sua relação com o sujeito na génese da saúde e doença mentais.3.2. VINCULAÇÃO PRÉ-<strong>NA</strong>TALO conceito de vinculação pré-natal materna não é recente, remontando aos estudospioneiros de Deutsch (1944, citado por Condon, 1985) que descreveu o desenvolvimento deuma “forma de vinculação emocional da mulher ao seu feto” ainda durante a gravidez(Condon, 1985, p.271). Em termos psicodinâmicos, Deutsch (1945, citado por Brandon,2006) e Bibring (1959), entre outros, sugeriram que o feto se torna mais humano com odesenrolar da gravidez e, vai sendo amado como uma extensão do self e como objetoindependente. Bibring (1959), alertou para a importância da relação mãe-bebé durante agravidez, não só por permitir a sua prossecução mas, principalmente, no desenvolvimento darelação mãe-filho, após o nascimento.Embora grande parte dos trabalhos sobre a vinculação incidam nas relações da criançaapós o nascimento, alguns estudos têm analisado a vinculação nos momentos anteriores aonascimento da criança.Gomez e Leal (2007), salientam a importância da vinculação parental se iniciarhabitualmente durante a gravidez, segundo Bloom (1995, citado por Rodrigues, 2011),Damato (2004, citado por Rodrigues, 2011) e Field e Widmayer (1984, citados por Rodrigues,2011), por volta da décima semana de gestação, aumentando progressivamente, sobretudoapós os primeiros movimentos do feto.Sá (1997, citado por Rodrigues, 2009) considera que a vinculação nos seres humanosocorre ao longo de todo o seu desenvolvimento, distinguindo algumas etapas neste processo:vinculação pré-natal (durante a gravidez), vinculação perinatal (parto e pós-parto precoce) evinculação pós-natal; a primeira, particularmente importante durante a gestação, será umproduto que Soulé (1987) designou de, representações do bebé fantasmático e do bebéimaginário. O bebé fantasmático resulta do modo como os pais integram o seu próprioprocesso educativo e a relação com os seus progenitores, ou seja, a sua experiência comofilhos; o bebé imaginário é tecido na imaginação dos pais, a partir dos seus desejos.Segundo diversos autores (Figueiredo & Costa, 2009, Figueiredo, Costa, Pacheco, Conde& Teixeira, 2007 e Ji et al., 2005, citados por Samorinha, Figueiredo e Cruz, 2009) é logo noinício da gravidez que se desenvolve a ligação dos pais ao filho em gestação, ou seja, que seestabelece a vinculação pré-natal.27
Sá (1997), refere que a ligação dos pais ao bebé se estrutura durante toda a gestação,principalmente, nos momentos em que aumenta a consciência da presença do bebé no ventreda mãe, isto é, quando se descobre que a mulher está grávida, se escuta o batimento cardíacodo feto, vê-se a primeira ecografia e quando são percepcionados os primeiros movimentos dobebé.Segundo Salisbury (2003, citado por Samorinha, Figueiredo & Cruz, 2009), a vinculaçãopré-natal baseia-se na representação cognitiva do feto e manifesta-se em comportamentos decuidado e ligação ao bebé. Ainda que esta seja uma área de estudo relativamente recente,iniciada nos anos 70, já algumas investigações se debruçaram sobre o desenvolvimento efactores que condicionam a vinculação pré-natal. No entanto, os estudos neste âmbito aindasão em pequeno número, pois a investigação tem vindo tradicionalmente a focar, com maisintensidade, as experiências maternas (Cabrera, Tamis Le-Monda, Bradley, Hofferth & Lamb,2000, Delmore-Ko, Pancer, Hunsberger & Pratt, 2000 e Matthey, Barnett, Howie &Kavanagh, 2003, citados por Gomez & Leal, 2007). Como tal, os dados sobre outroscorrelatos da vinculação pré-natal tendem a ser limitados e menos consistentes (Condon &Corkindale, 1997, citados por Gomez & Leal, 2007).Para Condon, como indicadores da presença e intensidade da vinculação pré-natal inclui-seo desejo de proteger e satisfazer as necessidades do feto (Gomez & Leal, 2007).Leifer, descreve como as mães estão envolvidas com os seus fetos, identificandoimportantes comportamentos vinculativos, tais como, falar com o feto, tratá-lo por um nomecarinhoso, movimentá-lo na sua barriga, para que ela e o seu companheiro possam observaresse movimento, ou encorajar o companheiro a conversar com o feto (Siddiqui, Hägglöff &Eisemann, 1999).No que concerne ao bebé, no período pré-natal, apesar de ter o sistema nervoso poucodesenvolvido, consegue interagir com o mundo interno e externo, incluindo a mãe e o pai,promovendo a vinculação (Sá, 2001). Os primeiros movimentos do feto no útero maternorepresentam um ponto de partida para o esboço da identidade do futuro ser, um ser que,depois de sonhado, se projeta na mente dos pais e inicia com eles um processo de vinculação(Sá, 2001).Deutch (1945, citado por Brandon, 2006) refere-se à vinculação pré-natal como sendo umprocesso no qual a energia libidinal da grávida é direcionada para o feto, que se vai tornandocada vez mais humano com o avançar da gravidez; a mãe ama-o como sendo uma extensão doself e como um objeto independente. Müller (1993, citado por Brandon, 2006) afirma que avinculação pré-natal é uma relação única que se desenvolve entre a mulher e o feto; estes28
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