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cpi do narcotráfico - Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo ...

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D.O.E.; Po<strong>de</strong>r Legislativo, <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, 112 (117), sába<strong>do</strong>, 22 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2002 – SUPLEMENTO – 13xo PT-IGO, que havia acaba<strong>do</strong> <strong>de</strong> pousar levan<strong>do</strong> à bor<strong>do</strong>as três primeiras pessoas supra citadas. Elas <strong>de</strong>sceram <strong>do</strong>avião, sen<strong>do</strong> recepcionadas por Marcos Aurélio, que estavapróximo ao local <strong>do</strong> pouso. Os policiais fe<strong>de</strong>rais abordaramestas pessoas, e as mulheres se i<strong>de</strong>ntificaram como sen<strong>do</strong><strong>de</strong> nacionalida<strong>de</strong> boliviana. Foi realizada uma busca naaeronave, na qual foram encontradas, acondicionadas emcinco malas, 92 pacotes conten<strong>do</strong> cerca <strong>de</strong> 90 quilos <strong>de</strong>cocaína. San<strong>do</strong>val, segun<strong>do</strong> o <strong>de</strong>poimento <strong>do</strong>s policiaisfe<strong>de</strong>rais Luiz Antonio da Cruz Pineli, Geral<strong>do</strong> Barizon Filho eWashington da Cunha Menezes teria dito à eles que a aeronavepertencia a Ramon Morel, retiran<strong>do</strong>-a na fazenda <strong>de</strong>le,<strong>de</strong>slocan<strong>do</strong>-se até a Bolívia, pegan<strong>do</strong> as duas bolivianasjuntamente com a droga e ruman<strong>do</strong> para Atibaia;...“A PT-IGO foi então apreendida, sen<strong>do</strong> <strong>de</strong>positada em29 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1998 à Dirsenei Teixeira Rosa, presi<strong>de</strong>nte <strong>do</strong>aeroclube <strong>de</strong> Campinas. Este, em 24 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1998, pe<strong>de</strong> a<strong>de</strong>svinculação <strong>do</strong> compromisso <strong>de</strong> fiel <strong>de</strong>positário. O agentefe<strong>de</strong>ral Manoel Divino <strong>de</strong> Moraes, incumbi<strong>do</strong> <strong>de</strong> localizaroutra pessoa que reunisse condições e aceitasse o encargo,encontrou Luiz Henrique Malavasi, que aceitou o <strong>de</strong>pósito...“Neste meio tempo, Gomes entrou, em 31 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong>1998, com uma AÇÃO RESCISÓRIA CONTRATUAL, combinadacom um PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA, consistenteem BUSCA E APREENSÃO da referida aeronave.Segun<strong>do</strong> o Instrumento Particular <strong>de</strong> Contrato <strong>de</strong> Venda eCompra <strong>de</strong> Aeronave com Reserva <strong>de</strong> Domínio, <strong>do</strong>cumentoanexo à ação rescisória, Gomes teria vendi<strong>do</strong> a PT–IGOpara Patrocínio Gonçalves na data <strong>de</strong> 02 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1998,ten<strong>do</strong> como testemunhas Odarício e Aristi<strong>de</strong>s Marques daRosa, funcionário <strong>do</strong> hangar Família Gomes. O contratocuja xerocópia encontra-se neste inquérito policial, entretanto,não possui reconhecimento <strong>de</strong> firma. Pelo contrato,R$ 5.000,00 são pagos no ato e o restante da seguinteforma: R$ 45.000,00 em 20/05/1998 e duas parcelas <strong>de</strong> R$50.000,00 e, 13 <strong>de</strong> junho e 13 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1998. Totaliza estacompra o valor <strong>de</strong> R$ 150.000,00. Os pagamentos das parcelasteriam si<strong>do</strong> assegura<strong>do</strong>s por meio <strong>de</strong> notas promissórias,cujas xerocópias encontram-se anexas à ação. Naação, é <strong>de</strong>clara<strong>do</strong> que Patrocínio <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> pagar as parcelas<strong>de</strong> 13 <strong>de</strong> junho e 13 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1998.“Em 05 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1998, é expedida pela Comarca <strong>de</strong>Atibaia uma carta precatória cível para que fosse feita aBusca e Apreensão da PT-IGO. Os advoga<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Gomesrequereram uma carta precatória itinerante, sen<strong>do</strong> atendi<strong>do</strong>spelo juiz <strong>de</strong> direito Romeu Estevão Ramos. A PT-IGO terminousen<strong>do</strong> apreendida por meio <strong>de</strong>sta carta precatória cívelitinerante, apesar <strong>de</strong> já estar apreendida pela polícia fe<strong>de</strong>ral”.A retomada <strong>de</strong>sta aeronave por Gomes teve lancescinematográficos no aeroporto <strong>do</strong> Campo <strong>de</strong> Marte, em<strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, on<strong>de</strong> estava sob <strong>de</strong>pósito para Luiz HenriqueMalavasi. No dia 13 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1998, José Gomes Filho,seu advoga<strong>do</strong> Pascoal Antonio Sabino Furlani e a Oficial <strong>de</strong>Justiça Denise Giovanetti, da 18a. Vara CÔvel da Capital,retiraram a aeronave <strong>do</strong> local, levantan<strong>do</strong> vôo sem autorizaçãoda torre <strong>de</strong> controle, <strong>de</strong>colan<strong>do</strong> pela pista <strong>de</strong> táxi, <strong>de</strong>forma irregular e sem os <strong>do</strong>cumentos exigi<strong>do</strong>s pelo DAC. O<strong>de</strong>lega<strong>do</strong> <strong>de</strong> polícia civil Roberto Bayerlen e policiais lota<strong>do</strong>sno Campo <strong>de</strong> Marte ainda tentaram impedir a <strong>de</strong>colagem,sem sucesso.Continua ainda o relato nos autos <strong>do</strong> inquérito 071/00sobre a burla ao Judiciário neste caso: “Nomea<strong>do</strong> fiel<strong>de</strong>positário da PT-IGO, Gomes, por meio <strong>de</strong> seus advoga<strong>do</strong>s,solicita ao juiz <strong>de</strong> direito <strong>de</strong> Atibaia a citação <strong>de</strong>Patrocínio por meio <strong>de</strong> carta precatória à cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> CoronelSapucaia - MS. Em 28 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1998, o Oficial <strong>de</strong>Justiça Nelson Ta<strong>de</strong>u Tânica cita Patrocínio em Amambaí -MS, cida<strong>de</strong> próxima a Coronel Sapucaia. A aeronave foilevada para Atibaia, on<strong>de</strong> foi submetida à manutenção nohangar <strong>de</strong> Odarício. Em 23 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1998, Gomesrequer a suspensão da Busca e Apreensão, alegan<strong>do</strong> terentra<strong>do</strong> em um acor<strong>do</strong> com Patrocínio. Denota-se aí absolutatrama urdida. Foi encontrada, entre as apreensões <strong>de</strong>Odarício, uma or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> serviço para a PT-IGO em nome<strong>de</strong> Gomes neste perío<strong>do</strong>, com entrada na União em 07 <strong>de</strong>outubro <strong>de</strong> 1998 e saída em 06 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1998. Em25 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1998, a venda é comunicada ao DAC”.5.4.6. CONCLUSÕESO inquérito policial 071/00 concluiu com a representaçãopela <strong>de</strong>cretação da prisão preventiva <strong>de</strong> José GomesFilho, Odarício Quirino Ribeiro Neto, José Ferreira da Silva,Odair da Conceição Correa, Abrahão Jacob, Wilson Matiasda Silva, Vito Santo Lestinge, José Tavares da Silva, CarlosAntonio Carvalho Parreira, João Roberto Salomão e A<strong>de</strong>nirLuca. O Ministério Público apresentou a <strong>de</strong>núncia contraesses onze integrantes da quadrilha <strong>de</strong> Atibaia e o julgamento<strong>de</strong>ve acontecer nas próximas semanas.As investigações sobre Atibaia e suas ramificaçõespelos vários esta<strong>do</strong>s cujos casos foram relata<strong>do</strong>s possibilitarama esta CPI a compreensão <strong>do</strong>s méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> atuação<strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s traficantes no transporte aéreo <strong>de</strong> suas drogas.O <strong>de</strong>smantelamento da quadrilha Morel pelas ações <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>adasa partir da CPI Fe<strong>de</strong>ral e pela Polícia Fe<strong>de</strong>ral, bemcomo pela guerra com traficantes rivais, e a prisão <strong>de</strong>Val<strong>de</strong>nor Marchezan e sua posterior con<strong>de</strong>nação, isolarama quadrilha <strong>de</strong> Atibaia e ajudaram a <strong>de</strong>smontar esse esquemacriminoso <strong>de</strong>nuncia<strong>do</strong> por esta CPI.A CPI <strong>do</strong> Narcotráfico da Assembléia <strong>Legislativa</strong> agra<strong>de</strong>ceà CPI Fe<strong>de</strong>ral, à relatora <strong>do</strong> caso <strong>de</strong> Maricá, <strong>de</strong>putadafe<strong>de</strong>ral Laura Carneiro (RJ), à Polícia Fe<strong>de</strong>ral e à Polícia Civil<strong>do</strong>s esta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Mato Grosso, Mato Grosso <strong>do</strong> Sul, Pará,Espírito Santo, Minas Gerais, Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sul, Paraná eRio <strong>de</strong> Janeiro, à CPI <strong>do</strong> Narcotráfico da Assembléia<strong>Legislativa</strong> <strong>do</strong> Mato Grosso, na pessoa <strong>de</strong> sua presi<strong>de</strong>nte,<strong>de</strong>putada estadual Serys Slhessarenko, e à <strong>de</strong>dicação daequipe <strong>do</strong> GERCO/DENARC e <strong>do</strong>s integrantes <strong>do</strong> GAERPApela inestimável colaboração aos trabalhos da Comissão.A investigação sobre rotas aéreas, roubo e adulteração<strong>de</strong> aeronaves, pistas clan<strong>de</strong>stinas e outros temas correlatospermiti<strong>do</strong>s pela ilustração <strong>do</strong> caso <strong>de</strong> Atibaia permitiram aesta Comissão verificar que esse po<strong>de</strong> ser um caminhopara que se atinja, na ação policial <strong>de</strong> repressão ao <strong>narcotráfico</strong>,médios e gran<strong>de</strong>s traficantes, contribuin<strong>do</strong> <strong>de</strong>ssaforma a uma ação mais qualificada e eficaz das Polícias.5.5. PORTOS DE SANTOS E DE SÃO SEBASTIÃO5.5.1. O Porto <strong>de</strong> SantosO Porto <strong>de</strong> Santos, área fe<strong>de</strong>ral, administrada peloEsta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong> por Decreto <strong>de</strong> 1986, é ainda objeto <strong>de</strong>concessão a particulares. “Portos particulares”, como os daCOSIPA e outros, são administra<strong>do</strong>s <strong>de</strong> forma privada ecom fiscalização somente das autorida<strong>de</strong>s fe<strong>de</strong>rais. Cerca<strong>de</strong> 02 (<strong>do</strong>is) auditores da Receita Fe<strong>de</strong>ral permanecem <strong>de</strong>forma relativamente assídua nesses “Portos”, efetuan<strong>do</strong>fiscalização tributária e aduaneira.Atualmente há no Porto <strong>de</strong> Santos 77 armazéns, 15 galpõese 41 pátios.A CODESP (Companhia Docas <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong><strong>Paulo</strong>), em <strong>de</strong>corrência <strong>de</strong> recente Lei Fe<strong>de</strong>ral, possui atribuição<strong>de</strong> Autorida<strong>de</strong> Portuária, manten<strong>do</strong> a administração<strong>do</strong> Porto <strong>de</strong> Santos com auxílio da Guarda Portuária, custeadapor recursos próprios da Companhia. Assim, mencionadaGuarda efetua a segurança patrimonial da ZonaPortuária sem que possua Po<strong>de</strong>r Fiscaliza<strong>do</strong>r, a não ser acooperação com as autorida<strong>de</strong>s fe<strong>de</strong>rais e aduaneiras.A estrutura organizacional da Autorida<strong>de</strong> Portuária <strong>de</strong>Santos conta atualmente com um Superinten<strong>de</strong>nte e osseguintes serviços: secretaria, apuração, cre<strong>de</strong>nciamento,policiamento geral, policiamento da margem direita, policiamentoda margem esquerda e trânsito, realiza<strong>do</strong>s poremprega<strong>do</strong>s da CODESP. As ativida<strong>de</strong>s operacionais contamcom emprega<strong>do</strong>s das categorias <strong>de</strong> Inspetores daGuarda Portuária I e II, agentes, Rondantes, GuardasPortuários e Guardas <strong>de</strong> Trânsito.<strong>São</strong> atribuições da Guarda Portuária:* controlar acesso e circulação <strong>de</strong> pessoas e cargas naárea <strong>do</strong> Porto Organiza<strong>do</strong>, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com as normas eregulamentos em vigor;* orientar e controlar o tráfego <strong>de</strong> veículos nas áreas<strong>de</strong> uso público <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> Porto Organiza<strong>do</strong>;* implantar e reciclar procedimentos <strong>de</strong> combate aincêndio;* prover vigilância patrimonial nas instalações e própriosda Autorida<strong>de</strong> Portuária;* controlar o acesso e circulação <strong>de</strong> pessoas nas instalaçõesda Autorida<strong>de</strong> Portuária <strong>de</strong> Santos;* articular-se com a Polícia Fe<strong>de</strong>ral, a Polícia Marítimae <strong>de</strong>mais autorida<strong>de</strong>s que atuam em segurança na área <strong>do</strong>Porto Organiza<strong>do</strong>, com o objetivo <strong>de</strong> harmonizar os procedimentos<strong>de</strong> segurança portuária <strong>de</strong> suas respectivas responsabilida<strong>de</strong>s.A extensão da Zona Portuária é <strong>de</strong> aproximadamente60 quilômetros, 16 <strong>de</strong>stes constituí<strong>do</strong>s <strong>de</strong> armazéns, alguns<strong>do</strong>s quais particulares.Segun<strong>do</strong> o Sr. Elias Carneiro Júnior, da DelegaciaSindical em Santos da Unafisco, o Porto <strong>de</strong> Santos respon<strong>de</strong>por 35% <strong>de</strong> toda movimentação <strong>de</strong> cargas <strong>do</strong> país.Movimenta em média 70 mil contêineres mensalmente.A Receita Fe<strong>de</strong>ral, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1968 continua com o mesmoefetivo <strong>de</strong> fiscais. O corpo da Receita Fe<strong>de</strong>ral é estrutura<strong>do</strong>por fiscais, técnicos e auxiliares, ou seja, os agentes quefazem o trabalho burocrático.Destaca<strong>do</strong>s para o Porto <strong>de</strong> Santos há aproximadamente200 fiscais, os quais estão distribuí<strong>do</strong>s em duasgran<strong>de</strong>s áreas: a que cuida <strong>do</strong>s tributos internos, operan<strong>do</strong>com mais ou menos 50 fiscais na zona secundária e quesão responsáveis pelo Imposto <strong>de</strong> Renda, IPI, CPMF, IOF eoutros; e a outra área, que cuida <strong>do</strong> comércio exterior,on<strong>de</strong> há cerca <strong>de</strong> 150 auditores fiscais lota<strong>do</strong>s na zona primária,que correspon<strong>de</strong> a toda área portuária. Desses 150fiscais, 80 a 85 <strong>de</strong>les normalmente exercem trabalhos internosburocráticos, ou ocupam cargos <strong>de</strong> chefia, como,Inspetor chefe, Chefia da tributação, Chefia da fiscalização,<strong>de</strong>ntre outros. O restante exerce trabalhos externos, trabalhos<strong>de</strong> campo, que se referem, por exemplo, à abertura efiscalização <strong>do</strong>s contêineres.Conforme, ainda, informações <strong>do</strong> Sr. Elias CarneiroJúnior, que além <strong>de</strong> membro <strong>do</strong> Sindicato é fiscal aduaneiro,o Porto <strong>de</strong> Santos funciona 24 horas por dia e durante anoite só há um fiscal <strong>de</strong> plantão, sem qualquer auxiliar outécnico, o que <strong>de</strong>monstra claramente a situação em que oPorto se encontra hoje.Em estu<strong>do</strong> recente feito pela própria Receita Fe<strong>de</strong>ralem Brasília, enten<strong>de</strong>-se que para ter um atendimentorazoável seria necessário, no mínimo, quatro vezes maisque o contingente atual.O Porto <strong>de</strong> Santos é aponta<strong>do</strong> como porta <strong>de</strong> saída <strong>do</strong><strong>narcotráfico</strong> internacional, consoante informação fornecidapelo diretor <strong>do</strong> DENARC, Dr. Marco Antonio MartinsRibeiro <strong>de</strong> Campos, e também pela Polícia Francesa.A imprensa espanhola recentemente noticiou, com<strong>de</strong>staque, a apreensão <strong>de</strong> 119,8 quilos <strong>de</strong> cocaína naAlfân<strong>de</strong>ga <strong>do</strong> Porto <strong>de</strong> Barcelona.A carga, segun<strong>do</strong> apurou-se, era proce<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> Porto<strong>de</strong> Santos, sen<strong>do</strong> que os fiscais aduaneiros e a guarda civildaquele país já estavam <strong>de</strong> sobreaviso com os produtosprovenientes <strong>de</strong> áreas que eles chamam <strong>de</strong> “zona sensívelou quente”. No caso, o Brasil faria parte <strong>de</strong>ssa área.Ocorre que a <strong>de</strong>bilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> sistema <strong>de</strong> controle e fiscalizaçãoda movimentação <strong>de</strong> cargas, já tratadas anteriormenteneste Relatório, concorrem para que o nosso paíscontinue figuran<strong>do</strong>, vergonhosamente, nas listas <strong>de</strong> “zonassuspeitas” das alfân<strong>de</strong>gas internacionais. Em contrapartida,os gran<strong>de</strong>s contrabandistas e traficantes têm o Brasil emalta conta para <strong>de</strong>senvolver seus negócios escusos e ilegais.5.5.2. DAS DILIGÊNCIAS REALIZADASFoi realizada no dia 11 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2.000, reuniãoda Comissão Parlamentar <strong>de</strong> Inquérito no Plenário daCâmara Municipal <strong>de</strong> Santos, que foi prestigiada pelasseguintes autorida<strong>de</strong>s e pessoas: Carlos Mantovani Calejon(verea<strong>do</strong>r e presi<strong>de</strong>nte da Câmara Municipal <strong>de</strong> Santos),Odair Gonzalez, José Antonio Marques Almeida, FaustoFigueira, Cassandra Maroni, Marcus <strong>de</strong> Rosis, SuelyMorga<strong>do</strong>, Sérgio Bonavi<strong>de</strong>s, A<strong>de</strong>lino Rodrigues, TomasSo<strong>de</strong>rberg (verea<strong>do</strong>res <strong>do</strong> Município <strong>de</strong> Santos), MarcoCalvo (verea<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Município <strong>de</strong> <strong>São</strong> Vicente), Dr. AntonioCarlos Macha<strong>do</strong> Jr. (<strong>de</strong>lega<strong>do</strong> da DISE/Santos), Dr. CaetanoVercine (<strong>de</strong>lega<strong>do</strong> da DIG/Santos), Dr. Alberto Corazza(diretor <strong>do</strong> DEINTER 6/Santos), Dr. José <strong>Paulo</strong> Spagna(assistente <strong>do</strong> DEINTER 6/Santos), Dr. Eduar<strong>do</strong> Rossini(promotor <strong>de</strong> Justiça), Elias Carneiro Júnior (presi<strong>de</strong>nte <strong>do</strong>Sindicato Nacional <strong>do</strong>s Auditores Fiscais da ReceitaFe<strong>de</strong>ral/ Delegacia Sindical em Santos), José Joaquim <strong>de</strong>Almeida Júnior (secretário <strong>do</strong> Sindicato Nacional <strong>do</strong>sTécnicos da Receita fe<strong>de</strong>ral/Delegacia Sindical em Santos),José Castanheira (presi<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> Sindicato <strong>do</strong>sConserta<strong>do</strong>res <strong>do</strong>s Portos <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>)Everandyr Cirilo <strong>do</strong>s Santos (presi<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> SINDAPORT eCoor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r da Intersindical Portuária) e Guilherme <strong>do</strong>Amaral Távora ( presi<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> SINDOGEESP).Nessa oportunida<strong>de</strong>, os <strong>de</strong>puta<strong>do</strong>s visitaram algunsórgãos públicos na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Santos, tais como, MinistérioPúblico, Po<strong>de</strong>r Judiciário, Polícia Civil e Polícia Militar eapresentaram relatos sobre a importância e o resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong>sencontros que tiveram naquela cida<strong>de</strong> para levantamento<strong>de</strong> informações e da<strong>do</strong>s sobre o <strong>narcotráfico</strong> na região.Em alguns instantes, os assuntos trata<strong>do</strong>s pelos integrantes<strong>de</strong>sta CPI, durante as visitas aos órgãos públicos, oforam em caráter reserva<strong>do</strong>, apenas para conhecer melhora área e também para a coleta <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s e informaçõessobre o <strong>narcotráfico</strong>, restringin<strong>do</strong>-se, em outros casos, apenasa uma visita cordial <strong>de</strong> agra<strong>de</strong>cimentos pela recepçãooferecida a esta CPI que havia si<strong>do</strong> instalada nas <strong>de</strong>pendências<strong>do</strong> Legislativo <strong>de</strong> Santos, com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tratar<strong>de</strong> questões afetas a esta Comissão.Durante a referida reunião, usaram da palavra tambémos verea<strong>do</strong>res Carlos Mantovani Calejon, Suely Morga<strong>do</strong>,A<strong>de</strong>lino Rodrigues e o Senhor Elias Carneiro Júnior, o qualentregou <strong>do</strong>cumento à presidência da CPI.Estan<strong>do</strong> o sub-relator para Portos <strong>de</strong>sta CPI convida<strong>do</strong>para participar <strong>de</strong> seminário junto à Polícia Francesa, nacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Paris, sem qualquer custo para a Assembléia<strong>Legislativa</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, foi manti<strong>do</strong> contato comOliver da Silva, primeiro secretário da Embaixada <strong>de</strong> Françaem Brasília, e Lionel Delaporte, oficial <strong>de</strong> ligação para assuntos<strong>de</strong> <strong>narcotráfico</strong> na Embaixada <strong>de</strong> França em Brasília,ten<strong>do</strong> este último agenda<strong>do</strong> entrevista pessoal com o Sr.Françoise Jaspart, chefe da Delegacia Central para repressão<strong>de</strong> tráfico <strong>de</strong> drogas. O encontro aconteceu na data <strong>de</strong> 24 <strong>de</strong>abril <strong>do</strong> ano em curso, na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Nanterre, França, on<strong>de</strong>foi confirmada a rota anteriormente mencionada.Já antes, mais precisamente no dia 09 <strong>de</strong> março <strong>de</strong>2000, foi feita a primeira visita oficial <strong>de</strong> membros <strong>de</strong>staCPI ao Porto <strong>de</strong> Santos, on<strong>de</strong> reuniram-se com o presi<strong>de</strong>nteda CODESP - Companhia Docas <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>,Dr. Wagner Rossi, além <strong>de</strong> vários representantes das autorida<strong>de</strong>sportuárias e sindicalistas, ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> discuti<strong>do</strong>sassuntos referentes as dificulda<strong>de</strong>s e mazelas da zona portuária.Nessa mesma oportunida<strong>de</strong>, foi chamada a atenção<strong>do</strong>s senhores <strong>de</strong>puta<strong>do</strong>s sobre problemas envolven<strong>do</strong> terminais<strong>de</strong> cargas priva<strong>do</strong>s, pois estes se utilizam <strong>de</strong> segurançapor eles próprios contratada.Os membros da CPI visitaram ainda a Receita Fe<strong>de</strong>ral,on<strong>de</strong> foram recebi<strong>do</strong>s pelo Superinten<strong>de</strong>nte Harol<strong>do</strong> daCosta Amorim, o qual explicou o funcionamento da fiscalizaçãoda alfân<strong>de</strong>ga, <strong>de</strong>ixan<strong>do</strong> claro que esta é feita poramostragem e sobretu<strong>do</strong> voltada para os produtos <strong>de</strong>importação, não sen<strong>do</strong> priorida<strong>de</strong> os produtos <strong>de</strong> exportação,cuja fiscalização, ressaltou, não ultrapassa 3% <strong>do</strong>scontêineres. Explicou também que raramente são utiliza<strong>do</strong>sscanners, não haven<strong>do</strong>, portanto, uma fiscalizaçãoespecífica para <strong>narcotráfico</strong>.Dan<strong>do</strong> continuida<strong>de</strong> a essa primeira visita oficial aoPorto <strong>de</strong> Santos, os senhores <strong>de</strong>puta<strong>do</strong>s visitaram a baseda Polícia Fe<strong>de</strong>ral, <strong>de</strong>ntro da zona primária, on<strong>de</strong> <strong>de</strong>stafeita foram recebi<strong>do</strong>s pelo diretor da Polícia Fe<strong>de</strong>ral, Dr.Arioval<strong>do</strong> Peixoto, o qual, utilizan<strong>do</strong>-se da lancha da PolíciaFe<strong>de</strong>ral, mostrou aos presentes toda a extensão <strong>do</strong> Porto.A Polícia Fe<strong>de</strong>ral, para aten<strong>de</strong>r as suas atribuições noPorto <strong>de</strong> Santos, conta com a Delegacia “A” <strong>do</strong> Departamento<strong>de</strong> Polícia Fe<strong>de</strong>ral, com o Núcleo Especial <strong>de</strong> PolíciaMarítima (NEPOM) e com o serviço <strong>de</strong> plantão.Dispon<strong>do</strong> <strong>de</strong> três lanchas, os vinte componentes <strong>do</strong>NEPOM, forma<strong>do</strong>s em equipes, executam o patrulhamentoconstante das embarcações atracadas ao longo <strong>do</strong>s <strong>do</strong>zequilômetros <strong>de</strong> cais acostável, ou ancoradas na barra, nointuito <strong>de</strong> prevenir a ocorrência <strong>de</strong> crimes a bor<strong>do</strong>.Outros quatro policiais revezam-se, como plantonistas,no trabalho diuturno <strong>de</strong> visita oficial aos navios, a fim <strong>de</strong>liberá-los para operar, após conferência <strong>de</strong> <strong>do</strong>cumentos eda situação <strong>do</strong>s tripulantes e passageiros.No que tange aos registros operacionais <strong>de</strong>ssa Delegacia,convém ressaltar que as apreensões <strong>de</strong> drogas ocorrem,via <strong>de</strong> regra, fora da zona portuária.É também relevante frisar a dificulda<strong>de</strong> freqüente <strong>de</strong> seprovar, nos autos <strong>do</strong> inquérito policial, a real <strong>de</strong>stinação,ao exterior, <strong>do</strong> produto apreendi<strong>do</strong>, o que leva o procedimentocriminal a ser aprecia<strong>do</strong> pela Justiça Estadual local.Nos últimos cinco anos foram instaura<strong>do</strong>s apenas trinta eseis inquéritos policiais fe<strong>de</strong>rais, relativos a crimes previstosna Lei <strong>de</strong> Entorpecentes, sen<strong>do</strong> vinte e quatro inicia<strong>do</strong>s porauto <strong>de</strong> prisão em flagrante e os <strong>de</strong>mais através <strong>de</strong> portaria.Nesse perío<strong>do</strong>, a bor<strong>do</strong> <strong>de</strong> navios ou na faixa portuáriaocorreram as seguintes apreensões:* policiais fe<strong>de</strong>rais apreen<strong>de</strong>ram 1,2 quilo <strong>de</strong> cocaína, em13.04.95, na zona <strong>do</strong> cais, e mais 53 quilos da mesma substância,em 15.11.95, no interior <strong>do</strong> navio “BEBEDOURO”.* guardas portuários localizaram 400 gramas <strong>de</strong> maconha,em 08.07.95, e mais 10 quilos da mesma substância,em 30.11.95, na zona <strong>do</strong> cais, além <strong>de</strong> 21 quilos <strong>de</strong> cocaína,em 01.03.96, no interior <strong>do</strong> navio “SOL DO BRASIL”.* funcionários da alfân<strong>de</strong>ga arrecadaram 238 frascos<strong>de</strong> lança-perfume, em 04.03.99, no interior <strong>do</strong> navio“COSTA MARINA”.As mais recentes prisões em flagrante executadas porpoliciais da Delegacia supra mencionada foram:* 13.02.00 - Via Anchieta - um preso, com 31 quilos <strong>de</strong>cocaína e, aproximadamente, 3 quilos <strong>de</strong> maconha.* 13.07.99 - Ro<strong>do</strong>viária <strong>de</strong> Santos/SP - <strong>do</strong>is presos com40 quilos <strong>de</strong> maconha.* 29.06.99 - Bairro <strong>de</strong> Peruíbe/SP - um preso com 90quilos <strong>de</strong> maconha.* 01.06.99 - Ro<strong>do</strong>viária <strong>de</strong> Santos/SP - três presos com10 quilos <strong>de</strong> cocaína.* 27.05.98 - Bairro <strong>de</strong> Santos/SP - <strong>do</strong>is presos com 53quilos <strong>de</strong> maconha.* 12.02.98 - Bairro <strong>de</strong> Santos/SP - <strong>do</strong>is presos com 2quilos <strong>de</strong> cocaína.Em continuida<strong>de</strong> às diligências, <strong>de</strong>puta<strong>do</strong>s da CPI foramnovamente ao Porto <strong>de</strong> Santos, ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> recebi<strong>do</strong>s pelaDra. Diva Kodama, diretora da Receita Fe<strong>de</strong>ral em Santos, aqual disponibilizou <strong>do</strong>is auditores fiscais para que, na presença<strong>do</strong>s parlamentares, proce<strong>de</strong>ssem a abertura <strong>de</strong> algunscontêineres, sem que nada <strong>de</strong> anormal fosse constata<strong>do</strong>.Por outro la<strong>do</strong>, membros da CPI, em especial o sub-Relator <strong>de</strong> Portos, mantiveram contato com o Dr. AlbertoCorazza, <strong>de</strong>lega<strong>do</strong> Regional da Baixada Santista e ex-dirigente<strong>do</strong> DENARC, on<strong>de</strong> atuou efetivamente por muitosanos no combate às drogas e entorpecentes, o qual prestouvaliosas informações, além <strong>de</strong> ter <strong>de</strong>monstra<strong>do</strong> enormepreocupação com a situação em que se encontra o Porto <strong>de</strong>Santos, ten<strong>do</strong> da mesma forma colabora<strong>do</strong> nas informaçõeso Cel. PM Alberto Silveira Rodrigues, Comandante <strong>do</strong>CPA/I-6, da Polícia Militar <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>.Há apenas um Posto da Polícia Civil no Porto <strong>de</strong> Santos,sen<strong>do</strong> a sua atuação bastante limitada, vez que contaapenas com uma Equipe que é chefiada pelo Dr. <strong>Paulo</strong>Fernan<strong>do</strong> Felipe, <strong>de</strong>lega<strong>do</strong> <strong>de</strong> Polícia, e composta <strong>do</strong>sinvestiga<strong>do</strong>r Floreal Fernan<strong>de</strong>s Júnior, Rival<strong>do</strong> SantosGuerra e <strong>Paulo</strong> Fernan<strong>do</strong> <strong>do</strong>s Santos.5.5.3. DO PORTO DE SÃO SEBASTIÃONo dia 14 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2000, o sub-relator <strong>de</strong> Portos<strong>de</strong>sta CPI visitou o Porto <strong>de</strong> <strong>São</strong> Sebastião, reunin<strong>do</strong>-secom o administra<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Porto, senhor Vilson Costa, o então<strong>de</strong>puta<strong>do</strong> Estadual, Dr. <strong>Paulo</strong> Julião, o <strong>de</strong>lega<strong>do</strong> da ReceitaFe<strong>de</strong>ral, Dr. Paiva, e o médico <strong>do</strong> Ministério da Saú<strong>de</strong>, Dr.Domingos, entre outras Autorida<strong>de</strong>s Portuárias, as quais,além <strong>de</strong> relatarem como funciona o Porto, mostraram todaa sua extensão, permitin<strong>do</strong> assim a obtenção <strong>de</strong> informaçõesindispensáveis para a elaboração <strong>de</strong>ste relatório.O Porto <strong>de</strong> <strong>São</strong> Sebastião é administra<strong>do</strong> pela DERSA,<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1993, com base na Lei 8.630/93, on<strong>de</strong> exerce o papel<strong>de</strong> AUTORIDADE PORTUÁRIA. Dentro da Autorida<strong>de</strong>Portuária está incluí<strong>do</strong> o terminal marítimo, a travessia e oPorto <strong>de</strong> <strong>São</strong> Sebastião, que opera 50% petróleo e os outros50% cargas secas, ou seja, granéis sóli<strong>do</strong>s minerais, comopor exemplo a barrilha, sulfato <strong>de</strong> sódio e granéis sóli<strong>do</strong>svegetais como o malte e a cevada. Possui três armazénscobertos, três pátios e um Cnaga (particular) - coberto.O Porto funciona 24 horas por dia, em 4 perío<strong>do</strong>s pré<strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s<strong>de</strong> 6 horas diárias. Os funcionários próprios trabalhamem horário ordinário <strong>de</strong> segunda a sexta feira,sen<strong>do</strong> os <strong>de</strong>mais perío<strong>do</strong>s consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s extraordinários.Des<strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1996, as operações <strong>de</strong> embarque e<strong>de</strong>sembarque <strong>de</strong> cargas estão privatizadas, sen<strong>do</strong> atribuiçãoda APSS, no contexto <strong>de</strong> qualquer operação, a disponibilizaçãodas instalações públicas para sua realização.As operações portuárias passaram a ser <strong>de</strong>senvolvidaspor empresas privadas, pré-habilitadas no Porto, em regime<strong>de</strong> livre concorrência entre si, que contratam diretamenteno OGMO - Órgão Gestor <strong>de</strong> Mão <strong>de</strong> Obra, os trabalha<strong>do</strong>resportuários avulsos (estiva<strong>do</strong>res, arruma<strong>do</strong>res,vigias, conferentes e conserta<strong>do</strong>res) para o embarque ou<strong>de</strong>sembarque <strong>de</strong> cargas, fican<strong>do</strong> as administrações portuáriasrestritas às atribuições <strong>de</strong> “Autorida<strong>de</strong> Portuária” instituídasno artigo 33 da referida Lei.Questionadas as autorida<strong>de</strong>s presentes sobre possíveisirregularida<strong>de</strong>s em operações <strong>de</strong> contêineres, os mesmosinformaram que não têm conhecimento <strong>de</strong> nenhum casoreferente a tráfico <strong>de</strong> drogas no Porto até a presente data.Segun<strong>do</strong> informações colhidas junto à APSS, dificilmentehá operação <strong>de</strong> contêineres, por possuir um único “berço”,não haven<strong>do</strong> condições <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r os navios <strong>de</strong> linhasregulares, com raras exceções.Foi pergunta<strong>do</strong> ao <strong>de</strong>lega<strong>do</strong> da Receita Fe<strong>de</strong>ral, Dr.Paiva, sobre a possibilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> ingresso <strong>de</strong> armas e drogasatravés das cargas secas, sen<strong>do</strong> que este respon<strong>de</strong>u que<strong>de</strong>vi<strong>do</strong> as próprias características <strong>do</strong>s produtos minerais evegetais, torna-se completamente inviável o transporte <strong>de</strong>drogas ou armas através <strong>de</strong>sses tipos <strong>de</strong> cargas, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> astubulações, o que, se fosse tenta<strong>do</strong>, chegaria a ser um risco<strong>de</strong>snecessário para os criminosos.O contingente da Receita Fe<strong>de</strong>ral no Porto <strong>de</strong> <strong>São</strong>Sebastião é <strong>de</strong> apenas quatro fiscais e quatro técnicos, umnúmero muito inferior ao que seria necessário para suprirsuas necessida<strong>de</strong>s, tornan<strong>do</strong> assim menos eficaz sua fiscalizaçãoem relação às importações.Pergunta<strong>do</strong> também ao <strong>de</strong>lega<strong>do</strong> da Receita se havia apossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> saída <strong>de</strong> drogas ou armas <strong>do</strong> país, através<strong>de</strong> tripulantes <strong>do</strong> Porto, o mesmo afirmou que 90% <strong>do</strong>s tripulantessão brasileiros, contrata<strong>do</strong>s através da “FRONAP”sob um critério rigoroso <strong>de</strong> seleção, e que nunca teveconhecimento <strong>de</strong> nenhuma ocorrência envolven<strong>do</strong> tripulantes<strong>do</strong> Porto <strong>de</strong> <strong>São</strong> Sebastião.As <strong>de</strong>mais autorida<strong>de</strong>s consultadas sobre o assunto,não relataram ocorrências que pu<strong>de</strong>ssem ligar o Porto <strong>de</strong><strong>São</strong> Sebastião ao tráfico internacional <strong>de</strong> drogas.5.5.4. O Caso da Arizona Machinery Sales Ltda.Em 25 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2.000, esta Comissão proce<strong>de</strong>u àoitiva <strong>de</strong> Oswal<strong>do</strong> Ferreira Vicente, proprietário da empresaArizona Machinery Sales Ltda., que <strong>de</strong>nunciou ter si<strong>do</strong> vítima<strong>de</strong> extorsão, quan<strong>do</strong> da intermediação <strong>de</strong> compra <strong>de</strong>maquinários importa<strong>do</strong>s.Segun<strong>do</strong> o relata<strong>do</strong> a esta Comissão, em 1996 o Sr.Oswal<strong>do</strong> participou da intermediação <strong>de</strong> compra <strong>de</strong> máquinaspara a Metalúrgica Osan Ltda., no valor aproxima<strong>do</strong> <strong>de</strong>US$ 4.000.000,00 (quatro milhões <strong>de</strong> dólares). Tratavam-se<strong>de</strong> máquinas importadas <strong>do</strong> Japão, que seriam embarcadasem <strong>do</strong>is lotes distintos, com <strong>de</strong>stino ao Porto <strong>de</strong> Santos.A série <strong>de</strong> irregularida<strong>de</strong>s que permearam esta operaçãoteria se inicia<strong>do</strong> com a falsificação <strong>do</strong> lau<strong>do</strong> técnico elabora<strong>do</strong>no país <strong>de</strong> origem sobre o maquinário importa<strong>do</strong>:embora se tratassem <strong>de</strong> prensas mecânicas - já existentesno Brasil à época - o lau<strong>do</strong> fora altera<strong>do</strong> para que constassemcomo “prensas hidráulicas”, sem similar no Brasil.Com isto, contaria com o benefício <strong>de</strong> redução da alíquota<strong>de</strong> IPI <strong>de</strong> 45%, para 5%.Quan<strong>do</strong> da chegada <strong>de</strong>sta merca<strong>do</strong>ria ao Porto <strong>de</strong>Santos, o <strong>de</strong>poente foi informa<strong>do</strong> que a Licença <strong>de</strong> Importaçãose encontrava vencida, ten<strong>do</strong> lhe si<strong>do</strong> exigida a quantia<strong>de</strong> US$ 100.000,00 (cem mil dólares), para o <strong>de</strong>sembaraçodas merca<strong>do</strong>rias. Diante da negativa, as máquinasforam apreendidas, sen<strong>do</strong> entregues a <strong>de</strong>positário -TRANSBRASA-TRANSITÁRIA BRASILEIRA LTDA. - on<strong>de</strong>permaneceu por um ano e meio.A empresa originalmente contratada para promovertodas as operações <strong>de</strong> importação - SETTEC - foi substituídapela empresa NEYMAR COMISSÁRIA DE DESPACHOSLTDA. Contu<strong>do</strong>, isto não impediu a <strong>de</strong>claração <strong>de</strong> perdimento,face à situação irregular.Na tentativa <strong>de</strong> recuperar este maquinário, foi provi<strong>de</strong>ncia<strong>do</strong>o pedi<strong>do</strong> <strong>de</strong> re-exportação, quan<strong>do</strong> foi o <strong>de</strong>poenteinforma<strong>do</strong> que as peças seriam levadas a leilão. Emseqüência, teria lhe si<strong>do</strong> proposta a participação em leilão,garantin<strong>do</strong>-se a arrematação <strong>de</strong>stas mesmas merca<strong>do</strong>rias.Alega o <strong>de</strong>poente que este procedimento estaria sen<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong>com a participação <strong>de</strong> fiscais aduaneiros que teriamgaranti<strong>do</strong> que ainda que existisse algum lance, seria possívelgarantir o preço pré-estabeleci<strong>do</strong> (inicialmente R$ 700mil reais, posteriormente eleva<strong>do</strong> a 900 mil reais).

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