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Condicionamento operante e autisrno infantil

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A generalização para outros ambientes éoutra questão. O comportamento das criançasautistas, desenvolvido num dado ambiente,não ocorre automaticamente noutro ambiente(este fenómeno não se limita àscrianças autistas, e talvez seja um princípiogenérico. Ver, por exemplo, Wahler, 1969,e Walker e Bukley, 1972). O trabalho deLovaas e dos seus colegas (Lovaas e outros,1973) é relevante para esta questão, poisdiz respeito às crianças autistas. Para alémde indicar os resultados mediados por programasde modificação do comportamentoaplicados a vinte crianças estudadas, Lovaase os seus colaboradores (1973), interessaram-setambém pela avaliação do grau da:1) generalização do estímulo do ambiente detratamento, para o ambiente extra-tratamento;2) generalização da resposta, isto é,«até que ponto é que as alterações numconjunto de respostas limitado, afectavamalterações numa maior proporção de comportamentos(p. 133); e 3) manutenção.Foram obtidas medidas de catamnese em13 das crianças, após um a quatro anos do,términus do tratamento comportamental.As crianças foram divididas em dois gruposbaseados na continuidade de vida junto dospais, ou no regresso às instituições. Os resultadosobtidos na observação de comportamentona catamnese demonstraram queas crianças que regressavam a ambienteshospitalares aumentavam os seus comportamentosautistas (auto-estimulação e escolália),enquanto que os comportamentos apropriadosdiminuíam. As crianças que permaneceramcom os pais (que tinham sido treinadaspara continuarem o tratamento comportamental)mantiveram os ganhos obtidosdurante o tratamento ou melhoraram-nosainda mais.A regressão produzida nas quatro crianças,aparentemente provocada pelo seu regressoao hospital, não foi surpreendente.Eis como os autores se referem a esta situação:«No hospital, receberam essencialmentecuidados de vigilância ou custódia, tendo opessoal recebido ordens para aceitar o comportamentodas crianças. Isto significavaque as crianças eram como que encorajadasa regredir. As exigências intensivas que lhesimpusemos não foram continuadas. Namaior parte dos casos, o tratamento consistiaem tentar dar-lhes conforto; era-lhespermitido auto-estimular-se e fazer birras,recebiam algum tratamento farmacológico,mas, a quantidade, o tipo e a duração desemelhante tratamento variava entre ascrianças. Sabemos hoje ... que as intervençõestradicionais podem agravar alguns comportamentospsicóticos (Lovaas e outros,1973, p. 148).O facto dos efeitos da intervenção comportamentalpoderem ser invertidos, não éem si motivo para desanimar. Mais uma vez,como já foi anteriormente referido, a manutençãoe a generalização do comportamentoé mais provável ser uma excepçãodo que uma regra, tendo de ser consideradascomo um aspecto do programa de tratamento.Mais, Lovaas e os seus colegasdemonstraram os efeitos benéficos da reintroduçãodo programa comportamental nocaso de duas das crianças após três anos dehospitalização. A intervenção registou um,aumento nos comportamentos sociais não--verbais, verbais e lúdicos apropriados, acompanhadode uma diminuição na auto-estimulação.Infelizmente, estas duas criançasinterromperam novamente o programa detratamento em ambiente hospitalar, o queproduziu, aparentemente, uma regressão nocomportamento.As crianças que permaneceram com ospais, na pior das hipóteses retiveram os ganhosno seu desenvolvimento alcançadosdurante o programa de tratamento. Na melhordas hipóteses, medidas de catamnesedemonstraram melhorias, especialmente nocomportamento verbal e nos jogos apropriados.As diferenças entre as crianças reflectiam,em parte, a intensidade do treino dado279

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