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FILOSOFIA SOCIAL, CIÊNCIAS SOCIAIS - Universidade Estadual ...

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José Crisóstomo de Souza95testável. A dificuldade estaria em definir os critérios quedevem ser aplicados quando se decide se determinada incapacidadede resolução de quebra-cabeças há de ser ou não atribuídaà teoria fundamental. Mas - contra-ataca - a dificuldade decritério para tal decisão é idêntica àquela sobre se o resultadode determinado teste falseia (refuta) ou não uma teoria, e,sobre esse assunto, Sir Karl (Popper) é necessariamente tãovago quanto eu. O autor de A Estrutura das RevoluçõesCientíficas procura mostrar que não há tanta diferença entreas duas posições, e que a de Popper não exclui também umamargem de “arbítrio” na adoção ou abandono de uma teoria.Os cientistas devem “ficar alertas ao colapso da teoria”, sejatal colapso descrito como “severa anomalia” (como na concepçãode Kuhn), ou como “como falseamento”, isto é, não verificação(como na concepção de Popper).Esta vigilância, porém, nãoassegura que os cientistas cheguem ao mesmo julgamentoem cada caso concreto. Onde um enxerga colapso, outropode perceber apenas um problema menor 42 . Não é, portanto,a experiência - ou “a realidade” - que decide.Sustentando as críticas de Popper, J. Watkins insiste emque “deve haver um nível crítico” para uma teoria, em que umaquantidade tolerável de anomalias se transforme numa quantidadeintolerável 43" . Mas, de acordo com Kunh, como vemos, essenível pode não ser o mesmo para todos, pois nem se pode“dizer com segurança que dois homens vêem a mesma coisae possuem os mesmos dados” e “os identificam ou interpretamde maneira diferente” - o que por si já traria embaraço aosadeptos do valor absoluto da verificação empírica. Na verdade,os estímulos recebem muito processamento nervoso antesde alguma coisa ser vista; ou seja, diferente do que pensavaDescartes, a correlação entre o estímulo e a sensação nãoé bi-unívoca nem independe da educação.Portanto, Kuhn conclui, podemos razoavelmente suspeitarque aquela correlação varia entre uma comunidade e outra 44 .As dificuldades do credo experimentalista se encontrariam,desse modo, num nível mais básico. Ele vai ao ponto de dizerque "dois grupos, cujos membros têm sistematicamente sensaçõesIdeação, Feira de Santana, n.4, p.79-110, jul./dez. 1999

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