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FILOSOFIA SOCIAL, CIÊNCIAS SOCIAIS - Universidade Estadual ...

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José Crisóstomo de Souza85questão empírica, mas de uma questão conceitual; para além,portanto, das verificabilidade da ciência experimental 14 . Recorreraos resultados de uma experiência seria esquivar-se da questãoimportante, pois o filósofo teria que perguntar, antes, porquais indícios ou características esses mesmos resultadosserão aceitos como “realidade”. Naturalmente, esse tipo deargumentação, apenas exaspera o cientista “empirista” ou“experimental” - e não sem razão, do ponto de vista de seuspróprios objetivos e interesses. Mas a importância da questãofilosófica não pode ser apreendida nos termos dos preconceitosda ciência experimental. É uma questão, diz Winch, que nãopode ser respondida generalizando-se a partir de exemplosparticulares, visto que uma resposta particular à perguntafilosófica já traz implícita a aceitação de tais exemplos como‘reais 15 .Outro ponto levantado por Winch diz respeito à relaçãoentre a linguagem e o mundo, e a posição com a qual elepolemiza, nesse caso, está bem representada pelas teses deT.D. Weldon. Para Weldon, os problemas das filosofias políticae social originam - se das excentricidades da linguagem comque procuramos descrever as instituições sociais e políticas,e não de qualquer mistério inerente a essas mesmas instituições.Seguindo fielmente uma concepção da filosofia como “ajudantede obras” 16 , Weldon a vê cumprindo um papel puramentenegativo na tarefa de conhecimento da vida social: o defiscalizar aí o uso da linguagem, contra noções e proposiçõessem sentido. Os métodos da ciência empírica ou experimentalé que contribuirão para fazer avançar a compreensão da vidasocial, e não os métodos da filosofia 17 . Mas, ao supor que sepode estabelecer uma distinção nítida entre “o mundo comoele é” e a linguagem com que tentamos descrevê-lo, Weldonsuprimiria indevidamente toda a questão filosófica. Contraisso, Peter Winch argumenta que nossos termos, naverdade,estabelecem para nós a forma de experiência quetemos do mundo; quando falamos do mundo, estamos de fatofalando do que entendemos pela expressão “o mundo”. Nãohá maneira de escaparmos aos conceitos em cujos termosIdeação, Feira de Santana, n.4, p.79-110, jul./dez. 1999

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