vinculação com o bebé.Rota (1995) vai mais longe e afirma que, a relação entre pais e filhos é influenciada pelaqualidade da vida afetiva do casal no período anterior à gravidez e pelos motivos queestiveram na sua a origem. Há inúmeras razões para ter filhos, mas nem sempre o desejo degerar, criar, amar outro ser, está entre elas; frequentemente os filhos servem desejos infantisdos seus pais, sendo resultado de um planeamento familiar ineficaz, ou o produto de umaconvenção social que pressupõe a existência de descendência quando se forma um casal.Sabendo que foram encontradas relações entre os estilos de vinculação pré e pós-natal eque o envolvimento emocional dos pais é um elemento decisivo na qualidade da interação edos cuidados prestados ao bebé, torna-se fundamental, o estudo da vinculação pré-natal, comodeterminante para o desenvolvimento e bem-estar da criança (Rustico et al., 2005, citado porSamorinha, Figueiredo & Cruz, 2009).4. PRÁTICAS EDUCATIVAS PARENTAISAs relações que estabelecemos com aqueles que de mais perto nos rodeiam são uma daspartes, se não a parte mais importante da nossa vida. As relações significativas podem serfactores de risco ou de proteção, se considerarmos que estas tanto podem promover osentimento de segurança e a autoestima e concorrerem para o bem estar global do indivíduo,como podem gerar condições adversas de existência, implicando assim considerávelsofrimento (Canavarro, 1999).As relações que os pais estabelecem com os seus filhos são permeadas pela necessidade decuidar, educar e promover o seu desenvolvimento, resultando num conjunto característico decomportamentos que, em geral, são nomeados de formas distintas na literatura, como porexemplo: práticas parentais, práticas educativas, práticas de cuidados ou cuidados parentais(Macarini, Martins, Minetto & Vieira, 2010). Além disso, estão presentes na literatura termosreferentes às cognições parentais, como crenças, ideias e valores parentais e metas desocialização. A diversidade de palavras-chave já fornece indícios da coexistência dediferentes concepções sobre o comportamento parental.As relações entre pais e filhos costumam suscitar grandes debates e sensivelmente a partirdo ano 2000, passaram a focalizar mais particularmente a relação de autoridade (Montandon,2005). No Ocidente, observa-se que as mudanças sociais têm levado a um deslocamento nasrelações de autoridade pais/filhos, partindo-se de um modelo baseado na imposição e nocontrole para outro fundamentado na participação e negociação. Embora este facto alegre31
quem vê nele um exemplo democrático de evolução, ele costuma assustar aqueles que, pelocontrário, estão convictos de que reforça o individualismo e ameaça a civilização democrática(Roussel, 2001, citado por Montandon, 2005).As relações intrafamiliares, têm assim, vindo a sofrer mudanças nas últimas décadas; háalguns anos atrás, comportamentos até então compreendidos como culturalmente aceitáveis eesperados, como a utilização de força física na educação das crianças por parte dos pais oucuidadores, atualmente são criticados e penalizados pelos direitos constitucionais. No entanto,o processo de mudança que permite a conscientização sobre os danos causados pela puniçãofísica é lento; ainda persiste, por exemplo, a punição no contexto familiar, justificada, muitasvezes, como uma prática educativa.Numa outra perspectiva, alguns órgãos de comunicação e figuras de autoridade referemque as relações entre adultos e crianças nunca foram tão difíceis, apresentando pais enleados,desnorteados, demissionários, docentes stressados, esgotados ou desiludidos e exibindorelações conflituosas e até violentas entre adultos e crianças; atribuem inúmeros males àdeterioração da relação entre educadores e crianças e, mais particularmente, aoenfraquecimento da autoridade dos pais e docentes: violências, delinquência, fracassosescolares etc. Para alguns, os problemas devem-se à situação difícil dos pais; para outros,estariam diretamente vinculados ao comportamento dos pais, quer porque não se opõem aosseus filhos, o que faz com que estes não tolerem frustrações e se tornem insuportáveis, querporque os consideram como iguais, ou seja, como adultos. Várias pesquisas em Psicologiatêm enfatizado a importância da interação parental e das práticas educativas utilizadas pelospais sobre o desenvolvimento de crianças e adolescentes (Baumrind, 1966, 1997, Darling &Steinberg, 1993 e Maccoby & Martin, 1983).Segundo Bronfenbrenner (1979/1996), a família é caracterizada como o primeiro ambienteno qual a criança participa ativamente, interagindo através de relações face-a-face.Inicialmente, estas interações ocorrem de forma diádica, como, por exemplo, na relação damãe com a criança; aos poucos, as relações vão-se expandindo dentro do grupo familiar,formando, dentro deste sistema, vários subsistemas, como a relação pai-criança e a relaçãoentre irmãos. A família com a qual a criança interage diretamente é denominada demicrossistema; idealmente, o microssistema familiar é a maior fonte de segurança, proteção,afecto, bem-estar e apoio para a criança, é nele que a criança exercita papéis e experimentasituações, sentimentos e atividades, desenvolve o senso de permanência e de estabilidade.Segundo De Antoni, Medeiros, Hoppe e Koller (1999, citados por Cecconello, Antoni &Koller, 2003) o senso de permanência está relacionado com a percepção de que elementos32
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Freq. %Nas últimas 2 semanas, pens