11.07.2015 Views

A GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA: VINCULAÇÃO PRÉ-NATAL ...

A GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA: VINCULAÇÃO PRÉ-NATAL ...

A GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA: VINCULAÇÃO PRÉ-NATAL ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

que afirma que apenas 3,42% dos estudos entre 1990 e 1999 se referem à maternidadeadolescente e destes, poucos incluem o pai adolescente. Segundo Altman (2007) o conceito deadolescência dificilmente se concilia com o de gravidez, pelo menos na sociedade ocidental,havendo necessidade de novas formas de o analisar e compreender.Leal (1992) refere que, em muitas situações de gravidez na adolescência não se observa apresença de um projeto de maternidade podendo este ficar assim comprometido. SegundoCarvalho, Leal e Sá (2004), a gravidez na adolescência pode: (a) proporcionar uma inaptidãoem assumir os desafios e as exigências da adolescência; (b) provocar um amadurecimentoexcessivamente apressado que pode ter custos traumáticos para o progresso posterior; (c) serum factor de exclusão grupal e/ou social; (d) deixar sequelas, se se desencadear um abortomal pensado e planeado ou se, com ou sem o consentimento da adolescente, o bebé for levadopara a adopção; (e) provocar episódios confusionais a nível familiar na assunção da tutela dobebé; (f) romper com os laços amorosos da adolescente ou, como opção, transformando umlaço amoroso lábil ou transitório num vínculo obrigatório em função do bebé; (g) colocarinúmeros desafios transponíveis com o apoio familiar, ou ainda, ser uma restrição àspossibilidades de futuras melhorias socioeconómicas das adolescentes. Todos estes riscospotenciais podem ainda ter um acréscimo geométrico se a gravidez resultar de umacircunstância acidental (uma festa, por exemplo) ou, com outro tipo de sequelas, de umaviolação; nestes casos, os riscos de uma gravidez na adolescência podem refletir-se na vidaemocional do bebé (Carvalho, Leal & Sá, 2004).Vários são os países com taxas elevadas de incidência de gravidez na adolescência, àfrente dos quais se encontram os Estados Unidos da América (EUA), (Kaufmann et al., 1998e Manlove et al., 2002). Apesar do número de nados-vivos de mães adolescentes ter vindo adiminuir, registando-se um valor de 4551 em 2008, Portugal situa-se entre os países da UniãoEuropeia com taxas mais elevadas de ocorrência deste fenómeno, tendo até há pouco tempoocupado o segundo lugar desta lista, apenas suplantado pelo Reino Unido (Eurostat, 2004,INE, 2008 e Pereira, Canavarro, Mendonça & Cardoso, 2005); com a entrada de novos paísesna União Europeia, a posição do nosso país alterou-se (Eurostat, 2008), mas continua a serbastante desfavorável.A gravidez na adolescência atesta a presença de uma sexualidade atuante e a veracidade dafertilidade num corpo de uma mulher jovem e menor, sem o preconceito da presença de umperfil psicológico próprio e de uma psicopatologia. Na conjuntura social europeia, talgravidez ergue uma sucessão de perguntas ligadas ao estatuto do corpo, à feminilidade erepresentação da criança na adolescente, a aspectos desenvolvimentais relativos ao18

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!