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Francisco Bento de Alvarenga Neto ANÁLISE DA ... - Ppga.com.br

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<strong>Francisco</strong> <strong>Bento</strong> <strong>de</strong> <strong>Alvarenga</strong> <strong>Neto</strong><strong>ANÁLISE</strong> <strong>DA</strong> AVALIAÇÃO DE DESEMPENHOTRADICIONAL DO HORISTA E AS PROPOSTAS PARATORNÁ-LA UMA FERRAMENTA DE GESTÃO A CÉLULADE PRODUÇÃOTrabalho <strong>de</strong> Conclusão <strong>de</strong> Cursoapresentado para obtenção doCertificado <strong>de</strong> Especialização emGestão Industrial do Departamento<strong>de</strong> Economia, Contabilida<strong>de</strong> eAdministração da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong>Taubaté.Orientadora: Profa. Dra. MariaJúlia F. X. RibeiroTAUBATÉ- SP2004


2FRANCISCO BENTO DE ALVARENGA NETO<strong>ANÁLISE</strong> <strong>DA</strong> AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO TRADICIONAL DO HORISTA EAS PROPOSTAS PARA TORNÁ-LA UMA FERRAMENTA DE GESTÃO ACÉLULA DE PRODUÇÃOUNIVERSI<strong>DA</strong>DE DE TAUBATÉ, TAUBATÉ, SPData:_____________________________________________Resultado:_________________________________________COMISSÃO JULGADORAProf. _________________________________________Assinatura _____________________________________Prof. _________________________________________Assinatura _____________________________________Prof. _________________________________________Assinatura _____________________________________


3Dedico este trabalho:À minha esposa Kátia Alves por toda <strong>com</strong>preensão e amor,Aos meus Pais por todo apoio e carinho,À minha eterna professora Sra. Josmara,Ao meu amigo Clodoaldo GouveiaE quero <strong>de</strong>dicar também a uma pessoa em especial, meu guru e amigoAmaury Sérgio Lemos.Muito o<strong>br</strong>igado.


4AGRADECIMENTOSÀ minha orientadora, Profa. Dra. Maria Júlia F. X. Ribeiro, pela disposição,atenção e pelo exímio conhecimento acadêmico <strong>de</strong>dicado a orientação <strong>de</strong>stamonografia.À Volkswagen do Brasil – Planta Taubaté, por conce<strong>de</strong>r-me a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong><strong>de</strong>senvolvimento profissional, por viabilizar informações e estrutura para a realização<strong>de</strong>sta monografia e também por investir nos valores <strong>de</strong> nossa CompanhiaÀ Gilian Almeida, responsável pelo Departamento <strong>de</strong> Treinamento eDesenvolvimento, por toda atenção e colaboração à pesquisa.


5ALVARENGA NETO, F.B. Análise da Avaliação <strong>de</strong> DesempenhoTradicional do Horista e as propostas para torná-la uma ferramenta <strong>de</strong>gestão a Célula <strong>de</strong> Produção. 2003. 59f. Monografia (Especialização emGestão Industrial) – Departamento <strong>de</strong> Economia, Contabilida<strong>de</strong>, Administraçãoe Secretariado – ECA, Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Taubaté, Taubaté-Brasil.Analisa a Avaliação <strong>de</strong> Desempenho do Horista em duas células <strong>de</strong> produção daMontagem Final da Volkswagen – planta Taubaté quanto ao formulário e procedimentoutilizado e dados da última avaliação, <strong>com</strong> o objetivo <strong>de</strong> traçar um diagnóstico so<strong>br</strong>e aeficiência e eficácia do processo. Apóia-se na premissa que o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> avaliação <strong>de</strong><strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong>ve se integrar ao Sistema <strong>de</strong> Produção Volkswagen e busca alinharesses conceitos, tornando-a uma ferramenta <strong>de</strong> gestão para o Lí<strong>de</strong>r <strong>de</strong> Célula erelevante nos processos <strong>de</strong>cisórios da organização. Utiliza a metodologia PDCA(Planejar, Fazer,Controlar, Agir). Constata ausência <strong>de</strong> correlação entre o<strong>de</strong>sempenho da célula nos indicadores <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e os resultados da Avaliação, noano e nas células consi<strong>de</strong>rados. Constata ainda que é fraca a relação observada entreos Fatores <strong>de</strong> Desempenho e Características Pessoais e os indicadores da célula. Anova proposta inclui avaliações mais freqüentes, apoiadas em itens <strong>de</strong> avaliação<strong>de</strong>rivados dos indicadores da célula, previstos no SPVW (Sistema <strong>de</strong> ProduçãoVolkswagem). Do aperfeiçoamento do processo <strong>de</strong> avaliação <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho surgiuma ferramenta <strong>de</strong> gestão para a Célula <strong>de</strong> Produção, reconhecendo que o fatorhumano no processo <strong>de</strong> produção é parte integrante dos meios para a qualida<strong>de</strong> finaldo produto.Palavras-chave: avaliação <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho, avaliador, avaliado.


6ALVARENGA NETO, F.B. Analysis of the evaluation of the worker'straditional acting for hour and the proposals to turn it an administrationtool to Cells of Production. 2003. 59f. Monograph (Specialization - IndustrialManagement) - Economy, Accounting and Administration Department ECA,University of Taubaté, Taubaté - Brazil.It analyzes appraisal for hours Evaluation in two cells of production of the FinalAssembly of Volkswagen - it plants Taubaté as for the form and used procedureand data of the last evaluation, with the objective of drawing a diagnosis aboutthe efficiency and effectiveness of the process. She leans on in the premise thatthe mo<strong>de</strong>l of acting evaluation owes if it integrates to Produce Volkswagen'sSystem and search to align those concepts, turning her an administration toolfor the Lea<strong>de</strong>r of Cell and relevant in the processes <strong>de</strong>cisions of theorganization. It uses the methodology PDCA (Plan Do, Control, Action). Itverifies correlation absence among the acting of the cell in the quality indicatorsand the results of the Evaluation, in the year and in the cells consi<strong>de</strong>red. Itverifies although it is weak the relationship observed between the Factors ofActing and Personal Characteristics and the indicators of the cell. The newproposal inclu<strong>de</strong>s more frequent evaluations, leaning in <strong>de</strong>rived evaluationitems of the indicators of the cell, foreseen in SPVW (System ProductionVolkswagen). Of the improvement of the process of acting evaluation anadministration tool will appear for the Cell of Production, recognizing that thehuman factor in the production process is integral part of the means for the finalquality of the product.Word-key: Performance appraisal, appraiser, appraised.


7SUMÁRIORESUMO..................................................................................................................................5ABSTRACT..............................................................................................................................6SUMÁRIO............................................................................................................................. 71 INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 92 REVISÃO <strong>DA</strong> LITERATURA .............................................................................................. 112.1 AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO ................................................................................. 112.1.1 Definição ................................................................................................................... 112.1.2 A Avaliação <strong>de</strong> Desempenho na Indústria................................................................. 112.1.3 A interação entre pessoas e organizações ................................................................. 122.1.3.1 A <strong>com</strong>plexida<strong>de</strong> das organizações.....................................................................................122.1.3.2 As pessoas .........................................................................................................................132.1.3.4 Clima Organizacional........................................................................................................142.1.4 O método <strong>de</strong> avaliar .................................................................................................. 152.1.4 Definindo Objetivos................................................................................................... 162.1.5 Classificação dos métodos <strong>de</strong> Avaliação <strong>de</strong> Desempenho......................................... 172.1.6 Erros <strong>de</strong> Medição na Avaliação <strong>de</strong> Desempenho ...................................................... 192.1.6.1 As <strong>de</strong>svantagens da Avaliação <strong>de</strong> Desempenho tradicional ..............................................202.1.7 A influência do sistema organizacional na Avaliação <strong>de</strong> Desempenho..................... 222.2 AS CÉLULAS DE PRODUÇÃO ............................................................................................... 232.2.1 O Sistema <strong>de</strong> Produção Volkswagen ......................................................................... 242.2.1.1 Trabalho em Equipe ..........................................................................................................252.2.1.2 Gerenciamento Visual .......................................................................................................252.2.1.3 Organização do Posto <strong>de</strong> Trabalho....................................................................................262.2.1.4 Trabalho Padronizado........................................................................................................262.2.1.5 Solução <strong>de</strong> Problemas........................................................................................................262.2.1.6 Processo <strong>de</strong> Melhoria Continua – PMC 2 ...........................................................................272.2.1.7 Sistemas <strong>de</strong> Materiais........................................................................................................272.2.1.8 Manutenção Preventiva Total............................................................................................282.2.1.9 Qualificação e Treinamento...............................................................................................282.2.1.10 Regelkreis........................................................................................................................282.2.2 Os Indicadores da Célula - Manufatura da Montagem Final ................................... 302.2.2.1 Os Indicadores da Produtivida<strong>de</strong> .......................................................................................302.2.2.2 Indicador <strong>de</strong> Qualida<strong>de</strong> “Audit”.......................................................................................312.2.2.3 Os indicadores <strong>de</strong> Custos...................................................................................................312.2.2.4 Os indicadores do Meio Ambiente ....................................................................................322.3 METODOLOGIA PDCA ....................................................................................................... 332.3.1 Definição ................................................................................................................... 342.3.2 As Sete Ferramentas.................................................................................................. 35


82.3.3 Método <strong>de</strong> Solução <strong>de</strong> Problemas (QC STORY)........................................................ 362.3.4 O 5W s e 1H, ferramenta <strong>de</strong> análise <strong>de</strong> problemas.( Figura 7)................................... 363 PROPOSIÇÃO ........................................................................................................................ 384 MATERIAIS E MÉTODOS................................................................................................... 394.1 A PESQUISA ....................................................................................................................... 394.2 CÉLULA DE PRODUÇÃO ...................................................................................................... 395 RESULTADOS........................................................................................................................ 415.1 IDENTIFICAÇÃO DO SISTEMA DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO ......................................... 415.2 COMO OCORRE O PROCESSO DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO HORISTA........................... 425.3 <strong>ANÁLISE</strong> DO SISTEMA DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO.................................................... 435.4 DIAGRAMA CAUSA E EFEITO............................................................................................. 455.5 CARACTERÍSTICAS <strong>DA</strong> AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO HORISTA VOLKSWAGEN ................. 465.6 PLANO DE AÇÃO ................................................................................................................ 485.6.1 Utilização da ferramenta 5W s e 1H para traçar plano <strong>de</strong> ação da proposta <strong>de</strong> umnovo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Avaliação <strong>de</strong> Desempenho...................................................................................... 485.6.2 O Novo formulário..................................................................................................... 495.7 VERIFICAÇÃO E PADRONIZAÇÃO........................................................................................ 547 CONCLUSÃO ......................................................................................................................... 55REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 56GLOSSÁRIO.............................................................................................................................. 58APÊNDICE................................................................................................................................. 59


91 INTRODUÇÃONo mundo atual, a otimização e redução nos custos são premissas para todaorganização, e a iniciativa, criativida<strong>de</strong>, <strong>com</strong>prometimento e know how são fatoresessenciais para se chegar ao sucesso. Cada vez mais se busca maior qualida<strong>de</strong> nosprodutos e serviços por meio <strong>de</strong> novos conceitos <strong>de</strong> produção e gestão que visambaixar custos, eliminar <strong>de</strong>sperdícios, criar ações para melhorar, melhorar e melhorar aqualida<strong>de</strong>.E as pessoas? Como po<strong>de</strong>m ser conduzidas a todas estas mudanças? Comoavaliá-las? É preciso melhorar também a forma, os métodos e os conceitos <strong>de</strong> <strong>com</strong>oavaliar os colaboradores, isto mesmo, ‘colaboradores’, ou empregados. O termocolaborador é recente, mas ele é o reflexo das mudanças nas organizações, eleexprime a nova conjuntura global que as envolve e atribui mais responsabilida<strong>de</strong>s e<strong>de</strong>veres, tornando os indivíduos em agentes <strong>de</strong> mudanças.Avaliação <strong>de</strong> Desempenho é o processo <strong>de</strong> <strong>com</strong>paração entre resultado eletivoe o resultado esperado do trabalho. Mas para que esta análise se torne eficaz épreciso estabelecer critérios e medidas pré-<strong>de</strong>finidas. Esta ferramenta po<strong>de</strong> aindaalimentar outros processos do sistema Recursos Humanos <strong>com</strong>o a capacitação egestão <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho, servindo <strong>com</strong>o base para tomada <strong>de</strong> inúmeras <strong>de</strong>cisões sobcarreira e remuneração. Entretanto a diversida<strong>de</strong> do cenário empresarial coloca sobquestão a valida<strong>de</strong> e eficiência do processo. Até que ponto essa ferramenta po<strong>de</strong>ajudar as pessoas a atingir seus objetivos? Qual o impacto que isso causará notrabalho em equipe? Como tratar as implicações motivacionais? A Avaliação <strong>de</strong>Desempenho é válida nas organizações? As respostas a essas perguntas <strong>de</strong>finemclaramente a importância <strong>de</strong>sse processo, cabe então uma análise so<strong>br</strong>e o tal a fim <strong>de</strong>validar este processo. Como uma ferramenta <strong>de</strong> controle social, ela precisa estarenvolta por uma carga moral e i<strong>de</strong>ológica suficientemente capaz <strong>de</strong> legitimar o seu usoe minimizar a resistência natural a que está sujeita. Dessa forma, apresenta-se <strong>com</strong>ouma ferramenta para fornecer feedback aos funcionários so<strong>br</strong>e seu <strong>de</strong>sempenho,estimulando o <strong>de</strong>senvolvimento e a produtivida<strong>de</strong> ou ainda para torná-la mais justapara o pagamento <strong>de</strong> re<strong>com</strong>pensas.Então é chegada a hora <strong>de</strong> adotar novas posturas para a Avaliação <strong>de</strong>Desempenho. Não se trata <strong>de</strong> encontrar fórmulas mágicas, ou tornar o processo<strong>com</strong>plexo, caro e que <strong>de</strong>spen<strong>de</strong> mais tempo do que o vigente. É preciso encontrar


10meios <strong>de</strong> simplificá-la e ao mesmo tempo torná-la uma ferramenta indispensável paraos gestores da célula <strong>de</strong> produção. A isso se propôs este estudo: procurar elaborar umdiagnóstico so<strong>br</strong>e <strong>com</strong>o se encontra o processo atual <strong>de</strong> Avaliação <strong>de</strong> Desempenho, eoferecer novas propostas ao sistema focando na necessida<strong>de</strong> em atingir os objetivospropostos.O que é Avaliação <strong>de</strong> Desempenho? Qual a análise que po<strong>de</strong> ser feita dainteração entre pessoas e organização? Estas questões serão analisadas no Capítulo:2.1 e <strong>com</strong>plementadas nos Capítulos seguintes que especificarão cada <strong>de</strong>talhe doprocesso <strong>de</strong> avaliação.Com a base para a pesquisa já formulada, cabe então buscar ferramentas quepossibilitem gerenciar um plano <strong>de</strong> ação para o problema da pesquisa. O Capítulo 2.2mostrará toda a estrutura da <strong>com</strong>panhia (sistema <strong>de</strong> produção, organogramas), tendoem vista formar a primeira etapa para se adotar um plano <strong>de</strong> ação “conhecer oterreno”. Em seguida no Capítulo 2.3 será apresentada a ferramenta e a metodologiaque serão utilizadas na: coleta, análise e nos resultados da pesquisa.Para a conclusão do trabalho é esperado observar todo o processo <strong>de</strong>Avaliação <strong>de</strong> Desempenho e ter <strong>com</strong>o objetivo expandir os horizontes, proporcionandonovos rumos ou redirecionando os esforços para que atendam as verda<strong>de</strong>iraspropostas a qual são submetidas as Avaliações <strong>de</strong> Desempenho.


112 REVISÃO <strong>DA</strong> LITERATURA2.1 AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO2.1.1 DefiniçãoA Avaliação <strong>de</strong> Desempenho é o processo <strong>com</strong>parativo entre o resultadoefetivo e o resultado esperado do trabalho <strong>de</strong> uma pessoa em uma organização,segundo critérios e medidas pré-<strong>de</strong>finidos. “A avaliação acaba sendo uma técnica <strong>de</strong>controle humano do sistema capitalista, encontrada em todos os níveis e setores dasocieda<strong>de</strong>” (SHIGUNOV, 2000, p.18).A Avaliação <strong>de</strong> Desempenho é uma sistemática apreciação do<strong>de</strong>sempenho do indivíduo no cargo e <strong>de</strong> seu potencial <strong>de</strong><strong>de</strong>senvolvimento. Toda avaliação é um processo para estimar oujulgar o valor, a excelência, as qualida<strong>de</strong>s ou status <strong>de</strong> algumapessoa. (...). A Avaliação <strong>de</strong> Desempenho está centrada no ocupantedo cargo, isto é, nas pessoas.A Avaliação <strong>de</strong> Desempenho constitui uma técnica <strong>de</strong> direçãoimprescindível na ativida<strong>de</strong> administrativa. É um meio através do qualse po<strong>de</strong> localizar problemas <strong>de</strong> supervisão <strong>de</strong> pessoal, <strong>de</strong> integraçãodo empregado à empresa ou ao cargo, do não aproveitamento <strong>de</strong>empregados <strong>com</strong> potencial mais elevado que aquele que é exigidopelo cargo <strong>de</strong> motivação, etc. De acordo <strong>com</strong> os tipos gerais <strong>de</strong>problemas i<strong>de</strong>ntificados, a Avaliação <strong>de</strong> Desempenho po<strong>de</strong> colaborarna <strong>de</strong>terminação e no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma política a<strong>de</strong>quada àsnecessida<strong>de</strong>s da empresa. (CHIAVENATO, 1981, p. 191-192)2.1.2 A Avaliação <strong>de</strong> Desempenho na IndústriaCom o advento da globalização, as organizações estão sempre se adaptando,reformulando, enfim se reinventando para so<strong>br</strong>eviver às duras condições do mercadomundial. O salto tecnológico das últimas décadas era consi<strong>de</strong>rado pelas organizações<strong>com</strong>o o gran<strong>de</strong> diferencial para li<strong>de</strong>rança <strong>de</strong> mercados ou somente consolidar o que jáse havia conquistado. Hoje, <strong>com</strong> a aparente igualda<strong>de</strong> tecnológica em que seencontram as organizações, o fator tecnológico já não é suficiente para se obter osucesso. Para Flannery (1977), existem pelo menos seis mudanças <strong>com</strong>uns a todasas organizações: tecnologia em rápida expansão; concorrência global crescente eacirrada; <strong>de</strong>manda crescente por <strong>com</strong>petências, capacida<strong>de</strong>s individuais eempresariais; maiores expectativas dos clientes, ciclos cada vez mais curtos emudanças nos requisitos pessoais.Hoje, fica claro que o fator humano po<strong>de</strong> significar o sucesso <strong>de</strong> umaorganização e este fato nos leva a uma valorização do ser humano, readministração,li<strong>de</strong>rança e estratégias <strong>de</strong> remuneração.


12As propostas futuras utilizam variáveis novas e outras não tão novas,mas que eram analisadas superficialmente. São algumas <strong>de</strong>las: aqualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida dos funcionários, os aspectos psicológicosenvolvidos no processo organizacional, as relações intergrupais, asnecessida<strong>de</strong>s dos funcionários, entre outras. É preciso lem<strong>br</strong>ar que apreocupação <strong>com</strong> os recursos humanos das organizações acentua-seapenas pela impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> as instituições atualmente atingiremplenamente seus objetivos sem que haja o envolvimento e<strong>com</strong>prometimento <strong>de</strong> seus funcionários (SHIGUNOV, 2000, p. 69-70)As Montadoras automobilísticas <strong>br</strong>asileiras vivem hoje num cenário novo, on<strong>de</strong>a <strong>com</strong>petitivida<strong>de</strong> no mercado mundial se tornou mais exigente e os produtos são nasua maioria muito semelhantes, <strong>com</strong>o, por exemplo, po<strong>de</strong>-se citar os automóveis 1.0no Brasil. Agora o <strong>com</strong>promisso é <strong>de</strong> todos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o presi<strong>de</strong>nte até o empregado dafunção mais simples. Então i<strong>de</strong>ntificar <strong>com</strong>o melhorar e a<strong>com</strong>panhar o rendimento<strong>de</strong>sse colaborador po<strong>de</strong> ser o diferencial que tanto se anseia, para ser a empresamais rentável, orientada ao cliente, <strong>com</strong> forte re<strong>de</strong> <strong>de</strong> suprimentos, <strong>com</strong> condições <strong>de</strong>expandir o mercado, excelência operacional, <strong>com</strong>petitiva e <strong>com</strong> “Gente” talentosa e<strong>com</strong>promissada.2.1.3 A interação entre pessoas e organizações2.1.3.1 A <strong>com</strong>plexida<strong>de</strong> das organizaçõesHá uma enorme varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> organizações: as industriais, <strong>com</strong>erciais,serviços, militares, religiosas <strong>de</strong>ntre outras. Todas somente existem em função <strong>de</strong> umobjetivo, seja ele <strong>de</strong> fim lucrativo ou não. A verda<strong>de</strong> é que na ponta <strong>de</strong>sse <strong>com</strong>plexosistema sempre há alguém que espera algo <strong>de</strong>ssas organizações, trata-se do “cliente”.Ele é quem <strong>de</strong>termina o ritmo <strong>de</strong> todo este sistema.A Volkswagen do Brasil é uma das gran<strong>de</strong>s organizações, também chamadas<strong>de</strong> organizações <strong>com</strong>plexas e possui as características <strong>de</strong>scritas por Chiavenato (2000p.27) :Complexida<strong>de</strong>. As organizações são distintas dos grupos esocieda<strong>de</strong>s em termos <strong>de</strong> <strong>com</strong>plexida<strong>de</strong> estrutural. A <strong>com</strong>plexida<strong>de</strong>estrutural refere-se à diferenciação horizontal e vertical. À medida quenovos níveis verticais surgem <strong>com</strong> a hierarquia para melhor controle eregulação, aumenta a <strong>com</strong>plexida<strong>de</strong> vertical. Assim, muitos autoresreferem-se a organizações “altas” e a organizações “chatas”.[...]Anonimato. A ênfase é colocada so<strong>br</strong>e as tarefas ou operações enão so<strong>br</strong>e as pessoas. O importante é que a operação sejaexecutada, não importa por quem.Rotinas padronizadas. Para operar procedimentos e canais <strong>de</strong><strong>com</strong>unicação. Apesar da atmosfera impessoalizada, as organizaçõesapresentam a tendência a <strong>de</strong>senvolver grupos informais face a face<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>las.


13Estruturas personalizadas e não oficiais. Constituem aorganização informal que funciona em paralelo <strong>com</strong> a estruturaformal.Tendência à especialização e à proliferação <strong>de</strong> funções. Ten<strong>de</strong> aseparar as linhas <strong>de</strong> autorida<strong>de</strong> formal daquelas <strong>de</strong> <strong>com</strong>petênciaprofissional ou técnica.Tamanho. O porte é um elemento final e intrínseco às gran<strong>de</strong>sorganizações, pois <strong>de</strong>corre do número <strong>de</strong> participantes e <strong>de</strong> órgãosque formam sua estrutura organizacional.2.1.3.2 As pessoasA importância dos empregados sofreu gran<strong>de</strong>s transformações <strong>de</strong>ntro dasorganizações <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início <strong>de</strong> século XX até o século XXI (Figura 1). Usa-se acontabilida<strong>de</strong> para contabilizar os ativos físicos e monetários, e dispõe-se <strong>de</strong>instrumentos <strong>de</strong> controle <strong>com</strong>o relatórios, análises financeiras, auditorias etc, paracuidar <strong>de</strong> toda a estrutura financeira. Com o empregado tem-se um mecanismo quepossibilita avaliar suas potencialida<strong>de</strong>s, a Avaliação <strong>de</strong> Desempenho, mas que nãoevoluiu perfeitamente para a expressão: Capital Intelectual. “Assim o capital intelectualestá tornando-se um conceito capital para as organizações que miram o futuro”(CHIAVENATO, 2000p. 64).ComoPessoasPersonalida<strong>de</strong> e individualida<strong>de</strong>,aspirações, valores, atitu<strong>de</strong>s,motivações e objetivos pessoaisTratamentopessoal eindividualizadoPESSOASComoRecursosHabilida<strong>de</strong>s, capacida<strong>de</strong>s,experiências, <strong>de</strong>strezas econhecimentos necessáriosTratamento pelamédia, igual egenéricoFigura 1 - Pessoas <strong>com</strong>o pessoas e pessoas <strong>com</strong>o RecursosFonte: (CHIAVENATO, 2000, p.73)Chiavenato (2000, p. 65) apresenta algumas perspectivas so<strong>br</strong>e o capitalintelectual nas empresas:• Para reter e <strong>de</strong>senvolver o conhecimento as organizações <strong>de</strong>vempropor <strong>de</strong>safios que agreguem know-how às pessoas.• A maior riqueza é o conhecimento proporcionado pelos empregados


• Desenvolver estratégias para reter e <strong>de</strong>senvolver talentos é o<strong>br</strong>igaçãodo sistema <strong>de</strong> Recursos Humanos.14• O sucesso da organização é resultado em parte do conhecimento <strong>de</strong>cada empregado, seja ele da mais simples tarefa até o mais altoescalão.• As organizações precisam se transformar rapidamente emorganizações <strong>de</strong> aprendizagem para po<strong>de</strong>rem aplicar o conhecimento.• Na Era da Informação as organizações <strong>de</strong>vem adotar a perspectiva doconhecimento e investir nele.Chiavenato (2000,p.70) enfatiza a questão <strong>de</strong> um setor <strong>de</strong> Recursos Humanos(que daqui a diante será <strong>de</strong>nominado pela sigla RH) mais atuante que propiciecondições para uma transferência <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> para todos os gestores. Osinstrumentos <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> RH são os meios para que isso aconteça.2.1.3.4 Clima OrganizacionalCabe ao instrumento <strong>de</strong> Avaliação <strong>de</strong> Desempenho fornecer informaçõesso<strong>br</strong>e o Clima Organizacional (relacionamento entre pessoas e organização), quesurgiu em <strong>de</strong>corrência do conceito <strong>de</strong> motivação.As pessoas estão sempre buscando satisfazer suas necessida<strong>de</strong>s e mantercerto equilí<strong>br</strong>io individual não se restringindo somente as necessida<strong>de</strong>s fisiológicas e<strong>de</strong> segurança, mas também as necessida<strong>de</strong>s sociais, estima e auto-realização. Umaboa conciliação <strong>de</strong>ssas necessida<strong>de</strong>s significa “saú<strong>de</strong> mental”, <strong>com</strong>o propõeChiavenato (2000,p76).O mesmo Chiavenato (2000,p77) nos dá as três principais características daspessoas mentalmente sadias:- As pessoas sentem-se bem consigo mesmas.- As pessoas sentem-se bem em relação a outras pessoas- As pessoas são capazes <strong>de</strong> enfrentar por si mesmas as <strong>de</strong>mandasda vida e das situações (CHIAVENATO, 2000, p.122).Com um instrumento <strong>de</strong> Avaliação <strong>de</strong> Desempenho eficiente é possível rever acada período <strong>de</strong> avaliação o clima <strong>de</strong> toda organização e também analisar o grau <strong>de</strong>motivação dos empregados.“O Clima organizacional está intimamente relacionado <strong>com</strong> amotivação dos mem<strong>br</strong>os da organização. [...] Assim o clima


2.1.4 O método <strong>de</strong> avaliar15organizacional representa o ambiente interno existente entre osmem<strong>br</strong>os da organização e está intimamente ligado <strong>com</strong> o grau <strong>de</strong>motivação existente” (CHIAVENATO, 2000, p.123).Uma estratégia está sustentada na capacida<strong>de</strong> das pessoas em fazerem adiferença. Conhecimento, <strong>com</strong>petência e <strong>de</strong>sempenho são referências o<strong>br</strong>igatórias,hoje, à eficácia em gestão, mas sem avaliação acabam por <strong>com</strong>prometer osresultados e a credibilida<strong>de</strong>. A necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma Avaliação <strong>de</strong> Desempenho quefuncione é vital (Figura 2).Sem instrumentos e condições a<strong>de</strong>quadas para i<strong>de</strong>ntificar asnecessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> treinamento, o mérito para as promoções e, atémesmo, a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> a organização realizar, <strong>de</strong> maneira justa,eqüitativa e <strong>de</strong>cente, a dispensa <strong>de</strong> alguém <strong>de</strong> seu corpo funcional, o<strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong>clinaria, assim <strong>com</strong>o a moral dos funcionários(SIQUEIRA, 2002, p.4).A importância da Avaliação <strong>de</strong>ve ainda ir além da ênfase <strong>com</strong>portamental, elatem que <strong>de</strong>sempenhar um papel <strong>de</strong> suporte para os indicadores <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>,justamente num processo on<strong>de</strong> o fator mão <strong>de</strong> o<strong>br</strong>a exerce gran<strong>de</strong> influência naqualida<strong>de</strong> final do produto. “Tornar a avaliação mais realista e operacional, e não maiso<strong>br</strong>igatória e <strong>de</strong>terminativa” (SIQUEIRA, 2002, p. 5).OrganizaçãoDados so<strong>br</strong>e o <strong>de</strong>sempenhoorganizacionalDados <strong>de</strong> planejamento <strong>de</strong> RHMelhor <strong>com</strong>unicaçãoMelhor motivaçãoMelhor <strong>de</strong>sempenho organizacionalAvaliadorMelhor <strong>de</strong>sempenho daequipeRetificação <strong>de</strong> problemaFeedback so<strong>br</strong>e si mesmoAvaliadoMelhor <strong>com</strong>preensão dosobjetivosCanal aberto <strong>de</strong> <strong>com</strong>unicaçãoAuto análiseFigura 2- Benefícios da Avaliação <strong>de</strong> DesempenhoFonte: (GILLEN, 2002, p.9)Conforme afirma Siqueira (2002,p35) o fator humano vem a se confirmar <strong>com</strong>oessencial para o sucesso <strong>de</strong> qualquer organização. Neste caso a Avaliação <strong>de</strong>Desempenho tem o propósito precípuo <strong>de</strong> buscar a excelência organizacional atravésda melhora do <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> seus recursos humanos, investindo nos maisdiferentes papéis profissionais.


Melhorar somente o método não é o bastante, o avaliador <strong>de</strong>verá estar apto aagir perante a Avaliação.16Para ser bem sucedido, o avaliador <strong>de</strong>sses novos tempos precisa sercapaz <strong>de</strong> influenciar positivamente os avaliados, fazê-los pensar ebuscar os próprios caminhos, apren<strong>de</strong>r e, simultaneamente, ensinar.Mas para que possa exercer <strong>de</strong> fato tais influências, ele precisa<strong>com</strong>preen<strong>de</strong>r a<strong>de</strong>quadamente o porquê do <strong>com</strong>portamento daspessoas: conceitos julgamentos valores, crenças, opções e razõespelas quais tal <strong>com</strong>portamento se fundamenta.(SIQUEIRA, 2002, p.9-10)O ser humano é racional, mas só é capaz <strong>de</strong> realizar-se em toda a suainteireza se admitir <strong>com</strong>o natural à influência das emoções e das suposições inerentesao seu <strong>com</strong>portamento. Normas sempre são encaradas pelos empregados <strong>de</strong> umaempresa <strong>com</strong>o algo ruim e causam <strong>de</strong>sconforto e antipatia, e são usadas pelo Gestoratravés <strong>de</strong> sua autorida<strong>de</strong> para que sejam cumpridas. Mas será estes sintomas <strong>de</strong>antipatia e outras associações <strong>de</strong> caráter <strong>com</strong>pulsório uma falha na filosofia <strong>de</strong> umaempresa? Talvez sim, pois se po<strong>de</strong> dizer que esta filosofia não foi bem introduzida, erecebida pelos seus empregados. É nesta linha <strong>de</strong> raciocínio que <strong>de</strong>ve se repensar ométodo <strong>de</strong> se avaliar, pois se os objetivos não forem explicitamente claros e ligadosdiretamente a cada ativida<strong>de</strong> executada para a conscientização do objetivo final daorganização, o colaborador se colocara na posição <strong>de</strong> se negar a participar <strong>de</strong> algoque o mesmo se pressupõe que pouco contribui.2.1.4 Definindo ObjetivosDevemos lem<strong>br</strong>ar sempre que muitas das idéias e praticasdominantes no mundo dos negócios são inteiramente ina<strong>de</strong>quadasaos anseios, às expectativas, aos conhecimentos e aos valores dosprofissionais da atualida<strong>de</strong>, da globalização e da valorização docapital intelectual. Esquecer disso nos leva, <strong>com</strong>o conseqüênciainescapável, a resultados cada vez mais pífios da maioria dosprogramas <strong>de</strong> Avaliação <strong>de</strong> Desempenho (SIQUEIRA, 2002, p.15).A Avaliação <strong>de</strong> Desempenho visa medir o <strong>de</strong>sempenho do empregado noexercício do cargo, durante certo período <strong>de</strong> tempo, para isso precisará <strong>de</strong> metas eobjetivos para fins <strong>de</strong> mensuração da mesma, portanto saber <strong>de</strong>finir <strong>com</strong> clareza egrau <strong>de</strong> importância os objetivos é fundamental para <strong>de</strong>tectar o <strong>de</strong>sempenho real doempregado.Segundo Milani (1988, p. 45-47),Os sistemas <strong>de</strong> Avaliação <strong>de</strong> Desempenho são utilizados <strong>com</strong>múltiplos objetivos, gerando inúmeros problemas e conflitos entre osmesmos. Essa utilização torna-se problemática e conflituosa, pois osobjetivos individualmente precisam <strong>de</strong> estratégias e dados específicospara cumprir suas funções.


“O principal objetivo do sistema tradicional é o <strong>de</strong> realizar uma análise <strong>de</strong><strong>de</strong>sempenho individual dos mem<strong>br</strong>os da organização, levando em conta apenas otrabalho realizado <strong>de</strong> forma objetiva” (SHIGUNOV, 2000, p.54).17A avaliação <strong>de</strong>ve criar um quadro exato do <strong>de</strong>sempenho do cargo <strong>de</strong>um indivíduo. Para a realização <strong>de</strong>sta meta, os sistemas <strong>de</strong> avaliação<strong>de</strong>vem ser relacionados ao cargo, ser práticos, ter padrões e usarmedidas confiáveis. Relacionado significa que o sistema avalia<strong>com</strong>portamentos críticos que constituem sucesso no cargo. Se aavaliação não for relacionada ao cargo, é inválida e provavelmentenão confiável. Sem valida<strong>de</strong> e confiabilida<strong>de</strong>, o sistema po<strong>de</strong>discriminar. Mesmo quando não ocorre discriminação, as avaliaçõessão inexatas e inúteis quando não se relacionam <strong>com</strong> o cargo. (...) AAvaliação <strong>de</strong> Desempenho exige padrões <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho. Estes sãoos marcos <strong>com</strong>parativos para mensuração. Para serem efetivos,<strong>de</strong>vem relacionar-se aos resultados <strong>de</strong>sejados <strong>de</strong> cada cargo. Nãopo<strong>de</strong>m ser estabelecidos arbitrariamente. Coleta-se conhecimento<strong>de</strong>stes padrões através da análise <strong>de</strong> cargo (WERTHER, 1983,p.272).2.1.5 Classificação dos métodos <strong>de</strong> Avaliação <strong>de</strong> DesempenhoÉ muito importante analisar os métodos <strong>de</strong> Avaliação <strong>de</strong> Desempenho que sãoadotados pelas organizações, pois nenhuma organização é exatamente igual à outra.Alguns pesquisadores classificam e conceituam conforme sua ótica.Shigunov (2000, p.56-57) cita as diferentes classificações <strong>de</strong> métodostradicionais <strong>de</strong> avaliações <strong>de</strong>sses pesquisadores, e <strong>de</strong>ntre eles um trecho <strong>de</strong>“Administração <strong>de</strong> pessoal e recursos humanos” <strong>de</strong> Wherter (1983), que analisa asabordagens <strong>de</strong> avaliação <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho orientadas para o passado e classifica-asem:Escala <strong>de</strong> classificação: método que utiliza um formulário quesolicita que o avaliador proporcione uma avaliação subjetiva do<strong>de</strong>sempenho do funcionário, através <strong>de</strong> uma escala <strong>de</strong> valores quevai do nível mais baixo ao mais alto;Lista <strong>de</strong> verificação: método <strong>de</strong> avaliação em que o avaliadorescolhe frases ou palavras que sintetizam o <strong>de</strong>sempenho,<strong>com</strong>portamento e as características do avaliado;Método da escolha forçada: aquele em que a avaliação <strong>de</strong>fine as<strong>de</strong>clarações so<strong>br</strong>e o funcionário e que <strong>de</strong>vem ser escolhidas pelosavaliadores;Método do inci<strong>de</strong>nte crítico: consiste em o avaliador registrar as<strong>de</strong>clarações que <strong>de</strong>screvam o <strong>com</strong>portamento do avaliado, tantoaqueles <strong>de</strong>finidos <strong>com</strong>o bons quanto os ruins, fazendo uma <strong>br</strong>eve<strong>de</strong>scrição do <strong>com</strong>portamento no período avaliado;Escalas <strong>de</strong> classificação <strong>de</strong> base <strong>com</strong>portamental (BARS):classifica o <strong>com</strong>portamento dos avaliados em relação ao cargo queocupam, através <strong>de</strong> uma escala medida;Método <strong>de</strong> revisão <strong>de</strong> campo: consiste na revisão, por parte <strong>de</strong> umespecialista, da avaliação realizada pelo chefe;Testes e observações <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho: método em que é realizadoum teste <strong>com</strong> o avaliado para verificar seus conhecimentos eaptidões;


18Método <strong>de</strong> avaliação grupal: são técnicas utilizadas para avaliar o<strong>de</strong>sempenho individual e grupal, conforme padrões adotados.Existem inúmeras técnicas: método <strong>de</strong> categorização, distribuiçõesforçadas, método <strong>de</strong> alocação <strong>de</strong> pontos, <strong>com</strong>paraçõesemparelhadas (Wherter, 1983).Ainda dois outros autores expõem seu ponto <strong>de</strong> vista so<strong>br</strong>e os métodostradicionais <strong>de</strong> Avaliação <strong>de</strong> Desempenho <strong>de</strong> maneira que ambos no contexto geralconvergem para o mesmo ponto, são eles Idalberto Chiavenato e Maria Diva da SaleteLucena.Chiavenato (1981, p.79-94) analisa a Avaliação <strong>de</strong> Desempenho <strong>com</strong>o sendouma apreciação sistemática do <strong>de</strong>sempenho do indivíduo no cargo e <strong>de</strong> seu potencial<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento. Shigunov (2000, p.56-58) sintetiza a classificação <strong>de</strong> Chiavenatoconforme a seguir:Método da escala gráfica que se utiliza um formulário querepresenta os fatores <strong>de</strong> avaliação e os graus <strong>de</strong> avaliação. Existemvários processos <strong>de</strong> classificação: escalas gráficas contínuas, escalasgráficas semi <strong>de</strong>scontínuas e escalas gráficas <strong>de</strong>scontínuas;Método da escolha forçada avalia o <strong>de</strong>sempenho dos funcionáriospor frases <strong>de</strong>scritivas que representam o <strong>de</strong>sempenho dos indivíduos;Método <strong>de</strong> pesquisa <strong>de</strong> campo é um método que consiste ementrevistas <strong>com</strong> o supervisor imediato;Método dos inci<strong>de</strong>ntes críticos tem <strong>com</strong> principio que, no<strong>com</strong>portamento humano, existem características fundamentais queinfluenciam o <strong>de</strong>sempenho dos funcionários;Método <strong>de</strong> <strong>com</strong>paração aos pares é uma técnica que <strong>com</strong>para o<strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> dois funcionários, classificando um <strong>com</strong>o bom eoutro <strong>com</strong>o ruim;Método <strong>de</strong> superposição dos perfis é aquele em que são traçadostrês perfis do funcionário avaliado, segundo a sua auto-avaliação, aavaliação <strong>de</strong> seus colegas <strong>de</strong> trabalho e a <strong>de</strong> seu chefe ; por fim, étraçado o perfil i<strong>de</strong>al do funcionário;Método do or<strong>de</strong>namento consiste em or<strong>de</strong>nar os funcionáriossegundo a classificação atribuída a eles;Método <strong>de</strong> frases <strong>de</strong>scritivas é o método em que o avaliadorescolhe a frase que melhor caracterize seu <strong>de</strong>sempenho dosfuncionários, sem haver o<strong>br</strong>igatorieda<strong>de</strong> na escolha realizada;Método do consenso <strong>com</strong>um é aquele em que os funcionários sãoavaliados pelos supervisores do mesmo nível;Método da auto-avaliação é aquele em que a análise <strong>de</strong><strong>de</strong>sempenho é realizada pelo próprio funcionário;Método da avaliação por resultados é aquele em que são fixadosobjetivos no início <strong>de</strong> cada período a ser analisado e no final sãorealizadas <strong>com</strong>parações entre o <strong>de</strong>sempenho esperado e o atingido.(SHIGUNOV, 2000, p.56-58)Já pelo ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> Lucena (1992,p.57-69) a Avaliação <strong>de</strong> Desempenhoé utilizada <strong>com</strong>o instrumento <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> recursos humanos, classificandoaem 3 métodos já mencionados pelos autores anteriores: escolha forçada e pesquisa<strong>de</strong> campo – entrevista <strong>com</strong> o chefe e método <strong>de</strong> escalas gráficas.


Observa-se que na atualida<strong>de</strong> o método mais utilizado atualmente na linha <strong>de</strong>produção numa fá<strong>br</strong>ica é o método <strong>de</strong> escala gráfica, por ser <strong>de</strong> fácil avaliação e<strong>com</strong>preensão para o avaliador. Os fatores <strong>de</strong>limitados neste método <strong>de</strong>verá a<strong>br</strong>angerpor sua vez aspectos <strong>com</strong>portamentais sem permitir que caia no <strong>de</strong>scrédito <strong>de</strong> umaavaliação pouco impessoal. Ainda po<strong>de</strong>ria incluir a este método uma possível<strong>com</strong>binação <strong>com</strong> o método da avaliação por objetivo justamente para dar parâmetrosque norteiem o avaliador para um processo imparcial e realista, po<strong>de</strong>-se tambémincluir critérios mensuráveis <strong>com</strong>o, por exemplo, os <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>.19[...] repita-se à exaustão, Avaliação <strong>de</strong> Desempenho fracassa namaioria das organizações, não só pela equivocada mistura que se faz<strong>de</strong> objetivos <strong>com</strong>portamentais e administrativos, mas também pelapredominância <strong>de</strong>sfocada <strong>de</strong>sses em <strong>de</strong>trimento daqueles.(SIQUEIRA, 2002, p.18)Ainda assim, “[...] os métodos tradicionais <strong>de</strong> avaliação são ainda amplamenteutilizados em função <strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong> vantagens e virtu<strong>de</strong>s que contém” (Shigunov,2000, p.60).2.1.6 Erros <strong>de</strong> Medição na Avaliação <strong>de</strong> DesempenhoO que é mais importante num processo <strong>de</strong> Avaliação <strong>de</strong> Desempenho? É aconfiabilida<strong>de</strong> das informações, fornecendo resultados consistentes toda vez que forusado. Mas alguns processos permitem que alguns tipos <strong>de</strong> erro <strong>de</strong> medição po<strong>de</strong>mameaçar a confiabilida<strong>de</strong> e ou a valida<strong>de</strong> das avaliações <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho.Os erros são:Erros <strong>de</strong> Halo. “Há um erro <strong>de</strong> halo quando uma pessoa classificaoutra em diversas dimensões diferentes e dá uma nota parecida emtodas” (SCHERMERHORN; HUNT; OSBORN, 2001, p.109).”Porexemplo, consi<strong>de</strong>rar que um funcionário tem um bom <strong>de</strong>sempenho sópor que é assíduo” (SIQUERIA, 2002, p.64). “O efeito halo po<strong>de</strong> criarum problema quando cada dimensão <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho for consi<strong>de</strong>radaum aspecto importante e relativamente in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do trabalho”(SCHERMERHORN, HUNT, OSBORN, 2001, p.109);Erros <strong>de</strong> indulgência ou Severida<strong>de</strong>. Assim <strong>com</strong>o algunsprofessores costumam dar notas altas para quase todos os alunos,alguns gerentes costumam fazer a mesma coisa <strong>com</strong> os seussubordinado. Isso é conhecido <strong>com</strong>o sendo um erro <strong>de</strong> indulgência.Às vezes, po<strong>de</strong> acontecer o contrário, um erro <strong>de</strong> severida<strong>de</strong>: quandoatribuem uma nota ruim para todos. A indulgência costuma ser umproblema quando os colegas se avaliam, principalmente quando sepe<strong>de</strong> que dêem feedback uns aos outros, pois é muito mais fácildiscutir as notas altas que as baixas;Erros <strong>de</strong> tendência Central. Ocorrem quando o <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong>todos fica em torna da média. Essa tendência dá a impressão <strong>de</strong> quenão há pessoas cujo <strong>de</strong>sempenho seja muito ruim nas dimensõesavaliadas;Erros <strong>de</strong> Novida<strong>de</strong>. Acontece quando um avaliador <strong>de</strong>ixa queacontecimentos recentes influenciem sua classificação <strong>de</strong> um


20<strong>de</strong>sempenho anterior ao acontecimento. Por exemplo: um funcionárioque é sempre pontual se atrasa uma hora no dai anterior à avaliaçãoe por causa <strong>de</strong>sse único inci<strong>de</strong>nte recebe uma nota baixa em “pontualida<strong>de</strong>”;Erros <strong>de</strong> Desvio Pessoal. Os avaliadores às vezes permitem quecertos <strong>de</strong>svios influenciem a Avaliação <strong>de</strong> Desempenho. Quando issoacontece, ocorrem erros <strong>de</strong> <strong>de</strong>svio pessoal. Por exemplo: umavaliador po<strong>de</strong> dar notas maiores aos funcionários <strong>br</strong>ancos que aosnegros, intencionalmente. Nesse caso a avaliação estará refletindoum <strong>de</strong>svio racial. Os <strong>de</strong>svios também po<strong>de</strong>m ocorrer <strong>com</strong> relação aoutras categorias <strong>de</strong>mográficas <strong>com</strong>o ida<strong>de</strong>, sexo e <strong>de</strong>ficiências, porcausa <strong>de</strong> possíveis estereótipos do avaliador. (SCHERMERHORN;HUNT; OSBORN, 2001, p.109-110)2.1.6.1 As <strong>de</strong>svantagens da Avaliação <strong>de</strong> Desempenho tradicionalDe acordo <strong>com</strong> análise realizadas po<strong>de</strong>-se enumerar as principais<strong>de</strong>svantagens das Avaliações <strong>de</strong> Desempenho tradicionais:Subjetivos e in<strong>com</strong>pletos. “A avaliação <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho fica a cargo <strong>de</strong> umaúnica pessoa” (SHIGUNOV, 2000, p.61). “A avaliação é in<strong>com</strong>pleta, porque osinstrumentos e técnicas analisam isoladamente o <strong>de</strong>sempenho conforme as ativida<strong>de</strong>s<strong>de</strong>senvolvidas pelos funcionários e em alguns casos não se levam em consi<strong>de</strong>raçãoas variáveis do processo (SHIGUNOV, 2000, p.61)”.No caso da produção em série<strong>de</strong>vemos consi<strong>de</strong>rar que a padronização do trabalho e o gerenciamento <strong>de</strong> rotina sãofatores que <strong>de</strong>vem ser mensurados e são mais simples do que parecem.São realizadas, geralmente, pelo chefe imediato. ”Por estar, supostamente,envolvido e <strong>com</strong>prometido <strong>com</strong> o processo, portanto sua análise po<strong>de</strong>rá sofrerdistorções e influenciar em percepções pessoais” (SHIGUNOV, 2000, p.61).A Avaliação <strong>de</strong> Desempenho funcional não leva em consi<strong>de</strong>ração as variáveispsicológicas e <strong>com</strong>portamentais dos empregados avaliados. “Existem inúmerasvariáveis que po<strong>de</strong>m influenciar o <strong>com</strong>portamento e o <strong>de</strong>sempenho dos funcionáriosno exercício <strong>de</strong> suas funções”.(SHIGUNOV, 2000, p.61-62). Os <strong>de</strong>sejos próprios, asnecessida<strong>de</strong>s quando não realizadas, po<strong>de</strong>m gerar <strong>com</strong>portamentos negativos queinfluenciam no <strong>de</strong>sempenho individual.O ser humano é racional, mas só é capaz <strong>de</strong> realizar-se em toda asua inteireza se admitir <strong>com</strong>o natural à influência das emoções e dassuposições inerentes ao seu <strong>com</strong>portamento. A ação do ser humanoé constituída por razão e emoção em permanente processo <strong>de</strong>influência recíproca. Dificilmente um avaliador proce<strong>de</strong>rá a umaavaliação serena e justa, se não estiver consciente dos pressupostosque estimulam a sua visão so<strong>br</strong>e a natureza humana no trabalho e navida em geral (SIQUEIRA, 2002, p.15).


21“A teoria psicológica é tão necessária ao avaliador, que lida <strong>com</strong> problemashumanos, <strong>com</strong>o as teorias eletrônicas, elétricas ou mecânicas ao profissional que seocupa das máquinas e <strong>com</strong>putadores (SIQUEIRA, 2002, p.62)”.Po<strong>de</strong>-se ainda levantar mais quatro <strong>de</strong>svantagens dos sistemas tradicionais <strong>de</strong>avaliação <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho:1- Os sistemas tradicionais utilizados levam em conta apenas algumasvariáveis que são escolhidas pelo avaliador, muitas vezes segundo seus interessespessoais e imediatos. Por exemplo, na <strong>com</strong>posição <strong>de</strong> gráficos analíticos, sãoutilizados padrões <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho caracterizados <strong>com</strong>o: método e organização;qualida<strong>de</strong> do trabalho; conhecimento do serviço; equilí<strong>br</strong>io emocional; apresentaçãopessoal; sociabilida<strong>de</strong>; iniciativa e discrição.2- “Não leva em conta as condições do ambiente <strong>de</strong> trabalho” (SHIGUNOV,2000, p.63). Na execução das suas funções, o empregado será influenciado porvariáveis ambientais do trabalho tais <strong>com</strong>o: as condições físicas, equipamentosmateriais <strong>de</strong> consumo, espaço físico. Essas variáveis terão influência so<strong>br</strong>e o<strong>com</strong>portamento e <strong>de</strong>sempenho dos empregados. Tais variáveis <strong>de</strong>vem serconsi<strong>de</strong>radas, principalmente em se tratando <strong>de</strong> produção em série, on<strong>de</strong> o trabalhoanterior mal realizado interfere no posterior. Com essas variáveis monitoradas po<strong>de</strong>ráobter-se sem distorções o <strong>de</strong>sempenho real <strong>com</strong> relação ao ambiente <strong>de</strong> trabalho.3- Geram conflitos e discórdia. “Os conflitos e discórdia surgem em função dosmétodos serem subjetivos e <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rem exclusivamente da visão e perspectiva doavaliador” (SHIGUNOV, 2000, p.63). Uma nota baixa dada a um funcionário que seconsi<strong>de</strong>rava bom, po<strong>de</strong> acarretar piora na qualida<strong>de</strong> em conseqüência da<strong>de</strong>smotivação e falta <strong>de</strong> valorização. Mais importante do que avaliar é convencer eganhar o empregado para a equipe.4- Os sistemas tradicionais analisam acontecimentos, <strong>com</strong>portamentos e<strong>de</strong>sempenho passados. “O diagnóstico é realizado e somente após algum tempo éque todos os dados e informações são analisados, po<strong>de</strong>ndo ocorrer distorções ealterações so<strong>br</strong>e os dados diagnosticados, ou seja, a análise está sujeita a alterações(SHIGUNOV, 2000, p.63)”.Milani (1988) afirma que as técnicas atualmente utilizadas para a Avaliação <strong>de</strong>Desempenho dos empregados das organizações apresentam problemas <strong>de</strong> or<strong>de</strong>mfuncional, tais <strong>com</strong>o: falta <strong>de</strong> precisão, confiabilida<strong>de</strong>, valida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conteúdo e


aplicabilida<strong>de</strong>. Com isso inviabiliza a eficiência e a obtenção dos resultados esperadosdos métodos utilizados e requerem o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novas abordagens paraAvaliação <strong>de</strong> Desempenho.Comoconseqüências das <strong>de</strong>svantagens apresentadas, os sistemastradicionais po<strong>de</strong>m apresentar alguns problemas temporários, mas que <strong>de</strong> qualquerforma afeta o <strong>de</strong>sempenho organizacional, <strong>de</strong>ntre eles: a <strong>de</strong>smotivação, insatisfação,instabilida<strong>de</strong>, e conflitos entre funcionário e organização. É preciso <strong>de</strong>ixar bem claroque a Avaliação <strong>de</strong> Desempenho não melhora <strong>de</strong>sempenho, ela apenas o me<strong>de</strong>. Asmelhoras e o <strong>de</strong>senvolvimento dos empregados requer uma ação da <strong>com</strong>panhia.22Cabe ressaltar que, os sistemas tradicionais <strong>de</strong> Avaliação <strong>de</strong>Desempenho são utilizados para avaliar o <strong>de</strong>sempenho dosfuncionários em <strong>de</strong>terminado período <strong>de</strong> tempo, ou seja, a análisedos dados coletados é realizada so<strong>br</strong>e informações passadas, que jáocorreram há algum tempo. Assim é preciso ter cuidado <strong>com</strong> aanálise e <strong>com</strong> a utilização dos resultados, pois assim <strong>com</strong>o asorganizações, os indivíduos e seus <strong>com</strong>portamentos e <strong>de</strong>sempenhossofrem transformações e alterações em curto período <strong>de</strong> tempo.Portanto, as informações coletadas <strong>de</strong>vem servir somente <strong>com</strong>oparâmetros <strong>de</strong> análise e não <strong>com</strong>o informações absolutas e<strong>de</strong>finitivas so<strong>br</strong>e o <strong>de</strong>sempenho dos funcionários (SHIGUNOV, 2000,p.65).2.1.7 A influência do sistema organizacional na Avaliação <strong>de</strong> DesempenhoA Avaliação <strong>de</strong> Desempenho não melhora o <strong>de</strong>sempenho organizacional, elaapenas i<strong>de</strong>ntifica, retrata, analisa, enfim, a avaliação também é refém do sistemaorganizacional. As variáveis do ambiente influenciam diretamente no <strong>de</strong>sempenho,logo , em alguns casos fica incapacitado o empregado <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver seu trabalho<strong>com</strong> maior qualida<strong>de</strong> em <strong>de</strong>terminadas circunstâncias.O <strong>de</strong>sempenho individual é <strong>de</strong> pouca contribuição para a melhoria do<strong>de</strong>sempenho organizacional. A maioria dos problemas, e porque nãodizer também a maioria das oportunida<strong>de</strong>s para aprimoramento, estáintrinsecamente relacionada <strong>com</strong> os sistemas e processos <strong>de</strong> trabalhoadotados pelas organizações. Como Afirma o pai da Qualida<strong>de</strong> Total,Edward Deming, parodiando Fre<strong>de</strong>rik Herzberg, as pessoas <strong>de</strong>sejamfazer um bom trabalho, mas são <strong>com</strong>pelidas ao mau <strong>de</strong>sempenho porsistemas ou ambientes ina<strong>de</strong>quados, que empo<strong>br</strong>ecem as suascontribuições e sufocam a iniciativas. O que fazer, então? Corrija osistema e o que executam.(SIQUEIRA, 2002, p.67).As organizações vêm tentando estabelecer metas, padrões e expectativas <strong>de</strong><strong>de</strong>sempenho para os seus empregados, mas em alguns casos, as pessoas nãorealizam na prática o <strong>de</strong>sempenho esperado não pela falta <strong>de</strong> experiência, mas por<strong>de</strong>ficiências do sistema <strong>de</strong> trabalho no qual realizam as suas tarefas. Por exemplo, nalinha <strong>de</strong> produção em série o <strong>de</strong>safio é maior, pois há dois gran<strong>de</strong>s fatores fatigantes:a repetitivida<strong>de</strong> e a escassez tempo livre. Em muitos casos, o funcionário fica


23impossibilitado <strong>de</strong> rever seu trabalho, ou seja, conferir o que foi feito, pois o tempo écurto. Já a questão da repetitivida<strong>de</strong> cria um estado <strong>de</strong> rotina que po<strong>de</strong> <strong>de</strong>clinar aqualida<strong>de</strong> através do <strong>de</strong>scaso ou ausência <strong>de</strong> parâmetros. O funcionário precisa <strong>de</strong>ferramentas à sua disposição para manter ou melhorar seu <strong>de</strong>sempenho.Outra questão vem a ser as Gerências, ou mais especificamente os Lí<strong>de</strong>res <strong>de</strong>Células que não conseguem avaliar a<strong>de</strong>quadamente, <strong>de</strong>vido a dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> avaliarmuitos funcionários. Como já constatado anteriormente, nas falhas citadas naformação do avaliador, do instrumento <strong>de</strong> avaliação e do direcionamento dos objetivosao avaliado, tudo isto acarreta para “achismos”. “O <strong>de</strong>sempenho é função do nível <strong>de</strong>aspiração” (SIQUEIRA, 2002, p.68).Siqueira (2002, p.68) também afirma que as pessoas respon<strong>de</strong>m <strong>com</strong>contribuições apenas medíocres aos estímulos organizacionais em função <strong>de</strong>diretrizes, estilos e processos <strong>de</strong> trabalho que tornam ainda mais medíocres o<strong>de</strong>sempenho do ser humano nas organizações. É a profecia que se auto realiza:expectativas medíocres levam sucessivamente a <strong>de</strong>sempenhos medíocres.A visão que a organização tem do ser humano condiciona significativamente o<strong>com</strong>portamento, os hábitos e as atitu<strong>de</strong>s que os seus gerentes adotam e as respostasconseqüentes dos subordinados aos estímulos e às expectativas que recebem.[...] “uma maior confiança no potencial <strong>de</strong> realização <strong>de</strong> cada um ten<strong>de</strong>rá a<strong>de</strong>senvolver um clima <strong>de</strong> participação e engajamento; mais autonomia e aceitação <strong>de</strong>riscos ten<strong>de</strong> a propiciar uma maior satisfação pelo <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong>screscentes”.(SIQUEIRA, 2002, p.68).Sabe-se que o contrário <strong>de</strong>stas situações <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ia a <strong>de</strong>sconfiança,<strong>de</strong>scrença, <strong>de</strong>ixando apenas para os quadros afixados pela organização a missão <strong>de</strong>honrar os princípios e valores bem <strong>com</strong>o a política <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>ntre outras.2.2 As Células <strong>de</strong> produçãoPara que se possa analisar mais a fundo a questão da Avaliação <strong>de</strong>Desempenho operacional da indústria automobilística é preciso analisar o conceito <strong>de</strong>Célula <strong>de</strong> Produção.Esta nova estrutura foi introduzida <strong>com</strong> o advento do Sistema <strong>de</strong> produçãoVolkswagen (SPVW).


24As Unida<strong>de</strong>s Gerenciais Básicas são chamadas <strong>de</strong> Células e é <strong>com</strong>andado porum Lí<strong>de</strong>r (Figura 3).O Lí<strong>de</strong>r é o Gerente <strong>de</strong> sua Célula e a ele cabe dois tipos <strong>de</strong> Gerenciamento:O Gerenciamento para Manter e o Gerenciamento para Melhorar.Uma Célula tem aproximadamente <strong>de</strong> quarenta a sessenta pessoas so<strong>br</strong>esponsabilida<strong>de</strong> do Lí<strong>de</strong>r.O Monitor orienta o trabalho dos operadores em cada grupo. Um grupo é<strong>com</strong>posto aproximadamente <strong>de</strong> oito a <strong>de</strong>zesseis pessoas.O Suporte Técnico é <strong>com</strong>posto em média <strong>de</strong> seis pessoas <strong>de</strong> suporte aoperação e <strong>de</strong>z pessoas <strong>de</strong> manutenção, li<strong>de</strong>radas por um Supervisor do horárioadministrativo.Mais recentemente este conceito <strong>de</strong> Célula está se transformando em Unida<strong>de</strong><strong>de</strong> Negócio, mas sua estrutura sofrerá alterações somente no campo administrativofinanceiro.Figura 3 - Organograma Célula <strong>de</strong> ProduçãoFonte: Autor (2003)2.2.1 O Sistema <strong>de</strong> Produção VolkswagenO Sistema <strong>de</strong> Produção Volkswagen (SPVW) visa a padronização e integração<strong>de</strong> elementos e ferramentas que permitem a melhoria dos índices <strong>de</strong>: produtivida<strong>de</strong>,qualida<strong>de</strong> e flexibilida<strong>de</strong>, além <strong>de</strong> visar a eliminação <strong>de</strong> <strong>de</strong>sperdícios e colocar oempregado <strong>com</strong>o figura central. O Sistema <strong>de</strong> Produção Volkswagen (SPVW) sefundamenta em <strong>de</strong>z elementos: Trabalho em Equipe, Gerenciamento Visual,


25Organização do Posto <strong>de</strong> trabalho, Solução <strong>de</strong> Problemas, Processo <strong>de</strong> MelhoriaContinua (PMC²), Trabalho Padronizado, Sistemas <strong>de</strong> Materiais, ProcessosPadronizados <strong>de</strong> Qualida<strong>de</strong>, Manutenção Preventiva Total (TPM) e Qualificação eTreinamento.2.2.1.1 Trabalho em EquipeA importância do Trabalho em Equipe foca o aspecto sinergia para atingir asmetas e objetivos estabelecidos, aumentando a responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> todos osparticipantes, contribuindo para o <strong>de</strong>senvolvimento e melhoria dos postos <strong>de</strong> trabalho,garantindo a consecução dos objetivos relativos à empresa e ao empregado,contribuindo para o aumento da satisfação no trabalho e da i<strong>de</strong>ntificação <strong>com</strong> aempresa conforme afirma Suzuki (2002 p.36),(Figura 4).EMPRESAMelhoria contínua da Qualida<strong>de</strong>Melhoria contínua da Produtivida<strong>de</strong> eotimização <strong>de</strong> custosReação flexível e rápida àsnecessida<strong>de</strong>s dos clientesEstrutura organizacional eresponsabilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>finidas e transparentesOtimização da forma <strong>de</strong> trabalho edos postosForte i<strong>de</strong>ntificação dos empregados<strong>com</strong> a empresaEMPREGADOSMaiores responsabilida<strong>de</strong>s e<strong>com</strong>petências assumidasMaior versatilida<strong>de</strong> na execução dastarefasMelhores oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>aperfeiçoamento profissional e pessoalContribuição individual <strong>de</strong> criativida<strong>de</strong>,conhecimento e experiência.Autonomia e envolvimento nas<strong>de</strong>cisõesColaboração ativa para garantia emelhoria dos postos <strong>de</strong> trabalhoFigura 4 Vantagens do SPVWFonte: Suzuki (2002, p.37)2.2.1.2 Gerenciamento Visual“É o módulo do Sistema <strong>de</strong> Produção responsável pela padronização dasáreas <strong>de</strong> trabalho e que suporta todos os <strong>de</strong>mais elementos do sistema, para tornarclaros os padrões, bem <strong>com</strong>o a evolução das características relevantes <strong>de</strong> cadagrupo” (SUZUKI, 2002, p.38).O Gerenciamento Visual vem transmitir todo o <strong>de</strong>sempenho da equipe junto aoseu posto <strong>de</strong> trabalho, <strong>com</strong> informações relevantes a cada processo em particular epromovendo a interação da equipe <strong>com</strong> os indicadores <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>.


262.2.1.3 Organização do Posto <strong>de</strong> Trabalho“Organização do Posto <strong>de</strong> Trabalho é a configuração e manutenção dos postose do ambiente <strong>de</strong> trabalho <strong>de</strong> uma forma segura, limpa, ergonômica e clara, dos quaistodas as coisas <strong>de</strong>snecessárias são removidas” (SUZUKI, 2002, p.39).Com isso, Suzuki (2002, p.39) afirma que haverá simplificação do treinamentodos novos funcionários, melhora do visual fa<strong>br</strong>il, maior segurança no trabalho, e porfim manter a qualida<strong>de</strong>, produtivida<strong>de</strong> e satisfação do empregado em níveis elevados.Resumidamente isto tudo se trata do Programa Housekeeping, ou seja, afilosofia dos Cinco Sensos, que são eles: Organização, Arrumação, Limpeza, Saú<strong>de</strong> eSegurança.2.2.1.4 Trabalho PadronizadoO trabalho Padronizado é a uniformização do método <strong>de</strong> trabalhoentre os turnos, <strong>com</strong>o base para uma execução segura e <strong>com</strong>pleta <strong>de</strong>todas as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>finidas, <strong>com</strong> o objetivo <strong>de</strong> padronizar asativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>senvolvidas pela mão <strong>de</strong> o<strong>br</strong>a do posto <strong>de</strong> trabalho,auxiliando e orientando e execução das tarefas.(SUZUKI, 2002, p.41).Com isso se tem maior flexibilida<strong>de</strong>, versatilida<strong>de</strong> e rotativida<strong>de</strong> entre os postos<strong>de</strong> trabalho, dando ao empregado mais dinâmica <strong>de</strong> trabalho e visão do processo.Como resultado consegue-se melhor distribuição da carga <strong>de</strong> trabalho e garantir aexecução das ativida<strong>de</strong>s conforme a Folha <strong>de</strong> instrução-método e procedimentonormalizados <strong>de</strong> cada operação.2.2.1.5 Solução <strong>de</strong> ProblemasUma metodologia <strong>de</strong> Solução <strong>de</strong> Problemas é fundamental para melhorar aperformance das equipes, aumentar a qualida<strong>de</strong>, reduzir custos e <strong>com</strong> isso encantar ocliente. Portanto, uma seqüência lógica e organizada permitirá que a melhor soluçãoseja encontrada e implantada aumentando a chances <strong>de</strong> se ter um processo pró-ativono sentido <strong>de</strong> prever e planejar suas ações.“Na Solução <strong>de</strong> Problemas é preciso que haja total colaboração <strong>com</strong>o emqualquer outra tarefa <strong>de</strong>ntro da empresa, organizando-se para tornar-se melhor ealcançar os objetivos <strong>de</strong> custos, qualida<strong>de</strong> e prazos, aumentando a satisfação docliente, da empresa e o próprio” (SUZUKI, 2002, p.42).- todos os funcionários atingidos são envolvidos;-.é um método padronizado para todos os funcionários po<strong>de</strong>remrealizar suas ativida<strong>de</strong>s, conforme planejado;


27- a atualização transmite segurança e sentimento <strong>de</strong> certeza <strong>de</strong> quetodos os problemas são solucionados <strong>de</strong> forma duradoura;- o tempo <strong>de</strong> reação entre a <strong>de</strong>tecção do problema e sua solução émenor;- a visualização e documentação são transparentes;- as responsabilida<strong>de</strong>s são claras e inequívocas;- a prevenção <strong>de</strong> <strong>de</strong>sperdícios, refugo e retrabalho, reduzem custos(SUZUKI, 2002, p.42).Em 2002 surgiu um novo sistema <strong>de</strong> Soluções <strong>de</strong> Problemas. Foi revisto oantigo “SOS Idéias”, dando origem ao “Geração <strong>de</strong> Idéias, uma forte ferramenta <strong>de</strong>apoio à gestão da qualida<strong>de</strong>. O Geração <strong>de</strong> Idéias visa através da premiação emdinheiro, incentivar todos os funcionários a procurar soluções para processos,produtos, entre outros”.2.2.1.6 Processo <strong>de</strong> Melhoria Continua – PMC 2É um processo que através <strong>de</strong> uma equipe <strong>de</strong> trabalho formada pelosintegrantes das células <strong>de</strong> produção e seus respectivos grupos <strong>de</strong> apoio, on<strong>de</strong> ali<strong>de</strong>rança é da engenharia industrial, tem <strong>com</strong>o finalida<strong>de</strong> analisar e implantarmelhorias e aperfeiçoamentos na área <strong>de</strong> trabalho da equipe, promovendo também acriativida<strong>de</strong> dos trabalhadores que contribui para evitar os <strong>de</strong>sperdícios, distribuindomelhor a carga <strong>de</strong> trabalho e melhorando assim o potencial <strong>de</strong> <strong>com</strong>petitivida<strong>de</strong> daempresa.Há duas categorias <strong>de</strong> Processo <strong>de</strong> Melhoria Contínua – PMC 2 :a) Operativo, o próprio funcionário promove ações <strong>de</strong> melhoria, <strong>de</strong> formaeficiente no seu posto <strong>de</strong> trabalho. Po<strong>de</strong>-se citar <strong>com</strong>o exemplo análise das medidas<strong>de</strong> organização do posto <strong>de</strong> trabalho e as soluções técnicas referentes ao processo.b) Seminários (“workshop”), “método padronizado para análise <strong>de</strong> problemas eeliminação <strong>de</strong> <strong>de</strong>sperdícios, bem <strong>com</strong>o a exploração <strong>de</strong> potenciais <strong>de</strong> racionalizaçãoespecialmente voltado à otimização do processo presente”(SUZUKI, 2002, p.43).2.2.1.7 Sistemas <strong>de</strong> MateriaisO Sistema <strong>de</strong> materiais visa reduzir a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> peças no posto <strong>de</strong>trabalho, evitando <strong>de</strong>sperdícios, reduzindo custo e mantendo o processo <strong>de</strong>manufatura visível e organizado, além da entrega <strong>de</strong> materiais pela logística naquantida<strong>de</strong>, na embalagem e no momento certo e no local <strong>de</strong> trabalho. As vantagensna otimização do fluxo <strong>de</strong> informações e no sistema <strong>de</strong> materiais proporcionam umsistema enxuto <strong>de</strong> manufatura, que por sua vez, traz benefícios <strong>com</strong>o: aumento <strong>de</strong>


produtivida<strong>de</strong>, redução <strong>de</strong> refugos, aumento da qualida<strong>de</strong>, controle do processo,padronização do processo e gerenciamento <strong>de</strong> rotina eficaz.282.2.1.8 Manutenção Preventiva TotalA Manutenção Preventiva Total (TPM) visa maior integração do homem <strong>com</strong> amáquina em que este passa a cuidar do seu equipamento (máquina ou ferramenta)para evitar a que<strong>br</strong>a. Porém a TPM esta <strong>de</strong>vidamente ajustada ao perfil <strong>br</strong>asileiro, quena Volkswagen tem gran<strong>de</strong> ênfase nos programas: Aci<strong>de</strong>ntes Zero e Que<strong>br</strong>a/ FalhasZero. A TPM é muito mais do que manutenção preventiva. Sua filosofia fundamenta-seno <strong>com</strong>prometimento dos empregados <strong>com</strong> os conceitos <strong>de</strong> Melhoria Continua(Kaizen).2.2.1.9 Qualificação e TreinamentoQualificar o funcionário ou “colaborador” é dar a ele total condições <strong>de</strong> executarsuas ativida<strong>de</strong>s em plena conformida<strong>de</strong> <strong>com</strong> o planejado. A Volkswagen Taubatépossui índices semelhantes em treinamento aos das gran<strong>de</strong>s metrópolesautomobilística mundiais. Fazer bem feito na primeira vez é fundamental, para Zeroretrabalhos e reparos.Para assegurar a qualida<strong>de</strong> do treinamento e sua resultante qualificação, énecessário padronizar os conceitos e procedimentos <strong>de</strong> Qualificação e Treinamento.Portanto se faz necessário ao funcionário qualificado:Conhecimento do sistema <strong>de</strong> Produção, teórico e pratico;Conhecimento do processo, sistemas e tecnologias do posto <strong>de</strong> trabalho e <strong>de</strong>áreas ligadas direta e indiretamente ao processo, <strong>com</strong>o base o conceito cliente efornecedor (interno e externo);Total conhecimento das Folhas <strong>de</strong> Instruções e Instruções <strong>de</strong> Trabalho;Ter consciência da melhoria da formação profissional.2.2.1.10 RegelkreisSão vários pontos <strong>de</strong> controle na linha <strong>de</strong> montagem final, on<strong>de</strong> sãoinspecionados os veículos, estratificados os <strong>de</strong>feitos e quando possível reparado.Estes dados são utilizados para avaliação dos resultados das células, <strong>com</strong>parando as


29características do produto obtido <strong>com</strong> aquelas planejadas, ou seja, <strong>com</strong> os padrõesestabelecidos. Ela po<strong>de</strong> a<strong>br</strong>anger etapas diferentes do processo <strong>de</strong> fa<strong>br</strong>icação,gerando informações úteis para o seu aperfeiçoamento, on<strong>de</strong> ações são conduzidasvisando sua solução e, além disso, possibilitar novamente avaliar os resultados <strong>de</strong>ssasações.O Regelkreis é um ciclo <strong>de</strong> ajuste da qualida<strong>de</strong>, que visa a retroalimentação <strong>de</strong>informações o mais próximo do posto <strong>de</strong> trabalho, para tomada <strong>de</strong> ações corretivas nolocal, evitando <strong>de</strong>ste modo que ocorra a epi<strong>de</strong>mia dos problemas i<strong>de</strong>ntificados(CABRAL, 2002, p.37).O Sistema <strong>de</strong> Produção Volkswagen classifica o Regelkreis em:R0 - executados pelo montador no posto <strong>de</strong> trabalho quando o mesmo percebeque algo está errado ao executar suas tarefas, possibilitando reparo ou não, mas <strong>de</strong>todo modo, <strong>com</strong>unicando ao Monitor;R1- executado pelo monitor <strong>de</strong> um grupo <strong>de</strong>ntro da célula <strong>de</strong> produção que<strong>de</strong>ve ter o controle diário dos <strong>de</strong>feitos <strong>de</strong>tectados <strong>de</strong>ntro do seu turno, mesmosaqueles que foram retrabalhados e utilizando as regras <strong>de</strong> classificação mencionadasanteriormente, o R1 é consi<strong>de</strong>rado um ciclo <strong>de</strong> ajuste da qualida<strong>de</strong> integrado a equipe<strong>de</strong> trabalho;R2 - consi<strong>de</strong>rado <strong>com</strong>o processo seguinte, geralmente os <strong>de</strong>feitos são<strong>de</strong>tectados pelos reparadores no final da célula on<strong>de</strong> e feita a estratificação e passadapara o monitor responsável pelo grupo da célula que gerou aquele <strong>de</strong>feito, que <strong>de</strong>verátomar as ações necessárias. O R2 é consi<strong>de</strong>rado um ciclo <strong>de</strong> ajuste da qualida<strong>de</strong>,integrado ao processo seguinte;R3 - consi<strong>de</strong>rado <strong>com</strong>o liberação parcial dos veículos produzidos, consiste empontos <strong>de</strong> controle e inspeção localizados ao longo do processo, ZP4 (ponto <strong>de</strong>controle e inspeção, localizado praticamente no meio da linha <strong>de</strong> montagem) <strong>com</strong> afinalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>tectar, reparar e estratificar os <strong>de</strong>feitos das células anteriores a ele,ZP6 (ponto <strong>de</strong> controle e inspeção, localizado no fim da linha <strong>de</strong> montagem final) tema mesma finalida<strong>de</strong> ZP4, porém e consi<strong>de</strong>rada um ponto estratégico e finalmente oZP7 (ponto <strong>de</strong> controle e inspeção, localizado no final do processo e antes da vendafinal do veículo). Em todos este pontos <strong>de</strong>ve migrar o <strong>de</strong>feito para as células <strong>de</strong>produção e incluir no R2 das mesmas. O R3 é consi<strong>de</strong>rado um ciclo <strong>de</strong> ajuste daqualida<strong>de</strong> nos pontos parciais.


30R4 - inclui além do ZP8 (ponto <strong>de</strong> controle e inspeção, localizado no final dalinha <strong>de</strong> montagem), responsável pela liberação final do veículo. O R4 é consi<strong>de</strong>radociclo <strong>de</strong> ajuste da qualida<strong>de</strong> no veículo <strong>com</strong>pleto.2.2.2 Os Indicadores da Célula - Manufatura da Montagem FinalA Célula tem <strong>com</strong>o indicadores os itens <strong>de</strong>scritos abaixo:PRODUTIVI<strong>DA</strong>DE QUALI<strong>DA</strong>DE CUSTOS AMBIENTE AUDITORIABalanceamento PSOBRPAuditFunktionRevisão <strong>de</strong>entregaExportaçãoFerramentas SuprimentosRefugoHoras ExtrasMateriais <strong>de</strong> manutençãoIndicadores da Célula <strong>de</strong> produçãoFonte: Autor (2003)AbsenteísmoAci<strong>de</strong>ntesTreinamentoV<strong>DA</strong>HousekeepingEntretanto somente os que são importantes à pesquisa serão mencionados.2.2.2.1 Os Indicadores da Produtivida<strong>de</strong>Estes indicadores me<strong>de</strong>m a eficiência das Células <strong>de</strong> Produção quanto à suaprodutivida<strong>de</strong>. A produtivida<strong>de</strong> é medida através do Boletim <strong>de</strong> Rendimento daProdução (PSO) e pelo Balanceamento <strong>de</strong> linha <strong>de</strong> cada célula (BRP). Estesindicadores po<strong>de</strong>m indicar, <strong>de</strong> maneira global, se realmente uma <strong>de</strong>terminada Célula<strong>de</strong> Produção está atuando <strong>com</strong>o uma unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> negócio, indicando também aeficiência administrativa dos lí<strong>de</strong>res em controlar os gastos <strong>de</strong> acordo <strong>com</strong> a suadisponibilida<strong>de</strong> financeira ou a sua criativida<strong>de</strong> em manter a sua produtivida<strong>de</strong> <strong>com</strong> osproblemas tais <strong>com</strong>o: faltas em excesso, ou seja, o absenteísmo.Boletim <strong>de</strong> Rendimento da Produção (BRP): Este indicador mostra aeficiência produtiva <strong>de</strong> cada célula, on<strong>de</strong> são apontados todos os gastos em horaspara a execução da produção mensal contra o volume <strong>de</strong> produção, também emhoras. Seu objetivo principal é <strong>de</strong>monstrar, <strong>de</strong> forma precisa, o <strong>de</strong>senvolvimento dostempos efetivamente gastos <strong>com</strong> a produção, em relação ao total <strong>de</strong> horas realizadasno período. Dentro do Boletim <strong>de</strong> Rendimento <strong>de</strong> Produção é que são analisados ashoras efetivas, outros rendimentos, tempos a mais <strong>de</strong> produção e perdas oriundas <strong>de</strong>pessoal, máquinas e fornecedores, possibilitando assim a avaliação do <strong>de</strong>sempenho<strong>de</strong> cada Célula <strong>de</strong> Produção, on<strong>de</strong> são apontados os eventuais <strong>de</strong>svios transcorridosdurante o mês.


31Balanceamento <strong>de</strong> Linha (PSO): Técnica que tem o objetivo <strong>de</strong> otimizar autilização dos recursos (homens e meios <strong>de</strong> produção), através da distribuiçãoequili<strong>br</strong>ada das operações entre os postos <strong>de</strong> trabalho. O trabalho realizado em linhas<strong>de</strong> produção é um processo seqüencial, ligado cronologicamente, no qual homens emeios <strong>de</strong> produção estão fixos ao local, enquanto o objeto <strong>de</strong> trabalho é movimentadoentre os postos <strong>de</strong> trabalho por meio <strong>de</strong> um transportador contínuo.Diminuir os movimentos <strong>de</strong>snecessários, eliminar os estoques <strong>de</strong>snecessários,gerando baixa no custo <strong>de</strong> transporte e gerar um processo produtivo or<strong>de</strong>nado <strong>com</strong>baixo custo <strong>de</strong> controle e <strong>de</strong> supervisão são algumas das vantagens doBalanceamento <strong>de</strong> Linha. A maior <strong>de</strong>svantagem apresentada pela organização daprodução em linha é a sua <strong>de</strong>pendência dos volumes <strong>de</strong> produção, pois uma alteraçãonas quantida<strong>de</strong>s po<strong>de</strong> tornar necessário um novo balanceamento da linha. OBalanceamento <strong>de</strong> Linha é realizado <strong>com</strong> base no tempo <strong>de</strong> ciclo, que é o tempo noqual uma unida<strong>de</strong> é produzida e no fator <strong>de</strong> eficiência da linha <strong>de</strong> montagem. Mas nãosomente o volume <strong>de</strong> produção afeta o Balanceamento <strong>de</strong> linha, o Mix <strong>de</strong> Produção(diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produtos) também afeta sensivelmente os processo, so<strong>br</strong>ecarregandouns e subutilizando outros, <strong>com</strong>o exemplos po<strong>de</strong>m citar um carro <strong>com</strong> todos osopcionais que tinha um volume pequeno <strong>de</strong> produção passa a ser fa<strong>br</strong>icado emgran<strong>de</strong> escala. Este processo mostra a diferença <strong>de</strong> ciclo <strong>de</strong> cada operador <strong>de</strong>ntro dacélula <strong>de</strong> produção e, conseqüentemente, as perdas geradas <strong>de</strong> acordo <strong>com</strong> o volume<strong>de</strong> produção.2.2.2.2 Indicador <strong>de</strong> Qualida<strong>de</strong> “Audit”É um indicador que verifica e i<strong>de</strong>ntifica vários itens <strong>de</strong> um veículo <strong>com</strong>o a falta<strong>de</strong> um <strong>com</strong>ponente, o funcionamento do motor, ajuste das partes móveis, <strong>de</strong>feitos <strong>de</strong>pintura e superfícies <strong>de</strong> chapas e o Funktios, que é um sistema <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificaçãopreventiva <strong>de</strong> falhas nos veículos prontos on<strong>de</strong> são verificadas cerca <strong>de</strong> 200 funçõesdo veículo para aten<strong>de</strong>r os consumidores mais exigentes.2.2.2.3 Os indicadores <strong>de</strong> CustosEstes indicadores são importantes para as células <strong>de</strong> produção, pois <strong>com</strong>ouma unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> negócio, as células têm que administrar todas as suas <strong>de</strong>spesas egerar lucro <strong>com</strong>o uma pequena fá<strong>br</strong>ica. Os indicadores que me<strong>de</strong>m os custos dascélulas são:


32Refugos: refletem os problemas no processo ou <strong>de</strong> autocontrole dosoperadores que a célula enfrenta, pois mostra o número <strong>de</strong> peças refugadas durante omês no processo produtivo.Ferramentas: gastas e utilizadas no processo produtivoSuprimentos: que são os gastos realizados <strong>com</strong> os materiais <strong>de</strong> segurança evestuários para os operadores.Horas Extras: mostrando quanto a célula gastou; é um fator que po<strong>de</strong> ser<strong>de</strong>nominado também <strong>com</strong>o o termômetro do <strong>de</strong>senvolvimento da célula <strong>com</strong>o umaunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> negócio, pois o excessivo número <strong>de</strong> horas extras po<strong>de</strong> diagnosticar falhasno processo produtivo, excesso <strong>de</strong> refugos.Materiais <strong>de</strong> Manutenção: o que são gastos <strong>com</strong> manutenção dosequipamentos e máquinas.2.2.2.4 Os indicadores do Meio AmbienteEste indicador <strong>de</strong>monstra a situação das células no que se refere aoabsenteísmo, aci<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> trabalho e o treinamento <strong>de</strong> todo o efetivo da célula. Estesindicadores estão ligados diretamente à performance da célula quanto à qualida<strong>de</strong> eao <strong>com</strong>prometimento da mão-<strong>de</strong>-o<strong>br</strong>a no dia-a-dia, ou seja, estes indicadorespossuem influência direta na análise periódica <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho dos empregados,realizada junto ao lí<strong>de</strong>r da célula e po<strong>de</strong>m ser, indiretamente, motivos <strong>de</strong>a<strong>com</strong>panhamento mais <strong>de</strong>talhado <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminado caso, e até mesmo <strong>de</strong> <strong>de</strong>missão.Todas as células possuem um objetivo pré-<strong>de</strong>terminado para manter o absenteísmo<strong>de</strong>ntro do objetivo da Montagem Final. Este objetivo visa manter o absenteísmo em2% a 3% ao mês em relação ao efetivo total da área. Desdo<strong>br</strong>ando este objetivo paraa célula, passa a representar 2% a 3% do efetivo da célula. Dentro do indicador doMeio Ambiente também é controlado o número <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes ocorridos na Célula. Eeste índice é administrado pela Área <strong>de</strong> Segurança <strong>de</strong> Trabalho e está subdividido emdois objetivos a serem administrados pela célula que são: a taxa <strong>de</strong> freqüência e ataxa <strong>de</strong> gravida<strong>de</strong>. O treinamento dos operadores também é controlado <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>steindicador que é estabelecido pela área <strong>de</strong> Recursos Humanos da Empresa. Todas ascélulas possuem um objetivo pré-<strong>de</strong>terminado pelo RH, referente à quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong>horas mínimas mensais que cada funcionário sob responsabilida<strong>de</strong> da célula <strong>de</strong>veobter, o padrão necessário para manter o objetivo da célula é <strong>de</strong> seis horas por mês<strong>de</strong> treinamento para cada operador.


332.3 Metodologia PDCAEssa ferramenta fornece o caráter científico à administração mo<strong>de</strong>rna, porapresentar uma correspondência perfeita <strong>com</strong> cada uma das etapas do MétodoCientífico Tradicional. Deve-se ressaltar que o Planejar(P), Fazer(D),Controlar(C),Agir(A) (PDCA) po<strong>de</strong> ser aplicado em todos os níveis <strong>de</strong> umaorganização, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a alta administração até o "chão <strong>de</strong> fá<strong>br</strong>ica", enquanto que oMétodo Científico possui uma linguagem fechada que o restringe aos ambientesacadêmicos. Portanto esta pesquisa será baseada nesta metodologia para a coleta etratamento das informações no Capitulo 5.Figura 5 – Ciclo PDCA –Fonte: Autor (2003)O PDCA, juntamente <strong>com</strong> o Controle Estatístico da Qualida<strong>de</strong> (Estatística paraQualida<strong>de</strong>), também incorporado à administração mo<strong>de</strong>rna, foram intensivamenteutilizados pelos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial e pelo Japão nopós-guerra, através da atuação <strong>de</strong> Deming e Juran.Após 80 anos <strong>de</strong> aplicação ininterrupta, essas metodologias consolidam-se nasempresas <strong>com</strong>o as principais ferramentas para a <strong>com</strong>petitivida<strong>de</strong>, ou seja, acapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gerar um produto ou serviço <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> superior ou custo inferior aodos concorrentes nacionais e internacionais. Empresas <strong>de</strong> referência mundial em


34administração (benchmarkers), consi<strong>de</strong>ram que gerenciar (administrar) consistebasicamente em aplicar corretamente o PDCA. Paralelamente, o Controle Estatísticoda Qualida<strong>de</strong> está se consolidando <strong>com</strong>o tecnologia crítica na administração <strong>com</strong> osprogramas "6” (seis sigma ou six sigma) que são programas sistêmicos que buscamreduzir os erros <strong>de</strong> processos para aproximadamente 3, 2 por milhão. Os programas 6foram sacramentados na Empresa Motorola na última década e vêm sendoincorporados por diversas empresas multinacionais e nacionais através dos blackbelts, os faixas preta da qualida<strong>de</strong>.2.3.1 DefiniçãoP (Plan) – Planejamento. Consiste na <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> um problema oupossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> melhoria, na busca <strong>de</strong> suas causas, seleção das causas principais emontagem <strong>de</strong> um plano <strong>de</strong> ação. Nessa etapa, po<strong>de</strong>m ser usadas algumasferramentas da qualida<strong>de</strong> <strong>com</strong>o: Brainstorming, Multivotação, Diagrama <strong>de</strong> Ishikawa,As Sete Ferramentas para o Planejamento da Qualida<strong>de</strong>, Mo<strong>de</strong>lagem EstatísticaMatemática, Teoria <strong>de</strong> Amostragem, Simulação, Plano <strong>de</strong> Ação através do método5W1H. A etapa <strong>de</strong> planejamento <strong>de</strong>ve ser concluída <strong>com</strong> a elaboração <strong>de</strong> umdocumento contendo o objetivo principal, as metas (sub-objetivos quantificáveis, <strong>com</strong>indicadores <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho e datas limite - <strong>de</strong>adlines) e métodos. Cada meta <strong>de</strong>vecontar <strong>com</strong> seu método, ou seja, a seqüência <strong>de</strong> ações para se atingir cada meta. Ométodo <strong>de</strong>ve ser checado pelo sistema 5W2H (o que <strong>de</strong>ve ser feito, quando, <strong>com</strong>o,on<strong>de</strong>, por que, quem irá fazer, quanto irá custar). As metas são <strong>de</strong>finidas pela altaadministração ou a média gerência e os métodos pela equipe responsável pelaimplementação do PDCA. O documento elaborado <strong>de</strong>ve ser assinado pela equiperesponsável pela implementação e pela alta administração da empresa.D (Do) – Execução. O sucesso <strong>de</strong>ssa etapa <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do sucesso da etapaanterior, consi<strong>de</strong>rando-se que a eliminação <strong>de</strong> um erro na etapa <strong>de</strong> planejamento temum custo menor do que a eliminação do mesmo erro na etapa <strong>de</strong> execução. Aexecução consiste em seguir fielmente o plano <strong>de</strong> ação elaborado na primeira etapado Ciclo PDCA.C (Check) - Verificação, checagem. A checagem é essencial para po<strong>de</strong>rmosavaliar o sucesso das etapas anteriores. Verificar os resultados que se está obtendo,verificar continuamente os trabalhos para ver se estão sendo executados conformeplanejados. No caso <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> um Sistema <strong>de</strong> Informação, esta ativida<strong>de</strong>po<strong>de</strong> correspon<strong>de</strong>r aos testes, análise das informações geradas e avaliação <strong>de</strong>qualida<strong>de</strong> do sistema.


35A (Action) – Agir. Esta etapa baseia-se no resultado da checagem, poisconclui so<strong>br</strong>e a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ações corretivas (se a checagem <strong>de</strong>tectou algumproblema), ‘‘não ocorreu nenhum problema, porém, (po<strong>de</strong>ria ter ocorrido) ou <strong>de</strong>padronização (se tudo ocorreu conforme o planejado e uma nova maneira <strong>de</strong> executar<strong>de</strong>terminado processo foi <strong>de</strong>scoberta). A finalização da implantação <strong>de</strong> um PDCA dáorigem a outro PDCA, ou seja, a quarta etapa (Action) <strong>de</strong> um PDCA dará origem àprimeira etapa (Plan) do próximo PDCA, sendo esta a base da melhoria contínua daGestão pela Qualida<strong>de</strong> Total. Essa conexão entre Action-Plan chama-se circularida<strong>de</strong>do PDCA. Os resultados da implantação dos PDCA's <strong>de</strong>vem ser <strong>com</strong>unicados para aalta administração num momento <strong>de</strong>nominado Workshop (prestação <strong>de</strong> contas).Normalmente existem datas fixas, mensais, para a realização <strong>de</strong> workshop, assim<strong>com</strong>o existe toda uma tecnologia para gerenciar esses eventos. Nas empresasencontram-se vários PDCA's rodando simultaneamente, sendo essa a forma <strong>com</strong> queas equipes <strong>de</strong> trabalho dos diversos setores <strong>de</strong> uma empresa dão suporte para aimplantação das políticas da alta administração. Esse processo <strong>de</strong>nomina-seAdministração por Políticas.2.3.2 As Sete FerramentasFigura 6- Sete FerramentasFonte: Autor (2003)


362.3.3 Método <strong>de</strong> Solução <strong>de</strong> Problemas (QC STORY)Falconi (2002,p150) <strong>de</strong>fine muito bem o que é problema, e afirma que quemnão tem problemas não esta gerenciando. “Resolver problemas é atingir metas”.(FALCONI, 2002, p.107). Falconi também afirma que há dois tipos <strong>de</strong> problemasconforme <strong>de</strong>stacado a seguir:Problemas ruins: são aqueles provenientes das ANOMALIAS ou<strong>de</strong>svios do padrão e <strong>de</strong>vem ser eliminados o quanto antes. Sãoaqueles inesperados.Problemas bons: são os que surgem a partir <strong>de</strong> novas metas <strong>de</strong>melhoria. Estes sempre existirão.(FALCONI, 2002, p.107).O método <strong>de</strong> soluções <strong>de</strong> problemas é muito bem abordado por Falconi (2002),propondo que qualquer problema possa ser resolvido pelo método Qc STORY(Método <strong>de</strong> Solução <strong>de</strong> Problemas). Realmente po<strong>de</strong> se dizer que este método émuito difundido no Brasil e que a maioria das empresas o utilizam .2.3.4 O 5W s e 1H, ferramenta <strong>de</strong> análise <strong>de</strong> problemas.( Figura 7)Figura 7- Método <strong>de</strong> Solução <strong>de</strong> Problemas – QC STORYFonte: (FALCONI, 2002, p.215)Esta ferramenta po<strong>de</strong> ser usada tanto para i<strong>de</strong>ntificação e observação doproblema (coleta <strong>de</strong> dados) quanto para o plano <strong>de</strong> ação.Para o Plano <strong>de</strong> Ação:Por quê (Why)? – Esclarecer por que será feito


37Quando (When)?- Quando será feitoO que é (What)?- Definir o que será feitoQuem (Who)?- Quem o faráOn<strong>de</strong> (Where)?- On<strong>de</strong> será feitoComo (How)?- Detalhes <strong>de</strong> <strong>com</strong>o será feito


383 PROPOSIÇÃOEste trabalho preten<strong>de</strong> analisar o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Avaliação <strong>de</strong> Desempenho dofuncionário horista vigente nas Células <strong>de</strong> Produção da Montagem Final daVolkswagen planta Taubaté e, a partir das observações realizadas, propor um mo<strong>de</strong>loque atenda aos requisitos <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> uma Célula <strong>com</strong>o Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Negócios.Para isso, preten<strong>de</strong>-se respon<strong>de</strong>r às seguintes perguntas:As características do mo<strong>de</strong>lo em vigor correspon<strong>de</strong>m a ferramentas que levemao atendimento dos objetivos <strong>de</strong> Célula?Que características a Avaliação <strong>de</strong> Desempenho <strong>de</strong>ve ter para aten<strong>de</strong>r <strong>de</strong>modo mais <strong>com</strong>pleto o conjunto dos objetivos?


394 MATERIAIS E MÉTODOS4.1 A PesquisaFoi adotado para pesquisa o método <strong>de</strong> solução <strong>de</strong> problemas-QC Story, queadota metodologia PDCA, que atualmente vem se apresentando <strong>com</strong>o umaferramenta mo<strong>de</strong>rna e, que vem sendo utilizada na própria Volkswagen,<strong>com</strong>plementada <strong>com</strong> <strong>com</strong>entários adicionais.A pesquisa <strong>de</strong> caráter <strong>de</strong>scritivo e qualitativo teve <strong>com</strong>o instrumento <strong>de</strong>informação o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> formulário <strong>de</strong> Avaliação <strong>de</strong> Desempenho e a <strong>de</strong>scrição doprocesso <strong>de</strong> avaliação, bem <strong>com</strong>o os resultados <strong>de</strong> 190 montadores <strong>de</strong> duas células<strong>de</strong> produção da área <strong>de</strong> Montagem Final da planta <strong>de</strong> Taubaté, no ano <strong>de</strong> 2002.4.2 Célula <strong>de</strong> produçãoA células são divididas em equipes <strong>de</strong> trabalho conforme citado na revisão daliteratura, e fisicamente ela é dividida em Tactos <strong>de</strong> montagem –divisão unitária dalinha <strong>de</strong> montagem <strong>de</strong>terminada por tempo e espaço para fins <strong>de</strong> balanceamento <strong>de</strong>linha e padronização <strong>de</strong> postos <strong>de</strong> trabalho. A Célula trabalha em três turnos e tem porturno uma média <strong>de</strong> 50 e 60 empregados, mas algumas Células tem um número maior<strong>de</strong> funcionários chegando até 90. Em cada turno há dois pontas-<strong>de</strong>-linha (reparadores<strong>de</strong> veículos), dois volantes, quatro monitores e um lí<strong>de</strong>r <strong>de</strong> célula (Ver Apêndices 1 e2).Na Montagem Final existem 13 células <strong>de</strong> produção, que executam ativida<strong>de</strong>s<strong>de</strong> manufatura. As Células estão dispostas em linha <strong>de</strong> produção, caracterizando-sepelo sistema <strong>de</strong> produção em série.Abaixo são apresentadas as principais ativida<strong>de</strong>s das Células:Célula Door Less – Pré-Montagem <strong>de</strong> portas lateraisCélula Chicotes - Montagem <strong>de</strong> chicotes (cabos e fiação)faróis.Célula Teto Tapete-Montagem <strong>de</strong> teto (revestimento) e tapetes (carpetes),Célula Painel-Montagem <strong>de</strong> painel e revestimentos traseiros (internos) e vidroslaterais (Veículo duas portas)


40Célula Vidros – Montagem do cinto <strong>de</strong> segurança, revestimentos laterais(Interno) e fixação dos vidros vigias, pára-<strong>br</strong>isa e laterais (Veículo quatro portas).Célula Dress Up -Montagem do motorCélula Parachoque – Montagem dos pára-choques, freios e volante.Célula Bancos – Montagem dos Bancos, Montagem <strong>de</strong> portas laterais.Célula Pneus-Montagem <strong>de</strong> PneusCélula OK 6 - Testes, alinhamento e inspeção.Célula OK 8 – Inspeção finalCélula Oficina-Reparos e retrabalhosCélula Ajuste


415 RESULTADOS5.1 I<strong>de</strong>ntificação do sistema <strong>de</strong> Avaliação <strong>de</strong> DesempenhoA primeira etapa foi i<strong>de</strong>ntificar <strong>com</strong>o era conduzido o processo <strong>de</strong> avaliação <strong>de</strong><strong>de</strong>sempenho.O formulário empregado consiste em duas páginas, reunidas numa única folha,que apresenta e <strong>de</strong>screve os fatores <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho. O mo<strong>de</strong>lo do formulário vigentepo<strong>de</strong> ser visto nas Figuras 8 e 9.Figura 8- Anverso do formulário vigente <strong>de</strong> Avaliação <strong>de</strong> Desempenho HoristaFonte: Volkswagen (2003)


42Figura 9- Verso do Formulário vigente <strong>de</strong> Avaliação <strong>de</strong> Desempenho HoristaFonte: Volkswagen (2003)5.2 Como ocorre o processo <strong>de</strong> Avaliação <strong>de</strong> Desempenho HoristaO processo tradicional <strong>de</strong> Avaliação <strong>de</strong> Desempenho acontece uma vez porano e é conduzido pelo Lí<strong>de</strong>r <strong>de</strong> Célula, ficando a seu critério consultar ou não seusMonitores so<strong>br</strong>e o <strong>de</strong>sempenho do avaliado.A Avaliação <strong>de</strong> Desempenho é iniciada <strong>com</strong> o lí<strong>de</strong>r já tendo um conceito préformadoso<strong>br</strong>e o avaliado, <strong>com</strong> a classificação (notas) já preenchida a lápis noformulário <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho – horista. É realizada então a entrevista, da qual participam


43o avaliador e o avaliado e na qual o Lí<strong>de</strong>r expõe seus <strong>com</strong>entários e sua concepçãoso<strong>br</strong>e o <strong>de</strong>sempenho do avaliado so<strong>br</strong>e os quesitos: Qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Trabalho,Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Trabalho, Assiduida<strong>de</strong>, Trabalho em Equipe, Segurança no Trabalho,itens que serão <strong>de</strong>talhados logo a seguir. A entrevista também possibilita aofuncionário uma discussão so<strong>br</strong>e os resultados e <strong>com</strong>entários por escrito.Em seguida, <strong>com</strong> ambas as partes <strong>de</strong> acordo <strong>com</strong> o resultado, as notas sãorepassadas a caneta e a Avaliação <strong>de</strong> Desempenho é encaminhada ao Setor <strong>de</strong>Treinamento e Desenvolvimento, on<strong>de</strong> são <strong>com</strong>piladas as informações, e uma cópiafica junto à ficha do empregado na própria área.O processo é rápido e simplificado. A entrevista, <strong>com</strong> duração aproximada <strong>de</strong>20 a 30 minutos, é realizada durante o horário <strong>de</strong> trabalho do avaliado.5.3 Análise do sistema <strong>de</strong> Avaliação <strong>de</strong> DesempenhoForam coletados resultados das Avaliações <strong>de</strong> Desempenho <strong>de</strong> duas Células,referentes ao ano <strong>de</strong> 2002. Essas células foram escolhidas <strong>de</strong> acordo <strong>com</strong> o seguintecritério: uma se encontrava entre as três primeiras colocadas e a outra entre as trêsúltimas colocadas nos indicadores <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> anuais referentes ao ano <strong>de</strong> 2002,(Gráfico 1).Gráfico 1 – Comparação das notas das avaliações <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho dos funcionários dascélulas <strong>de</strong> produçãoFonte: Volkswagen do Brasil (2002-2003)


44Foi consi<strong>de</strong>rada a classificação <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho final dos avaliados para<strong>de</strong>terminar a porcentagem <strong>de</strong> incidência <strong>de</strong> Excelente (E), Bom (B), Satisfatório (S) eInsatisfatório (I) <strong>de</strong> cada célula.O Gráfico 1 mostra a <strong>com</strong>paração entre as duas células quanto à porcentagem<strong>de</strong> empregados em cada um dos quatro níveis <strong>de</strong> classificação do <strong>de</strong>sempenho final.Para melhor análise foi realizada uma <strong>com</strong>paração das notas da Avaliação <strong>de</strong>Desempenho das duas Células (Tabela 1). Ela permite observar que, embora a célulamelhor posicionada nos indicadores <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> tenha mais empregadosclassificados <strong>com</strong>o excelentes, em <strong>com</strong>paração à outra célula, mais <strong>de</strong> 90% dosempregados são avaliados <strong>com</strong>o bons ou excelentes.12,0%80,0%6,0%2,0%Tabela 1- Diferenças percentuais das classificações <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho finais das notas daAvaliação <strong>de</strong> DesempenhoFonte: Autor (2003)O que se <strong>de</strong>tectou, portanto, foi que num ranking <strong>com</strong>posto <strong>de</strong> 13 células adiferença nas notas das Avaliações <strong>de</strong> Desempenho Horista das primeiras colocadaspara as Células últimas colocadas não têm relação <strong>com</strong> os resultados dos indicadores<strong>de</strong> Qualida<strong>de</strong>.Outro aspecto estudado dos resultados das Avaliações <strong>de</strong> Desempenho <strong>de</strong>2002 foi o percentual <strong>de</strong> notas Excelente (E), Bom (B), Satisfatório (S) e Insatisfatório(I) <strong>de</strong> cada Fator <strong>de</strong> Desempenho e Característica Pessoal (Qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalho,Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalho, Assiduida<strong>de</strong>, Trabalho em Equipe e Segurança). Para tanto,foi consi<strong>de</strong>rada a incidência <strong>de</strong> cada classificação (E, B, S e I) <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> cada fatorpara todos os empregados avaliados e posteriormente e essa incidência transformadaem porcentagem. A análise foi feita para uma das duas células apresentadasanteriormente, a que estava entre as três últimas colocadas nos indicadores <strong>de</strong>qualida<strong>de</strong> anuais referentes ao ano <strong>de</strong> 2002.


O Gráfico 2 mostra os fatores <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho separados, ou seja a freqüênciapercentual <strong>de</strong> Excelentes, Bons, Satisfatórios, Insatisfatório em cada um <strong>de</strong>les.45Observa-se que para os fatores Qualida<strong>de</strong> do trabalho, Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong>trabalho, Trabalho em Equipe e Segurança no Trabalho repete-se a tendência <strong>de</strong>predominância da classificação B. Somente os resultados referentes a Assiduida<strong>de</strong> se100%80%60%40%20%0%Qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong>trabalhoQuantida<strong>de</strong> <strong>de</strong>trabalhoAssiduida<strong>de</strong> Trabalho em Equipe Segurança noTrabalhoFatoresE B S IGráfico 2 – Resultados por fatores <strong>de</strong> Avaliação <strong>de</strong> Desempenho HoristaCélulas <strong>de</strong> produçãoFonte: Volkswagen do Brasil (2002-2003)distribuem <strong>de</strong> modo diferente, <strong>com</strong> maior equilí<strong>br</strong>io entre as quatro classificaçõespossíveis.5.4 Diagrama Causa e EfeitoEsta ferramenta foi utilizada para resumir opiniões <strong>de</strong> pessoas envolvidas noprocesso <strong>de</strong> Avaliação. Foram ouvidos cinco avaliadores e cinco avaliados.Para melhor aproveitar o diagrama, foi feito uma experiência relacionando osfatores às causas (Figura 10).


Qualida<strong>de</strong><strong>de</strong> Trabalho• Subjetivo e indiferente• O fator temporal influi no resultado• O trabalho é padronizado (OK ou• O termoincluiuNot. OK).• Fator que só <strong>de</strong>veria ser analisadose fosse mensuradopontualida<strong>de</strong> eficou confusoQuantida<strong>de</strong><strong>de</strong> trabalho• O Trabalho épadronizado• Não se avalia aqui ainiciativa,criativida<strong>de</strong> entreoutros.• Na linha o volume <strong>de</strong>trabalho é balanceado• Qualquer ativida<strong>de</strong>operacional que fuja da FIestá Not. OK• O fator temporalinflui no resultado(ultima impressão)Formulário<strong>de</strong> Avaliaçãopoucoobjetivo ein<strong>com</strong>pleto46Assiduida<strong>de</strong>Trabalho emEquipeSegurança notrabalhoFigura 10 - Diagrama Causa e Efeito da Avaliação <strong>de</strong> Desempenho HoristaFonte: Autor (2003)5.5 Características da Avaliação <strong>de</strong> Desempenho Horista VolkswagenOs resultados mostraram que o processo <strong>de</strong> Avaliação <strong>de</strong> Desempenho doHorista apresenta algumas <strong>de</strong>ficiências, listadas abaixo:Processo é Subjetivo e in<strong>com</strong>pleto: a avaliação fica a cargo <strong>de</strong> uma únicapessoa, no caso o Lí<strong>de</strong>r <strong>de</strong> célula, que analisa o <strong>de</strong>sempenho do montador conformea sua visão do mesmo. Logo, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do Lí<strong>de</strong>r, a avaliação do funcionário sofrerávariações. A avaliação é in<strong>com</strong>pleta, porque os instrumentos e técnicas analisamisoladamente o <strong>de</strong>sempenho conforme as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>senvolvidas pelos funcionáriose em alguns casos não levam em consi<strong>de</strong>ração as variáveis do processo. No caso daprodução em série <strong>de</strong>verá consi<strong>de</strong>rar que a padronização do trabalho e ogerenciamento <strong>de</strong> rotina são fatores que <strong>de</strong>vem ser mensurados e são mais simplesdo que parecem. Por exemplo: a montagem <strong>de</strong> um cinto <strong>de</strong> segurança <strong>de</strong>verá serrealizada conforme Folha <strong>de</strong> Instrução – norma <strong>de</strong> procedimentos <strong>de</strong> montagem<strong>de</strong>vendo <strong>de</strong>monstrar claramente se o montador está trabalhando corretamente. Nestecaso na sua Avaliação <strong>de</strong> Desempenho constaria “ok ou não ok”, ao contrário do que épraticado na atualida<strong>de</strong> em classificar por nível: insatisfatório, satisfatório, bom eexcelente.As avaliações são realizadas, geralmente, pelo chefe imediato. Há o riscoeminente da análise do Lí<strong>de</strong>r sofrer distorções <strong>com</strong>o: Efeito Halo, Erros <strong>de</strong> indulgência


47ou severida<strong>de</strong>, Erros <strong>de</strong> Tendência Central, Erros <strong>de</strong> Novida<strong>de</strong>, Erros <strong>de</strong> DesvioPessoal. O Lí<strong>de</strong>r <strong>de</strong> célula po<strong>de</strong> se <strong>de</strong>ixar influenciar pelo seu relacionamento <strong>com</strong>seus montadores, distorcendo o resultado real da avaliação. Para este caso há doisextremos distintos: caso o Lí<strong>de</strong>r tenha um bom relacionamento <strong>com</strong> o montador suaavaliação ten<strong>de</strong>rá a ser positiva, caso contrário, sua avaliação será negativa.Avaliação <strong>de</strong> Desempenho funcional não consi<strong>de</strong>ra as variáveispsicológicas e <strong>com</strong>portamentais dos empregados (montadores) avaliados. Os<strong>de</strong>sejos próprios, as necessida<strong>de</strong>s quando não realizados, po<strong>de</strong>m gerar<strong>com</strong>portamentos negativos que influenciam no <strong>de</strong>sempenho individual. O ser humanoé feito <strong>de</strong> razão e emoção, logo enten<strong>de</strong>r a natureza humana no trabalho e na vidageral é muito importante. O Lí<strong>de</strong>r no papel <strong>de</strong> avaliador também <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong>assessoria na questão <strong>de</strong> psicologia aplicada à avaliação, o que também influidiretamente no resultado. Este caso po<strong>de</strong> ser contornado <strong>com</strong> maior participação dosRecursos Humanos <strong>com</strong> assessoramento contínuo.Não consi<strong>de</strong>ra as condições do ambiente <strong>de</strong> trabalho. Na execução dassuas funções, o colaborador será influenciado por variáveis ambientais do trabalho tais<strong>com</strong>o: as condições físicas, equipamentos materiais <strong>de</strong> consumo, espaço físico. Essasvariáveis terão influência so<strong>br</strong>e o <strong>com</strong>portamento e <strong>de</strong>sempenho dos empregados.Tais variáveis <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>radas, principalmente em se tratando <strong>de</strong> produçãoem série, on<strong>de</strong> o trabalho anterior mau realizado interfere no posterior. Além dissoesse empregado <strong>de</strong>verá observar atentamente a qualida<strong>de</strong> do produto recebido doseu fornecedor interno e verificar a qualida<strong>de</strong> a ser passada para seu cliente interno.Com essas variáveis monitoradas po<strong>de</strong> se obter sem distorções o <strong>de</strong>sempenho real<strong>com</strong> relação ao ambiente <strong>de</strong> trabalho.Po<strong>de</strong>m gerar conflitos e discórdia. Os conflitos e discórdia surgem emfunção dos métodos pois são subjetivos e <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m exclusivamente da visão eperspectiva do avaliador. Uma nota baixa dada a um funcionário que se consi<strong>de</strong>ravabom, po<strong>de</strong> acarretar piora na qualida<strong>de</strong>, em conseqüência da <strong>de</strong>smotivação e falta <strong>de</strong>valorização. Mais importante do que avaliar é convencer e ganhar o colaborador paraa equipe;Análise Temporal. A ultima ação po<strong>de</strong> substituir todas as ações anteriores.Isso ocorre porque neste tipo <strong>de</strong> avaliação o tempo po<strong>de</strong> distorcer o resultado real,pois se avalia o <strong>com</strong>portamento.


48Volume <strong>de</strong> avaliações efetivadas. Outra questão a ser analisada é o volume<strong>de</strong> avaliações a serem aplicadas. Deve se levar em consi<strong>de</strong>ração a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong>funcionários e freqüência dos períodos <strong>de</strong> avaliações. Com um quadro funcional <strong>de</strong>aproximadamente 6.000 funcionários <strong>com</strong>o é o caso da Volkswagen, fatores <strong>com</strong>ocusto <strong>de</strong> elaboração, aplicação, informações necessárias, rapi<strong>de</strong>z, e simplicida<strong>de</strong>, tempor o<strong>br</strong>igatorieda<strong>de</strong> serem seguidos e adotados, pois caso contrário o processo <strong>de</strong>Avaliação <strong>de</strong> Desempenho se tornaria inviável. Em contrapartida uma Avaliação <strong>de</strong>Desempenho muito superficial po<strong>de</strong> não oferecer o que ela realmente <strong>de</strong>veria dar.5.6 Plano <strong>de</strong> AçãoApós as aplicações das primeiras etapas do PDCA (Planejar, Fazer, Controlar,Agir) à pesquisa (I<strong>de</strong>ntificação do Problema e Análise do Problema) será realizado um“Plano <strong>de</strong> Ação” que proponha soluções para eliminar as <strong>de</strong>ficiências e tornar oInstrumento <strong>de</strong> Avaliação <strong>de</strong> Desempenho uma ferramenta para o Gestor e que aomesmo tempo esteja alinhada aos objetivos da Célula <strong>de</strong> Produção.Um sistema <strong>de</strong> avaliação por objetivos foi <strong>de</strong>scartado, porque este processoaplicado em cerca <strong>de</strong> 6000 funcionários tornar-se-ia lento, dispendioso e ineficiente.Por que então não aprimorar o sistema <strong>de</strong> Avaliação <strong>de</strong> Desempenho vigente,e torná-lo parte essencial para o Sistema <strong>de</strong> Produção Volkswagen? A resposta paraessa pergunta será abordada neste Plano <strong>de</strong> Ação <strong>de</strong>scrito abaixo que utilizou o 5W se 1 H <strong>com</strong>o matriz para a nova proposta.5.6.1 Utilização da ferramenta 5W s e 1H para traçar plano <strong>de</strong> ação da proposta <strong>de</strong>um novo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Avaliação <strong>de</strong> DesempenhoCom esta ferramenta po<strong>de</strong>-se traçar uma estrutura da nova proposta <strong>de</strong>Avaliação <strong>de</strong> Desempenho horista.What? – O que? Será elaborado um novo formulário <strong>de</strong> Avaliação <strong>de</strong>Desempenho <strong>com</strong> base no mo<strong>de</strong>lo vigente, a<strong>com</strong>panhado <strong>de</strong> uma revitalização doprocesso para que consiga a<strong>de</strong>quar, se mais diretamente ao Sistema <strong>de</strong> ProduçãoVolkswagen, tornando-se uma ferramenta <strong>de</strong> Gestão ao Lí<strong>de</strong>r <strong>de</strong> Célula e alinhadaaos objetivos da mesma.When? – Quando? Esta nova proposta somente terá valida<strong>de</strong> caso oDepartamento <strong>de</strong> Recursos Humanos venha a apreciá-la e aprová-la.


49Who? – Quem? Esta pesquisa já encaminhará uma proposta <strong>de</strong> formuláriopara apreciação do Departamento <strong>de</strong> Recursos Humanos.Where? – On<strong>de</strong>? A princípio re<strong>com</strong>enda-se que seja aplicado em uma célulapiloto para averiguar os resultados, para posteriormente ser adotada por toda a<strong>com</strong>panhia.Why? – Por que? O novo formulário e processo <strong>de</strong> Avaliação <strong>de</strong> Desempenhovisa a<strong>de</strong>quar-se ao Sistema <strong>de</strong> Produção Volkswagen, tornando-se uma ferramenta <strong>de</strong>Gestão ao Lí<strong>de</strong>r <strong>de</strong> Célula, através <strong>de</strong> análise <strong>com</strong>portamental direcionada aosobjetivos da Célula.How? – Como? O processo segue a mesma sistemática do mo<strong>de</strong>lo vigente,<strong>com</strong> algumas alterações:1 - O Processo <strong>de</strong> Avaliação <strong>de</strong> Desempenho será trimestral e passará a sechamar Avaliação <strong>de</strong> Performance. Ao final do período <strong>de</strong> um ano continuará sendorealizada a entrevista anual <strong>de</strong> Avaliação <strong>de</strong> Desempenho sendo assim mesmo<strong>de</strong>nominada.2 - Os monitores realizarão as observações <strong>de</strong> Avaliações <strong>de</strong> Performance <strong>de</strong>seu time <strong>de</strong> trabalho a cada três meses e <strong>com</strong>putarão em planilhas <strong>de</strong>a<strong>com</strong>panhamento <strong>de</strong> performance. Para as Avaliações <strong>de</strong> Performance trimestrais nãoserão necessárias as entrevistas.3 - A entrevista anual continua sendo realizada pelo Lí<strong>de</strong>r que agora contará<strong>com</strong> um histórico das Avaliações <strong>de</strong> Performance dos empregados.Com estas modificações é possível tornar o processo <strong>de</strong> Avaliação <strong>de</strong>Desempenho mais eficaz, colocando-o num patamar <strong>de</strong> priorida<strong>de</strong>s mais elevado parao atendimento das metas da Célula.5.6.2 O Novo formulárioO novo formulário proposto (Figura 11 e 12) visa minimizar ambigüida<strong>de</strong>,distorções e subjetivida<strong>de</strong>, para que o Lí<strong>de</strong>r <strong>de</strong> Célula possa se valer <strong>de</strong> informaçõesque retratem o mais próximo possível o <strong>de</strong>sempenho real do funcionário avaliado.Cada Fator do novo formulário proposto foi criado para aten<strong>de</strong>r ao Sistema <strong>de</strong>Produção Volkswagen <strong>de</strong> uma maneira simples e eficaz.


50A primeira mudança que se nota no novo formulário proposto <strong>de</strong> Avaliação <strong>de</strong>Desempenho é a pontuação que passa a ser mensurada <strong>de</strong> um a três. A mudançapara este tipo <strong>de</strong> classificação visa direcionar para três níveis distintos: se aten<strong>de</strong>rplenamente, aten<strong>de</strong> às vezes ou não aten<strong>de</strong>.Figura 11- Frente do novo formulário proposto para Avaliação <strong>de</strong> DesempenhoFonte: Autor (2003)


51Figura 12 – Verso do Novo Formulário Proposto para Avaliação <strong>de</strong> Desempenho HoristaFonte: Autor (2003)Segundo análises <strong>de</strong> observações feitas no campo da pesquisa, estamodificação se i<strong>de</strong>ntifica <strong>com</strong> o perfil do funcionário Volkswagen. A vantagem <strong>de</strong> setrabalhar diretamente <strong>com</strong> números, ao invés <strong>de</strong> letras é que o avaliador realizará sua


52análise <strong>com</strong> base nas <strong>de</strong>scrições adjuntas ao fator avaliado, associando os pontosdiretamente às <strong>de</strong>scrições, evitando subjetivida<strong>de</strong>.O formulário proposto tem as mesmas características do vigente para que oLí<strong>de</strong>r já tenha familiarida<strong>de</strong>, é um processo <strong>de</strong> aprimoramento.A classificação mudou em fator da pontuação, e <strong>com</strong> o objetivo <strong>de</strong> se po<strong>de</strong>rapurar a realida<strong>de</strong> do <strong>de</strong>sempenho ou aproximar o máximo possível <strong>de</strong>le.O Sistema <strong>de</strong> Produção Volkswagen tem por premissa, padronizar processos emétodos visando à qualida<strong>de</strong> e eficiência do todo e, é nesta linha <strong>de</strong> pensamento quea Avaliação <strong>de</strong> Desempenho se firmou, padronizando as características <strong>de</strong><strong>de</strong>sempenho que po<strong>de</strong>m, <strong>de</strong> certa ser avaliado e enten<strong>de</strong>r que o empregado influencianos resultados <strong>de</strong> uma Célula <strong>de</strong> Produção. Tem que se avaliar o processo pelaqualida<strong>de</strong> total, portanto, precisa-se entendê-lo através da análise <strong>com</strong>portamental.Os Fatores <strong>de</strong>vem ter <strong>com</strong>o objetivo: medir <strong>com</strong>portamentos ligados àqualida<strong>de</strong> e foram elaborados para as seguintes finalida<strong>de</strong>s:Disciplina. A importância <strong>de</strong> se avaliar este fator, surge da necessida<strong>de</strong> em semedir a autorida<strong>de</strong> do Lí<strong>de</strong>r através do respeito na relação chefia e empregado nocumprimento <strong>de</strong> or<strong>de</strong>ns. E, através dos dados obtidos me<strong>de</strong>-se o clima motivacional e<strong>de</strong>ssa forma minimizar as distorções, agindo no problema logo no início.Segurança. Este fator foi mantido, pois no mo<strong>de</strong>lo vigente ele apresentaresultados fi<strong>de</strong>dignos e realistas, livre <strong>de</strong> qualquer subjetivida<strong>de</strong>.Relacionamento Pessoal. Tem o objetivo <strong>de</strong> avaliar a relação do empregado<strong>com</strong> os <strong>de</strong>mais colegas, chefia e <strong>de</strong>mais pessoas envolvidas. Uma relação saudávelcria um clima <strong>de</strong> colaboração e união, favorecendo o trabalho em equipe.Zelo. Extremamente importante em se avaliar, pois zelo é cuidado, é apreçopelos materiais e ferramentas <strong>de</strong> trabalho pois cada empregado <strong>de</strong>ve cuidar <strong>de</strong> seusequipamentos e <strong>de</strong>mais bens da empresa, <strong>com</strong>o fosse seu.Rendimento no trabalho. Busca avaliar o dia a dia do empregado naexecução <strong>de</strong> suas tarefas. Este fator é visto <strong>com</strong>o i<strong>de</strong>ntificador das necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>treinamento e ou rea<strong>de</strong>quação do funcionário à outra operação. (Perfil Profissiográfico)Pontualida<strong>de</strong>. Avalia se o empregado atenta-se a observância dos horários.


53Assiduida<strong>de</strong>. É confundido <strong>com</strong> Pontualida<strong>de</strong> no mo<strong>de</strong>lo vigente. Suafinalida<strong>de</strong> agora está mais bem especificada, pois medirá faltas e afastamentos.Interesse. Medirá a disposição, o <strong>com</strong>prometimento do empregado e, através<strong>de</strong>ste fator po<strong>de</strong>rá <strong>de</strong>tectar o grau <strong>de</strong> motivação do empregado na empresa.Qualida<strong>de</strong>. Responsabilida<strong>de</strong> <strong>com</strong> os instrumentos da qualida<strong>de</strong> envolvetambém a avaliação do grau <strong>de</strong> <strong>com</strong>prometimento.Portanto, o novo formulário proposto procura avaliar o <strong>com</strong>portamento, aqualida<strong>de</strong> do trabalho e a motivação do empregado <strong>de</strong> uma maneira mais clara ebuscando expressar um grau maior proximida<strong>de</strong> <strong>com</strong> o <strong>de</strong>sempenho real (Figura 13).NOVO FORMULÁRIOPROPOSTOCLIMAORGANIZACIONALSISTEMA DEPRODUÇÃOVOLKSWAGENQUALI<strong>DA</strong>DE TOTALFigura 13- Novo formulário, facilitador da qualida<strong>de</strong> total.Fonte: Autor (2003)A importância <strong>de</strong> tornar a Avaliação <strong>de</strong> Desempenho numa ferramenta <strong>de</strong>Gestão da Célula foi o fator <strong>de</strong>terminante da adição dos novos fatores <strong>de</strong><strong>de</strong>sempenho, que atuam direta ou indiretamente nos resultados da célula, pois através<strong>de</strong>les haverá possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se evitar distorções e aproximar ainda mais do<strong>de</strong>sempenho real do empregado, já que estes novos fatores darão condições <strong>de</strong>avaliar <strong>com</strong> maior clareza e objetivida<strong>de</strong>, por estarem intimamente ligado aos objetivosda célula, direta ou indiretamente (Figura 14).


54Fatores da Nova AvaliaçãoIndicadores da CélulaFigura 14- Relação dos indicadores <strong>com</strong> os fatores <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenhoFonte: Autor (2003)5.7 Verificação e PadronizaçãoO novo mo<strong>de</strong>lo proposto <strong>de</strong> Avaliação <strong>de</strong> Desempenho <strong>de</strong>veria ser implantadoinicialmente numa Célula piloto para verificação dos resultados, antes <strong>de</strong> ser tentadauma aplicação extensa na empresa, porque o processo <strong>de</strong> Avaliação <strong>de</strong> Desempenhonão melhora o <strong>de</strong>sempenho dos empregados, mas sim fornece informações para quesejam tomadas ações <strong>de</strong> melhorias.Como conclusão so<strong>br</strong>e a eficiência do mo<strong>de</strong>lo proposto, as informações dasavaliações <strong>de</strong>verão apresentar correlação clara e consistente <strong>com</strong> os indicadores daCélula, ou seja, a melhor Célula não apresentará somente os melhores resultados nasAvaliações <strong>de</strong> Desempenho <strong>com</strong>o também melhores resultados em relação ao climaorganizacional.


557 CONCLUSÃOA fa<strong>br</strong>icação <strong>de</strong> um produto <strong>com</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> um processo <strong>de</strong>produção confiável e planejado. Por sua vez um processo <strong>de</strong> fa<strong>br</strong>icação é <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte<strong>de</strong> mão-<strong>de</strong>-o<strong>br</strong>a (fator humano), máquinas, equipamentos, matérias-prima, entreoutros. O fator mão <strong>de</strong> o<strong>br</strong>a no setor automotivo, que foi objeto <strong>de</strong> análise <strong>de</strong>stapesquisa, tem uma parcela bastante significativa no processo <strong>de</strong> manufatura,influenciando na qualida<strong>de</strong> dos veículos produzidos.O presente trabalho analisou a Avaliação <strong>de</strong> Desempenho Horista conduzidana Volkswagen. Observou-se, em primeiro lugar, que não houve correlação entre o<strong>de</strong>sempenho da célula nos indicadores <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e os resultados da Avaliação, noano e nas células consi<strong>de</strong>rados. Observou-se ainda que é fraca a relação entre osFatores <strong>de</strong> Desempenho e Características Pessoais e os indicadores da célula.Conquanto os resultados da célula <strong>de</strong>pendam <strong>de</strong> outros fatores além dosrecursos humanos, a importância <strong>de</strong>stes não po<strong>de</strong> ser negligenciada. Por isso, forampropostas alterações ao mo<strong>de</strong>lo em vigor.Elaborar uma crítica ao mo<strong>de</strong>lo vigente consistiu em duas etapas nestapesquisa: analisar e propor melhorias. A pesquisa buscou caracterizar o processovigente <strong>de</strong> Avaliação <strong>de</strong> Desempenho, e mostrar o potencial a ser explorado por estaferramenta.A nova proposta incluiu avaliações mais freqüentes, apoiadas em itens <strong>de</strong>avaliações <strong>de</strong>rivados dos indicadores da célula, previstos no SPVW.Com o aperfeiçoamento do processo <strong>de</strong> avaliação <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho, surgiráuma ferramenta <strong>de</strong> gestão para a Célula <strong>de</strong> Produção, que enfatizará a contribuiçãodo fator humano no processo para a qualida<strong>de</strong> final do produto e que resultará emmelhores resultados dos negócios.


56REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASCHIAVENATO, Idalberto. Administração <strong>de</strong> recursos humanos. 2.ed. São Paulo:Atlas, 1981.CHIAVENATO, Idalberto. Recursos Humanos Edição Compacta. 6.ed. São Paulo:Atlas, 2000CABRAL,FALCONI, Vicente Campos. Gerenciamento da Rotina do Trabalho do Dia a Dia.8.ed.Belo Horizonte: Editora <strong>de</strong> Desenvolvimento Gerencial, 2002.FLANNERY, Thomas, P. Pessoas, <strong>de</strong>sempenho e salários: as mudanças na forma<strong>de</strong> remuneração nas empresas. São Paulo: Futura, 1977.GILLEN, T. Avaliação <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho/ Terry Gillen ; tradução André M. Andra<strong>de</strong>.São Paulo, Nobel, 2002.p. 6-61.LUCENA, Maria Diva da Salete. Avaliação <strong>de</strong> Desempenho. São Paulo: Atlas, 1992.MILANI, Ione. Sistemas <strong>de</strong> Avaliação <strong>de</strong> Desempenho: uma revisão <strong>de</strong> literatura.Revista <strong>de</strong> Administração, São Paulo, v.23, n.3, p. 45-57, jul./set.1988.SCHERMERHORN, J.; HUNT, J.; OSBORN, R. Fundamentos do ComportamentoOrganizacional. Tradução <strong>de</strong> Sara Riuka Gedanke. 2.ed. Porto Alegre: Bookman,1999.p. 109-110.SHIGUNOV NETO, A. Avaliação <strong>de</strong> Desempenho: as propostas que exigem umanova postura dos administradores. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Book Express, 2000.SIQUEIRA, Wagner. Avaliação <strong>de</strong> Desempenho: <strong>com</strong>o romper amarras e superarmo<strong>de</strong>los ultrapassados. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Reichmann & Affonso, 2002.


57SUZUKI, Silvio Tadami. Gerenciamento do Processo <strong>de</strong> Implantação doMo<strong>de</strong>loToyota <strong>de</strong> Produção na Célula <strong>de</strong> Fa<strong>br</strong>icação <strong>de</strong> Portas: Uma Aplicação <strong>de</strong>Caso2002. 70 f. Monografia (Especialização em MBA – Gerência <strong>de</strong> Produção)WERTHER, William, B. Administração <strong>de</strong> pessoal e <strong>de</strong> Recursos Humanos. SãoPaulo: McGraw - Hill do Brasil, 1983.


58GLOSSÁRIOAudit: Sistema <strong>de</strong> Controle <strong>de</strong> Qualida<strong>de</strong>.Benchmarkers: Troca <strong>de</strong> conhecimentoBlack Belts: Faixas pretas da qualida<strong>de</strong>FI: Folha <strong>de</strong> Instrução (Procedimento <strong>de</strong> trabalho <strong>de</strong> cada operação)veículoFunktion: (pré-<strong>de</strong>livery) Indicador <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> que avalia a parte funcional doHousekeeping: Versão americana do 5 Sensos.Kaizen: Melhoria ContínuaKnow – how: ConhecimentoPMC 2 : Processo <strong>de</strong> Melhoria ContínuaQC-Story- métodologia <strong>de</strong> soluções <strong>de</strong> problemasRegelkreis: Sistema <strong>de</strong> Controle da Qualida<strong>de</strong>.SPVW: Sistema <strong>de</strong> Produção VolkswagenTPM: Manutenção Preventiva TotWorkshop: SeminárioZP: Pontos <strong>de</strong> inspeção


59APÊNDICEApêndice 1- Célula <strong>de</strong> produçãoApêndice 2 – Célula <strong>de</strong> produção

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