não podem ser assumidos como estranhos uns aos outros. Como tal, o funcionamentointelectual, cuja abordagem cognitiva está em assumido progresso, não pode ser tido comoum domínio estranho aos rearranjos hormonais, ao desenvolvimento afectivo e às condiçõessocioculturais, que também não deviam ser reduzidas a estes outros desenvolvimentos.Segundo Carvalho, Leal e Sá (2004), o conjunto de alterações emocionais da adolescêncialeva-nos a questionar o seu desenvolvimento no âmbito da sexualidade e da maternidade oupaternidade.1.2. O DESENVOLVIMENTO <strong>NA</strong> ADOLESCÊNCIAAtualmente fala-se da adolescência como uma fase do desenvolvimento humano que fazuma ponte entre a infância e a idade adulta; porém não pode ser compreendida somente comouma fase de transição, pois envolve mudanças profundas que ocorrem nas várias áreas dodesenvolvimento fisiológico, psicológico, emocional, cognitivo e social (DiClemente et al.,2001, Omar, McElderry & Zakharia, 2003 e Simons-Morton & Hartos, 2002). As alteraçõesocorrem no processo de deslocação do indivíduo de forma dinâmica do “mundodespreocupado da infância” para o “universo das responsabilidades do adulto” (Sprinthal &Collins, 1994). Ao ser confrontado com um corpo, emoções, intelecto, valores, relaçõessociais e familiares em mudança, o adolescente tem de encontrar uma forma de se adaptar auma nova circunstância, novos papéis e a uma participação mais ativa na sociedade (Grady &Bloom, 2004).Esta fase de desenvolvimento do ser humano inicia-se com as transformações fisiológicasda puberdade, que ocorrem mais cedo, em termos temporais, nas jovens do sexo feminino,sendo condicionada por factores de ordem social e cultural em interação com odesenvolvimento biológico, intelectual e emocional (Silva, 2010); neste período salientam-senão apenas as alterações corporais típicas da puberdade, mas também a sua aceitação porparte do jovem e consequentemente, a mudança da auto imagem corporal e a maturidadesexual alcançada, que segundo Carvalho, Leal e Sá (2004) estará sujeita às vicissitudes damaturação emocional.A adolescência, é uma fase de reestruturação afectiva e intelectual da personalidade, umprocesso de individuação e de metabolização das transformações fisiológicas ligadas àintegração do corpo sexuado; como já foi referido, é difícil precisarmos o fim desta fase, dadoque são inúmeros os casos de adolescentes prolongados que continuam a trabalhar na suapersonalização (Jalley & Selosse, 2001, citados por Doron & Parot, 2001). Esta fase de9
desenvolvimento do ser humano, constitui um campo psicológico privilegiado para o estudoda mudança, sendo esta entendida, pela revivescência do movimento deseparação/individuação da primeira infância, pela reativação do conflito edipiano, desligaçãodas imagens parentais infantis e a nova ligação a novos objetos libidinais, pelas relaçõesdefensivas com um ideal do Ego e as pulsões para estabelecer um equilíbrio novo e narcísico.A adolescência é então, uma moratória infiltrada por uma problemática identificatória, em queo essencial consiste na negociação de lutos, perdas e desilusões até ao momento em que osujeito pode assumir a sua separação e diferenciação, na autonomia. Segundo Leal (2000), osadolescentes têm de facto como desafio, alterar a qualidade da relação com os próprios pais;explorar as suas metas vocacionais; preocuparem-se de uma forma inovadora com questõesideológicas, sejam estas de cariz religioso ou político; explorar e desenvolver as relações comos pares e estabelecer relações íntimas de modo próprio, por sua iniciativa.Intelectualmente, a fase da adolescência, caracteriza-se pela conquista do pensamentoformal, que permite aos jovens pensar sobre o seu pensamento (meta cognição) e efetuaroperações reversíveis entre o que é real e o que é possível; esta nova capacidade, que ocorreao longo de toda a fase da adolescência, leva o jovem a não se contentar com a resolução dosproblemas do momento, mas a motivar-se para ocupar um lugar no mundo dos adultos. Oraciocínio hipotético-dedutivo (nomeadamente a noção de lei) permite o domínio dospossíveis pelo pensamento, pode conduzir a um egocentrismo metafísico, permitindo tambémque o sujeito conceba projetos futuros e grandes ideias; o adolescente torna-se capaz deconstruir teorias sobre o mundo, de pensar em termos abstractos, planear as suas ações futurasintegradas num projeto e começar a pensar em si como os adultos. Jalley e Selosse (2001,citados por Doron & Parot, 2001) distinguem entre as formas clínicas da adolescência, aoriginalidade juvenil que se considera normal, sentimentos de isolamento e grandespreocupações com a imagem corporal, podendo-se evidenciar perturbações mentais graves eatitudes de desafio e dependência, que provocam agressão e desvio.1.3. PERSPECTIVAS TEÓRICAS1.3.1. ABORDAGEM ANTROPOLÓGICASegundo Gutton (2004, citado por Houzel, Emmanuelli & Moggio, 2004) para aantropologia, a adolescência é uma idade de transição entre a infância e a idade adulta. Naesteira de Mead há quem considere que o fenómeno se manifesta em condições culturais e10
- Page 2 and 3: Dissertação de Mestrado realizada
- Page 5 and 6: Artigo Empírico - A Gravidez na Ad
- Page 7 and 8: LISTA DE GRÁFICOSGráfico 1: Memó
- Page 9 and 10: RESUMOA adolescência foi estudada
- Page 11 and 12: INTRODUÇÃOSegundo a Organização
- Page 13 and 14: podem proporcionar, como pelas espe
- Page 15: No mundo dos estudiosos do comporta
- Page 19 and 20: parricida e uma elaboração ou sub
- Page 21 and 22: todo o mundo, presumivelmente tamb
- Page 23 and 24: implica o reconhecimento de que est
- Page 25 and 26: que afirma que apenas 3,42% dos est
- Page 27 and 28: que a grande maioria desses riscos
- Page 29 and 30: homossexual (Pawlak, 2004, citado p
- Page 31 and 32: ser humano, equipando a criança co
- Page 33 and 34: estes autores salientam também que
- Page 35 and 36: Sá (1997), refere que a ligação
- Page 37 and 38: suscitar emoções capazes de promo
- Page 39 and 40: quem vê nele um exemplo democráti
- Page 41 and 42: aseado na negociação; as razões
- Page 43 and 44: autores realizaram as suas investig
- Page 45 and 46: ou material, pessoal ou interpessoa
- Page 47 and 48: Numerosos estudos têm sido realiza
- Page 49 and 50: ou falta de supervisão familiar (C
- Page 51 and 52: experiências stressantes, caracter
- Page 53 and 54: REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASAinswor
- Page 55 and 56: prenatal attachment in woman hospit
- Page 57 and 58: Colman, A. D., & Colman, L. L. (199
- Page 59 and 60: Fessler, K. B. (2003). Social outco
- Page 61 and 62: Adolescence, 28(111), 557-572.Houze
- Page 63 and 64: Levine, L. V., & Tuber, S. B. (1991
- Page 65 and 66: Pereira, A. I. F., Canavarro, M. C.
- Page 67 and 68:
Sánchez, A. (1991). Psicologia Com
- Page 69 and 70:
transformações (23-38). Petrópol
- Page 71 and 72:
RESUMOO presente estudo tem como ob
- Page 73 and 74:
ABSTRACTThis study serves the purpo
- Page 75 and 76:
INTRODUÇÃOA gravidez na adolescê
- Page 77 and 78:
Autores como Sarason (1999), salien
- Page 79 and 80:
seguros têm recordações mais pos
- Page 81 and 82:
termos do suporte emocional, da sob
- Page 83 and 84:
Quadro 1Caracterização das Adoles
- Page 85 and 86:
No que concerne à situação labor
- Page 87 and 88:
Quadro 5Caracterização Sociodemog
- Page 89 and 90:
Quadro 7Respostas das Adolescentes
- Page 91 and 92:
Se temconhecimento, comoreagiu?Reje
- Page 93 and 94:
Jacobson, Lindstorm, Von Knorring,
- Page 95 and 96:
natal com a idade, tempo de gestaç
- Page 97 and 98:
A escala original obteve para a dim
- Page 99 and 100:
Correlação Pearson/Spearman: Util
- Page 101 and 102:
suporte social. Relativamente ao n
- Page 103 and 104:
Recorreu-se ao teste não paramétr
- Page 105 and 106:
Associação entre o Suporte Social
- Page 107 and 108:
dano para mim, eu sentir-me-ia…
- Page 109 and 110:
Quadro 20Relação Entre Vinculaç
- Page 111 and 112:
Quadro 22Mann-Whitney - Comparaçã
- Page 113 and 114:
tem maior prevalência na adolescê
- Page 115 and 116:
possíveis julgamentos negativos, t
- Page 117 and 118:
outros sistemas (tais como a comuni
- Page 119 and 120:
participantes solteiras que afirmav
- Page 121 and 122:
não está presente. Nestes casos,
- Page 123 and 124:
desajustamento face à sua vivênci
- Page 125 and 126:
Teoricamente, os modelos internos d
- Page 127 and 128:
unidade própria dentro da estrutur
- Page 129 and 130:
(1999) por outro lado, salienta que
- Page 131 and 132:
complicadas, do que as adolescentes
- Page 133 and 134:
adolescência: estudo comparativo d
- Page 135 and 136:
Sociodemographic, family and health
- Page 137 and 138:
Fisiloglu, H., & Demir, A. (2000).
- Page 139 and 140:
Marks, J. S. (1998). The decline in
- Page 141 and 142:
Moreira, M., & Sarriera, J. (2008).
- Page 143 and 144:
attachment and fourth-dimensional u
- Page 145 and 146:
(Ed.), Psicopatologia da gravidez e
- Page 147 and 148:
ANEXOS140
- Page 149 and 150:
Estatuto conjugal dos pais: Solteir
- Page 151 and 152:
144
- Page 153 and 154:
146
- Page 155 and 156:
ANEXO D: QUESTIONÁRIO DE SUPORTE S
- Page 157 and 158:
150
- Page 159 and 160:
ANEXO E: AUTORIZAÇÕES DOS AUTORES
- Page 161 and 162:
Declaração de Consentimento para
- Page 163 and 164:
Declaração de Consentimento para
- Page 165 and 166:
Freq. %Nas últimas 2 semanas, pens