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FILOSOFIA SOCIAL, CIÊNCIAS SOCIAIS - Universidade Estadual ...

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98 José Crisóstomo de Souzautilização apenas “intrateóricas 49" .No que diz respeito diretamente ao (não-)progresso dafilosofia - da “teoria tradicional” - vis-à-vis o progresso daciência, as teses kuhnianas conduzem a conclusões igualmenteheréticas. Ele entende que na filosofia também há revoluções,bem como “uma prática normal entre duas revoluções”. Se afilosofia é um campo que se desenvolve através de umasucessão de tradições contrárias e de alterações revolucionárias,seu contraste com o progresso das ciências não se deveriaentão à ausência de uma metodologia como a que Popper dizser a da ciência - antes pelo contrário. É no campo da filosofia(e não no das ciências), aliás, que Popper estaria melhorexemplificado: praticantes acham asfixiante a tradição vigente,pelejam para romper com ela e procuram regularmente umestilo ou um ponto de vista filosófico próprio. A filosofia e aarte seriam os campos nos quais o método de Popper éessencial, “porque sem uma crítica constante e a proliferaçãode novos modos de prática não haveria revoluções" 50 . Sobesse aspecto, como vimos o próprio Kuhn dizer, as ciênciassociais também fariam parte desse grupo.De fato, a filosofia não oferece resultados que possamser testados através de um cotejo ponto-por-ponto com anatureza. Mas são a crítica incessante e a luta contínua poruma nova largada que não conduzem a um progresso nítido.Faltariam, então, às artes e à filosofia, como às protociências,o elemento que, nas ciências maduras, permite as formasmais patentes de progresso. E qual seria ele? Não há receitapara a maturidade, mas é necessário, em dado momento,arranjar “uma boa teoria científica”, um critério de demarcaçãocomo em Popper, técnicas preditivas enraizadas na teoria, oaprimoramento delas, etc.. A partir daí, cessariam, na verdade,“a crítica firme e a proliferação da teoria”, e os cientistaspoderiam tranqüilamente aplicar seus talentos aos puzzles.Mesmo com uma teoria que permita a ciência normal, porém,os cientistas poderiam continuar a se comportar, se quisessem,como os praticantes das “proto-ciências” - e da filosofia - ,procurando pontos fracos naquela teoria e procurando levantarIdeação, Feira de Santana, n.4, p.79-110, jul./dez. 1999

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