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Untitled - História da Medicina

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26Lisboa rutila e chimerica, de gentes estranhas edesvaira<strong>da</strong>s, na<strong>da</strong>ndo em oiro, fulva de pompas,louca de vicios, ebria de orgu-lho e de prazer; n’essaLisboa babilonica, vasto emporio do mundo, rainhaesplendi<strong>da</strong> dos mares, onde frotas de galeõesbolsavam tesoiros fabulosos de paizes de sonho ede mistério; n’essa Lisboa, Capital <strong>da</strong> Luz, n’essaJerusalem <strong>da</strong>s Descobertas, agonisou abandonadoe atribulado, mendigo e martir, sem pão e sem lar, omaior e o mais sublime dos seus filhos, o gigante <strong>da</strong>raça, o cantor dos Lusia<strong>da</strong>s. (10)Foi o “Retrato del Perfecto Médico” uma pedra angulardo comportamento iatroético, escrito nomomento próprio e que teve uma ampla divulgaçãopara o tempo, com a obra que Fontecha publicouem 1598 e a de que Gregory foi autor, denomina<strong>da</strong>“Deveres do Médico’’, a qual obteve em Inglaterrauma larguíssima aceitação.Mesmo no momento presente e corroborando opensamento médico passado, passamos a citar umperíodo do editorial do “Journal of the History of Medicinee Allied Sciences”, que diz:In almost all areas of medieval and Renaissancemedical history, fun<strong>da</strong>mental work remains to bedone, but new work is both building on the foun<strong>da</strong>tionsprovided by earlier generations of scholars andintroducing new methodology and approaches. As faras medical learning is concerned, we need to knowboth what ancient texts were used avaible atdifferent times and how those texts were used andunderstood. (11)Sentimos hoje uma necessi<strong>da</strong>de absoluta doestudo, análise e divulgação de possíveis soluçõeséticas para os mais variados problemas que sedeparam a uma <strong>Medicina</strong> tecnologicamente evoluí<strong>da</strong>,mas profun<strong>da</strong>mente absorvente e desgastante; comouma <strong>da</strong>s respostas possíveis a este desafio, nasce,neste momento, com sede na ci<strong>da</strong>de do Porto, aSocie<strong>da</strong>de Portuguesa de Ciência e Ética PedroHispano, possivelmente a filha mais nova <strong>da</strong> EscolalatroÉtica Portuguesa Renascentista.À guisa de conclusão, poderemos dizer que a éticamédica portuguesa no Renascimento foi, em boaver<strong>da</strong>de, o macrorrizo <strong>da</strong> árvore que é a <strong>Medicina</strong>Portuguesa, a qual se hoje não nos assombraconsoante almejamos, não se deve, pois, à sua mánatureza, mas sim ao facto de, ao longo dos séculos,a não termos sabido habilmente cui<strong>da</strong>r.Pode bem pois a região <strong>da</strong>s Beiras orgulhar-se <strong>da</strong>acção que, ao longo de séculos, alguns dos seusfilhos, médicos de vulto, desenvolveram, elevandobem alto a <strong>Medicina</strong> Portuguesa, cumprindo-noscelebrar, no plano ético, a figura “major” de HenriqueJorge Henriques.BIBLIOGRAFIA1. Pina L., História Geral <strong>da</strong> <strong>Medicina</strong>. Porto: Ed.Domingos Barreira, 1954 ; 489-563.2. Pina L., “Portugueses Mestres no Estrangeiro”.Anais <strong>da</strong> Facul<strong>da</strong>de de Ciências do Porto, 1937; XXII:21-31.3. Serrão V., Portugueses no Estudo de Salamanca.(1250-1550). Lisboa. Facul<strong>da</strong>de de Letras <strong>da</strong>Universi<strong>da</strong>de de Lisboa, 1962; 164-169. Dissertação.4. Dias JL., “Médicins Portugais de la Renaissanceen Europe”, in Estudos de Castelo Branco, CasteloBranco, 1971; pp. 12-14.5. Brito AR, Diálogo <strong>da</strong> Perfeição e PartesNecessárias ao Bom Médico. Porto, PortucalenseEd., 1945.6. Henriques JH, Retrato del Perfecto Médico. Salamanca:Juan y Andres Ranault Imp., 1595.7. Serrão V., Op. Cit. pp. 274-275.8. Miran<strong>da</strong> A., Diálogo del Perfecto Médico. Madrid:Ed. Nacional, 1983; pp. 108-109.9. Monteiro H., Jornal do Médico, 1949; p. 695.10. Junqueiro G., A Festa de Camões, Berna, 1912;p. 4.11. Siraisi NG., Medieval and Renaissance Medicine:Continuity and Diversity. J. History of MedicineAI. Sciences 1986; 41, p. 392.* Assistente Convi<strong>da</strong>do de Deontologia Médica <strong>da</strong>Facul<strong>da</strong>de de <strong>Medicina</strong> do Porto.

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