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FILOSOFIA SOCIAL, CIÊNCIAS SOCIAIS - Universidade Estadual ...

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96 José Crisóstomo de Souzadiferentes, ao captar os mesmos estímulos, vivem,em certosentido, em mundos diferentes; embora dizer que os membrosde diferentes grupos podem ter percepções diferentes quandoconfrontados com os mesmos estímulos não implica emafirmar que podem ter quaisquer percepções.Assim, não seria apenas na filosofia social ou na “teoriasocial tradicional” que a subjetividade do respectivo teóricodeixaria sua marca 45 . Os homens envolvidos processamcertos estímulos de maneira diferente, recebendo deles dadosdiferentes, vendo coisas diferentes ou as mesmas coisasdiferentemente. O que significa que, na ausência de umalinguagem neutra, a escolha de uma nova teoria é a decisãode adotar uma linguagem diferente e desenvolvê-la num mundocorrespondentemente diferente. 46 Ao mesmo tempo, Kuhnprocura defender-se das acusações de simples irracionalidadena escolha e sustentação de uma teoria, de advogar um totalrelativismo e a prevalência de uma “regra da maioria”. A“ciência normal” seria, de fato, uma tentativa enérgica ededicada de forçar a natureza a entrar nas caixas conceituaisfornecidas pela educação profissional. E, no que diz respeitoa como se dá a escolha entre conjuntos de caixas, teorias ouparadigmas, ele realmente fala de "técnicas de persuasão” ede uma situação em que não está em jogo nem a demonstraçãonem o erro; a transferência de lealdade de paradigma aparadigma é uma experiência de conversão. Não é de admirar,portanto, que essas noções sejam interpretadas por algunscomo querendo dizer que “nas ciências estabelecidas, a forçafaz o direito”: Eu teria afirmado... que os membros de umacomunidade científica podem acreditar em tudo o que quiserem,bastando para isso que decidam primeiro sobre o objeto doseu consenso, para impô-lo depois aos colegas e à natureza,de modo que "nem a lógica, nem a observação, nem a boarazão estão implicadas na escolha da teoria". Mas o que Kuhnquer mesmo dizer é que “nenhuma das partes” – no debatesobre a escolha de uma teoria" - tem acesso a um argumentoque se assemelhe a uma prova da lógica ou matemáticaformal". Pode-se partir do acordo sobre critérios para a escolhade uma teoria: “exatidão, amplitude, simplicidade, produtividadeIdeação, Feira de Santana, n.4, p.79-110, jul./dez. 1999

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