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A GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA: VINCULAÇÃO PRÉ-NATAL ...

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INTRODUÇÃOSegundo a Organização Mundial de Saúde (WHO, 1975), a adolescência compreende operíodo de desenvolvimento do indivíduo entre os 10 e os 19 anos de idade; este é um períodoparticularmente rico em mudanças em várias áreas, implicando reajustamentos a nívelfisiológico, psicológico e social (Lourenço, 1998). A gravidez nesta fase do ciclo de vida estálonge de se constituir como um fenómeno recente, mas a sua visibilidade tem aumentadoconsideravelmente nos últimos anos; mudanças sociais, de mentalidade, nomeadamente noque toca a papéis e perspectivas da mulher sobre a sexualidade e a própria adolescência, aolongo do último século, contribuíram para uma visão diferente da gravidez, quer a nível socialou laboral. Na realidade, se por um lado, o aumento da escolarização da mulher fez com que asua realização pessoal e o seu lugar na sociedade dependessem de outros papéis, além dastradicionais funções de esposa e de mãe (Pereira, 2001), por outro, a antecipação do início daatividade sexual contribuiu para um período de risco alargado de gravidez na adolescência(Canavarro & Pereira, 2001).Nas atuais sociedades ocidentais, ao invés das sociedades ditas primitivas onde seencoraja, precocemente, o processo de autonomia e independência, a tendência é prolongarcada vez mais a dependência económica dos filhos, relativamente à sua família de origem. Agravidez e maternidade na adolescência, surgem na nossa sociedade como um graveproblema, dado que determinam um vasto conjunto de consequências adversas quer para amãe, quer para o bebé, que segundo alguns autores vêm agravar as já anteriores condiçõesdesfavoráveis de marginalização familiar, escolar e de trabalhodas adolescentes, ou seja,como refere Figueiredo (2000) e Fessler (2003), a gravidez na adolescência surgindo comoresultado de um vasto conjunto de consequências adversas para a mãe e o bebé, pode elaprópria, levar a consequências negativas para a adolescente e seus filhos, tornando ainda maisdesfavorável uma condição que era já desfavorável à partida.Nas sociedades ocidentais a gravidez na adolescência surge, normalmente, associada aquestões como a exclusão social, nível socioeconómico e educacional mais baixos e ocupaçãoprofissional precária; são-lhe também associados níveis mais elevados de problemas de saúdefísica e psicológica, competências parentais mais pobres e um maior risco de negligência emaus-tratos do bebé, por parte das adolescentes (Ellis, Bates, Dodge, Fergusson, Horwood,Pettit & Woodward, 2003, Figueiredo, Bifulco, Pacheco, Costa & Magarinho, 2006 e Pereira,Canavarro, Mendonça & Cardoso, 2002). Silva (1992, citado por Xarepe, 2002), acrescentaneste contexto, riscos clínicos quer para a jovem quer para o filho, como: atraso do4

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