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Untitled - História da Medicina

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8- A 17.8.1547, baptizei Manuel, filho legítimo deHeitor Rodrigues e Isabel Trancoso, padrinhosSebastião Lopes e as comadres Catarina Fernandese Briatriz Fernandes... (30)- A 3.10.1555, baptizei D. Diogo, filho legítimo dosenhor D. Fernando e <strong>da</strong> senhora D. Filipa, suamulher, foram padrinhos o senhor D. António <strong>da</strong> Silvae o senhor D. Filipe de Sousa e a senhora D. Brites,sua avó, e trouxe a criança a comadre... (31)- A 2.7.1561, baptizei Manuel, filho legítimo deBaltazar Gonçalves e de Biatriz Pires, <strong>da</strong>Bemquerença e, assi, baptizei Margari<strong>da</strong>, gémea,filha dos mesmos. Padrinhos: do macho, Brás eLeonor Domingues e Perpétua Dias; e <strong>da</strong> fêmea,Pero Fernandes, Maria Domingues e Ana Afonso,parteira, e Mécia Gomes... (32)- A 16.10.1598, baptizei a Olaia, filha legítima dePedro Miguel e de Biatriz Dias, moradores no montedo Cebolal desta freguesia, foram padrinhos ManuelVaz e Margari<strong>da</strong> Dias. Esta criança houve seu paisendo <strong>da</strong> i<strong>da</strong>de de cento e três anos ... (33)Este último exemplo serve apenas para demonstrarque não só se morria cedo, pois muitas pessoasconseguiam atingir i<strong>da</strong>des apreciáveis...Como refere A.H. de Oliveira Marques, “Aassistência aos partos estava liga<strong>da</strong> às muitassuperstições que, em todos os tempos,acompanharam o nascimento de crianças. Aqui,como aliás para to<strong>da</strong>s as enfermi<strong>da</strong>des, o recurso àprotecção religiosa considerava-se imprescindível”. (34)As parturientes invocavam, em particular, a protecçãode Nossa Senhora do Ó, representa<strong>da</strong> como grávi<strong>da</strong>em muitas imagens, venera<strong>da</strong>s nas igrejas <strong>da</strong> vila e<strong>da</strong> região.vez, vou referir-me aos “an<strong>da</strong>ços” <strong>da</strong> chama<strong>da</strong> “pestepequena” na vila de Castelo Branco. Assim designa<strong>da</strong>para se distinguir <strong>da</strong> “peste grande” (1569), provinha<strong>da</strong> Flandres, passara a Castela e ao norte de Áfricae assolou o reino de 1598 a 1603. Sabe-se queapareceu em Lisboa, logo nos começos de 1598,propagando-se a Cascais, Sacavém, Setúbal, TorresVedras, Tomar, Santarém, Évora, Elvas e ao Algarve;a Aveiro, Leiria, Porto, Vila Nova de Gaia, Guimarães,Mirandela e Vila Real. (35)Em Castelo Branco, o seu aparecimento é-nosrevelado através de alguns livros genealógicos, porbreves referências em duas cartas <strong>da</strong> chancelariarégia e, principalmente, pelos assentos de óbitoinsertos nos registos paroquiais <strong>da</strong> igreja de SantaMaria do Castelo. Como desapareceram os assentoscorrespondentes <strong>da</strong> igreja de S. Miguel, os elementosde que podemos dispôr são incompletos mas,mesmo assim, bastante eluci<strong>da</strong>tivos.O primeiro caso vai registado pelo vigário de SantaMaria, nos seguintes termos:- Aos vinte e cinco de Junho de 1600, faleceuCatarina Vilela, mulher do Gázeo, do Torrejão, jazenterra<strong>da</strong> para a Amoreira, empedi<strong>da</strong>, não sei se fezman<strong>da</strong>...Ora, consideravam-se impedidos todos os quetrabalhavam na luta contra a peste (e os que comeles viviam), não podendo por isso entrar em contactocom as pessoas sãs e tendo de usar sinais, bemcomo nas suas casas. Sendo assim, é evidente queo mal já entrara há algum tempo na vila e seu termo...IV.2 - A “PESTE PEQUENA”, EM CASTELOBRANCO, DE 1600 A 1602.Durante muitos séculos, a peste foi um dos flagelosmais terríveis que assolaram a humani<strong>da</strong>de.Doença epidémica, de características por vezesdiferentes, quando aparecia propagava-se comgrande facili<strong>da</strong>de e rapidez, deixando por to<strong>da</strong> a parteum rasto de desolação e sofrimento...No século XVI houve em Portugal 39 epidemiasde peste, que vitimaram dezenas de milhares depessoas. No entanto, não havia notícia de tergrassado nesta região, talvez por estar um poucoisola<strong>da</strong> em relação aos centros mais populosos dolitoral que, através do comércio marítimo, tinham ummaior relacionamento com gentes de outros países...Enganei-me, porém, nesta suposição e, pela primeira

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