25Retrato del perfecto médicoCaritativo y amigo de los pobres(fol.39) ......................................Humano, manso y afable (fol.46)Temeroso de Dios (fol.30) ........Que guarde secreto (fol.57) ......Que no sea murmurador (fol. 63)Que no sea envidioso (fol. 71) ..Que tenga prudencia ytemperancia (fol.77)..................Que sea modesto (fol. 78) ........Que sea templado (fol.78) ........Firme en sus obras (fol. 78) ......Que sea mañoso y combata laenferme<strong>da</strong>d oportunamente(fol.79) ......................................Honesto (fol. 87) .......................Dado a las letras (fol. 90)..........Muy leído (fol. 95) .....................Ducho en las doctrinas de médicosantiguos y modernos (fol. 103) .Que haya tenido buenos maestros(fol. 115) ...................................Experimentado (fol. 122) ..........De buena memoria (foi. 128) ....Diligente (fol. 130) ....................Que sea grave (fol. 162) ...........Aseado (fol. 168) ......................Templado en el comer (fol. 177)Celoso de su honra (fol. 185)Buen latino y griego (fol. 185) ...Que sepa árabe (fol. 187) .........Que sepa pronosticar (fol. 194)Que no sea desabrido con losenfermos(fol. 202) ....................Que sea de buen linaje (fol. 206)Que sea pacífico (fol. 207) .......Que practique anatomia (fol. 210)Que sepa Astrologia (fol. 213) ..Que viaje para aprender (fol. 263)Que tenga muchos libros (fol. 266)Que sepa Didáctica, Lógica yFilosofia (fol. 278) .....................Que sepa Geometria yMatemáticas (fol. 279) ..............Diálogo delperfecto médicofol. 15 v.fol. 16 r.fol. 15 v.fol. 15 v.fol. 15 v. y 16 r.fol. 15 v.fol. 15 v.fol. 13 r.fol. 16 r. y 13 v.fol. 13 v.fol. 15 v.fol. 15 v.fol. 10 v.fol. 10 v.fol. 15 v.fol. 13 r. y v.fol. 10 v.fol. 13 v.fol. 10 v.fol. 12 v.ConclusãoÉ o ‘’Retrato del Perfecto Médico” uma obramagnífica, de leitura agradável e interessante.Homenageando o seu autor, publicou o Prof. HernâniMonteiro em 1948 um soneto que várias vezes temsido referido: não resistimos a transcrevê-lo <strong>da</strong>do operfil que traça acerca do que deve ser o bom médico.O Médico PerfeitoHumilde, não soberbo ou presunçoso,Com os pobres, então, caritativo;Benigno e manso, nunca vingativo;Discreto e, nem por sombras, invejoso.Amigo, sim, <strong>da</strong>s letras e curioso:Obreiro infatigável, sempre activo;Desde o nascer do sol, alegre e vivo,Até ao sol poente, nunca ocioso.Sabedor, sem que o mostre, envaidecido;Na sua profissão, um desprendido;Decente no trajar, morigerado,Prudente, cauteloso, não arteiro,E não murmurador nem lisonjeiro:- Eis o Perfeito Médico esboçado.Como dissemos no início, houve um eixo indelévelque marcou a nossa cultura médica renascentista.Nesse eixo, Coimbra-Salamanca, apoiaram-se váriosespíritos médicos que profun<strong>da</strong>mente influenciarama nossa <strong>Medicina</strong>. Vários foram os médicos <strong>da</strong> Beira(Henrique Jorge Henriques, Amato Lusitano, etc.)que em Portugal ou no estrangeiro deixaram obraque se visse: observando, curando quando possível,publicando e ensinando.Esta acção mais se notou, <strong>da</strong>do que nessa época,finais do séc. XVI e alvores do XVII, exercia-se adominação filipina, com dois estados sob uma únicatutela. Mas, se existia um clima de progresso, existiatambém uma outra vertente de delapi<strong>da</strong>ção devalores histórico-morais e concomitantemente umdesgaste inter-culturas, <strong>da</strong>do o confronto sociológicohavido e proveniente <strong>da</strong> presença no nosso País deindivíduos oriundos <strong>da</strong>s mais varia<strong>da</strong>s regiões doMundo então conhecido.Claramente aquilataremos dessa situação noseguinte extracto de um discurso de GuerraJunqueiro feito em 1912 por ocasião <strong>da</strong> Festa deCamões:Nessa imperial, grandiosa e maravilhosa Lisboado século XVI, ovante de fortalezas, catedraes,estaleiros, praças, palacios, cupulas, bazares; n’essa
26Lisboa rutila e chimerica, de gentes estranhas edesvaira<strong>da</strong>s, na<strong>da</strong>ndo em oiro, fulva de pompas,louca de vicios, ebria de orgu-lho e de prazer; n’essaLisboa babilonica, vasto emporio do mundo, rainhaesplendi<strong>da</strong> dos mares, onde frotas de galeõesbolsavam tesoiros fabulosos de paizes de sonho ede mistério; n’essa Lisboa, Capital <strong>da</strong> Luz, n’essaJerusalem <strong>da</strong>s Descobertas, agonisou abandonadoe atribulado, mendigo e martir, sem pão e sem lar, omaior e o mais sublime dos seus filhos, o gigante <strong>da</strong>raça, o cantor dos Lusia<strong>da</strong>s. (10)Foi o “Retrato del Perfecto Médico” uma pedra angulardo comportamento iatroético, escrito nomomento próprio e que teve uma ampla divulgaçãopara o tempo, com a obra que Fontecha publicouem 1598 e a de que Gregory foi autor, denomina<strong>da</strong>“Deveres do Médico’’, a qual obteve em Inglaterrauma larguíssima aceitação.Mesmo no momento presente e corroborando opensamento médico passado, passamos a citar umperíodo do editorial do “Journal of the History of Medicinee Allied Sciences”, que diz:In almost all areas of medieval and Renaissancemedical history, fun<strong>da</strong>mental work remains to bedone, but new work is both building on the foun<strong>da</strong>tionsprovided by earlier generations of scholars andintroducing new methodology and approaches. As faras medical learning is concerned, we need to knowboth what ancient texts were used avaible atdifferent times and how those texts were used andunderstood. (11)Sentimos hoje uma necessi<strong>da</strong>de absoluta doestudo, análise e divulgação de possíveis soluçõeséticas para os mais variados problemas que sedeparam a uma <strong>Medicina</strong> tecnologicamente evoluí<strong>da</strong>,mas profun<strong>da</strong>mente absorvente e desgastante; comouma <strong>da</strong>s respostas possíveis a este desafio, nasce,neste momento, com sede na ci<strong>da</strong>de do Porto, aSocie<strong>da</strong>de Portuguesa de Ciência e Ética PedroHispano, possivelmente a filha mais nova <strong>da</strong> EscolalatroÉtica Portuguesa Renascentista.À guisa de conclusão, poderemos dizer que a éticamédica portuguesa no Renascimento foi, em boaver<strong>da</strong>de, o macrorrizo <strong>da</strong> árvore que é a <strong>Medicina</strong>Portuguesa, a qual se hoje não nos assombraconsoante almejamos, não se deve, pois, à sua mánatureza, mas sim ao facto de, ao longo dos séculos,a não termos sabido habilmente cui<strong>da</strong>r.Pode bem pois a região <strong>da</strong>s Beiras orgulhar-se <strong>da</strong>acção que, ao longo de séculos, alguns dos seusfilhos, médicos de vulto, desenvolveram, elevandobem alto a <strong>Medicina</strong> Portuguesa, cumprindo-noscelebrar, no plano ético, a figura “major” de HenriqueJorge Henriques.BIBLIOGRAFIA1. Pina L., História Geral <strong>da</strong> <strong>Medicina</strong>. Porto: Ed.Domingos Barreira, 1954 ; 489-563.2. Pina L., “Portugueses Mestres no Estrangeiro”.Anais <strong>da</strong> Facul<strong>da</strong>de de Ciências do Porto, 1937; XXII:21-31.3. Serrão V., Portugueses no Estudo de Salamanca.(1250-1550). Lisboa. Facul<strong>da</strong>de de Letras <strong>da</strong>Universi<strong>da</strong>de de Lisboa, 1962; 164-169. Dissertação.4. Dias JL., “Médicins Portugais de la Renaissanceen Europe”, in Estudos de Castelo Branco, CasteloBranco, 1971; pp. 12-14.5. Brito AR, Diálogo <strong>da</strong> Perfeição e PartesNecessárias ao Bom Médico. Porto, PortucalenseEd., 1945.6. Henriques JH, Retrato del Perfecto Médico. Salamanca:Juan y Andres Ranault Imp., 1595.7. Serrão V., Op. Cit. pp. 274-275.8. Miran<strong>da</strong> A., Diálogo del Perfecto Médico. Madrid:Ed. Nacional, 1983; pp. 108-109.9. Monteiro H., Jornal do Médico, 1949; p. 695.10. Junqueiro G., A Festa de Camões, Berna, 1912;p. 4.11. Siraisi NG., Medieval and Renaissance Medicine:Continuity and Diversity. J. History of MedicineAI. Sciences 1986; 41, p. 392.* Assistente Convi<strong>da</strong>do de Deontologia Médica <strong>da</strong>Facul<strong>da</strong>de de <strong>Medicina</strong> do Porto.
- Page 3: 2SUMÁRIOASSISTÊNCIA AOS DOENTES N
- Page 6 and 7: 5comprido, 23 de largo e 15 de alto
- Page 8 and 9: 7Postura das furdas- Nenhuma pessoa
- Page 10 and 11: 9Após o caso referido sucedem-se m
- Page 12 and 13: 11Só a partir dos finais do sécul
- Page 14 and 15: 13exercitou a profissão médica du
- Page 16 and 17: 159.1.1572, data em que faleceu, Di
- Page 18 and 19: 17concluiu o curso mas, alguns anos
- Page 20 and 21: 19de da História’’ I vol., Lis
- Page 22 and 23: 21A IATROÉTICA E O “RETRATO DEL
- Page 24 and 25: 23Porém, o livro que marcou do pon
- Page 30: 29narinas e dos cílios cobertos po
- Page 33 and 34: 32a honra da gloriosa morte’’ s
- Page 35 and 36: 34das máquinas animais pelo estado
- Page 37 and 38: 36teve uma eresipela na cara e que,
- Page 39 and 40: 38sol e para untar a folha de couve
- Page 41 and 42: 40Em virtude de Deus,Santa Luzia,Mi
- Page 43 and 44: 42NOTÍCIAS, COMENTÁRIOS EM REVIST
- Page 45 and 46: 44um dos pilares em que assenta a m
- Page 47: 46algumas divergências foram bem n