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A GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA: VINCULAÇÃO PRÉ-NATAL ...

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ou falta de supervisão familiar (Chang, O’Brien, Nathanson, Mancini & Witter, 2003,Kirchengast & Hartmann, 2003, Pianta, Lopez-Hernandez & Fergusson, 1997 e Hillis, Anda,Dube, Felitti, Marchbanks & Marks, 2004) e, do ponto de vista desenvolvimental, porexemplo, à maternidade adolescente da mãe (Hogan & Kitagawa, 1985, Figueiredo, 2000,Smith, 1993 e Zabin & Hayworth, 1993). Conclui-se, por conseguinte, que são diferentes ascircunstâncias em que usualmente ocorre a gravidez na adolescência, comparativamente àsituação de acontecer na idade adulta, não só por serem mais correntes as situações deprecariedade social e económica, mas também pelas condições menos favoráveis do ponto devista psicológico e relacional e ainda, por todo um conjunto de antecedentes de vida, demuitas das mães adolescentes.Segundo Altman (2007) na sociedade ocidental a adolescência é um conceito dificilmenteconciliável com a gravidez, constituindo um assunto bastante atual na área da psicologia,principalmente pelas suas implicações biopsicossociais. A adolescência, tal como foi referido,é um tempo de crise, bem como, um processo de mudança tanto física, como psicológica; agravidez e maternidade na adolescência surgem numa fase vital do ciclo de vida, em que osprocessos de estruturação da identidade feminina estão em pleno desenvolvimento, assimcomo a autonomia face à família. A gravidez na adolescência, surge por vezes, num contextosociofamiliar fragilizado, tendo geralmente por consequência, o abandono escolar precoce,acesso a trabalhos de baixa qualificação profissional, rupturas afectivas precoces e grandesdificuldades socioeconómicas; constitui um fenómeno multidimensional, sendo apontados naliteratura diversos factores na sua origem, nomeadamente “acidentes” de relações amorosas,onde predomina o fraco envolvimento emocional, não se antecipando as consequências. Sobreestas relações alguns autores referem que constituem um violar de regras, no sentido amplo deacontecerem fora de uma união de facto ou de um casamento e, numa idade, jábiologicamente fértil mas psicologicamente precoce (Leal, 2000). No desejo de ter um filhoalguns autores realçam os motivos narcisistas da mulher de se sentir completa e omnipotente,procurar manter um conceito idealizado, ou ainda, de anular sentimentos de vazio epreocupações sobre a imperfeição do corpo. A mulher pode encarar o filho desejado comouma extensão de si própria, o desejo de maternidade pode surgir por necessidades egóicas, docasal ou pressões externas para a parentalidade. Procurou-se ao longo da revisão de literaturacaracterizar o mundo interpessoal das adolescentes grávidas, no sentido de identificar algunsfactores que se associam a um maior risco de gravidez na adolescência e as consequênciasdeste acontecimento de vida não-normativo, quer para as jovens quer para os seus filhos. Osuporte social, as relações familiares, designadamente a recordação da adolescente de ter sido42

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