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A GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA: VINCULAÇÃO PRÉ-NATAL ...

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ser humano, equipando a criança com um sistema de comportamentos que asseguram aproximidade com o adulto. O objectivo do sistema de vinculação é a regulação doscomportamentos, no sentido de obter ou manter a proximidade e o contacto com a figura devinculação; para a criança, o principal objectivo do sistema é garantir a segurança. Adinâmica entre estes dois objectivos – manutenção da proximidade e obtenção de segurança –traduz-se na utilização da figura de vinculação como base segura, para explorar o ambiente,em alturas tranquilas e, como refúgio de segurança, em alturas conturbadas.No encalce desta teoria formulada por Bowlby (1969/1984), nos últimos anos, umcrescente número de pesquisas (Correia & Linhares, 2007, Piccinini, Marin, Alvarenga, Lopes& Tudge, 2007, Watcher, 2002 e Schmidt & Argimon, 2009) tem estudado os processosatravés dos quais as pessoas estruturam, desenvolvem e mantêm laços afetivos ao longo dociclo vital. Nessa perspectiva, a teoria da vinculação trata-se de uma concepção teórica dodesenvolvimento sócio-emocional que considera a existência de uma necessidade humanainata para formar laços afetivos íntimos com pessoas significativas; essa propensão já estariapresente no neonato em forma embrionária e continuaria na infância, vida adulta e velhice. Noperíodo da infância, os vínculos são estabelecidos com os pais ou substitutos, na procura deconforto, carinho e proteção; na adolescência e vida adulta, esses laços persistem, sendocomplementados por novos vínculos (Borsa, 2007 e Schmidt & Argimon, 2009).Para explicar o processo de vinculação, Bowlby (1989) utilizou o conceito de modelointerno de funcionamento, por meio do qual a criança constrói uma imagem de si mesma edos seus cuidadores, que irá influenciar o seu desenvolvimento sócio-afectivo. Esse modelo,estruturado durante a infância, evolui à medida que a criança cresce, passando a fazer parte dasua personalidade, transformando-se numa representação mental da relação de apego, quetende a persistir ao longo da vida e exerce influência nas futuras relações afetivas (Bowlby,1969/1984, Main, Kaplan & Cassidy, 1985, Canavarro, 1999 e Carvalho, Politano & Franco,2008). Teoricamente, os modelos internos dinâmicos desenvolvidos na infância continuam aser importantes, mesmo quando o adolescente estabelece novas relações; Soares (1996) relataque esta continuidade pode ocorrer pela assimilação das novas relações às expectativas quesão consistentes com o modo como o indivíduo representa as suas relações. No entanto,mudanças desenvolvimentais podem implicar transformações ao nível dos modelos internosdinâmicos; se, por um lado, a segurança pode facilitar as necessárias acomodações aintroduzir nos modelos internos dinâmicos e ser, portanto, compatível com a sua revisão, oestabelecimento de novas relações, quer durante a adolescência, quer durante a idade adulta,pode, por outro lado, constituir uma ocasião significativa para reavaliar vinculações precoces,24

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