2 – D.O.E.; Po<strong>de</strong>r Legislativo, <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, 112 (117), sába<strong>do</strong>, 22 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2002 – SUPLEMENTO1. INTRODUÇÃONão existe uma política articulada e consistente <strong>de</strong>combate ao <strong>narcotráfico</strong> no esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>.Essa é a principal conclusão a que chegou a CPI <strong>do</strong>Narcotráfico da Assembléia <strong>Legislativa</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong><strong>Paulo</strong> ao final <strong>de</strong> um ano e meio <strong>de</strong> investigação e análiseda ação das instituições estaduais e fe<strong>de</strong>rais encarregadas<strong>do</strong> combate permanente ao <strong>narcotráfico</strong> e a outras modalida<strong>de</strong>s<strong>de</strong> crime organiza<strong>do</strong>.Neste perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> funcionamento, a CPI Estadual <strong>do</strong>Narcotráfico procurou analisar como priorida<strong>de</strong>s quatroáreas sensíveis i<strong>de</strong>ntificadas no início <strong>do</strong>s trabalhos comorevela<strong>do</strong>ras da organização criminosa em nosso esta<strong>do</strong>: otransporte aéreo da droga; o tráfico <strong>de</strong> drogas pelo porto<strong>de</strong> Santos; as rotas terrestres <strong>de</strong> distribuição da droga; e asfugas e transferências fraudulentas <strong>de</strong> presos liga<strong>do</strong>s ao<strong>narcotráfico</strong> e ao crime organiza<strong>do</strong> em geral.Permean<strong>do</strong> esses quatro temas, encontramos instituições<strong>de</strong>saparelhadas para enfrentar o atual estágio <strong>de</strong>organização criminosa <strong>do</strong> <strong>narcotráfico</strong> em território paulista.Encontramos a <strong>de</strong>dicação <strong>de</strong> policiais que realizam umtrabalho sério <strong>de</strong> investigação e repressão ao tráfico <strong>de</strong>drogas, mas encontramos instituições <strong>de</strong>saparelhadas e<strong>de</strong>sorientadas para dar efetivida<strong>de</strong> a estes esforços.Constatamos que a ação das Polícias Fe<strong>de</strong>ral e Estaduais,tanto Civil quanto Militar, pa<strong>de</strong>cem da falta <strong>de</strong> articulação ecooperação, permeadas que são pelo corporativismo, pelaconcorrência institucional, pela falta <strong>de</strong> qualificação <strong>do</strong>ssistemas <strong>de</strong> informação e operação policiais.Verificamos com consternação que os avanços <strong>do</strong>crime organiza<strong>do</strong> nos últimos anos não foram acompanha<strong>do</strong>spelas Polícias que atuam em <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>. Pelo contrário,o último marco institucional negocia<strong>do</strong> entre o Esta<strong>do</strong> e aUnião para o relacionamento entre as Polícias é <strong>de</strong> 1987,anterior à promulgação da atual Constituição e com certeza<strong>de</strong>fasada em relação às necessida<strong>de</strong>s da segurança públicano atual quadro <strong>de</strong> crescimento da violência e da organizaçãonacional e internacional <strong>do</strong> crime. Enquanto concepção,este ultrapassa<strong>do</strong> convênio mantém as PolíciasEstaduais nos horizontes <strong>do</strong> combate ao micro e ao pequenotraficante, na administração <strong>do</strong> arroz-com-feijão nasruas, escolas e bairros periféricos das nossas cida<strong>de</strong>s.Essa <strong>de</strong>squalificação das atribuições das PolíciasEstaduais se reflete numa relação subalterna e numa atuaçãopraticamente in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da Polícia Fe<strong>de</strong>ral, nãosen<strong>do</strong> raros os momentos em que essas relações <strong>de</strong>generampara a concorrência, a falta <strong>de</strong> troca <strong>de</strong> informações e<strong>de</strong> cooperação no combate ao <strong>narcotráfico</strong>. Os <strong>de</strong>poentesque abordaram esse assunto na CPI foram unânimes emressaltar a boa relação pessoal existente entre policiais eautorida<strong>de</strong>s dirigentes das Polícias, mas também em <strong>de</strong>stacara falta <strong>de</strong> trabalhos comuns entre elas.Neste senti<strong>do</strong>, a CPI preocupa-se com a ausência <strong>de</strong>um sistema articula<strong>do</strong> <strong>de</strong> informações que possam instruiruma ação mais competente das Polícias Estaduais no senti<strong>do</strong><strong>de</strong> coibir o tráfico <strong>de</strong> drogas <strong>de</strong> médios e gran<strong>de</strong>s traficantes.Nossas ca<strong>de</strong>ias e penitenciárias estão lotadas,como <strong>de</strong>screve o sub-relatório sobre a questão prisional,<strong>de</strong> con<strong>de</strong>na<strong>do</strong>s e con<strong>de</strong>nadas pelo artigo 12 da lei 6.368que são apenas os operários <strong>de</strong> um sistema maior, cujoschefes estão fora <strong>do</strong> alcance das mãos da Polícia e daJustiça, gozan<strong>do</strong> das benesses <strong>de</strong> seu po<strong>de</strong>r econômico,político e social. Ao traçar um diagnóstico sobre as rotasaéreas <strong>de</strong> tráfico <strong>de</strong> drogas em <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, po<strong>de</strong> a CPI percebera potencialida<strong>de</strong> que um sistema <strong>de</strong> troca <strong>de</strong> informaçõesentre instituições fe<strong>de</strong>rais e estaduais po<strong>de</strong> representarno combate ao <strong>narcotráfico</strong>.O sucesso <strong>de</strong> investigações levadas a cabo por estaCPI, como, por exemplo, no <strong>de</strong>smantelamento <strong>de</strong> uma quadrilha<strong>de</strong> transporte aéreo <strong>de</strong> drogas sediada em Atibaia ecom ramificações e atuação em vários esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> país,<strong>de</strong>veu-se sobretu<strong>do</strong> à capacida<strong>de</strong> que esta Comissão teve<strong>de</strong> reunir, em poucos meses, informações espalhadas porPolícias Estaduais e pela Polícia Fe<strong>de</strong>ral em vários esta<strong>do</strong>s,com o apoio <strong>do</strong> Ministério Público e <strong>do</strong> Po<strong>de</strong>r Judiciário<strong>de</strong>stas Unida<strong>de</strong>s da Fe<strong>de</strong>ração e a participação <strong>de</strong> outrasComissões Parlamentares <strong>de</strong> Inquérito instaladas noCongresso Nacional e em várias Assembléias <strong>Legislativa</strong>s.Neste senti<strong>do</strong>, pu<strong>de</strong>mos apren<strong>de</strong>r que a integração dasinstituições voltadas ao combate permanente e cotidianoao <strong>narcotráfico</strong> é a gran<strong>de</strong> saída para enfrentarmos o crimeorganiza<strong>do</strong> e a base fundamental para a constituição <strong>de</strong>autênticas forças-tarefa capazes <strong>de</strong> potencializar a ação queessas mesmas instituições <strong>de</strong>senvolvem a partir <strong>de</strong> suasatribuições particulares.Esta CPI <strong>de</strong>ve registrar, com tristeza, que seus trabalhosforam imensamente prejudica<strong>do</strong>s por esta falta <strong>de</strong>uma cultura <strong>de</strong> cooperação entre as instituições. É <strong>de</strong> seressaltar, neste senti<strong>do</strong>, a lamentável postura <strong>do</strong> BancoCentral, relatada com <strong>de</strong>talhes adiante, que obrigou estaComissão a buscar no Po<strong>de</strong>r Judiciário a garantia <strong>de</strong> acessoa informações <strong>de</strong>correntes da quebra <strong>de</strong> sigilo bancário<strong>de</strong> pessoas investigadas, em processo que acabou pordurar praticamente to<strong>do</strong> o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> funcionamento <strong>de</strong>nossos trabalhos. Po<strong>de</strong>ríamos registrar também a pequenacolaboração da Polícia Fe<strong>de</strong>ral e da Receita Fe<strong>de</strong>ral aosnossos trabalhos, em que pese a participação <strong>de</strong> agentes e<strong>de</strong>lega<strong>do</strong>s da Polícia Fe<strong>de</strong>ral, bem como auditores fiscaisda Receita Fe<strong>de</strong>ral, em algumas iniciativas <strong>de</strong>sta CPI.A sensação que esta Comissão tem e buscará combateré que os mecanismos <strong>de</strong> controle da ação criminosa nopaís e em nosso esta<strong>do</strong> estão limita<strong>do</strong>s fortemente. Emparticular, por uma orientação <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> Brasileiro, presenteno governo fe<strong>de</strong>ral e no governo estadual, <strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar aolivre sabor <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> as relações econômicas em territórionacional. Com o pretexto <strong>de</strong> facilitar as transaçõesfinanceiras e as trocas comerciais, institutos fundamentaispara a soberania nacional e o combate ao crime foramrevoga<strong>do</strong>s ou limita<strong>do</strong>s em sua atuação. Além <strong>do</strong> sucateamentojá menciona<strong>do</strong> imposto à Polícia Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong>s<strong>de</strong> ogoverno Collor e da revogação <strong>de</strong> procedimentos <strong>de</strong> guarda<strong>de</strong> nossas fronteiras por esta instituição policial, estaCPI <strong>de</strong>dicou-se a aprofundar a situação da Receita Fe<strong>de</strong>ral.A partir <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>s sobre os aeroportos internacionais <strong>de</strong>Cumbica, em Guarulhos, e Viracopos, em Campinas, além<strong>do</strong> porto <strong>de</strong> Santos, pu<strong>de</strong>mos constatar como a movimentação<strong>de</strong> pessoas e cargas nessas portas <strong>de</strong> entrada e saída<strong>do</strong> país tem sua fiscalização fragilizada, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a permitira utilização <strong>de</strong>sses espaços públicos como entrepostos <strong>do</strong>comércio internacional da droga.Se o <strong>de</strong>scontrole da movimentação <strong>de</strong>sses espaços oficiaisé notório, que falar das quase quatro centenas <strong>de</strong> pistasclan<strong>de</strong>stinas <strong>de</strong> pouso e <strong>de</strong>colagem <strong>de</strong> pequenas aeronavesespalhadas por to<strong>do</strong> o interior <strong>do</strong> esta<strong>do</strong>, que seconstituem num autêntico tapete à disposição <strong>do</strong> tráficointernacional <strong>de</strong> drogas? <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong> é, na verda<strong>de</strong>, um verda<strong>de</strong>iro“queijo suíço” cujo espaço aéreo e terrestre estáplenamente acessível, a qualquer hora <strong>do</strong> dia ou da noite,para o tráfico internacional <strong>de</strong> drogas. As autorida<strong>de</strong>s daAeronáutica e das Polícias, ouvidas pela CPI, mostram-seimpotentes para coibir essa ativida<strong>de</strong> ilegal e danosa aointeresse público, o que será objeto <strong>de</strong> propostas por parte<strong>de</strong>sta Comissão logo mais à frente.A mesma sensação <strong>de</strong> impotência verificou-se quan<strong>do</strong>a CPI <strong>de</strong>bruçou-se sobre a situação <strong>do</strong> sistema carcerário<strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>. Os números aponta<strong>do</strong>s sobre o tema nesteRelatório indicam que presos com po<strong>de</strong>r econômico ouarticulação política com grupos organiza<strong>do</strong>s não ficamnesta condição por muito tempo. A quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fugaslevantadas, tanto nas penitenciárias estaduais quanto -principalmente - nas ca<strong>de</strong>ias públicas e distritos policiais,bem como o envolvimento <strong>de</strong> agentes públicos no favorecimento,por ação ou omissão, nestas fugas e transferências<strong>de</strong> presos privilegia<strong>do</strong>s, <strong>de</strong>monstram o acerto <strong>de</strong> umadas propostas <strong>de</strong>ssa Comissão, aprovada em <strong>de</strong>zembro <strong>do</strong>ano passa<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> <strong>do</strong> <strong>de</strong>bate sobre a situação na Casa<strong>de</strong> Detenção <strong>do</strong> Carandiru, <strong>de</strong> constituir uma outra CPI paraa investigação <strong>do</strong> crime organiza<strong>do</strong> no interior <strong>do</strong> sistemapenitenciário. Esta nova CPI, instalada neste mês <strong>de</strong> junho,po<strong>de</strong>rá dar continuida<strong>de</strong> aos estu<strong>do</strong>s traça<strong>do</strong>s no âmbito<strong>de</strong>sta Comissão, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a respon<strong>de</strong>r a toda a socieda<strong>de</strong>paulista pela crescente ousadia <strong>de</strong> grupos criminosos queparecem <strong>do</strong>minar o sistema penitenciário ou, pelo menos,disputar com o Esta<strong>do</strong> esse controle.Por fim, é preciso ainda registrar, nessa introdução,que a CPI <strong>do</strong> Narcotráfico da Assembléia <strong>Legislativa</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong><strong>Paulo</strong> procurou agir com responsabilida<strong>de</strong> e senso <strong>de</strong> justiçaem todas as investigações que <strong>de</strong>senvolveu. Emnenhum momento, procuramos substituir a ação dasPolícias, <strong>do</strong> Ministério Público e <strong>do</strong> Po<strong>de</strong>r Judiciário noequacionamento <strong>do</strong>s casos <strong>de</strong>lituosos investiga<strong>do</strong>s.Procuramos, ao escolher priorida<strong>de</strong>s temáticas, aprofundaraspectos que nos parecem ser fundamentais para chegarmosao merca<strong>do</strong> atacadista da droga, ao ‘modus operandi’<strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s traficantes, ao diagnóstico da atuação das instituiçõesencarregadas pela socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> protegê-la frenteao flagelo <strong>do</strong> tráfico <strong>de</strong> drogas.Neste senti<strong>do</strong>, procuramos evitar o espetáculo fácil, o<strong>de</strong>nuncismo irresponsável, a revogação <strong>de</strong> direitos <strong>de</strong> pessoassuspeitas ou acusadas <strong>de</strong> crimes, o constrangimentoa testemunhas e convida<strong>do</strong>s a dar <strong>de</strong>poimentos sobrequestões em estu<strong>do</strong> e investigação por essa Comissão.Não se encontrará neste Relatório, portanto, em que pese orelato <strong>de</strong> casos <strong>de</strong>lituosos investiga<strong>do</strong>s pela Comissãocomo ilustrativos <strong>do</strong>s temas prioritários aborda<strong>do</strong>s, umprontuário policial. Trata-se, na verda<strong>de</strong>, <strong>de</strong> uma peça política,<strong>de</strong> investigação parlamentar, a cargo <strong>de</strong> uma instituiçãoencarregada pela Socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> legislar e fiscalizar asações <strong>de</strong> outros Po<strong>de</strong>res, particularmente o Executivo. AAssembléia <strong>Legislativa</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, ao término <strong>do</strong>s trabalhos<strong>de</strong>sta Comissão, apresenta ao povo <strong>de</strong> nosso Esta<strong>do</strong>as conclusões <strong>de</strong>stes meses <strong>de</strong> investigação e estu<strong>do</strong>s.O esforço <strong>de</strong> apresentar propostas para qualificar esseenfrentamento <strong>de</strong>ve ser permanente, e por isso as sugestõesapresentadas ao final <strong>de</strong>sse relatório serão encaminhadasa todas as autorida<strong>de</strong>s encarregadas <strong>de</strong> sua implementação.Caberá às Comissões Permanentes <strong>de</strong>sta Casa<strong>de</strong> Leis, como as <strong>de</strong> Segurança Pública, Direitos Humanos,Assuntos Internacionais, Finanças e Orçamento, entreoutras, o acompanhamento das políticas públicas aquisugeridas ao Po<strong>de</strong>r Executivo Estadual e a outrasInstituições e Po<strong>de</strong>res.Agra<strong>de</strong>cemos a todas as pessoas e instituições quecolaboraram com os trabalhos <strong>de</strong>ssa Comissão: membrosdas Polícias Estaduais e da Polícia Fe<strong>de</strong>ral, promotores <strong>de</strong>justiça, juízes, estudiosos e pesquisa<strong>do</strong>res sobre questõescriminais, funcionários públicos <strong>do</strong> Executivo estadual efe<strong>de</strong>ral e - principalmente - às testemunhas que contribuíramcom seus <strong>de</strong>poimentos, algumas <strong>de</strong>las ameaçadas em<strong>de</strong>corrência <strong>de</strong> sua contribuição. Sem elas, o trabalho <strong>do</strong>s<strong>de</strong>puta<strong>do</strong>s e <strong>de</strong>putadas que compuseram esta Comissãonão teria si<strong>do</strong> possível.<strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, 29 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2.001.2. FORMAÇÃO, COMPOSIÇÃOE FUNCIONAMENTO DA CPI2.1. Ato <strong>do</strong> Senhor Presi<strong>de</strong>nte da Assembléia<strong>Legislativa</strong> crian<strong>do</strong> a CPI <strong>do</strong> NarcotráficoAto n.º 69 <strong>de</strong> 1999O Presi<strong>de</strong>nte da Assembléia <strong>Legislativa</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong><strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, no uso <strong>de</strong> suas atribuições regimentais e observadasas indicações <strong>do</strong>s Lí<strong>de</strong>res Partidários, nomeia osseguintes Deputa<strong>do</strong>s para comporem ComissãoParlamentar <strong>de</strong> Inquérito, constituída pela aprovação <strong>do</strong>requerimento n.º 3.208, <strong>de</strong> 1999, com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong>, noprazo <strong>de</strong> 120 (cento e vinte) dias, apurar organizações queatuam no <strong>narcotráfico</strong> no Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, suas relaçõescom roubo <strong>de</strong> cargas, assassinatos, lavagem <strong>de</strong>dinheiro e <strong>de</strong>mais ativida<strong>de</strong>s criminosas relacionadas como <strong>narcotráfico</strong>, assim como o envolvimento, a participaçãoou colaboração <strong>de</strong> agentes públicos e órgãos estatais nasações <strong>do</strong> tráfico <strong>de</strong> drogas.PSDBMembro efetivo Deputa<strong>do</strong> Carlos SampaioMembro substituto Deputa<strong>do</strong> Wilson MoraisPTMembros efetivos Deputa<strong>do</strong> Elói Pietá Deputa<strong>do</strong>Renato SimõesMembros substitutos Deputa<strong>do</strong> Van<strong>de</strong>rlei SiraqueDeputa<strong>do</strong> <strong>Paulo</strong> TeixeiraPTBMembro efetivo Deputa<strong>do</strong> Celso TanauíMembro substituto Deputa<strong>do</strong> Campos Macha<strong>do</strong>PLMembro efetivo Deputa<strong>do</strong> Milton VieiraMembro substituto Deputa<strong>do</strong> Ramiro MevesPPBMembro efetivo Deputa<strong>do</strong> Conte LopesMembro substituto Deputa<strong>do</strong> Carlos BragaPPSMembro efetivo Deputa<strong>do</strong> Dimas RamalhoMembro substituto Deputa<strong>do</strong> Vitor SapienzaPDTMembro efetivo Deputa<strong>do</strong> Pedro TobiasMembro substituto Deputa<strong>do</strong> Pedro MoriPMDBMembro efetivo Deputada Rosmary CorrêaMembro substituto Deputa<strong>do</strong> Faria JúniorPC<strong>do</strong>BMembro efetivo Deputa<strong>do</strong> Jamil MuradMembro substituto Deputa<strong>do</strong> Nival<strong>do</strong> SantanaPSBMembro efetivo Deputa<strong>do</strong> Alberto CalvoMembro substituto Deputa<strong>do</strong> Cesar CallegariPRPMembro efetivo Deputada Zuza Abdul MassihPSDMembro efetivo Deputa<strong>do</strong> Nabi Abi ChedidAssembléia <strong>Legislativa</strong>, em 09 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1999a) VANDERLEI MACRIS, Presi<strong>de</strong>nte2.2. Ata da Reunião Especial <strong>de</strong> eleição <strong>do</strong> Presi<strong>de</strong>nte,Vice-Presi<strong>de</strong>nte e Relatores:Aos quatorze dias <strong>do</strong> mês <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> mil novecentose noventa e nove, às <strong>de</strong>z horas, no Plenário JoséBonifácio da Assembléia <strong>Legislativa</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong><strong>Paulo</strong>, realizou-se a Reunião Especial da ComissãoParlamentar <strong>de</strong> Inquérito constituída com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong>apurar organizações que atuam no <strong>narcotráfico</strong> no Esta<strong>do</strong><strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, suas relações com roubo <strong>de</strong> cargas, assassinatos,lavagem <strong>de</strong> dinheiro e <strong>de</strong>mais ativida<strong>de</strong>s criminosasrelacionadas com o <strong>narcotráfico</strong>, assim como o envolvimento,a participação ou colaboração <strong>de</strong> agentes públicose órgãos estatais nas ações <strong>do</strong> tráfico <strong>de</strong> drogas, com oescopo <strong>de</strong>, nos termos <strong>do</strong> artigo 36 da IX Consolidação <strong>do</strong>Regimento Interno, proce<strong>de</strong>r à eleição <strong>do</strong> Presi<strong>de</strong>nte eVice-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>ste órgão técnico, convocada e presididapelo Senhor Deputa<strong>do</strong> Alberto Calvo. Estiveram presentesa Senhora Deputada Rosmary Corrêa e os SenhoresDeputa<strong>do</strong>s Dimas Ramalho, Jamil Murad, Milton Vieira,Conte Lopes, Pedro Tobias, Carlos Sampaio, Elói Pietá,Celso Tanauí, Nabi Abi Chedid e Zuza Abdul Massih.Ausente, por motivo justifica<strong>do</strong>, o Senhor Deputa<strong>do</strong> RenatoSimões. Presentes, também, o Senhor Presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>staCasa <strong>de</strong> Leis, Deputa<strong>do</strong> Van<strong>de</strong>rlei Macris, e os SenhoresDeputa<strong>do</strong>s Van<strong>de</strong>rlei Siraque, Roberto Engler, Ary Fossen,Arnal<strong>do</strong> Jardim, Walter Feldman, Campos Macha<strong>do</strong> e VitorSapienza. Haven<strong>do</strong> número regimental, o Senhor Deputa<strong>do</strong>Alberto Calvo <strong>de</strong>clarou abertos os trabalhos. Pela or<strong>de</strong>m, oDeputa<strong>do</strong> Jamil Murad requereu a suspensão <strong>do</strong>s trabalhospor cinco minutos. Aprova<strong>do</strong>. Reaberta a reunião nahora aprazada e com o mesmo quorum, o Deputa<strong>do</strong>Alberto Calvo convi<strong>do</strong>u a tomar assento à Mesa daPresidência o Senhor Deputa<strong>do</strong> Van<strong>de</strong>rlei Macris, queteceu comentários sobre a importância da instalação <strong>de</strong>staCPI. Em seguida, o Deputa<strong>do</strong> Alberto Calvo indagou aosmembros efetivos se havia alguma indicação para o cargo<strong>de</strong> Presi<strong>de</strong>nte. Pela or<strong>de</strong>m, o Deputa<strong>do</strong> Nabi Abi Chedidindicou o Deputa<strong>do</strong> Dimas Ramalho. Não haven<strong>do</strong> maisnenhuma indicação, em votação, foi, por unanimida<strong>de</strong> <strong>de</strong>votos, eleito para a Presidência <strong>de</strong>sta Comissão oDeputa<strong>do</strong> Dimas Ramalho. Este, em seguida, assumiu aPresidência, agra<strong>de</strong>ceu aos seus pares a confiança por eles<strong>de</strong>monstrada ao apoiar a sua indicação e teceu comentáriosacerca <strong>do</strong>s objetivos e das responsabilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>steórgão técnico. Em seguida, o Senhor Presi<strong>de</strong>nte iniciou oprocedimento <strong>de</strong> eleição <strong>do</strong> Vice-presi<strong>de</strong>nte. Pela or<strong>de</strong>m, aDeputada Rosmary Corrêa indicou para o cargo oDeputa<strong>do</strong> Elói Pietá. Não haven<strong>do</strong> mais nenhuma indicação,em votação, foi, por unanimida<strong>de</strong> <strong>de</strong> votos, eleito oSenhor Deputa<strong>do</strong> Elói Pietá para a Vice-presidênciaPresidência <strong>de</strong>sta Comissão. A seguir, em consonânciacom os parti<strong>do</strong>s com assento nesta Casa que propuseram ainstalação <strong>de</strong>sta CPI, foram <strong>de</strong>signa<strong>do</strong>s relatores osDeputa<strong>do</strong>s Renato Simões, Carlos Sampaio, Celso Tanauí ea Deputada Rosmary Corrêa. Foram aprova<strong>do</strong>s tambémrequerimentos solicitan<strong>do</strong> informações, audiências e apoioaos trabalhos <strong>de</strong>: Secretarias <strong>de</strong> Esta<strong>do</strong>, Presidência daALESP, Ministérios Fe<strong>de</strong>rais, Assembléias <strong>Legislativa</strong>s,Ministério Público Estadual e Fe<strong>de</strong>ral, Congresso Nacional,Po<strong>de</strong>r Judiciário Estadual e Fe<strong>de</strong>ral, Polícias Civil e Militar,Banco Central. Usaram da palavra durante a reunião osDeputa<strong>do</strong>s Van<strong>de</strong>rlei Macris, Dimas Ramalho, AlbertoCalvo, Jamil Murad, Milton Vieira, Conte Lopes, PedroTobias, Carlos Sampaio, Elói Pietá, Celso Tanauí, Nabi AbiChedid, Zuza Abdul Massih, Van<strong>de</strong>rlei Siraque, WalterFeldman, Campos Macha<strong>do</strong> e a Deputada Rosmary Corrêa.Em seguida, o Senhor Presi<strong>de</strong>nte suspen<strong>de</strong>u a reunião por<strong>de</strong>z minutos para a lavratura da presente ata. Reaberta areunião com o mesmo quorum, foi a mesma lida e aprovada.Nada mais haven<strong>do</strong> a tratar, o Senhor Presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>clarouencerra<strong>do</strong>s os trabalhos, que foram grava<strong>do</strong>s peloServiço <strong>de</strong> Som, passan<strong>do</strong> seu inteiro teor, após transcrição,a fazer parte integrante <strong>de</strong>sta ata, que foi lavrada pormim, Otavio Augusto <strong>de</strong> Castro Freitas, Agente TécnicoLegislativo, que a assino após Sua Excelência.Plenário José Bonifácio, em 14.12.99a) Dimas Ramalho - Presi<strong>de</strong>ntea) Otavio Augusto <strong>de</strong> Castro Freitas - Secretário2.3. Ata da Terceira Reunião da CPI, realizada em 17<strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2.000, na qual foram fixadas diretrizes técnicaspara os trabalhos e <strong>de</strong>finidas as relatorias:ATA DA TERCEIRA REUNIÃO DA COMISSÃO PARLA-MENTAR DE INQUÉRITO CONSTITUÍDA COM A FINALIDA-DE DE APURAR ORGANIZAÇÕES QUE ATUAM NO NAR-COTRÁFICO NO ESTADO DE SÃO PAULO, SUASRELAÇÕES COM ROUBO DE CARGAS, ASSASSINATOS,LAVAGEM DE DINHEIRO E DEMAIS ATIVIDADES CRIMINO-SAS RELACIONADAS COM O NARCOTRÁFICO, ASSIMCOMO O ENVOLVIMENTO, A PARTICIPAÇÃO OUCOLABORAÇÃO DE AGENTES PÚBLICOS E ÓRGÃOSESTATAIS NAS AÇÕES DO TRÁFICO DE DROGAS, OCOR-RIDA NA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA DA DÉCIMAQUARTA LEGISLATURA.Aos <strong>de</strong>zessete dias <strong>do</strong> mês <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> <strong>do</strong>is mil, às<strong>de</strong>z horas, no Auditório Teotônio Vilela da Assembléia<strong>Legislativa</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, realizou-se a TerceiraReunião da Comissão Parlamentar <strong>de</strong> Inquérito constituídacom a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> apurar organizações que atuam no <strong>narcotráfico</strong>no Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, suas relações com roubo<strong>de</strong> cargas, assassinatos, lavagem <strong>de</strong> dinheiro e <strong>de</strong>mais ativida<strong>de</strong>scriminosas relacionadas com o <strong>narcotráfico</strong>, assimcomo o envolvimento, a participação ou colaboração <strong>de</strong>agentes públicos e órgãos estatais nas ações <strong>do</strong> tráfico <strong>de</strong>drogas, ocorrida na Segunda Sessão <strong>Legislativa</strong>, daDécima Quarta Legislatura, sob a presidência <strong>do</strong> SenhorDeputa<strong>do</strong> Dimas Ramalho. Estiveram presentes a SenhoraDeputada Rosmary Corrêa e os Senhores Deputa<strong>do</strong>s JamilMurad, Milton Vieira, Conte Lopes, Pedro Tobias, Elói Pietá,Celso Tanauí, Nabi Abi Chedid, Renato Simões e WilsonMorais (substituto). Licencia<strong>do</strong> o Senhor Deputa<strong>do</strong> CarlosSampaio. Ausentes os Senhores Deputa<strong>do</strong>s Alberto Calvoe Zuza Abdul Massih. Presente, também, o SenhorDeputa<strong>do</strong> Van<strong>de</strong>rlei Siraque. Haven<strong>do</strong> número regimental,o Senhor Presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>u início aos trabalhos, ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong>dispensada, a pedi<strong>do</strong>s, a leitura da ata da reunião anterior,que foi consi<strong>de</strong>rada aprovada. A presente reunião foi convocadapara análise <strong>de</strong> <strong>do</strong>cumentos, discussão <strong>do</strong> andamento<strong>do</strong>s trabalhos e planejamento das próximas ativida<strong>de</strong>s<strong>de</strong>sta CPI. Relativamente à visita aos órgãos públicos<strong>de</strong> Santos (Ministério Público, Po<strong>de</strong>r Judiciário, Polícia Civile Polícia Militar) realizada por membros <strong>de</strong>sta Comissão noúltimo dia 11 <strong>de</strong> fevereiro, os Senhores Deputa<strong>do</strong>s que láestiveram teceram consi<strong>de</strong>rações sobre a importância e oresulta<strong>do</strong> <strong>do</strong>s encontros que tiveram naquela cida<strong>de</strong> para olevantamento <strong>de</strong> informações e da<strong>do</strong>s sobre o <strong>narcotráfico</strong>na região da Baixada Santista. Ficou <strong>de</strong>cidi<strong>do</strong> ainda oficiarà Secretaria <strong>de</strong> Esta<strong>do</strong> da Segurança Pública e ao Tribunal<strong>de</strong> Justiça Militar <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong> solicitan<strong>do</strong> informações<strong>de</strong> interesse <strong>de</strong>sta Comissão. A seguir, o SenhorPresi<strong>de</strong>nte suspen<strong>de</strong>u a reunião por vinte minutos paraque os Senhores Deputa<strong>do</strong>s pu<strong>de</strong>ssem discutir em caráterpriva<strong>do</strong> o teor <strong>do</strong>s <strong>do</strong>cumentos e das informações emposse <strong>de</strong>sta CPI. Reaberta a reunião na hora aprazada ecom o mesmo quorum, <strong>de</strong>cidiu-se que a reunião passasse,nos termos regimentais, a ter caráter reserva<strong>do</strong>. Foi aprovada,por consenso, a divisão das investigações da CPI noEsta<strong>do</strong> em quatro áreas: 1 - Aeroportos, sen<strong>do</strong> <strong>de</strong>signa<strong>do</strong>relator o Deputa<strong>do</strong> Renato Simões. 2 - Portos (Santos e <strong>São</strong>Sebastião), sen<strong>do</strong> <strong>de</strong>signa<strong>do</strong> relator o Deputa<strong>do</strong> WilsonMorais. 3 - Fuga e transferência <strong>de</strong> traficantes das prisões,sen<strong>do</strong> <strong>de</strong>signada relatora a Deputada Rosmary Corrêa. 4 -Rotas terrestres <strong>do</strong> <strong>narcotráfico</strong>, sen<strong>do</strong> <strong>de</strong>signa<strong>do</strong> relator oDeputa<strong>do</strong> Celso Tanauí. Ficou <strong>de</strong>cidi<strong>do</strong> ainda o seguintecronograma para tratar <strong>de</strong> questões afetas a estaComissão: A - Visita <strong>de</strong> trabalho no próximo dia 18 <strong>de</strong> fevereiro,sexta-feira, <strong>de</strong> membros da CPI aos seguintes órgãospúblicos na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ribeirão Preto: Ministério Público,Po<strong>de</strong>r Judiciário, Polícia Civil, Polícia Militar e PolíciaFe<strong>de</strong>ral. B - Encontro <strong>de</strong> Trabalho <strong>de</strong> Deputa<strong>do</strong>s <strong>de</strong>staComissão com os membros da CPI <strong>do</strong> Narcotráfico <strong>do</strong>Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>LEGISLATIVOJornalista ResponsávelFlorestan Fernan<strong>de</strong>s Junior - MTb 14.232/52Gerente <strong>de</strong> Redação - Cláudio AmaralREDAÇÃORua João Antonio <strong>de</strong> Oliveira, 152CEP 03111-010 – <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>Telefone 6099-9800 - Fax 6099-9706http://www.imprensaoficial.com.bre-mail: imprensaoficial@imprensaoficial.com.brASSINATURAS – (11) 6099-9421 e 6099-9626PUBLICIDADE LEGAL – (11) 6099-9420 e 6099-9435VENDA AVULSA – EXEMPLAR DO DIA: R$ 2,55 — EXEMPLAR ATRASADO: R$ 5,14FILIAIS – CAPITAL• JUNTA COMERCIAL – (11) 3825-6101 - Fax (11) 3825-6573 - Rua Barra Funda, 836 - Rampa• POUPATEMPO/SÉ – (11) 3117-7020 - Fax (11) 3117-7019 - Pça <strong>do</strong> Carmo, snºFILIAIS - INTERIOR• ARAÇATUBA – Fone/Fax (18) 623-0310 - Rua Antonio João, 130• BAURU – Fone/Fax (14) 227-0954 - Pça. das Cerejeiras, 4-44• CAMPINAS– Fone (19) 3236-5354 - Fax (19) 3236-4707 - Rua Irmã Serafina, 97 - Bosque• MARÍLIA – Fone/Fax (14) 422-3784 - Av. Rio Branco, 803• PRESIDENTE PRUDENTE – Fone/Fax (18) 221-3128 - Av. Manoel Goulart, 2.109• RIBEIRÃO PRETO – Fone/Fax (16) 610-2045 - Av. 9 <strong>de</strong> Julho, 378• SÃO JOSÉ DO RIO PRETO – Fone/Fax (17) 234-3868 - Rua Macha<strong>do</strong> <strong>de</strong> Assis, 224 - Santa Cruz• SOROCABA – Fone/Fax (15) 233-7798 - Rua 7 <strong>de</strong> Setembro, 287 - 5º andar - Sala 51DIRETOR-PRESIDENTESérgio KobayashiDIRETOR VICE-PRESIDENTELuiz Carlos FrigerioDIRETORESIndustrial: Carlos NicolaewskyFinanceiro e Administrativo: Richard VainbergIMPRENSA OFICIAL DO ESTADO S.A. IMESPCNPJ 48.066.047/0001-84Inscr. Estadual - 109.675.410.118Se<strong>de</strong> e AdministraçãoRua da Mooca, 1.921 - CEP 03103-902 - SP(PABX) 6099-9800 - Fax (11) 6692-3503
D.O.E.; Po<strong>de</strong>r Legislativo, <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, 112 (117), sába<strong>do</strong>, 22 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2002 – SUPLEMENTO – 3Congresso Nacional no próximo dia 22 <strong>de</strong> fevereiro, terçafeira,em Brasília. Usaram da palavra, durante a reunião, aDeputada Rosmary Corrêa e os Deputa<strong>do</strong>s Jamil Murad,Milton Vieira, Conte Lopes, Pedro Tobias, Elói Pietá, CelsoTanauí e Renato Simões. Nada mais haven<strong>do</strong> a tratar, oSenhor Presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>clarou encerra<strong>do</strong>s os trabalhos, queforam grava<strong>do</strong>s pelo Serviço <strong>de</strong> Som, passan<strong>do</strong> seu inteiroteor, após transcrição, a fazer parte integrante <strong>de</strong>sta ata,que foi lavrada por mim, Otavio Augusto <strong>de</strong> Castro Freitas,Agente Técnico Legislativo, que a assino após SuaExcelência.Aprovada em reunião <strong>de</strong> 16.3.2000a) Dimas Ramalho - Presi<strong>de</strong>ntea) Otavio Augusto <strong>de</strong> Castro Freitas - Secretário2.4. Ata da Vigésima Sétima Reunião da CPI, realizadaem 05 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2.000, na qual foi <strong>de</strong>finida a relatoriageralATA DA VIGÉSIMA SÉTIMA REUNIÃO DA COMISSÃOPARLAMENTAR DE INQUÉRITO CONSTITUÍDA COM AFINALIDADE DE APURAR ORGANIZAÇÕES QUE ATUAMNO NARCOTRÁFICO NO ESTADO DE SÃO PAULO, SUASRELAÇÕES COM ROUBO DE CARGAS, ASSASSINATOS,LAVAGEM DE DINHEIRO E DEMAIS ATIVIDADES CRIMINO-SAS RELACIONADAS COM O NARCOTRÁFICO, ASSIMCOMO O ENVOLVIMENTO, A PARTICIPAÇÃO OUCOLABORAÇÃO DE AGENTES PÚBLICOS E ÓRGÃOSESTATAIS NAS AÇÕES DO TRÁFICO DE DROGAS, OCOR-RIDA NA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA DA DÉCIMAQUARTA LEGISLATURA.Aos cinco dias <strong>do</strong> mês <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> <strong>do</strong>is mil, às <strong>de</strong>zhoras, no Plenário D. Pedro I da Assembléia <strong>Legislativa</strong> <strong>do</strong>Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, realizou-se a Vigésima SétimaReunião da Comissão Parlamentar <strong>de</strong> Inquérito constituídacom a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> apurar organizações que atuam no <strong>narcotráfico</strong>no Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, suas relações com roubo<strong>de</strong> cargas, assassinatos, lavagem <strong>de</strong> dinheiro e <strong>de</strong>mais ativida<strong>de</strong>scriminosas relacionadas com o <strong>narcotráfico</strong>, assimcomo o envolvimento, a participação ou colaboração <strong>de</strong>agentes públicos e órgãos estatais nas ações <strong>do</strong> tráfico <strong>de</strong>drogas, ocorrida na Segunda Sessão <strong>Legislativa</strong>, daDécima Quarta Legislatura, sob a Presidência <strong>do</strong> SenhorDeputa<strong>do</strong> Dimas Ramalho. Estiveram presentes a SenhoraDeputada Rosmary Corrêa e os Senhores Deputa<strong>do</strong>s ConteLopes, Jamil Murad, Renato Simões, Pedro Tobias, CelsoTanauí e Wilson Morais (substituto). Licencia<strong>do</strong> o SenhorDeputa<strong>do</strong> Carlos Sampaio. Ausente por motivo justifica<strong>do</strong>o Senhor Deputa<strong>do</strong> Milton Vieira. Ausentes os SenhoresDeputa<strong>do</strong>s Nabi Abi Chedid,Alberto Calvo e Elói Pietá.Haven<strong>do</strong> número regimental, o Senhor Presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>u inícioaos trabalhos, ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> dispensada, a pedi<strong>do</strong>s, a leiturada ata da reunião anterior, que foi consi<strong>de</strong>rada aprovada.A seguir, o Senhor Presi<strong>de</strong>nte passou a palavra aosSenhores Deputa<strong>do</strong>s que teceram consi<strong>de</strong>rações acerca<strong>do</strong>s trabalhos e <strong>do</strong>s próximos passos <strong>de</strong>sta CPI. Decidiu-se,ainda, pela <strong>de</strong>signação <strong>do</strong> Deputa<strong>do</strong> Renato Simões comoRelator Geral da Comissão. Durante a reunião, foram aprova<strong>do</strong>sos respectivos encaminhamentos: 1 - Convocaçãodas seguintes pessoas para, em data oportuna, serem ouvidaspor esta CPI: Inspetor José Roberto Rodrigues Barbosa(Diretor da Receita Fe<strong>de</strong>ral no aeroporto <strong>de</strong> Guarulhos),Inspetor Marcos Bessa Nisti (Diretor da Receita Fe<strong>de</strong>ral noaeroporto <strong>de</strong> Campinas), Alexandre Feiroz (Auditor Fiscalda Receita Fe<strong>de</strong>ral em Santos), Nilton Rego <strong>de</strong> Barros(Despachante Aduaneiro <strong>de</strong> Santos), <strong>Paulo</strong> César <strong>de</strong> AraújoPereira, Joaquim Arnal<strong>do</strong> da Silva Neto, AgamenonMonteiro <strong>de</strong> Souza (vulgo “Ceará”), Val<strong>de</strong>nor Marchezan eApareci<strong>do</strong> Donizete Muniz. 2 - Convite ao senhor <strong>Paulo</strong> GilHölck Introíni (Presi<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> Sindicato Nacional <strong>do</strong>sAuditores Fiscais da Receita Fe<strong>de</strong>ral - UNAFISCO) para, emdata oportuna, ser ouvi<strong>do</strong> por esta CPI. 3 - Expedição <strong>de</strong>ofícios à Procura<strong>do</strong>ria Geral <strong>de</strong> Justiça, Tribunal <strong>de</strong> Justiça<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, Câmara Municipal, Fórum ePrefeitura <strong>do</strong> Município <strong>de</strong> <strong>São</strong> José <strong>do</strong> Rio Preto, encaminhan<strong>do</strong>voto <strong>de</strong> congratulação e apoio aos trabalhos<strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s pelo Excelentíssimo Senhor Juiz <strong>de</strong> DireitoDr. Emílio Migliano e pelos Excelentíssimos SenhoresPromotores <strong>de</strong> Justiça Dr. Marco Antonio Lélis, Dr. FábioMiskulin e Dr. Sérgio Acaiaba <strong>de</strong> Tole<strong>do</strong> - to<strong>do</strong>s <strong>do</strong> grupo<strong>de</strong> combate ao <strong>narcotráfico</strong> em <strong>São</strong> José <strong>do</strong> Rio Preto.Logo após, ten<strong>do</strong> em vista o teor <strong>do</strong>s assuntos a serem trata<strong>do</strong>s,<strong>de</strong>cidiu-se que a reunião passasse, nos termos regimentais,a ter caráter reserva<strong>do</strong>. Usaram da palavra aDeputada Rosmary Corrêa e os Deputa<strong>do</strong>s Renato Simões,Pedro Tobias, Celso Tanauí e Wilson Morais. Nada maishaven<strong>do</strong> a tratar, o Senhor Presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>clarou encerra<strong>do</strong>sos trabalhos, que foram grava<strong>do</strong>s pelo Serviço <strong>de</strong> Som,passan<strong>do</strong> seu inteiro teor, após transcrição, a fazer parteintegrante <strong>de</strong>sta ata, que foi lavrada por mim, OtavioAugusto <strong>de</strong> Castro Freitas, Agente Técnico Legislativo, quea assino após Sua Excelência.Aprovada em reunião <strong>de</strong> 8.11.00.a) Dimas Ramalho - Presi<strong>de</strong>ntea) Otavio Augusto <strong>de</strong> Castro Freitas - Secretário3. ATIVIDADESDESENVOLVIDASAprovada em 03 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1999, a presenteComissão Parlamentar <strong>de</strong> Inquérito foi constituída com afinalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> apurar organizações que atuam no <strong>narcotráfico</strong>no Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, suas relações com roubo <strong>de</strong>cargas, assassinatos, lavagem <strong>de</strong> dinheiro e <strong>de</strong>mais ativida<strong>de</strong>scriminosas relacionadas com o <strong>narcotráfico</strong>, assimcomo o envolvimento, a participação ou colaboração <strong>de</strong>agentes públicos e órgãos estatais nas ações <strong>do</strong> tráfico <strong>de</strong>drogas.Instalada em 14 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1.999, esta CPI iniciouseus trabalhos em 1o. <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2.000, ao final <strong>do</strong>recesso parlamentar. No primeiro mês <strong>de</strong> trabalho, a CPIorganizou suas priorida<strong>de</strong>s e metas <strong>de</strong> investigação.Decidiu-se por uma divisão temática, e não geográfica: oobjetivo primordial da CPI seria menos traçar um enfrentamento<strong>do</strong> <strong>narcotráfico</strong> em cada região <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> e maisconcentrar suas preocupações na busca <strong>de</strong> um diagnóstico<strong>do</strong> papel <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong> no tráfico internacional <strong>de</strong>drogas e da atuação das instituições com a responsabilida<strong>de</strong>constitucional e legal <strong>de</strong> combater o <strong>narcotráfico</strong> <strong>de</strong>forma permanente, contribuin<strong>do</strong> com proposições que permitamum aperfeiçoamento das políticas <strong>de</strong> prevenção erepressão ao merca<strong>do</strong> ilícito da droga.Ao longo <strong>de</strong>stes 16 (<strong>de</strong>zesseis) meses em que se<strong>de</strong>senvolveram os trabalhos, foram realizadas 30 (trinta)Sessões nesta Casa, nas quais foram colhi<strong>do</strong>s 98 (noventae oito) <strong>de</strong>poimentos. A Comissão realizou ainda audiênciaspúblicas nas Cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Santos (11 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2.000) eem <strong>São</strong> José <strong>do</strong> Rio Preto (09 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2.000), naqual proce<strong>de</strong>u ao levantamento <strong>de</strong> informações e da<strong>do</strong>ssobre o <strong>narcotráfico</strong> na região, realizan<strong>do</strong> visitas a diversosórgãos públicos naquelas cida<strong>de</strong>s, além da oitiva <strong>de</strong><strong>de</strong>poentes e o recebimento <strong>de</strong> <strong>do</strong>cumentos entreguespelas autorida<strong>de</strong>s locais.Foram realiza<strong>do</strong>s, ainda, <strong>do</strong>is <strong>de</strong>bates com a finalida<strong>de</strong><strong>de</strong> subsidiar os trabalhos <strong>de</strong>ste órgão técnico: em 31 <strong>de</strong>agosto <strong>de</strong> 2.000 e em 19 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 2.000, com a participação<strong>de</strong> sindicalistas, policiais estaduais e fe<strong>de</strong>rais, quetraçaram um perfil da atuação das instituições nos aeroportosinternacionais e no Porto <strong>de</strong> Santos.Em <strong>de</strong>corrência <strong>de</strong> seus trabalhos, foram instaura<strong>do</strong>scerca <strong>de</strong> 27 (vinte e sete) inquéritos policiais, além da prisão<strong>de</strong> 22 (vinte e duas) pessoas e apreensão <strong>de</strong> inúmeros<strong>do</strong>cumentos que, mais <strong>do</strong> que propiciar a responsabilizaçãocriminal <strong>do</strong>s diversos envolvi<strong>do</strong>s, possibilitaram<strong>de</strong>monstrar uma face significativa <strong>do</strong> mo<strong>do</strong> <strong>de</strong> atuar <strong>do</strong> tráfico<strong>de</strong> entorpecentes no Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>.Foram expedi<strong>do</strong>s 542 (quinhentos e quarenta e <strong>do</strong>is)ofícios aos diversos órgãos públicos, que resultaram nos95 (noventa e cinco) volumes que permitiu um acervo consi<strong>de</strong>rável<strong>de</strong> <strong>do</strong>cumentos, hoje à disposição <strong>de</strong>sta Casa.Foram <strong>de</strong>claradas as quebras <strong>de</strong> sigilo bancário, telefônicoe fiscal <strong>de</strong> 11 (onze) pessoas, além <strong>do</strong> acompanhamento<strong>de</strong> diligências policiais e outras ativida<strong>de</strong>s realizadasnas cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Atibaia, Santos, <strong>São</strong> José <strong>do</strong> Rio Preto,Ipiguá, Palestina, Mirassol d’Oeste (MT), Cuiabá (MT),Maricá (RJ), Niterói (RJ), Barueri, <strong>São</strong> Sebastião e <strong>São</strong><strong>Paulo</strong>.Dada a abrangência <strong>de</strong> seu objeto, esta Comissãooptou por distribuir os trabalhos em quatro sub-relatorias,a<strong>do</strong>tan<strong>do</strong> como méto<strong>do</strong> as gran<strong>de</strong>s “faces” <strong>de</strong>sta ativida<strong>de</strong>:1 - o Transporte Aéreo da Droga, sen<strong>do</strong> <strong>de</strong>signa<strong>do</strong> relatoro Deputa<strong>do</strong> Renato Simões. 2 - Portos (Santos e <strong>São</strong>Sebastião), sen<strong>do</strong> <strong>de</strong>signa<strong>do</strong> relator o Deputa<strong>do</strong> WilsonMorais. 3 - Fuga e transferência <strong>de</strong> traficantes das prisões,sen<strong>do</strong> <strong>de</strong>signada relatora a Deputada Rosmary Corrêa. 4 -Rotas terrestres <strong>do</strong> <strong>narcotráfico</strong>, sen<strong>do</strong> <strong>de</strong>signa<strong>do</strong> relator oDeputa<strong>do</strong> Celso Tanauí.O presente Relatório Final, sistematiza<strong>do</strong> peloDeputa<strong>do</strong> Renato Simões, apresenta os principais aspectos<strong>do</strong>s Relatórios Parciais apresenta<strong>do</strong>s pelos senhoresDeputa<strong>do</strong>s.No encerramento <strong>de</strong> seus trabalhos, esta CPI prestahomenagem ao investiga<strong>do</strong>r <strong>de</strong> polícia Luciano Sturba,integrante da equipe <strong>do</strong> GERCO - Grupo Especial <strong>de</strong>Repressão ao Crime organiza<strong>do</strong>, <strong>do</strong> DENARC, <strong>de</strong>signa<strong>do</strong>para assessorar esta Comissão nas investigações relatadasnas páginas 107 a 129 (o caso Atibaia).Piloto <strong>de</strong> aeronaves, Sturba foi escolhi<strong>do</strong> para comporeste grupo por sua experiência na área e pelo perfil qualifica<strong>do</strong><strong>de</strong> sua ação como investiga<strong>do</strong>r <strong>de</strong> polícia. Na noite <strong>do</strong>dia 20 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2000, na véspera <strong>de</strong> empreen<strong>de</strong>r viagempara diligências em busca <strong>de</strong> empresários <strong>de</strong> Atibaia, entãoforagi<strong>do</strong>s, Sturba foi assassina<strong>do</strong> por um grupo <strong>de</strong> oitopessoas que pretensamente o <strong>do</strong>minaram e invadiram suacasa, no Jardim Prudência, em <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, para roubá-lo.No entanto, pouquíssimos pertences foram leva<strong>do</strong>s e ascaracterísticas da execução <strong>do</strong> investiga<strong>do</strong>r motivaram estaCPI a realizar várias audiências com o objetivo <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificara autoria e as motivações <strong>de</strong>ste bárbaro crime.Alguns <strong>do</strong>s integrantes <strong>do</strong> grupo assassino foram presosem ações que envolveram policiais <strong>de</strong> várias unida<strong>de</strong>s,em particular <strong>do</strong> DEPATRI. Ouvi<strong>do</strong>s pela CPI, um <strong>do</strong>s a<strong>do</strong>lescentesque integravam o grupo mencionou que outro <strong>de</strong>seus integrantes havia comenta<strong>do</strong> ter recebi<strong>do</strong> cerca <strong>de</strong>trinta mil reais para cometer o crime. Em juízo, essa informaçõesprestada à CPI não foi confirmada. Con<strong>de</strong>na<strong>do</strong>s,quatro <strong>de</strong>les à revelia, ainda permanece a dúvida sobre asmotivações <strong>de</strong>sse grupo e a luta <strong>de</strong> sua família pelo fim daimpunida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s que ainda não foram localiza<strong>do</strong>s e presospor este crime.Essa CPI, ao mesmo tempo em que presta sua homenagema esse policial, recomenda à Comissão Permanente<strong>de</strong> Segurança Pública <strong>de</strong>sta casa e ao Ministério PúblicoEstadual <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong> que continuem acompanhan<strong>do</strong> essecaso, assistin<strong>do</strong> à família Sturba em sua busca por Justiçae honran<strong>do</strong> a memória <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os policiais vítimas <strong>de</strong> gruposcriminosos no exercício <strong>de</strong> suas funções.4. ANÁLISE DAS INSTITUIÇÕESFEDERAIS E ESTADUAIS4.1. INTEGRAÇAO DAS POLÍCIAS FEDERAL E ESTA-DUAIS4.1.1. INTRODUÇÃO: OS DESAFIOS DA QUALI-FICAÇÃO DAS POLÍCIAS ESTADUAIS PARA O COMBATEAO NARCOTRÁFICO“DEPOIS DA CRIAÇÃO DA CPI,VERIFICAMOS QUE TÍNHAMOS CONDIÇÕESDE CHEGAR A UM PATAMAR SUPERIOR DE TRAFI-CANTES.Conseguimos organizar, através <strong>do</strong> GERCO,<strong>de</strong>ssa investigação que fizemos em Atibaia,e verificamos que realmente há muitos traficantesescondi<strong>do</strong>s,que estão atrás das cortinas e que agora começaram aemergir.Isso foi muito importante para nós.E nos permitiu verificar que temos capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> chegaraté eles”.(Dr .Ubiraci Pires da Silva, Divisionário <strong>do</strong> DENARC,em <strong>de</strong>poimento à CPI em 30 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2000).Em 1988, a nova Constituição da República fixou, emseu artigo 144, parágrafo 1o., inciso II, as normas para aprevenção e repressão ao tráfico <strong>de</strong> drogas: “Parágrafo 1o.- A Polícia Fe<strong>de</strong>ral, instituída por Lei como órgão permanente,estruturada em carreira, <strong>de</strong>stina-se: II - prevenir ereprimir o tráfico ilícito <strong>de</strong> substâncias entorpecentes e drogasafins, o contraban<strong>do</strong> e o <strong>de</strong>scaminho, sem prejuízo daação fazendária e <strong>de</strong> outros órgãos públicos, nas respectivasáreas <strong>de</strong> competência”.Uma divisão <strong>de</strong> tarefas entre a União e as Unida<strong>de</strong>sFe<strong>de</strong>radas, estabelecida através <strong>de</strong> convênios para atuaçãoconjunta das polícias fe<strong>de</strong>ral e estaduais antes <strong>de</strong>ste novotexto constitucional (que será objeto <strong>de</strong> análise específica<strong>de</strong>sta CPI), <strong>de</strong>legou aos esta<strong>do</strong>s o combate ao tráfico interno<strong>de</strong> entorpecentes, fican<strong>do</strong> a cargo da Polícia Fe<strong>de</strong>ral arepressão ao tráfico internacional.Às Polícias Estaduais, consoli<strong>do</strong>u-se nesta divisão <strong>de</strong>tarefas o enfrentamento <strong>do</strong> problema na ponta <strong>do</strong> varejo.Não é à toa que a gran<strong>de</strong> maioria <strong>do</strong>s con<strong>de</strong>na<strong>do</strong>s por tráfico<strong>de</strong> drogas em <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong> po<strong>de</strong>m ser cataloga<strong>do</strong>s comomicro ou pequenos traficantes. Estes que lotam nosso sistemacarcerário e penitenciário são atingi<strong>do</strong>s na maiorparte <strong>do</strong>s casos por prisões em flagrante, efetuadas porpoliciais militares e civis, normalmente através <strong>de</strong> <strong>de</strong>núnciasanônimas ou “blitze” realizadas em operações rotineiras<strong>de</strong> controle junto a pontos <strong>de</strong> venda e consumo.Uma atuação mais qualificada, voltada para a ponta<strong>do</strong> ataca<strong>do</strong> <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> ilícito das drogas, <strong>de</strong>stinada agran<strong>de</strong>s apreensões e à prisão <strong>de</strong> médios e gran<strong>de</strong>s traficantes,ficaria reservada à Polícia Fe<strong>de</strong>ral. Neste senti<strong>do</strong>,esta CPI recebe com satisfação o comentário <strong>do</strong>Delega<strong>do</strong> Divisionário <strong>do</strong> DENARC, que abre esse capítulo,por <strong>de</strong>monstrar que é possível, e mais que possível,necessário, que a ação da Polícia Civil dê um salto <strong>de</strong>qualida<strong>de</strong> para a incorporação <strong>de</strong> novas tecnologias eméto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> investigação, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a colaborar, <strong>de</strong> formamais eficiente, nos limites <strong>de</strong> sua competência constitucionale legal, para o combate ao tráfico <strong>de</strong> drogas noesta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>.4.1.2. NOTAS SOBRE A ESTRUTURA DO DENARC EDA POLÍCIA CIVILCria<strong>do</strong> pelo <strong>de</strong>creto n. 27.409, <strong>de</strong> 24 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong>1987, o Departamento Estadual <strong>de</strong> Investigações sobreNarcóticos (DENARC) se constitui na principal estrutura daPolícia Civil <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong> para o combate ao <strong>narcotráfico</strong>.De acor<strong>do</strong> com informações prestadas a esta CPI, oDENARC foi responsável, no ano <strong>de</strong> 1999, por 1.177 flagrantes<strong>de</strong> tráfico <strong>de</strong> entorpecentes, com a apreensão <strong>de</strong>aproximadamente 460 quilos <strong>de</strong> cocaína e 1.390 quilos <strong>de</strong>maconha. No ano <strong>de</strong> 2000, foram efetua<strong>do</strong>s 1.038 flagrantes<strong>de</strong> tráfico, com a apreensão <strong>de</strong> 7,99 toneladas <strong>de</strong> maconhae 566,9 quilos <strong>de</strong> cocaína apreendidas. De acor<strong>do</strong> o<strong>de</strong>poimento <strong>de</strong> seu Diretor, Dr. Marco Antonio MartinsRibeiro <strong>de</strong> Campos, a esta CPI, no dia 3 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong>2.000, o efetivo era muito pequeno: 26 <strong>de</strong>lega<strong>do</strong>s, com 210investiga<strong>do</strong>res no serviço interno e 154 operacionais, paraaten<strong>de</strong>r a to<strong>do</strong> o território paulista.Atualmente o DENARC se estrutura em cinco divisões:a) o GAPE - GRUPO DE APOIO E PROTEÇÃO À ESCO-LA, que tem por objetivo apoiar e proteger as escolas,reprimin<strong>do</strong> especificamente o <strong>narcotráfico</strong> nas imediações<strong>do</strong>s estabelecimentos <strong>de</strong> ensino, particulares e públicos.Faz visitas regulares às escolas, orientan<strong>do</strong> os srs.Diretores e professores quanto ao subsídio <strong>de</strong> informaçõesque são <strong>de</strong> interesse policial;b) a DISE - DIVISÃO DE INVESTIGAÇÕES SOBREENTORPECENTES, que cuida da repressão ao tráfico ilícitoe uso in<strong>de</strong>vi<strong>do</strong> <strong>de</strong> drogas, ten<strong>do</strong> basicamente a capitalcomo sua área <strong>de</strong> operações, embora atue, por força dasinvestigações <strong>de</strong>senvolvidas, em to<strong>do</strong> o esta<strong>do</strong>. Possui umplantão permanente, on<strong>de</strong> apenas são efetiva<strong>do</strong>s flagrantesda lei <strong>de</strong> uso e tráfico <strong>de</strong> drogas, com ênfase no tráfico;c) a DIAP - DIVISÃO DE INTELIGÊNCIA E APOIO POLI-CIAL, criada em janeiro <strong>de</strong> 1995, com atribuições <strong>de</strong> coletar,processar e difundir informações <strong>de</strong> sua área <strong>de</strong> formação,manten<strong>do</strong> intercâmbios com entida<strong>de</strong>s particulares,órgãos públicos fe<strong>de</strong>rais, estaduais e municipais, promoven<strong>do</strong>,em regime <strong>de</strong> cooperação com as polícias locais, arepressão sistemática ao tráfico <strong>de</strong> drogas na Gran<strong>de</strong> <strong>São</strong><strong>Paulo</strong> e no interior <strong>do</strong> esta<strong>do</strong>;d) a DIPE - DIVISÃO DE PREVENÇÃO E EDUCAÇÃO,que tem por atribuição o relacionamento com o públicoexterno, visan<strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolver programas e cursos <strong>de</strong> prevençãoao uso in<strong>de</strong>vi<strong>do</strong> <strong>de</strong> entorpecentes ou que <strong>de</strong>terminem<strong>de</strong>pendência física ou psíquica, elaborar convênios eencaminhar <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes a orientação ou tratamento;e) Assistência Policial.Há ainda, no interior <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, 52 (cinqüenta e duas)Delegacias <strong>de</strong> Polícia <strong>de</strong> Investigações sobre Entorpecentes(DISEs), vinculadas diretamente, através das DelegaciasSeccionais <strong>de</strong> Polícia, aos Departamentos <strong>de</strong> PolíciaJudiciária <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong> - Interior (DEINTERs), com atribuiçãopara a repressão ao <strong>narcotráfico</strong> em suas respectivasáreas territoriais, além da ação cotidiana efetuada pelaPolícia Militar e pelas Delegacias <strong>de</strong> Polícia. <strong>São</strong> elas:a) no DEINTER 1 (<strong>São</strong> José <strong>do</strong>s Campos): Cruzeiro,Guaratinguetá, Jacareí, <strong>São</strong> José <strong>do</strong>s Campos, <strong>São</strong>Sebastião e Taubaté;b) no DEINTER 2 (Campinas): Americana, BragançaPaulista, Campinas, Casa Branca, Jundiaí, Limeira, Mogi-Guaçu, Piracicaba, Rio Claro e <strong>São</strong> João da Boa Vista;c) no DEINTER 3 (Ribeirão Preto): Araraquara, Barretos,Bebe<strong>do</strong>uro, Franca, Ribeirão Preto, <strong>São</strong> Carlos, <strong>São</strong>Joaquim da Barra e Sertãozinho;d) no DEINTER 4 (Bauru): Adamantina, Assis, Bauru,Dracena, Jaú, Lins, Marília, Ourinhos, Pres. Pru<strong>de</strong>nte, Pres.Venceslau e Tupã;e) no DEINTER 5 (<strong>São</strong> José <strong>do</strong> Rio Preto): Andradina,Araçatuba, Catanduva, Fernandópolis, Jales, NovoHorizonte, <strong>São</strong> José <strong>do</strong> Rio Preto e Votuporanga;f) no DEINTER 6 (Santos): Itanhaém, Jacupiranga,Registro e Santos;g) no DEINTER 7 (Sorocaba): Avaré, Botucatu,Itapetininga, Itapeva e Sorocaba;h) no DEMACRO (Gran<strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>): Guarulhos, Mogidas Cruzes, Osasco, Santo André e Taboão da Serra. Estãopara ser instaladas na área <strong>do</strong> DEMACRO as DISEs <strong>de</strong>Carapicuíba, Dia<strong>de</strong>ma e Franco da Rocha.No total, essas 52 (cinqüenta e duas) DISEs dispõem<strong>de</strong> um efetivo <strong>de</strong> 69 (sessenta e nove) <strong>de</strong>lega<strong>do</strong>s <strong>de</strong> polícia,117 (cento e <strong>de</strong>zessete) escrivães <strong>de</strong> polícia, 328 (trezentose vinte e oito) investiga<strong>do</strong>res <strong>de</strong> polícia, 01 (um) auxiliar <strong>de</strong>papiloscopista policial, 04 (quatro) agentes <strong>de</strong> telecomunicaçõespoliciais, 06 (seis) carcereiros, 49 (quarenta e nove)agentes policiais e 01 (um) <strong>de</strong>senhista técnico pericial.De acor<strong>do</strong> com o <strong>de</strong>creto n. 44.448, <strong>de</strong> 24 <strong>de</strong> novembro<strong>de</strong> 1999, em seu artigo 28, compete aos Delega<strong>do</strong>sTitulares das Delegacias <strong>de</strong> Polícia <strong>de</strong> Investigações sobreEntorpecentes (DISEs), em suas respectivas áreas <strong>de</strong> atuação:“I - dirigir e executar as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> suas respectivasunida<strong>de</strong>s; II - <strong>de</strong>spachar as petições iniciais; III - executarpermanente fiscalização, quanto aos aspectos formal, <strong>de</strong>mérito e <strong>de</strong> técnica empregada, sobre as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> seussubordina<strong>do</strong>s; e IV - representar ao superior hierárquico asnecessida<strong>de</strong>s da unida<strong>de</strong> policial, indican<strong>do</strong> alternativaspara o seu funcionamento”.A relação <strong>do</strong> DENARC com as DISEs, vem disciplinadano Decreto n. 39.918, <strong>de</strong> 13 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 1995 que criou aDIAP-Divisão <strong>de</strong> Inteligência e Apoio Policial, subordinadadiretamente ao DENARC. De conformida<strong>de</strong> com o dispostono artigo 3o <strong>do</strong> cita<strong>do</strong> <strong>de</strong>creto, compete à DIAP assessoriar,colaborar e participar <strong>de</strong> ações conjuntas, com asDelegacias <strong>de</strong> Investigações sobre entorpecentes, <strong>do</strong> entãoDepartamento das Delegacias Regionais <strong>de</strong> Polícia <strong>de</strong> <strong>São</strong><strong>Paulo</strong> Interior - DERIN, <strong>do</strong> Departamento <strong>de</strong> PolíciaJudiciária da Macro <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong> - DEMACRO e <strong>de</strong>mais unida<strong>de</strong>spoliciais <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, <strong>de</strong>vidamente autorizada peloDiretor <strong>do</strong> Departamento, visan<strong>do</strong> a repressão ao tráfico <strong>de</strong>drogas.Além <strong>de</strong> pequena, toda essa estrutura da Polícia Civilpa<strong>de</strong>ce <strong>de</strong> <strong>do</strong>is problemas levanta<strong>do</strong>s por essa CPI, estampa<strong>do</strong>snos seguintes trechos <strong>do</strong> <strong>de</strong>poimento <strong>do</strong> diretor <strong>do</strong>DENARC, Delega<strong>do</strong> Marco Antonio Martins Ribeiro <strong>de</strong>Campos, presta<strong>do</strong> em 2 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2.000 (citação abaixo,entre aspas):a) a falta <strong>de</strong> meios técnicos para a realização das diligênciasnecessárias, particularmente no interior <strong>do</strong> esta<strong>do</strong>:“Hoje posso afirmar que infelizmente o crime organiza<strong>do</strong>está se instalan<strong>do</strong> no interior... Tenho algumas diligênciassen<strong>do</strong> realizadas no interior <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>. Os colegas não têmmeios, não têm como fazer as investigações, porque sãoconheci<strong>do</strong>s na área, para fazer uma campana, os policiaissão to<strong>do</strong>s conheci<strong>do</strong>s... Tenho algumas investigaçõessen<strong>do</strong> realizadas no interior, equipes <strong>do</strong> interior, porquerealmente os colegas não têm condições <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolverum trabalho eficiente e precisam portanto <strong>do</strong> apoio tático<strong>do</strong> DENARC. Daí uma proposta que a gente vem fazen<strong>do</strong>no senti<strong>do</strong> da integração. É a interligação ‘on line’ operacionaldas <strong>de</strong>legacias <strong>de</strong> entorpecentes com o DENARC. Asinformações têm que vir diretamente; as informações nãopo<strong>de</strong>m ser repassadas para outros setores da administração.Dá-se conhecimento público e isso não é bom. To<strong>do</strong>serviço relaciona<strong>do</strong> ao tráfico <strong>de</strong> drogas tem que ser absolutamentesigiloso”;b) e a falta <strong>de</strong> relação institucional a<strong>de</strong>quada para a circulação<strong>de</strong> informações no interior da própria Polícia Civil:“Há integração operacional com as DISEs? Não existe. <strong>São</strong>in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes. As informações sobre o trabalho <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>pelas DISEs são transmiti<strong>do</strong>s <strong>de</strong>pois para inserção nobanco <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s <strong>do</strong> DENARC, mas não há integração operacional...Os casos concretos eu recebo, casos concretos, osflagrantes lavra<strong>do</strong>s, etc. Mas os informes, que são importantespara a investigação, esses não chegam não... Háuma necessida<strong>de</strong> gran<strong>de</strong>, urgente, premente <strong>de</strong> que se façaessa integração. Até para que se <strong>de</strong>senvolva um trabalhomelhor nessa área da repressão.”4.1.3. AS RELAÇÕES DA POLÍCIA PAULISTA COM APOLÍCIA FEDERALEm 03 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 1987, os então Ministro daJustiça, <strong>Paulo</strong> Brossard, e Governa<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>São</strong><strong>Paulo</strong>, André Franco Montoro, assinaram o convênio entrea União e o Esta<strong>do</strong> pela qual “fica <strong>de</strong>legada ao Esta<strong>do</strong> competênciaconcorrente para a execução, em seu território,<strong>do</strong>s serviços <strong>de</strong> prevenção e repressão aos crimes <strong>de</strong> tráficoilícito e uso in<strong>de</strong>vi<strong>do</strong> <strong>de</strong> substâncias entorpecentes ouque <strong>de</strong>terminam <strong>de</strong>pendência química ou psíquica, ressalva<strong>do</strong>so tráfico internacional e as infrações cuja práticatenha repercussão inter-estadual e exija repressão uniforme,os quais se inserem na competência exclusiva <strong>do</strong>Departamento <strong>de</strong> Polícia Fe<strong>de</strong>ral”.Esse é o instrumento jurídico que ainda norteia, passa<strong>do</strong>squase 20 anos, as relações entre as Polícias Fe<strong>de</strong>ral eEstaduais, no combate ao <strong>narcotráfico</strong>. Conforme se verificaempiricamente, o crime organiza<strong>do</strong> se tornou cada vezmais complexo, o tráfico <strong>de</strong> drogas se interligou com crimes<strong>de</strong> outras naturezas (muitos <strong>de</strong>les <strong>de</strong> alçada estadual<strong>de</strong> investigação, como roubo <strong>de</strong> cargas, roubo <strong>de</strong> aeronaves,falsificação <strong>de</strong> <strong>do</strong>cumentos públicos e priva<strong>do</strong>s, entreoutros), mas o marco institucional <strong>do</strong> combate <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>Nacional e das Unida<strong>de</strong>s fe<strong>de</strong>radas permanece o mesmo.O presente convênio trata <strong>de</strong> forma anacrônica um <strong>do</strong>s elementoscentrais <strong>do</strong> combate ao <strong>narcotráfico</strong> neste atualmomento, o fluxo <strong>de</strong> informações qualificadas, e estabeleceuma participação subalterna e periférica ao sistemaestadual <strong>de</strong> segurança pública nas estratégicas <strong>de</strong> repressãoao tráfico <strong>de</strong> drogas.Pelo convênio em vigor, o Esta<strong>do</strong> fica encarrega<strong>do</strong> <strong>de</strong>quinze obrigações relacionadas ao varejo da ativida<strong>de</strong>repressiva <strong>do</strong> tráfico <strong>de</strong> drogas, enquanto que a Uniãoretribui com apenas duas obrigações. O fluxo <strong>de</strong> informaçõesé unidirecional, <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> para a União, sem que seestabeleça uma qualificação das informações a cargo dasPolícias Estaduais pela estrutura e acesso a da<strong>do</strong>s policiaisinternacionais <strong>de</strong>ti<strong>do</strong>s pela Polícia Fe<strong>de</strong>ral. Essa é, com certeza,uma das causas <strong>do</strong> atraso tecnológico e humano dasPolícias Estaduais paulistas i<strong>de</strong>ntificadas por esta CPI comoum <strong>do</strong>s problemas centrais constitutivos da <strong>de</strong>bilida<strong>de</strong> daação <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> frente ao crescimento <strong>do</strong> crime organiza<strong>do</strong>,em particular <strong>do</strong> <strong>narcotráfico</strong>.Embora a cláusula sexta <strong>do</strong> convênio em tela prevejaque “as partes convenentes trabalharão em perfeito entrosamentoe prestar-se-ão auxílio recíproco, sempre que solicita<strong>do</strong>,inclusive para a realização <strong>de</strong> exames toxicológicose <strong>de</strong>mais perícias indispensáveis ao esclarecimento <strong>do</strong>sfatos pertinentes”, na prática a cooperação da União ficarestrita a <strong>do</strong>is elementos quase que burocráticos:a) “fornecer ao Esta<strong>do</strong> toda a legislação e normas queregulam e orientam a execução <strong>do</strong>s encargos relaciona<strong>do</strong>scom a matéria, bem como os formulários mo<strong>de</strong>lo DRE-1 emapa estatístico mensal”(cláusula sétima);b) “o Departamento <strong>de</strong> Polícia Fe<strong>de</strong>ral possibilitará aosfuncionários <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, incumbi<strong>do</strong>s da execução <strong>de</strong> serviços<strong>de</strong> repressão ao tráfico ilícito e uso in<strong>de</strong>vi<strong>do</strong> <strong>de</strong> substânciasentorpecentes que <strong>de</strong>terminam <strong>de</strong>pendência químicaou psíquica, sempre que necessário, a freqüência a cursos<strong>de</strong> aperfeiçoamento, a serem realiza<strong>do</strong>s pela Aca<strong>de</strong>miaNacional <strong>de</strong> Polícia” (cláusula décima).Em troca <strong>de</strong>sses <strong>do</strong>is serviços absolutamente periféricospresta<strong>do</strong>s pela União, o Esta<strong>do</strong> se obriga a executar osseguintes serviços, “em cooperação com a União”, conformea cláusula segunda <strong>do</strong> referi<strong>do</strong> convênio:A. apurar os crimes <strong>de</strong> tráfico ilícito e uso in<strong>de</strong>vi<strong>do</strong> <strong>de</strong>drogas;B. apurar os <strong>de</strong>svios, furtos ou roubos <strong>de</strong> drogas, “ressalva<strong>do</strong>sos que ocorrem em transportes internacionais,inter-estaduais e em laboratórios produtores ou distribui<strong>do</strong>res,cuja apuração ficará a cargo <strong>do</strong> Departamento <strong>de</strong>Polícia Fe<strong>de</strong>ral”;C. prevenir infrações e executar os trabalhos <strong>de</strong> políciajudiciária;