aparecimento de uma gravidez precoce e à futura relação mãe-bebé. Alguns factoressocioculturais, onde se incluem, os maus tratos e os abusos sexuais, estão-lhe por vezesassociados (Pawlak, 2004, citado por Houzel, Emmanuelli & Moggio, 2004).Segundo Ourô e Leal (1998), a particularidade de uma gravidez precoce (do ponto de vistaetário) depende do contexto, no seu sentido amplo, podendo a sua importância perder-se emestereótipos estéreis e as desvantagens resultarem de características das sociedades atuais;estes autores realçam a importância dos recursos internos e contextos envolventes comomediadores do significado e do impacto de uma gestação na adolescência. Neste sentidodeverão ser analisadas as expectativas, obstáculos e recursos da organização social atual(Ourô & Leal, 1998). Pinto e Rodrigues, (1999, citados por Frizzo, Kahl & Oliveira, 2005)salientam, neste contexto, que a gravidez na vida da adolescente, põe em causa o valor daescolaridade (pois frequentemente a adolescente grávida vê-se obrigada a abandonar a escolaou o emprego) e outras normas sociais, promovendo disparidades.Uma gravidez na adolescência pode ter origem num diverso conjunto de circunstânciasdesfavoráveis, quer do ponto de vista social, quer psicológico, que resulta muitas vezes emconsequências adversas quer para a mãe quer para o bebé.2.2.1. PERSPECTIVAS SOBRE A <strong>GRAVIDEZ</strong> <strong>NA</strong> ADOLESCÊNCIA2.2.1.1. MODELO MÉDICOSegundo Pasini, Beguin, Bydlowski e Papiernik (1993), nesta abordagem, questiona-se avariabilidade de estratégias nacionais ou regionais, estimativas do predomínio das gravidezesnas adolescentes e a inclusão da faixa dos 19 anos. Filho (2001) refere a gravidez naadolescência como uma situação indesejável e Pasini et al. (1993) salientam que, nos EstadosUnidos, este fenómeno é visto como um verdadeiro tormento social, dado verificar-se umataxa de gravidezes de 96 em 1000 raparigas entre os 15 e os 19 anos, enquanto que em Françaa taxa de gravidezes de adolescentes com idade inferior a 18 anos está calculada em 24 por1000, ou seja, cerca de 16 000 por ano, entre as quais, cerca de um terço é levada até ao fim.A morbilidade relacionada com as gravidezes precoces abrange as perturbações nutricionais,devidas à intervenção com as carências do final do crescimento da adolescente, um risco debaixo peso no nascimento, tanto maior quanto mais jovem é a mãe e principalmente uma taxade toxemia gravídica, um risco de prematuridade e de mortalidade perinatal, duas a três vezesmais alta do que numa população de jovens adultas. Dados recentes salientam, no entanto,19
que a grande maioria desses riscos estão relacionados com a descoberta tardia da gravidez eque podem ser um pouco diminuídos através de um acompanhamento médico frequente.2.2.1.2. MODELO SOCIOLÓGICONeste modelo os factores de risco relacionados com a gravidez precoce, estãoprincipalmente associados ao meio social, que nos EUA incluem elementos raciais, pobreza,família numerosa, alcoolismo ou separação dos pais, bem como, maus resultados escolaresantes dos 11 anos, que podem ser reflexos de um ambiente pouco benéfico à obtenção e aodesenvolvimento do pensamento formal. Estes factores, não obstante serem pouco singulares,são difíceis de separar de outros aspectos, como os riscos relativos aos adolescentes dasegunda geração de imigrantes, ou a maus tratos, especialmente os abusos sexuais, incluindoincesto (Pawlak, 2004, citado por Houzel, Emmanuelli & Moggio, 2004). Heilborn et al.(2002), refere que a gravidez na adolescência acompanha uma tendência internacional,assumindo, o estatuto de problema social, para o qual convergem a atenção dos poderespúblicos, de organismos internacionais e da sociedade civil.Segundo Pawlak (2004, citado por Houzel, Emmanuelli & Moggio, 2004) o acesso àsexualidade genital, própria da adolescente, marca a passagem ao mundo dos adultos, que aapresenta como uma carência social, tornando-se comum a indicação de contracepção. Agravidez precoce pode cobrir os objetivos individuais no que respeita à autonomia, separaçãoda família, estatuto de adulto, casamento, mas do ponto de vista social corresponde àtransgressão de um interdito, que nestes últimos anos se deslocou da sexualidade para agravidez; no entanto, muitas adolescentes, marginais pela pequena delinquência, toxicomania,perturbações da conduta, encaram a gravidez como um regresso à normalidade, exatamenteno momento em que se marginalizam ainda mais aos olhos da sociedade.Rito de passagem de filha a mãe, análogo ao da adolescência, a gravidez precoce comportaaspectos identitários que ultrapassam a identidade sexual. Na encruzilhada de culturas, asadolescentes da segunda geração de imigrados ilustram bem as tensões resultantes da suaposição particular, que condensa a autonomização e a questão de pertença em que a gravidezsurge como um meio de aceder ao estatuto de mulher reconhecida, sem trair o grupo,enquanto que é um paliativo para a sua própria insegurança identitária (Pawlak, 2004, citadopor Houzel, Emmanuelli & Moggio, 2004).2.2.1.3. MODELO COGNITIVO20
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