong> a PT–IGOpara Patrocínio Gonçalves na data <strong>de</strong> 02 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1998,ten<strong>do</strong> como testemunhas Odarício e Aristi<strong>de</strong>s Marques daRosa, funcionário <strong>do</strong> hangar Família Gomes. O contratocuja xerocópia encontra-se neste inquérito policial, entretanto,não possui reconhecimento <strong>de</strong> firma. Pelo contrato,R$ 5.000,00 são pagos no ato e o restante da seguinteforma: R$ 45.000,00 em 20/05/1998 e duas parcelas <strong>de</strong> R$50.000,00 e, 13 <strong>de</strong> junho e 13 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1998. Totaliza estacompra o valor <strong>de</strong> R$ 150.000,00. Os pagamentos das parcelasteriam si<strong>do</strong> assegura<strong>do</strong>s por meio <strong>de</strong> notas promissórias,cujas xerocópias encontram-se anexas à ação. Naação, é <strong>de</strong>clara<strong>do</strong> que Patrocínio <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> pagar as parcelas<strong>de</strong> 13 <strong>de</strong> junho e 13 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1998.“Em 05 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1998, é expedida pela Comarca <strong>de</strong>Atibaia uma carta precatória cível para que fosse feita aBusca e Apreensão da PT-IGO. Os advoga<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Gomesrequereram uma carta precatória itinerante, sen<strong>do</strong> atendi<strong>do</strong>spelo juiz <strong>de</strong> direito Romeu Estevão Ramos. A PT-IGO terminousen<strong>do</strong> apreendida por meio <strong>de</strong>sta carta precatória cívelitinerante, apesar <strong>de</strong> já estar apreendida pela polícia fe<strong>de</strong>ral”.A retomada <strong>de</strong>sta aeronave por Gomes teve lancescinematográficos no aeroporto <strong>do</strong> Campo <strong>de</strong> Marte, em<strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, on<strong>de</strong> estava sob <strong>de</strong>pósito para Luiz HenriqueMalavasi. No dia 13 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1998, José Gomes Filho,seu advoga<strong>do</strong> Pascoal Antonio Sabino Furlani e a Oficial <strong>de</strong>Justiça Denise Giovanetti, da 18a. Vara CÔvel da Capital,retiraram a aeronave <strong>do</strong> local, levantan<strong>do</strong> vôo sem autorizaçãoda torre <strong>de</strong> controle, <strong>de</strong>colan<strong>do</strong> pela pista <strong>de</strong> táxi, <strong>de</strong>forma irregular e sem os <strong>do</strong>cumentos exigi<strong>do</strong>s pelo DAC. O<strong>de</strong>lega<strong>do</strong> <strong>de</strong> polícia civil Roberto Bayerlen e policiais lota<strong>do</strong>sno Campo <strong>de</strong> Marte ainda tentaram impedir a <strong>de</strong>colagem,sem sucesso.Continua ainda o relato nos autos <strong>do</strong> inquérito 071/00sobre a burla ao Judiciário neste caso: “Nomea<strong>do</strong> fiel<strong>de</strong>positário da PT-IGO, Gomes, por meio <strong>de</strong> seus advoga<strong>do</strong>s,solicita ao juiz <strong>de</strong> direito <strong>de</strong> Atibaia a citação <strong>de</strong>Patrocínio por meio <strong>de</strong> carta precatória à cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> CoronelSapucaia - MS. Em 28 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1998, o Oficial <strong>de</strong>Justiça Nelson Ta<strong>de</strong>u Tânica cita Patrocínio em Amambaí -MS, cida<strong>de</strong> próxima a Coronel Sapucaia. A aeronave foilevada para Atibaia, on<strong>de</strong> foi submetida à manutenção nohangar <strong>de</strong> Odarício. Em 23 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1998, Gomesrequer a suspensão da Busca e Apreensão, alegan<strong>do</strong> terentra<strong>do</strong> em um acor<strong>do</strong> com Patrocínio. Denota-se aí absolutatrama urdida. Foi encontrada, entre as apreensões <strong>de</strong>Odarício, uma or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> serviço para a PT-IGO em nome<strong>de</strong> Gomes neste perío<strong>do</strong>, com entrada na União em 07 <strong>de</strong>outubro <strong>de</strong> 1998 e saída em 06 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1998. Em25 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1998, a venda é comunicada ao DAC”.5.4.6. CONCLUSÕESO inquérito policial 071/00 concluiu com a representaçãopela <strong>de</strong>cretação da prisão preventiva <strong>de</strong> José GomesFilho, Odarício Quirino Ribeiro Neto, José Ferreira da Silva,Odair da Conceição Correa, Abrahão Jacob, Wilson Matiasda Silva, Vito Santo Lestinge, José Tavares da Silva, CarlosAntonio Carvalho Parreira, João Roberto Salomão e A<strong>de</strong>nirLuca. O Ministério Público apresentou a <strong>de</strong>núncia contraesses onze integrantes da quadrilha <strong>de</strong> Atibaia e o julgamento<strong>de</strong>ve acontecer nas próximas semanas.As investigações sobre Atibaia e suas ramificaçõespelos vários esta<strong>do</strong>s cujos casos foram relata<strong>do</strong>s possibilitarama esta CPI a compreensão <strong>do</strong>s méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> atuação<strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s traficantes no transporte aéreo <strong>de</strong> suas drogas.O <strong>de</strong>smantelamento da quadrilha Morel pelas ações <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>adasa partir da CPI Fe<strong>de</strong>ral e pela Polícia Fe<strong>de</strong>ral, bemcomo pela guerra com traficantes rivais, e a prisão <strong>de</strong>Val<strong>de</strong>nor Marchezan e sua posterior con<strong>de</strong>nação, isolarama quadrilha <strong>de</strong> Atibaia e ajudaram a <strong>de</strong>smontar esse esquemacriminoso <strong>de</strong>nuncia<strong>do</strong> por esta CPI.A CPI <strong>do</strong> Narcotráfico da Assembléia <strong>Legislativa</strong> agra<strong>de</strong>ceà CPI Fe<strong>de</strong>ral, à relatora <strong>do</strong> caso <strong>de</strong> Maricá, <strong>de</strong>putadafe<strong>de</strong>ral Laura Carneiro (RJ), à Polícia Fe<strong>de</strong>ral e à Polícia Civil<strong>do</strong>s esta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Mato Grosso, Mato Grosso <strong>do</strong> Sul, Pará,Espírito Santo, Minas Gerais, Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sul, Paraná eRio <strong>de</strong> Janeiro, à CPI <strong>do</strong> Narcotráfico da Assembléia<strong>Legislativa</strong> <strong>do</strong> Mato Grosso, na pessoa <strong>de</strong> sua presi<strong>de</strong>nte,<strong>de</strong>putada estadual Serys Slhessarenko, e à <strong>de</strong>dicação daequipe <strong>do</strong> GERCO/DENARC e <strong>do</strong>s integrantes <strong>do</strong> GAERPApela inestimável colaboração aos trabalhos da Comissão.A investigação sobre rotas aéreas, roubo e adulteração<strong>de</strong> aeronaves, pistas clan<strong>de</strong>stinas e outros temas correlatospermiti<strong>do</strong>s pela ilustração <strong>do</strong> caso <strong>de</strong> Atibaia permitiram aesta Comissão verificar que esse po<strong>de</strong> ser um caminhopara que se atinja, na ação policial <strong>de</strong> repressão ao <strong>narcotráfico</strong>,médios e gran<strong>de</strong>s traficantes, contribuin<strong>do</strong> <strong>de</strong>ssaforma a uma ação mais qualificada e eficaz das Polícias.5.5. PORTOS DE SANTOS E DE SÃO SEBASTIÃO5.5.1. O Porto <strong>de</strong> SantosO Porto <strong>de</strong> Santos, área fe<strong>de</strong>ral, administrada peloEsta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong> por Decreto <strong>de</strong> 1986, é ainda objeto <strong>de</strong>concessão a particulares. “Portos particulares”, como os daCOSIPA e outros, são administra<strong>do</strong>s <strong>de</strong> forma privada ecom fiscalização somente das autorida<strong>de</strong>s fe<strong>de</strong>rais. Cerca<strong>de</strong> 02 (<strong>do</strong>is) auditores da Receita Fe<strong>de</strong>ral permanecem <strong>de</strong>forma relativamente assídua nesses “Portos”, efetuan<strong>do</strong>fiscalização tributária e aduaneira.Atualmente há no Porto <strong>de</strong> Santos 77 armazéns, 15 galpõese 41 pátios.A CODESP (Companhia Docas <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong><strong>Paulo</strong>), em <strong>de</strong>corrência <strong>de</strong> recente Lei Fe<strong>de</strong>ral, possui atribuição<strong>de</strong> Autorida<strong>de</strong> Portuária, manten<strong>do</strong> a administração<strong>do</strong> Porto <strong>de</strong> Santos com auxílio da Guarda Portuária, custeadapor recursos próprios da Companhia. Assim, mencionadaGuarda efetua a segurança patrimonial da ZonaPortuária sem que possua Po<strong>de</strong>r Fiscaliza<strong>do</strong>r, a não ser acooperação com as autorida<strong>de</strong>s fe<strong>de</strong>rais e aduaneiras.A estrutura organizacional da Autorida<strong>de</strong> Portuária <strong>de</strong>Santos conta atualmente com um Superinten<strong>de</strong>nte e osseguintes serviços: secretaria, apuração, cre<strong>de</strong>nciamento,policiamento geral, policiamento da margem direita, policiamentoda margem esquerda e trânsito, realiza<strong>do</strong>s poremprega<strong>do</strong>s da CODESP. As ativida<strong>de</strong>s operacionais contamcom emprega<strong>do</strong>s das categorias <strong>de</strong> Inspetores daGuarda Portuária I e II, agentes, Rondantes, GuardasPortuários e Guardas <strong>de</strong> Trânsito.<strong>São</strong> atribuições da Guarda Portuária:* controlar acesso e circulação <strong>de</strong> pessoas e cargas naárea <strong>do</strong> Porto Organiza<strong>do</strong>, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com as normas eregulamentos em vigor;* orientar e controlar o tráfego <strong>de</strong> veículos nas áreas<strong>de</strong> uso público <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> Porto Organiza<strong>do</strong>;* implantar e reciclar procedimentos <strong>de</strong> combate aincêndio;* prover vigilância patrimonial nas instalações e própriosda Autorida<strong>de</strong> Portuária;* controlar o acesso e circulação <strong>de</strong> pessoas nas instalaçõesda Autorida<strong>de</strong> Portuária <strong>de</strong> Santos;* articular-se com a Polícia Fe<strong>de</strong>ral, a Polícia Marítimae <strong>de</strong>mais autorida<strong>de</strong>s que atuam em segurança na área <strong>do</strong>Porto Organiza<strong>do</strong>, com o objetivo <strong>de</strong> harmonizar os procedimentos<strong>de</strong> segurança portuária <strong>de</strong> suas respectivas responsabilida<strong>de</strong>s.A extensão da Zona Portuária é <strong>de</strong> aproximadamente60 quilômetros, 16 <strong>de</strong>stes constituí<strong>do</strong>s <strong>de</strong> armazéns, alguns<strong>do</strong>s quais particulares.Segun<strong>do</strong> o Sr. Elias Carneiro Júnior, da DelegaciaSindical em Santos da Unafisco, o Porto <strong>de</strong> Santos respon<strong>de</strong>por 35% <strong>de</strong> toda movimentação <strong>de</strong> cargas <strong>do</strong> país.Movimenta em média 70 mil contêineres mensalmente.A Receita Fe<strong>de</strong>ral, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1968 continua com o mesmoefetivo <strong>de</strong> fiscais. O corpo da Receita Fe<strong>de</strong>ral é estrutura<strong>do</strong>por fiscais, técnicos e auxiliares, ou seja, os agentes quefazem o trabalho burocrático.Destaca<strong>do</strong>s para o Porto <strong>de</strong> Santos há aproximadamente200 fiscais, os quais estão distribuí<strong>do</strong>s em duasgran<strong>de</strong>s áreas: a que cuida <strong>do</strong>s tributos internos, operan<strong>do</strong>com mais ou menos 50 fiscais na zona secundária e quesão responsáveis pelo Imposto <strong>de</strong> Renda, IPI, CPMF, IOF eoutros; e a outra área, que cuida <strong>do</strong> comércio exterior,on<strong>de</strong> há cerca <strong>de</strong> 150 auditores fiscais lota<strong>do</strong>s na zona primária,que correspon<strong>de</strong> a toda área portuária. Desses 150fiscais, 80 a 85 <strong>de</strong>les normalmente exercem trabalhos internosburocráticos, ou ocupam cargos <strong>de</strong> chefia, como,Inspetor chefe, Chefia da tributação, Chefia da fiscalização,<strong>de</strong>ntre outros. O restante exerce trabalhos externos, trabalhos<strong>de</strong> campo, que se referem, por exemplo, à abertura efiscalização <strong>do</strong>s contêineres.Conforme, ainda, informações <strong>do</strong> Sr. Elias CarneiroJúnior, que além <strong>de</strong> membro <strong>do</strong> Sindicato é fiscal aduaneiro,o Porto <strong>de</strong> Santos funciona 24 horas por dia e durante anoite só há um fiscal <strong>de</strong> plantão, sem qualquer auxiliar outécnico, o que <strong>de</strong>monstra claramente a situação em que oPorto se encontra hoje.Em estu<strong>do</strong> recente feito pela própria Receita Fe<strong>de</strong>ralem Brasília, enten<strong>de</strong>-se que para ter um atendimentorazoável seria necessário, no mínimo, quatro vezes maisque o contingente atual.O Porto <strong>de</strong> Santos é aponta<strong>do</strong> como porta <strong>de</strong> saída <strong>do</strong><strong>narcotráfico</strong> internacional, consoante informação fornecidapelo diretor <strong>do</strong> DENARC, Dr. Marco Antonio MartinsRibeiro <strong>de</strong> Campos, e também pela Polícia Francesa.A imprensa espanhola recentemente noticiou, com<strong>de</strong>staque, a apreensão <strong>de</strong> 119,8 quilos <strong>de</strong> cocaína naAlfân<strong>de</strong>ga <strong>do</strong> Porto <strong>de</strong> Barcelona.A carga, segun<strong>do</strong> apurou-se, era proce<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> Porto<strong>de</strong> Santos, sen<strong>do</strong> que os fiscais aduaneiros e a guarda civildaquele país já estavam <strong>de</strong> sobreaviso com os produtosprovenientes <strong>de</strong> áreas que eles chamam <strong>de</strong> “zona sensívelou quente”. No caso, o Brasil faria parte <strong>de</strong>ssa área.Ocorre que a <strong>de</strong>bilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> sistema <strong>de</strong> controle e fiscalizaçãoda movimentação <strong>de</strong> cargas, já tratadas anteriormenteneste Relatório, concorrem para que o nosso paíscontinue figuran<strong>do</strong>, vergonhosamente, nas listas <strong>de</strong> “zonassuspeitas” das alfân<strong>de</strong>gas internacionais. Em contrapartida,os gran<strong>de</strong>s contrabandistas e traficantes têm o Brasil emalta conta para <strong>de</strong>senvolver seus negócios escusos e ilegais.5.5.2. DAS DILIGÊNCIAS REALIZADASFoi realizada no dia 11 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2.000, reuniãoda Comissão Parlamentar <strong>de</strong> Inquérito no Plenário daCâmara Municipal <strong>de</strong> Santos, que foi prestigiada pelasseguintes autorida<strong>de</strong>s e pessoas: Carlos Mantovani Calejon(verea<strong>do</strong>r e presi<strong>de</strong>nte da Câmara Municipal <strong>de</strong> Santos),Odair Gonzalez, José Antonio Marques Almeida, FaustoFigueira, Cassandra Maroni, Marcus <strong>de</strong> Rosis, SuelyMorga<strong>do</strong>, Sérgio Bonavi<strong>de</strong>s, A<strong>de</strong>lino Rodrigues, TomasSo<strong>de</strong>rberg (verea<strong>do</strong>res <strong>do</strong> Município <strong>de</strong> Santos), MarcoCalvo (verea<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Município <strong>de</strong> <strong>São</strong> Vicente), Dr. AntonioCarlos Macha<strong>do</strong> Jr. (<strong>de</strong>lega<strong>do</strong> da DISE/Santos), Dr. CaetanoVercine (<strong>de</strong>lega<strong>do</strong> da DIG/Santos), Dr. Alberto Corazza(diretor <strong>do</strong> DEINTER 6/Santos), Dr. José <strong>Paulo</strong> Spagna(assistente <strong>do</strong> DEINTER 6/Santos), Dr. Eduar<strong>do</strong> Rossini(promotor <strong>de</strong> Justiça), Elias Carneiro Júnior (presi<strong>de</strong>nte <strong>do</strong>Sindicato Nacional <strong>do</strong>s Auditores Fiscais da ReceitaFe<strong>de</strong>ral/ Delegacia Sindical em Santos), José Joaquim <strong>de</strong>Almeida Júnior (secretário <strong>do</strong> Sindicato Nacional <strong>do</strong>sTécnicos da Receita fe<strong>de</strong>ral/Delegacia Sindical em Santos),José Castanheira (presi<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> Sindicato <strong>do</strong>sConserta<strong>do</strong>res <strong>do</strong>s Portos <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>)Everandyr Cirilo <strong>do</strong>s Santos (presi<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> SINDAPORT eCoor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r da Intersindical Portuária) e Guilherme <strong>do</strong>Amaral Távora ( presi<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> SINDOGEESP).Nessa oportunida<strong>de</strong>, os <strong>de</strong>puta<strong>do</strong>s visitaram algunsórgãos públicos na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Santos, tais como, MinistérioPúblico, Po<strong>de</strong>r Judiciário, Polícia Civil e Polícia Militar eapresentaram relatos sobre a importância e o resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong>sencontros que tiveram naquela cida<strong>de</strong> para levantamento<strong>de</strong> informações e da<strong>do</strong>s sobre o <strong>narcotráfico</strong> na região.Em alguns instantes, os assuntos trata<strong>do</strong>s pelos integrantes<strong>de</strong>sta CPI, durante as visitas aos órgãos públicos, oforam em caráter reserva<strong>do</strong>, apenas para conhecer melhora área e também para a coleta <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s e informaçõessobre o <strong>narcotráfico</strong>, restringin<strong>do</strong>-se, em outros casos, apenasa uma visita cordial <strong>de</strong> agra<strong>de</strong>cimentos pela recepçãooferecida a esta CPI que havia si<strong>do</strong> instalada nas <strong>de</strong>pendências<strong>do</strong> Legislativo <strong>de</strong> Santos, com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tratar<strong>de</strong> questões afetas a esta Comissão.Durante a referida reunião, usaram da palavra tambémos verea<strong>do</strong>res Carlos Mantovani Calejon, Suely Morga<strong>do</strong>,A<strong>de</strong>lino Rodrigues e o Senhor Elias Carneiro Júnior, o qualentregou <strong>do</strong>cumento à presidência da CPI.Estan<strong>do</strong> o sub-relator para Portos <strong>de</strong>sta CPI convida<strong>do</strong>para participar <strong>de</strong> seminário junto à Polícia Francesa, nacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Paris, sem qualquer custo para a Assembléia<strong>Legislativa</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, foi manti<strong>do</strong> contato comOliver da Silva, primeiro secretário da Embaixada <strong>de</strong> Françaem Brasília, e Lionel Delaporte, oficial <strong>de</strong> ligação para assuntos<strong>de</strong> <strong>narcotráfico</strong> na Embaixada <strong>de</strong> França em Brasília,ten<strong>do</strong> este último agenda<strong>do</strong> entrevista pessoal com o Sr.Françoise Jaspart, chefe da Delegacia Central para repressão<strong>de</strong> tráfico <strong>de</strong> drogas. O encontro aconteceu na data <strong>de</strong> 24 <strong>de</strong>abril <strong>do</strong> ano em curso, na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Nanterre, França, on<strong>de</strong>foi confirmada a rota anteriormente mencionada.Já antes, mais precisamente no dia 09 <strong>de</strong> março <strong>de</strong>2000, foi feita a primeira visita oficial <strong>de</strong> membros <strong>de</strong>staCPI ao Porto <strong>de</strong> Santos, on<strong>de</strong> reuniram-se com o presi<strong>de</strong>nteda CODESP - Companhia Docas <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>,Dr. Wagner Rossi, além <strong>de</strong> vários representantes das autorida<strong>de</strong>sportuárias e sindicalistas, ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> discuti<strong>do</strong>sassuntos referentes as dificulda<strong>de</strong>s e mazelas da zona portuária.Nessa mesma oportunida<strong>de</strong>, foi chamada a atenção<strong>do</strong>s senhores <strong>de</strong>puta<strong>do</strong>s sobre problemas envolven<strong>do</strong> terminais<strong>de</strong> cargas priva<strong>do</strong>s, pois estes se utilizam <strong>de</strong> segurançapor eles próprios contratada.Os membros da CPI visitaram ainda a Receita Fe<strong>de</strong>ral,on<strong>de</strong> foram recebi<strong>do</strong>s pelo Superinten<strong>de</strong>nte Harol<strong>do</strong> daCosta Amorim, o qual explicou o funcionamento da fiscalizaçãoda alfân<strong>de</strong>ga, <strong>de</strong>ixan<strong>do</strong> claro que esta é feita poramostragem e sobretu<strong>do</strong> voltada para os produtos <strong>de</strong>importação, não sen<strong>do</strong> priorida<strong>de</strong> os produtos <strong>de</strong> exportação,cuja fiscalização, ressaltou, não ultrapassa 3% <strong>do</strong>scontêineres. Explicou também que raramente são utiliza<strong>do</strong>sscanners, não haven<strong>do</strong>, portanto, uma fiscalizaçãoespecífica para <strong>narcotráfico</strong>.Dan<strong>do</strong> continuida<strong>de</strong> a essa primeira visita oficial aoPorto <strong>de</strong> Santos, os senhores <strong>de</strong>puta<strong>do</strong>s visitaram a baseda Polícia Fe<strong>de</strong>ral, <strong>de</strong>ntro da zona primária, on<strong>de</strong> <strong>de</strong>stafeita foram recebi<strong>do</strong>s pelo diretor da Polícia Fe<strong>de</strong>ral, Dr.Arioval<strong>do</strong> Peixoto, o qual, utilizan<strong>do</strong>-se da lancha da PolíciaFe<strong>de</strong>ral, mostrou aos presentes toda a extensão <strong>do</strong> Porto.A Polícia Fe<strong>de</strong>ral, para aten<strong>de</strong>r as suas atribuições noPorto <strong>de</strong> Santos, conta com a Delegacia “A” <strong>do</strong> Departamento<strong>de</strong> Polícia Fe<strong>de</strong>ral, com o Núcleo Especial <strong>de</strong> PolíciaMarítima (NEPOM) e com o serviço <strong>de</strong> plantão.Dispon<strong>do</strong> <strong>de</strong> três lanchas, os vinte componentes <strong>do</strong>NEPOM, forma<strong>do</strong>s em equipes, executam o patrulhamentoconstante das embarcações atracadas ao longo <strong>do</strong>s <strong>do</strong>zequilômetros <strong>de</strong> cais acostável, ou ancoradas na barra, nointuito <strong>de</strong> prevenir a ocorrência <strong>de</strong> crimes a bor<strong>do</strong>.Outros quatro policiais revezam-se, como plantonistas,no trabalho diuturno <strong>de</strong> visita oficial aos navios, a fim <strong>de</strong>liberá-los para operar, após conferência <strong>de</strong> <strong>do</strong>cumentos eda situação <strong>do</strong>s tripulantes e passageiros.No que tange aos registros operacionais <strong>de</strong>ssa Delegacia,convém ressaltar que as apreensões <strong>de</strong> drogas ocorrem,via <strong>de</strong> regra, fora da zona portuária.É também relevante frisar a dificulda<strong>de</strong> freqüente <strong>de</strong> seprovar, nos autos <strong>do</strong> inquérito policial, a real <strong>de</strong>stinação,ao exterior, <strong>do</strong> produto apreendi<strong>do</strong>, o que leva o procedimentocriminal a ser aprecia<strong>do</strong> pela Justiça Estadual local.Nos últimos cinco anos foram instaura<strong>do</strong>s apenas trinta eseis inquéritos policiais fe<strong>de</strong>rais, relativos a crimes previstosna Lei <strong>de</strong> Entorpecentes, sen<strong>do</strong> vinte e quatro inicia<strong>do</strong>s porauto <strong>de</strong> prisão em flagrante e os <strong>de</strong>mais através <strong>de</strong> portaria.Nesse perío<strong>do</strong>, a bor<strong>do</strong> <strong>de</strong> navios ou na faixa portuáriaocorreram as seguintes apreensões:* policiais fe<strong>de</strong>rais apreen<strong>de</strong>ram 1,2 quilo <strong>de</strong> cocaína, em13.04.95, na zona <strong>do</strong> cais, e mais 53 quilos da mesma substância,em 15.11.95, no interior <strong>do</strong> navio “BEBEDOURO”.* guardas portuários localizaram 400 gramas <strong>de</strong> maconha,em 08.07.95, e mais 10 quilos da mesma substância,em 30.11.95, na zona <strong>do</strong> cais, além <strong>de</strong> 21 quilos <strong>de</strong> cocaína,em 01.03.96, no interior <strong>do</strong> navio “SOL DO BRASIL”.* funcionários da alfân<strong>de</strong>ga arrecadaram 238 frascos<strong>de</strong> lança-perfume, em 04.03.99, no interior <strong>do</strong> navio“COSTA MARINA”.As mais recentes prisões em flagrante executadas porpoliciais da Delegacia supra mencionada foram:* 13.02.00 - Via Anchieta - um preso, com 31 quilos <strong>de</strong>cocaína e, aproximadamente, 3 quilos <strong>de</strong> maconha.* 13.07.99 - Ro<strong>do</strong>viária <strong>de</strong> Santos/SP - <strong>do</strong>is presos com40 quilos <strong>de</strong> maconha.* 29.06.99 - Bairro <strong>de</strong> Peruíbe/SP - um preso com 90quilos <strong>de</strong> maconha.* 01.06.99 - Ro<strong>do</strong>viária <strong>de</strong> Santos/SP - três presos com10 quilos <strong>de</strong> cocaína.* 27.05.98 - Bairro <strong>de</strong> Santos/SP - <strong>do</strong>is presos com 53quilos <strong>de</strong> maconha.* 12.02.98 - Bairro <strong>de</strong> Santos/SP - <strong>do</strong>is presos com 2quilos <strong>de</strong> cocaína.Em continuida<strong>de</strong> às diligências, <strong>de</strong>puta<strong>do</strong>s da CPI foramnovamente ao Porto <strong>de</strong> Santos, ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> recebi<strong>do</strong>s pelaDra. Diva Kodama, diretora da Receita Fe<strong>de</strong>ral em Santos, aqual disponibilizou <strong>do</strong>is auditores fiscais para que, na presença<strong>do</strong>s parlamentares, proce<strong>de</strong>ssem a abertura <strong>de</strong> algunscontêineres, sem que nada <strong>de</strong> anormal fosse constata<strong>do</strong>.Por outro la<strong>do</strong>, membros da CPI, em especial o sub-Relator <strong>de</strong> Portos, mantiveram contato com o Dr. AlbertoCorazza, <strong>de</strong>lega<strong>do</strong> Regional da Baixada Santista e ex-dirigente<strong>do</strong> DENARC, on<strong>de</strong> atuou efetivamente por muitosanos no combate às drogas e entorpecentes, o qual prestouvaliosas informações, além <strong>de</strong> ter <strong>de</strong>monstra<strong>do</strong> enormepreocupação com a situação em que se encontra o Porto <strong>de</strong>Santos, ten<strong>do</strong> da mesma forma colabora<strong>do</strong> nas informaçõeso Cel. PM Alberto Silveira Rodrigues, Comandante <strong>do</strong>CPA/I-6, da Polícia Militar <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>.Há apenas um Posto da Polícia Civil no Porto <strong>de</strong> Santos,sen<strong>do</strong> a sua atuação bastante limitada, vez que contaapenas com uma Equipe que é chefiada pelo Dr. <strong>Paulo</strong>Fernan<strong>do</strong> Felipe, <strong>de</strong>lega<strong>do</strong> <strong>de</strong> Polícia, e composta <strong>do</strong>sinvestiga<strong>do</strong>r Floreal Fernan<strong>de</strong>s Júnior, Rival<strong>do</strong> SantosGuerra e <strong>Paulo</strong> Fernan<strong>do</strong> <strong>do</strong>s Santos.5.5.3. DO PORTO DE SÃO SEBASTIÃONo dia 14 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2000, o sub-relator <strong>de</strong> Portos<strong>de</strong>sta CPI visitou o Porto <strong>de</strong> <strong>São</strong> Sebastião, reunin<strong>do</strong>-secom o administra<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Porto, senhor Vilson Costa, o então<strong>de</strong>puta<strong>do</strong> Estadual, Dr. <strong>Paulo</strong> Julião, o <strong>de</strong>lega<strong>do</strong> da ReceitaFe<strong>de</strong>ral, Dr. Paiva, e o médico <strong>do</strong> Ministério da Saú<strong>de</strong>, Dr.Domingos, entre outras Autorida<strong>de</strong>s Portuárias, as quais,além <strong>de</strong> relatarem como funciona o Porto, mostraram todaa sua extensão, permitin<strong>do</strong> assim a obtenção <strong>de</strong> informaçõesindispensáveis para a elaboração <strong>de</strong>ste relatório.O Porto <strong>de</strong> <strong>São</strong> Sebastião é administra<strong>do</strong> pela DERSA,<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1993, com base na Lei 8.630/93, on<strong>de</strong> exerce o papel<strong>de</strong> AUTORIDADE PORTUÁRIA. Dentro da Autorida<strong>de</strong>Portuária está incluí<strong>do</strong> o terminal marítimo, a travessia e oPorto <strong>de</strong> <strong>São</strong> Sebastião, que opera 50% petróleo e os outros50% cargas secas, ou seja, granéis sóli<strong>do</strong>s minerais, comopor exemplo a barrilha, sulfato <strong>de</strong> sódio e granéis sóli<strong>do</strong>svegetais como o malte e a cevada. Possui três armazénscobertos, três pátios e um Cnaga (particular) - coberto.O Porto funciona 24 horas por dia, em 4 perío<strong>do</strong>s pré<strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s<strong>de</strong> 6 horas diárias. Os funcionários próprios trabalhamem horário ordinário <strong>de</strong> segunda a sexta feira,sen<strong>do</strong> os <strong>de</strong>mais perío<strong>do</strong>s consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s extraordinários.Des<strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1996, as operações <strong>de</strong> embarque e<strong>de</strong>sembarque <strong>de</strong> cargas estão privatizadas, sen<strong>do</strong> atribuiçãoda APSS, no contexto <strong>de</strong> qualquer operação, a disponibilizaçãodas instalações públicas para sua realização.As operações portuárias passaram a ser <strong>de</strong>senvolvidaspor empresas privadas, pré-habilitadas no Porto, em regime<strong>de</strong> livre concorrência entre si, que contratam diretamenteno OGMO - Órgão Gestor <strong>de</strong> Mão <strong>de</strong> Obra, os trabalha<strong>do</strong>resportuários avulsos (estiva<strong>do</strong>res, arruma<strong>do</strong>res,vigias, conferentes e conserta<strong>do</strong>res) para o embarque ou<strong>de</strong>sembarque <strong>de</strong> cargas, fican<strong>do</strong> as administrações portuáriasrestritas às atribuições <strong>de</strong> “Autorida<strong>de</strong> Portuária” instituídasno artigo 33 da referida Lei.Questionadas as autorida<strong>de</strong>s presentes sobre possíveisirregularida<strong>de</strong>s em operações <strong>de</strong> contêineres, os mesmosinformaram que não têm conhecimento <strong>de</strong> nenhum casoreferente a tráfico <strong>de</strong> drogas no Porto até a presente data.Segun<strong>do</strong> informações colhidas junto à APSS, dificilmentehá operação <strong>de</strong> contêineres, por possuir um único “berço”,não haven<strong>do</strong> condições <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r os navios <strong>de</strong> linhasregulares, com raras exceções.Foi pergunta<strong>do</strong> ao <strong>de</strong>lega<strong>do</strong> da Receita Fe<strong>de</strong>ral, Dr.Paiva, sobre a possibilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> ingresso <strong>de</strong> armas e drogasatravés das cargas secas, sen<strong>do</strong> que este respon<strong>de</strong>u que<strong>de</strong>vi<strong>do</strong> as próprias características <strong>do</strong>s produtos minerais evegetais, torna-se completamente inviável o transporte <strong>de</strong>drogas ou armas através <strong>de</strong>sses tipos <strong>de</strong> cargas, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> astubulações, o que, se fosse tenta<strong>do</strong>, chegaria a ser um risco<strong>de</strong>snecessário para os criminosos.O contingente da Receita Fe<strong>de</strong>ral no Porto <strong>de</strong> <strong>São</strong>Sebastião é <strong>de</strong> apenas quatro fiscais e quatro técnicos, umnúmero muito inferior ao que seria necessário para suprirsuas necessida<strong>de</strong>s, tornan<strong>do</strong> assim menos eficaz sua fiscalizaçãoem relação às importações.Pergunta<strong>do</strong> também ao <strong>de</strong>lega<strong>do</strong> da Receita se havia apossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> saída <strong>de</strong> drogas ou armas <strong>do</strong> país, através<strong>de</strong> tripulantes <strong>do</strong> Porto, o mesmo afirmou que 90% <strong>do</strong>s tripulantessão brasileiros, contrata<strong>do</strong>s através da “FRONAP”sob um critério rigoroso <strong>de</strong> seleção, e que nunca teveconhecimento <strong>de</strong> nenhuma ocorrência envolven<strong>do</strong> tripulantes<strong>do</strong> Porto <strong>de</strong> <strong>São</strong> Sebastião.As <strong>de</strong>mais autorida<strong>de</strong>s consultadas sobre o assunto,não relataram ocorrências que pu<strong>de</strong>ssem ligar o Porto <strong>de</strong><strong>São</strong> Sebastião ao tráfico internacional <strong>de</strong> drogas.5.5.4. O Caso da Arizona Machinery Sales Ltda.Em 25 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2.000, esta Comissão proce<strong>de</strong>u àoitiva <strong>de</strong> Oswal<strong>do</strong> Ferreira Vicente, proprietário da empresaArizona Machinery Sales Ltda., que <strong>de</strong>nunciou ter si<strong>do</strong> vítima<strong>de</strong> extorsão, quan<strong>do</strong> da intermediação <strong>de</strong> compra <strong>de</strong>maquinários importa<strong>do</strong>s.Segun<strong>do</strong> o relata<strong>do</strong> a esta Comissão, em 1996 o Sr.Oswal<strong>do</strong> participou da intermediação <strong>de</strong> compra <strong>de</strong> máquinaspara a Metalúrgica Osan Ltda., no valor aproxima<strong>do</strong> <strong>de</strong>US$ 4.000.000,00 (quatro milhões <strong>de</strong> dólares). Tratavam-se<strong>de</strong> máquinas importadas <strong>do</strong> Japão, que seriam embarcadasem <strong>do</strong>is lotes distintos, com <strong>de</strong>stino ao Porto <strong>de</strong> Santos.A série <strong>de</strong> irregularida<strong>de</strong>s que permearam esta operaçãoteria se inicia<strong>do</strong> com a falsificação <strong>do</strong> lau<strong>do</strong> técnico elabora<strong>do</strong>no país <strong>de</strong> origem sobre o maquinário importa<strong>do</strong>:embora se tratassem <strong>de</strong> prensas mecânicas - já existentesno Brasil à época - o lau<strong>do</strong> fora altera<strong>do</strong> para que constassemcomo “prensas hidráulicas”, sem similar no Brasil.Com isto, contaria com o benefício <strong>de</strong> redução da alíquota<strong>de</strong> IPI <strong>de</strong> 45%, para 5%.Quan<strong>do</strong> da chegada <strong>de</strong>sta merca<strong>do</strong>ria ao Porto <strong>de</strong>Santos, o <strong>de</strong>poente foi informa<strong>do</strong> que a Licença <strong>de</strong> Importaçãose encontrava vencida, ten<strong>do</strong> lhe si<strong>do</strong> exigida a quantia<strong>de</strong> US$ 100.000,00 (cem mil dólares), para o <strong>de</strong>sembaraçodas merca<strong>do</strong>rias. Diante da negativa, as máquinasforam apreendidas, sen<strong>do</strong> entregues a <strong>de</strong>positário -TRANSBRASA-TRANSITÁRIA BRASILEIRA LTDA. - on<strong>de</strong>permaneceu por um ano e meio.A empresa originalmente contratada para promovertodas as operações <strong>de</strong> importação - SETTEC - foi substituídapela empresa NEYMAR COMISSÁRIA DE DESPACHOSLTDA. Contu<strong>do</strong>, isto não impediu a <strong>de</strong>claração <strong>de</strong> perdimento,face à situação irregular.Na tentativa <strong>de</strong> recuperar este maquinário, foi provi<strong>de</strong>ncia<strong>do</strong>o pedi<strong>do</strong> <strong>de</strong> re-exportação, quan<strong>do</strong> foi o <strong>de</strong>poenteinforma<strong>do</strong> que as peças seriam levadas a leilão. Emseqüência, teria lhe si<strong>do</strong> proposta a participação em leilão,garantin<strong>do</strong>-se a arrematação <strong>de</strong>stas mesmas merca<strong>do</strong>rias.Alega o <strong>de</strong>poente que este procedimento estaria sen<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong>com a participação <strong>de</strong> fiscais aduaneiros que teriamgaranti<strong>do</strong> que ainda que existisse algum lance, seria possívelgarantir o preço pré-estabeleci<strong>do</strong> (inicialmente R$ 700mil reais, posteriormente eleva<strong>do</strong> a 900 mil reais).