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FILOSOFIA SOCIAL, CIÊNCIAS SOCIAIS - Universidade Estadual ...

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90 José Crisóstomo de Souzaassociação semelhante pode ser feita também entre os nomes docientista Isaac Newton e o do filósofo Immanuel Kant, sempre nessahistória na qual se diz que a ciência progride e a filosofia não...A partir de estudos como os de Koyré, o autor de A Estruturadas Revoluções Científicas constata que, muitas vezes sem percebêlointeiramente, os historiadores da ciência têm passado a tentarmostrar antes a integridade histórica de uma ciência em seu própriotempo, do que a procurar as suas contribuições permanentes ànossa atual superioridade 28 . Kuhn assume inteiramente a nova ótica,restringindo a aplicação da idéia convencional de progresso àsmudanças no interior da ciência de uma mesma época, e considerandoem grande medida como incomensuráveis os sucessivos sistemascientíficos, separados por momentos revolucionários, filosóficos,como os verificados por Koyré. Com efeito, na ciência haveria duasespécies de mudança, e uma delas diz respeito à “ciência normal”,resumindo-se ao processo, geralmente cumulativo, através do qual“as crenças aceitas de uma comunidade científica ganham substânciae são expressas e ampliadas” 29 . Ou seja, o desenvolvimentocumulativo do conhecimento científico, comumente concebido,corresponde à “ciência normal”, que é a atividade da maior parte doscientistas a maior parte do tempo.A noção de ciência normal é central em Kuhn e é uma das quemais contestação tem encontrado. Ela pode ser melhor compreendidano seu confronto com Karl Popper, o interlocutor mais reputado, e oopositor mais nítido, do autor de A Estrutura das RevoluçõesCientíficas. Um cientista, segundo Popper, constrói teorias e as põea prova pela observação e experimentação 30 . Mas para Kuhn essa éuma generalização equivocada, que omite exatamente a característicacentral da atividade científica, aquela que a distingue de outrasatividades - da filosófica, em especial. Os testes que o cientista faznunca são dirigidos para a verificação - ou melhor, para a refutação- da teoria. Ao contrário, quando está às voltas com um problema depesquisa normal, o cientista deve postular a teoria corrente como aregra do seu jogo 31 . Kuhn acrescenta: “É preciso viver os referenciaisIdeação, Feira de Santana, n.4, p.79-110, jul./dez. 1999

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