adolescente sob a influência de um ambiente familiar caracterizado por stress, pressão,conflitos, maior disfuncionalidade e rigidez (Lourenço, 1998), baixa qualidade da relaçãoentre pais e filhas (Canavarro & Pereira, 2001), falta de comunicação e/ou instabilidadefamiliar, inadequação ou ausência de supervisão familiar e falta de apoio (Figueiredo, 2001,Holden, Nelson, Velasquez & Richie, 1993, Kapungu, Holmbeck & Paikoff, 2006, Miller,Benson & Galbraith, 2001 e Pereira et al., 2005).Conhecer o modo como as relações significativas afectam quem somos constitui um temacentral do estudo do desenvolvimento humano; a importância de estudos nesta área justificasepelo modo como alguns dos factores anteriormente referidos, condicionam a adaptaçãopsicológica à maternidade e a qualidade dos cuidados que a mãe será capaz de proporcionarao bebé, particularmente quando se tratam de situações de risco, como geralmente é o caso damaternidade na adolescência (e.g., Figueiredo, 2000; Figueiredo, 2001).5. SUPORTE SOCIALHistoricamente o suporte social e os conceitos a ele associados, de acordo com Rios,Torrez e Dias (1992), podem considerar-se relativamente recentes, destacando-se doisperíodos distintos: um primeiro que vai do início do séc. XX até finais da década de 60 eoutro, que se prolonga desde os anos 70 até aos nossos dias. Segundo Winemiller, Mitchell,Sutliff e Cline (1993), foi a partir da década de 70 que o conceito de suporte social começou aganhar relevo na literatura, verificando-se desde então, um aumento da investigação nessaárea e um crescente interesse pela temática, sendo atualmente, um dos principais conceitos napsicologia da saúde (Dunbar, Ford & Hunt, 1998).A relevância dos aspectos psicossociais, nomeadamente do suporte social, na investigaçãosobre os factores que influenciam a saúde e o bem estar, embora de interesse atual, temantecedentes remotos. O reconhecimento e interesse da influência dos sistemas e relaçõessociais no comportamento humano, tem levado à realização de vários estudos, com origemem diferentes disciplinas, em particular, a psicologia e a sociologia.É pertinente assinalar, a importância crescente que a temática da desinstitucionalizaçãohospitalar de doentes mentais ganha nos E.U.A., por volta dos anos 50 e 60 e que veio,segundo Gottlieb (1981), permitir o reconhecimento da relevância dos sistemas de apoiocomunitário, tanto formais como informais. No entanto, é nas duas últimas décadas que asprincipais bases para a conceptualização e investigação sobre o suporte social sedesenvolvem, com os estudos de Caplan (1974), Cassel (1974 e 1976) e Cobb (1976); estes35
autores realizaram as suas investigações sobre o suporte social, no sentido de, procurarem pôrem evidência a sua natureza e efeitos protetores, inferindo-se a necessidade de desenvolverprogramas adequados de intervenção nessa área, quando não é possível reduzir umaexposição a situações de stress. Cassel (1974) estava fundamentalmente interessado noprocesso pelo qual as condições ambientais (aglomerado populacional, habitação adequada,bairros degradados...) exerciam efeitos prejudiciais nas pessoas; um conjunto de trabalhosrealizados por Cassel relacionavam tais condições com uma taxa mais elevada de mortalidadeinfantil, uma maior incidência de tuberculose e doenças do foro digestivo, bem como, nocampo da saúde mental, uma maior prevalência do diagnóstico de psicose. Na explicação darazão pela qual certos processos psicossociais aumentam a susceptibilidade para a doença,Cassel (1974) argumentou que ao mais alto nível de desorganização social, as pessoas, talcomo os animais, parecem estar sujeitos a sinais confusos ou insuficientes do seu meio sociale por vezes à ausência de qualquer feedback. O autor, queria com isto dizer, que a falta desaúde se poderia atribuir à privação de equilíbrio, devido aos sinais desordenados dos outrossignificativos, ou, devido à falta de informação necessária para que os desvios fossemcorrigidos; estes factos levaram o investigador a identificar uma segunda categoria deprocessos psicossociais, que designou de protetores de saúde (Cassel, 1974). O trabalho deCobb (1976), constitui uma base de referência para a conceptualização e investigação dosuporte social, que na sua perspectiva, desempenha a função de preenchimento dasnecessidades sociais e de proteção do indivíduo, de consequências adversas relacionadas comuma situação de crise ou stress. A sua principal ideia foi a de considerar o suporte social comoum amortecedor do stress, dado este desempenhar a função de facilitador da confrontação eadaptação em situações de crise; também no âmbito específico da saúde e das doenças,Kessler, Price e Wortman (1985) explicam que o suporte social refere-se aos mecanismospelos quais as relações interpessoais, presumivelmente, protegem os indivíduos dos efeitosdestruidores do stress. Esta variável é muito abrangente, englobando um grande conjunto decomponentes e de aspectos, recorrendo a procedimentos de avaliação muito diversos.O suporte social é hoje aceite, indiscutivelmente, como importante, tanto para a saúdecomo para as doenças, embora se continue a discutir o que é que pode ser incluído comovariável neste vasto domínio (Berkman, 1984, Brhun & Philips, 1984, Cassel, 1976, Cobb,1976, Cohen, 1988, Kaplan, Cassel & Gore, 1977 e Taylor, 1990); a investigação tanto serefere a aspectos objetivos, tais como, número de amigos, frequência e intensidade decontactos, existência ou não de amigos íntimos, de redes sociais (contactos sociais mesmo quenão sejam com amigos), como a aspectos subjetivos, tais como, a percepção que o indivíduo36
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Freq. %Nas últimas 2 semanas, pens