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Os recursos didácticos no processo de ensino-aprendizagem

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SHEILA MARGARIDA MORENO FERREIRA<strong>Os</strong> <strong>recursos</strong> didácticos <strong>no</strong> <strong>processo</strong><strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong>Estudo <strong>de</strong> caso da Escola Secundária Cónego JacintoUniversida<strong>de</strong> Jean Piaget <strong>de</strong> Cabo Ver<strong>de</strong>Campos Universitário da Cida<strong>de</strong> da PraiaCaixa Postal 775, Palmarejo Gran<strong>de</strong>Cida<strong>de</strong> da Praia, SantiagoCabo Ver<strong>de</strong>03.09.07


SHEILA MARGARIDA MORENO FERREIRA<strong>Os</strong> <strong>recursos</strong> didácticos <strong>no</strong> <strong>processo</strong><strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong>Estudo <strong>de</strong> caso da Escola Secundária Cónego Jacinto


Sheila Margarida More<strong>no</strong> Ferreira, autora damo<strong>no</strong>grafia intitulada: <strong>Os</strong> <strong>recursos</strong> didácticos<strong>no</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong>Estudo <strong>de</strong> caso da escola secundária CónegoJacinto, <strong>de</strong>claro que, salvo fontes<strong>de</strong>vidamente citadas e referidas, o presentedocumento é fruto do meu trabalho pessoal,individual e original.Cida<strong>de</strong> da Praia, aos 03 <strong>de</strong> Setembro <strong>de</strong> 2007Sheila Margarida More<strong>no</strong> FerreiraMemória Mo<strong>no</strong>gráfica apresentada àUniversida<strong>de</strong> Jean Piaget <strong>de</strong> Cabo Ver<strong>de</strong>como parte dos requisitos para a obtenção dograu <strong>de</strong> Bacharelato em Ciências da Educação ePraxis Educativa.


SumárioCom os avanços das tec<strong>no</strong>logias <strong>de</strong> comunicação e informação, a socieda<strong>de</strong> encontra-se cadavez mais informatizada.Perante este <strong>no</strong>vo <strong>de</strong>safio, a escola como instituição da socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve a<strong>de</strong>quar as suasestratégias e metodologias <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong> a este contexto.O trabalho que ora se apresenta tem como tema: <strong>Os</strong> Recursos Didácticos <strong>no</strong> Processo <strong>de</strong>ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong>.Procuramos abordar alguns conceitos relacionados com a temática e as suas funçõesprincipais, como meio <strong>de</strong> transmissões <strong>de</strong> conhecimentos, como <strong>recursos</strong> facilitadores <strong>de</strong> umensi<strong>no</strong> mais dinâmico, mais interactivo, corroborativo e significativo.


Agra<strong>de</strong>cimentosEm primeiro lugar gostaríamos <strong>de</strong> agra<strong>de</strong>cer a Deus por <strong>no</strong>s ter dado força e motivação para arealização <strong>de</strong>ste trabalho.Agra<strong>de</strong>cemos também a todos os professores da Escola Secundária Cónego Jacinto, quecolaboraram con<strong>no</strong>sco <strong>no</strong> preenchimento dos questionários, aos professores da Universida<strong>de</strong>Jean Piaget, realçando os conhecimentos e saberes transmitidos, produzidos e aplicados aolongo <strong>de</strong>ste percurso.Gostaríamos também <strong>de</strong> agra<strong>de</strong>cer aos meus colegas do curso e amigos e em especial a minhaorientadora pela <strong>de</strong>dicação e incansável disponibilida<strong>de</strong> na orientação.À minha querida MÃE,Meus irmãos (Adailton, Juca, Kathia e a minha queridafilha Sheiliane)


<strong>Os</strong> Recursos didácticos <strong>no</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong>Estudo <strong>de</strong> caso da escola secundária Cónego JacintoConteúdoINTRODUÇÃO....................................................................................................................................................... 11CAPÍTULO I: ENQUADRAMENTO TEÓRICO ............................................................................................ 151 Conceitos básicos ..................................................................................................................151.1 Importância da <strong>aprendizagem</strong> significativa .......................................................................181.2 Interacção entre ensi<strong>no</strong> e <strong>aprendizagem</strong>.............................................................................191.3 Interacção do ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong> com uso dos <strong>recursos</strong> didácticos...............................201.4 Didáctica.............................................................................................................................231.5 Função da <strong>no</strong>va didáctica ...................................................................................................241.6 Recursos <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong> .............................................................................................................251.7 Importância do uso dos <strong>recursos</strong> didácticos .......................................................................251.8 Função dos <strong>recursos</strong> didácticos ..........................................................................................261.9 Teoria construtivista segundo Piaget..................................................................................261.10 Contribuições e limites da teoria piagetiana.....................................................................271.11 Aprendizagem e <strong>de</strong>senvolvimento segundo Luria e Vygotsky .......................................281.12 Vygotsky e Piaget dialogam sobre a concepção da <strong>aprendizagem</strong> ..................................29CAPÍTULO 2: CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA EM ESTUDO............................................................... 332. Localização Organização e Funcionamento da Escola.........................................................332.1 Estrutura Organizativa – os órgãos <strong>de</strong> administração e gestão ..........................................342.2 Estrutura Física – os espaços..............................................................................................352.3 <strong>Os</strong> <strong>recursos</strong> huma<strong>no</strong>s e materiais da escola........................................................................372.4 <strong>Os</strong> <strong>recursos</strong> materiais..........................................................................................................38CAPÍTULO 3: ANÁLISE DOS DADOS EM ESTUDO .................................................................................... 403.1 As amostras do estudo <strong>de</strong> caso ...........................................................................................403.1.1 <strong>Os</strong> professores .................................................................................................................403.2 Instrumentos <strong>de</strong> recolha <strong>de</strong> dados: .....................................................................................413.2.1 Da observação <strong>de</strong> aulas: ..................................................................................................413.2.1.1 Observação <strong>de</strong> aulas do Mundo Contemporâneo .........................................................413.2.1.2 Observação <strong>de</strong> aulas <strong>de</strong> Ciências Naturais ...................................................................433.2.1.3 Observação <strong>de</strong> aulas <strong>de</strong> Língua Portuguesa .................................................................453.2.2 Consi<strong>de</strong>rações sobre as aulas dos três professores observados. ......................................463.3 Apresentação e análise dos questionários aplicados aos professores.................................483.3.1 Breve <strong>de</strong>scrição ...............................................................................................................483.4 Análise qualitativa (e quantitativa) dos dados do estudo <strong>de</strong> caso.......................................493.4.1 <strong>Os</strong> docentes inquiridos ....................................................................................................493.4.2 Sua caracterização ...........................................................................................................493.5 I<strong>de</strong>ntificação dos <strong>recursos</strong> didácticos existentes na escola: ...............................................513.6 Utilização dos <strong>recursos</strong> didácticos pelos professores:........................................................523.7 <strong>Os</strong> <strong>recursos</strong> que utilizam facilitam o <strong>processo</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong> ...........................523.8 Quanto a utilização específica <strong>de</strong> alguns <strong>recursos</strong>..............................................................533.9 Em termos gerais como consi<strong>de</strong>ra a utilização dos <strong>recursos</strong> didácticos <strong>no</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong>ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong>................................................................................................................547/69


<strong>Os</strong> Recursos didácticos <strong>no</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong>Estudo <strong>de</strong> caso da escola secundária Cónego Jacinto3.10 A importância da utilização dos <strong>recursos</strong> didácticos <strong>no</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong>..................................................................................................................................................553.11 Interesse dos professores em relação aos <strong>recursos</strong> didácticos..........................................553.12 Nota alguma diferença <strong>no</strong> alu<strong>no</strong> quando é utilizado um recurso na aula........................563.13 Consi<strong>de</strong>rações finais.........................................................................................................573.13.1 Análise comparativa entre as aulas observadas e o questionário aplicado aosprofessores................................................................................................................................57CONCLUSÃO/RECOMENDAÇÕES.................................................................................................................. 59BIBLIOGRAFIA .................................................................................................................................................... 64A APÊNDICES ....................................................................................................................................................... 688/69


<strong>Os</strong> Recursos didácticos <strong>no</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong>Estudo <strong>de</strong> caso da escola secundária Cónego JacintoTabelasTabela 1 - Habilitações literarias dos professores ...................................................................37Tabela 2 – Distribuição dos alu<strong>no</strong>s por a<strong>no</strong> <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong> ………………………………. 38Tabela 3 – Distribuição dos sujeitos por sexo ……………………………………………. ...49Tabela 4 – Distribuição dos sujeitos em função da ida<strong>de</strong>……………………………………50Tabela 5 – Distribuição dos sujeitos pelo tempo <strong>de</strong> leccionação……………………………50Tabela 6 – Distribuição dos sujeitos em termos do interesse pelos <strong>recursos</strong> didácticos…….569/69


<strong>Os</strong> Recursos didácticos <strong>no</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong>Estudo <strong>de</strong> caso da escola secundária Cónego JacintoGráficosGráfico 1 – I<strong>de</strong>ntificação dos <strong>recursos</strong> didácticos existente na sua escola ………………. 51Gráfico 2 – Quanto a utilização específica <strong>de</strong> alguns <strong>recursos</strong> ……………………………. 5410/69


<strong>Os</strong> Recursos didácticos <strong>no</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong>Estudo <strong>de</strong> caso da escola secundária Cónego JacintoIntroduçãoA presente pesquisa enquadra-se <strong>no</strong> âmbito do trabalho científico exigido pela Universida<strong>de</strong>Jean Piaget, para obtenção do grau <strong>de</strong> Bacharel em Ciências <strong>de</strong> Educação e Praxis Educativa.Com este trabalho não preten<strong>de</strong>mos apresentar um estudo acabado sobre “<strong>Os</strong> RecursosDidácticos <strong>no</strong> Processo <strong>de</strong> Ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong>”, mas sim dar a conhecer a diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong><strong>recursos</strong> que uma <strong>de</strong>terminada escola tem à disposição e sua utilização na prática pedagógicados professores como forma <strong>de</strong> auxiliar o <strong>processo</strong> ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong> e torná-lo maissignificativo.A escolha do tema justifica-se pelo facto <strong>de</strong> que durante o <strong>no</strong>sso percurso académico eprofissional verificamos que em situações <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong> existem algumaslimitações e dificulda<strong>de</strong>s em seleccionar e a<strong>de</strong>quar os <strong>recursos</strong> didácticos <strong>no</strong> estudo <strong>de</strong><strong>de</strong>terminados conteúdos.Estas limitações, muitas vezes dificultam o <strong>de</strong>senvolvimento, a compreensão e o domínio dosconhecimentos e saberes ministrados durante as aulas <strong>de</strong> modo a permitir que os alu<strong>no</strong>s seapropriam e aplicam-<strong>no</strong>s quando forem solicitados.11/69


<strong>Os</strong> Recursos didácticos <strong>no</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong>Estudo <strong>de</strong> caso da escola secundária Cónego JacintoUma das principais limitações <strong>de</strong>ste trabalho pren<strong>de</strong>u-se com a análise dos dados recolhidos.Esta revelou-se uma tarefa árdua, sobretudo difícil para nós que ainda somos aprendizes nestatarefa, dificultando-<strong>no</strong>s, <strong>de</strong>sta forma <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver uma pesquisa <strong>de</strong> campo que envolvesseum maior número <strong>de</strong> escolas e inevitavelmente estar a trabalhar com um universoextremamente ampliado. Desta forma, pensamos que tal limitação acabou por restringir a<strong>no</strong>ssa análise reflectindo <strong>no</strong>s resultados apresentados.Com os avanços das tec<strong>no</strong>logias <strong>de</strong> comunicação e informação, enten<strong>de</strong>mos que os docentes<strong>de</strong>vem estar em sintonia isto é, conhecê-las e dominá-las, o que significa <strong>de</strong>senvolver ascompetências, as capacida<strong>de</strong>s e habilida<strong>de</strong>s que visam não só o uso das mesmas <strong>no</strong><strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> aulas como também na construção <strong>de</strong> <strong>no</strong>vos conhecimentos, valorizandoos <strong>recursos</strong> didácticos como forma <strong>de</strong> facilitar e orientar os alu<strong>no</strong>s para um ensi<strong>no</strong><strong>aprendizagem</strong><strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>.A fim <strong>de</strong> melhor compreen<strong>de</strong>r a importância da utilização dos <strong>recursos</strong> didácticos na melhoriada qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>, colocamos as seguintes questões <strong>de</strong> partida:• <strong>Os</strong> professores conhecem e utilizam todos os <strong>recursos</strong> didácticos que a escoladispõe?• A utilização dos diferentes <strong>recursos</strong> didácticos permite a compreensão globaldos conteúdos programáticos?• <strong>Os</strong> <strong>recursos</strong> didácticos permitem a interacção e a participação dos alu<strong>no</strong>s naconstrução e partilha <strong>de</strong> conhecimentos face à consolidação e construção <strong>de</strong><strong>no</strong>vos conhecimentos?ObjectivosCom a realização <strong>de</strong>ste trabalho preten<strong>de</strong>mos atingir os seguintes objectivos:12/69


<strong>Os</strong> Recursos didácticos <strong>no</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong>Estudo <strong>de</strong> caso da escola secundária Cónego JacintoGeralAnalisar a importância da utilização dos <strong>recursos</strong> didácticos <strong>no</strong> <strong>processo</strong> ensi<strong>no</strong><strong>aprendizagem</strong>.Específicos• Descrever os <strong>processo</strong>s/métodos <strong>de</strong> utilização <strong>de</strong>sses <strong>recursos</strong> didácticos para aeficácia <strong>no</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong>.• I<strong>de</strong>ntificar os <strong>recursos</strong> didácticos que possibilitam a produção, construção ecompreensão dos conteúdos estudados.• Analisar a função e o papel dos <strong>recursos</strong> didácticos <strong>no</strong> <strong>de</strong>senvolvimento da acçãoeducativa na organização/sistematização <strong>de</strong> aula.• I<strong>de</strong>ntificar e analisar possíveis mudanças obtidas <strong>no</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong><strong>aprendizagem</strong>.Explicitação das HipótesesSegundo Mugrabi e Doxsey (2003:40), a hipótese é uma proposição <strong>de</strong> resposta provisória erelativamente sumária á questão colocada. Ela ten<strong>de</strong> a formular uma relação entre factossignificativos ou entre dois conceitos. Ela guia o trabalho <strong>de</strong> colecta e <strong>de</strong> análise <strong>de</strong> dados,ajudando a seleccionar os factos observados. É nesta or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ia que <strong>de</strong>lineamos asseguintes hipóteses:• <strong>Os</strong> professores utilizam todos os <strong>recursos</strong> didácticos que a escola dispõe.• <strong>Os</strong> <strong>recursos</strong> didácticos estão a contribuir para orientar e facilitar a <strong>aprendizagem</strong> dosalu<strong>no</strong>s <strong>de</strong> maneira sistemática.• A utilização dos <strong>recursos</strong> didácticos em contexto da sala <strong>de</strong> aula contribui para aeficácia e eficiência do <strong>processo</strong> ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong> dos alu<strong>no</strong>s.MetodologiaEsta pesquisa visa analisar os <strong>recursos</strong> didácticos <strong>no</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong> <strong>no</strong>ensi<strong>no</strong> secundário. Para respon<strong>de</strong>r ao tema do trabalho e atingir os objectivos <strong>de</strong>terminados,13/69


<strong>Os</strong> Recursos didácticos <strong>no</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong>Estudo <strong>de</strong> caso da escola secundária Cónego Jacintoconsultamos bibliografia que informam e formam sobre o tema em estudo, fizemos aobservação <strong>de</strong> aulas dos professores on<strong>de</strong> recolhemos amostras, elaboramos um questionárioque foi aplicado aos professores e por último, organizamos os dados e <strong>de</strong>mos procedimento àsua análise seguida <strong>de</strong> redacção do trabalho com a coor<strong>de</strong>nação da orientadora. Assim,utilizámos o método qualitativo e quantitativo específico <strong>de</strong> estudo <strong>de</strong> caso.Segundo Trilla (1997:109), a abordagem qualitativa segue um <strong>processo</strong> <strong>de</strong> investigaçãoholístico, indutivo-i<strong>de</strong>ográfico, procura compreen<strong>de</strong>r os fenóme<strong>no</strong>s e situações que estuda ouseja, parte dos problemas reais e do questionamento da prática. Utiliza a via indutiva paraelaborar o conhecimento e tenta compreen<strong>de</strong>r como as pessoas experimentam, interpretam ereconstroem os significados inter-subjectivos da sua cultura.Para respon<strong>de</strong>r as questões formuladas o trabalho foi estruturado em três principaiscapítulos:• No primeiro capítulo fizemos o enquadramento teórico e conceptual dos <strong>recursos</strong>didácticos utilizados <strong>no</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong>;• No segundo fizemos a caracterização da escola on<strong>de</strong> foi feito o estudo;• No terceiro apresentamos os dados recolhidos e fizemos a análise do estudo <strong>de</strong> caso.Por último, apresentamos as conclusões seguidas <strong>de</strong> algumas sugestões bem como abibliografia consultada e os respectivos anexos.14/69


<strong>Os</strong> Recursos didácticos <strong>no</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong>Estudo <strong>de</strong> caso da escola secundária Cónego JacintoCapítulo 1: ENQUADRAMENTO TEÓRICOO referencial teórico <strong>de</strong> análise dos dados recolhidos tanto da observação <strong>de</strong> aulas como doquestionário aplicado aos professores <strong>no</strong> que concerne ao papel, a função e a importância dos<strong>recursos</strong> didácticos <strong>no</strong> <strong>processo</strong> ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong>, está relacionado com as <strong>no</strong>vasconcepções e teorias fundamentadas pelas Ciências da Educação.Essas teorias e concepções são dialogadas por: Karling (1991), Vygotsky (1999), Zabala(2002), Piaget (2003), Moacir (2004) e outros, que sustentam uma <strong>no</strong>va postura do professorperante as <strong>no</strong>vas tec<strong>no</strong>logias da educação, cujo uso dos <strong>recursos</strong> didácticos são fundamentaispara dar sentido e significado aos conhecimentos e saberes colocados à disposição dos alu<strong>no</strong>s.Para isso, <strong>de</strong>finimos alguns conceitos com os quais iremos utilizar ao longo da análise <strong>de</strong>stetrabalho.1 Conceitos básicosEducaçãoSegundo Moacir (2004:54), a educação é um termo que <strong>de</strong>signa o <strong>processo</strong> <strong>de</strong><strong>de</strong>senvolvimento e realização do potencial intelectual, físico, espiritual, estético e afectivo15/69


<strong>Os</strong> Recursos didácticos <strong>no</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong>Estudo <strong>de</strong> caso da escola secundária Cónego Jacintoexistente em cada criança, também é <strong>de</strong>signado o <strong>processo</strong> <strong>de</strong> transmissão da herança culturalàs <strong>no</strong>vas gerações.Ensi<strong>no</strong>Para Karling (1991: 23), ensinar é procurar <strong>de</strong>scobrir interesses, gostos, necessida<strong>de</strong>s eproblemas do alu<strong>no</strong>; escolher conteúdo, técnicas e estratégias; prover materiais a<strong>de</strong>quados ecriar ambiente favorável para o estudo. Defen<strong>de</strong>ndo a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong>ste conceito, este autor dizque ensinar é:• Criar condições favoráveis para a <strong>aprendizagem</strong> do alu<strong>no</strong> (psicológicas, didácticas emateriais);• Seleccionar experiências, propor activida<strong>de</strong>s, mostrar as pistas, o caminho e os meiosque o alu<strong>no</strong> po<strong>de</strong>rá usar para alcançar os objectivos preestabelecidos;• Facilitar e não forçar a <strong>aprendizagem</strong>;• Estimular e orientar a <strong>aprendizagem</strong>;• Orientar o alu<strong>no</strong> para observar as semelhanças entre um facto e outro, entre uma i<strong>de</strong>iae outra, para que ele próprio estabeleça relações, organize sua estrutura mental eresolva problemas, ou seja orientar o pensamento do alu<strong>no</strong>.Neste sentido o professor <strong>de</strong>ve ser mediador do <strong>processo</strong> ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong> do alu<strong>no</strong>,utilizando tec<strong>no</strong>logias e estratégias i<strong>no</strong>vadoras a<strong>de</strong>quadas para que o ensi<strong>no</strong> tenha a suaeficácia e a razão <strong>de</strong> ser.Hoje a visão do ensi<strong>no</strong> é bem diferente. Com a evolução social, as <strong>no</strong>vas <strong>de</strong>scobertas empsicologia e didáctica fizeram com que o professor revisse as suas atitu<strong>de</strong>s e práticaspedagógicas em salas <strong>de</strong> aulas. Por isso, a observação que fizemos é precisamente paraanalisar como é que a utilização dos <strong>recursos</strong> didácticos durante o <strong>de</strong>senvolvimento das aulaspo<strong>de</strong> facilitar a <strong>aprendizagem</strong> dos conteúdos por parte dos alu<strong>no</strong>s.Esta <strong>no</strong>va concepção exige também o uso das <strong>no</strong>vas abordagens e estratégias que dão maiorconsistência aos conteúdos que se ensina e que se apren<strong>de</strong>. Ensinar, portanto, não é darmatéria, nem conteúdo. Segundo Karling (1991: 23), o conteúdo po<strong>de</strong> ser encontrado emqualquer lugar: nas revistas, <strong>no</strong>s jornais, <strong>no</strong>s livros, nas fitas so<strong>no</strong>ras <strong>no</strong> ví<strong>de</strong>o, <strong>no</strong>s16/69


<strong>Os</strong> Recursos didácticos <strong>no</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong>Estudo <strong>de</strong> caso da escola secundária Cónego Jacintocomputadores, nas bibliotecas, etc. Ainda chega ao alu<strong>no</strong> através das conversas com os pais,com os colegas, com os vizinhos, pela rádio e pela TV. Neste sentido a escola tem por função<strong>de</strong>senvolver o gosto pelo estudo e ajudar o alu<strong>no</strong> a organizar e aproveitar esses conteúdos enão passá-los ou simplesmente transmiti-los.Assim como escreve Karling (1991:24), diante <strong>de</strong>sta postura, ensinar é orientar a<strong>aprendizagem</strong>, é estimular o alu<strong>no</strong>, é sugerir o que e como apren<strong>de</strong>r, é facilitar a<strong>aprendizagem</strong> e provi<strong>de</strong>nciar formas para <strong>de</strong>ixar à disposição dos alu<strong>no</strong>s todos os meios <strong>de</strong>que eles possam precisar para apren<strong>de</strong>r ou seja, ajudar o alu<strong>no</strong> a resolver problemas e aexperimentar, praticando junto com o professor. No <strong>no</strong>sso enten<strong>de</strong>r ensinar só tem valorquando o sujeito apren<strong>de</strong> aquilo que lhe é ensinado e aplicar na prática e/ou em contextos esituações diversificados. Neste sentido, o mesmo autor <strong>de</strong>fine o conceito <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r segundoa concepção do ensi<strong>no</strong>.Apren<strong>de</strong>rNa visão <strong>de</strong> Karling (1991: 25), apren<strong>de</strong>r é <strong>de</strong>senvolver melhor essa capacida<strong>de</strong> com maisfacilida<strong>de</strong> ou seja: é adquirir <strong>no</strong>vas experiências; compreen<strong>de</strong>r as coisas que se vêem, ouvem,sentem e fazem. Quem apren<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve saber reflectir sobre o assunto; <strong>de</strong>ve ser capaz <strong>de</strong>explicar a outras pessoas o que apren<strong>de</strong>u; saber usar o que apren<strong>de</strong>u na vida prática; ser capaz<strong>de</strong> solucionar os problemas relacionados com o que estudou; transferir o aprendido paraoutras situações; ser capaz <strong>de</strong> generalizar; adquirir <strong>no</strong>vas experiências e tirar proveito daquiloque viu e observou. Significa que apren<strong>de</strong>r é apropriar-se <strong>de</strong> saberes e conhecimentos que dãosentido à vida na sua plenitu<strong>de</strong>. É o que Karling <strong>de</strong><strong>no</strong>mina <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> significativa.Aprendizagem significativaComo afirma Karling (1991: 265), <strong>aprendizagem</strong> significativa é aquela que significa algumacoisa para o alu<strong>no</strong>, que tem algum interesse ou importância para ele, que vem aten<strong>de</strong>r a umanecessida<strong>de</strong> ou ajudar o alu<strong>no</strong> a resolver um problema. Aprendizagem significativa é aquelaque é útil para a vida e vem ao encontro das suas curiosida<strong>de</strong>s. É aquela <strong>aprendizagem</strong> em queo alu<strong>no</strong> tem gosto <strong>de</strong> estudar, que ele compreen<strong>de</strong> e que provoca alguma reacção nele. É a<strong>aprendizagem</strong> em que o alu<strong>no</strong> liga as experiências anteriores com as i<strong>de</strong>ias em que está17/69


<strong>Os</strong> Recursos didácticos <strong>no</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong>Estudo <strong>de</strong> caso da escola secundária Cónego Jacintoapren<strong>de</strong>ndo. É a <strong>aprendizagem</strong> que parte <strong>de</strong> pressuposto que o alu<strong>no</strong> já possui alguns prérequisitospara apren<strong>de</strong>r.Todavia, o mesmo autor apresenta-<strong>no</strong>s um outro conceito <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> significativa:aquela que é aplicável à vida e relacionada com as experiências. É a <strong>aprendizagem</strong> ligada àsaspirações e a realida<strong>de</strong> dos alu<strong>no</strong>s. Parte da vida do alu<strong>no</strong> para melhorar a sua própria vida. Éa <strong>aprendizagem</strong> que satisfaz “eu”, o alu<strong>no</strong>.1.1 Importância da <strong>aprendizagem</strong> significativa para KarlingA gran<strong>de</strong> vantagem da <strong>aprendizagem</strong> significativa é aquela feita por via <strong>de</strong> <strong>de</strong>scoberta. Énesta, que o alu<strong>no</strong> mostra que quer apren<strong>de</strong>r, ele precisa apren<strong>de</strong>r e passa a gostar <strong>de</strong>apren<strong>de</strong>r. O material a ser aprendido será tanto mais significativo, quanto maior for aexperiência do alu<strong>no</strong>, sua prontidão, seus interesses e necessida<strong>de</strong>s. Estas permitem acompreensão dos conteúdos <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong>. Se não houver compreensão, não haverá<strong>aprendizagem</strong> significativa. Sem <strong>aprendizagem</strong> significativa não há <strong>aprendizagem</strong> verda<strong>de</strong>ira.Ainda segundo esse autor, na <strong>aprendizagem</strong> por <strong>de</strong>scoberta é o próprio alu<strong>no</strong> quem elabora oseu conhecimento. Passa a ter um conhecimento elaborado, estruturado pela compreensão,pelo raciocínio, e não conhecimento mecânico. A <strong>aprendizagem</strong> significativa provoca algumareacção <strong>no</strong> alu<strong>no</strong>, pois tem importância para ele. Po<strong>de</strong> provocar euforia, curiosida<strong>de</strong>s,preocupação, ansieda<strong>de</strong> e levá-lo a fazer muitas experiências. Quanto mais experiênciastiverem, maior será sua capacida<strong>de</strong> para adquirir <strong>no</strong>vas aprendizagens, <strong>de</strong> elaborar <strong>no</strong>vasestruturas mentais. A <strong>aprendizagem</strong> significativa é importante, também, porque o alu<strong>no</strong>apren<strong>de</strong>, compreen<strong>de</strong> e não <strong>de</strong>cora. O alu<strong>no</strong> apren<strong>de</strong> o sentido e não apenas as palavras. Uma<strong>aprendizagem</strong> compreendida po<strong>de</strong> ser usada para formar i<strong>de</strong>ias e para resolver problemas.Karling (1991: 253) diz: «Mas se não compreen<strong>de</strong>r, ele distrai-se, aborrece-se e até “bagunça”po<strong>de</strong> fazer. Se o alu<strong>no</strong> não <strong>no</strong>tar correlação entre o conteúdo <strong>no</strong>vo e suas experiências <strong>de</strong>vida, não sentirá utilida<strong>de</strong> <strong>no</strong> que virá a estudar. Não sentindo a utilida<strong>de</strong>, não terá interesse enão fará esforço. Assim, pois a conclusão é evi<strong>de</strong>nte: o ensi<strong>no</strong> tem que ajudar a estabelecervínculos essências e “não-arbitrários” entre os <strong>no</strong>vos conteúdos e os conhecimentos prévios18/69


<strong>Os</strong> Recursos didácticos <strong>no</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong>Estudo <strong>de</strong> caso da escola secundária Cónego Jacintoquanto a situação permitir. É o ensi<strong>no</strong> quem dispõe as condições para que a construção que oalu<strong>no</strong> faz seja mais ampla ou mais restrita.»1.2 Interacção entre ensi<strong>no</strong> e <strong>aprendizagem</strong>Para <strong>de</strong>finir o ensi<strong>no</strong> e a <strong>aprendizagem</strong>, Gomes et Al. (s/d: 5), propõe a interacção entre essesdois conceitos, mostrando que o ensi<strong>no</strong> não <strong>de</strong>ve ser separado da <strong>aprendizagem</strong>. Significa quese há ensi<strong>no</strong> <strong>de</strong>ve haver <strong>aprendizagem</strong>.Assim, para ele, o ensi<strong>no</strong> é o conjunto <strong>de</strong> acções que se <strong>de</strong>stinam fornecer informações e atransmitir conhecimentos. Em relação ao ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong> ele diz que é o conjunto <strong>de</strong>acções em que se articulam as activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> transmissão e <strong>de</strong> aquisição <strong>de</strong> informações e <strong>de</strong>conhecimentos. A eficácia do ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong> é medida pela quantida<strong>de</strong> e qualida<strong>de</strong> dosconhecimentos transmitidos e adquiridos. Neste caso, ser professor não po<strong>de</strong> limitar-se apenasa transmitir o saber, é também, facilitar e orientar a <strong>aprendizagem</strong>, <strong>de</strong>spertando o interesse eapoiar os alu<strong>no</strong>s na interacção entre os problemas, os conhecimentos e as experiências.O mesmo autor consi<strong>de</strong>ra quatro etapas fundamentais <strong>no</strong> <strong>de</strong>senvolvimento do <strong>processo</strong>ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong>:a) A <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> objectivos;b) A escolha <strong>de</strong> conteúdos;c) A escolha <strong>de</strong> estratégias;d) A avaliação.Karling (1991: 24), sobre o mesmo conceito, diz que se fala tanto em ensinar e pouco emapren<strong>de</strong>r. Hoje, a situação está sendo invertida. Toda preocupação gira em tor<strong>no</strong> do educando,<strong>de</strong> sua <strong>aprendizagem</strong>. O alu<strong>no</strong> é o objecto e o agente da <strong>aprendizagem</strong>. A <strong>aprendizagem</strong>ocorre <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>le e através da sua acção, do seu pensamento. Por mais que um professor seesforce é difícil “incutir” na cabeça do alu<strong>no</strong>, se este não quiser. Para o mesmo, dizemos queuma pessoa apren<strong>de</strong>u quando ela mudar a sua maneira <strong>de</strong> agir, <strong>de</strong> pensar e <strong>de</strong> ser quando elapassa a ter atitu<strong>de</strong>s diferentes. Adquirir <strong>no</strong>vas atitu<strong>de</strong>s é certamente mais importante que a<strong>aprendizagem</strong> <strong>de</strong> qualquer conteúdo.19/69


<strong>Os</strong> Recursos didácticos <strong>no</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong>Estudo <strong>de</strong> caso da escola secundária Cónego Jacinto1.3 Interacção do ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong> com uso dos <strong>recursos</strong> didácticosPara Gomes et all., a <strong>aprendizagem</strong> é o conjunto <strong>de</strong> acções que levam as pessoas a adquirirconhecimentos, com o apoio <strong>de</strong> professor ou por si sós. A eficácia da <strong>aprendizagem</strong> é medida,principalmente, pela quantida<strong>de</strong> e qualida<strong>de</strong> dos conhecimentos adquiridos.Na opinião do mesmo autor, as técnicas <strong>de</strong> utilização <strong>de</strong> materiais têm a ver com aconcretização das estratégias em que o professor <strong>de</strong>ve recorrer e a materiais <strong>de</strong> trabalho que oauxiliem para alcançar aquilo que preten<strong>de</strong>. Assim ele apresenta e <strong>de</strong>fine alguns dos <strong>recursos</strong>que são necessários e indispensáveis para o <strong>de</strong>senvolvimento do <strong>processo</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong><strong>aprendizagem</strong>.São eles os seguintes:O quadro <strong>de</strong> giz – meio auxiliar do professor, apresenta, algumas vantagens como:a) Permite uma boa visualização do que nele se escreve;b) É um material <strong>de</strong> que se dispõe facilmente, visto que <strong>no</strong>rmalmente em todas as escolasse encontram os quadros <strong>de</strong> giz;c) Po<strong>de</strong> dispensar o recurso a outros auxiliares didácticos;d) Proporciona uma utilização constante, tanto por parte dos professores, como por partedos alu<strong>no</strong>s.O Flanelógrafo – é um dos meios auxiliares que o professor mais facilmente po<strong>de</strong>rá construir.Como meio auxiliar do professor, o flanelógrafo apresenta, entre outras, as seguintesvantagens:a) A utilização <strong>de</strong> auxiliares didácticos na exposição, exploração e consolidação dosconteúdos do programa;b) A criação <strong>de</strong> estratégias que facilitem a concentração da atenção por parte dos alu<strong>no</strong>s;c) A repetição na utilização do mesmo material, diversificando as formas da sua utilização;d) O transporte para outros locais, <strong>no</strong>meadamente para uma exposição realizada num localfora da aula;e) A diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> activida<strong>de</strong>s, utilizando material que possa ter em conta ainterdisciplinarida<strong>de</strong>.20/69


<strong>Os</strong> Recursos didácticos <strong>no</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong>Estudo <strong>de</strong> caso da escola secundária Cónego JacintoO quadro expositor – como meio auxiliar do professor, este quadro apresenta, entre outras, asseguintes vantagens:a) Possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> exposição permanente ou temporária;b) Possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> exposição do material que vai sendo executado pelos alu<strong>no</strong>s paraconsolidação a <strong>aprendizagem</strong>;b) Possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> exposição do material utilizado pelo professor para a <strong>aprendizagem</strong>da leitura, <strong>no</strong> campo das frases-chave e das palavras-chave;c) Possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> exposição <strong>de</strong> outro material que o professor consi<strong>de</strong>re pertinente,<strong>no</strong>meadamente material relacionado com outras áreas curriculares.O ca<strong>de</strong>r<strong>no</strong> diário – é um instrumento <strong>de</strong> trabalho que apresenta muitas vantagens. Entre elasregistam-se as seguintes:a) Contribui para <strong>de</strong>senvolver <strong>no</strong> alu<strong>no</strong> o gosto pela boa apresentação;b) Pela limpeza, pela caligrafia cuidada e pelas ilustrações;c) Desenvolve <strong>no</strong> alu<strong>no</strong> o cuidado com ortografia;d) Ajuda a criar hábitos <strong>de</strong> organização;e) Fornece material para estudo e para revisão;f) Serve como elemento <strong>de</strong> ligação entre a escola e a família;g) Fornece ao professor elementos relativos à progressão do alu<strong>no</strong>.O manual do alu<strong>no</strong> – como meio auxiliar, tanto do professor como do alu<strong>no</strong>, o manualapresenta, entre outras as seguintes vantagens:a) É um instrumento <strong>de</strong> trabalho que permite uma melhor exploração econsolidação dos conteúdos;b) É uma base <strong>de</strong> aquisição das competências linguísticas e <strong>de</strong> comunicação, peloalu<strong>no</strong>, <strong>no</strong> domínio da compreensão escrita;c) Tem uma função motivadora para <strong>aprendizagem</strong>.21/69


<strong>Os</strong> Recursos didácticos <strong>no</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong>Estudo <strong>de</strong> caso da escola secundária Cónego JacintoEnquanto que Gomes et Al. (s/d: 5), fala sobre o manual do alu<strong>no</strong>, Karling (1991:254), falasobre o livro didáctico e <strong>de</strong>fine-o dizendo que o mesmo continua sendo o mais económico ecompleto recurso <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>. Por isso, todo o professor <strong>de</strong>veria adoptar pelo me<strong>no</strong>s um livropara cada disciplina. <strong>Os</strong> alu<strong>no</strong>s precisam ter um ponto <strong>de</strong> apoio seguro em que se basear paraestudar. Precisa saber, com segurança, ao me<strong>no</strong>s o que vai ser cobrado <strong>de</strong>le.Se o professor “dá matéria” ditada, ou <strong>no</strong> quadro, o alu<strong>no</strong> po<strong>de</strong> ouvir mal ou <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> a<strong>no</strong>tarcerto. Isto, fatalmente, vai provocar <strong>aprendizagem</strong> incorrecta. Além disso matéria ditada ouescrita <strong>no</strong> quadro quase sempre é tão resumida que é difícil <strong>de</strong> levar o alu<strong>no</strong> a compreen<strong>de</strong>r.Resta a ele <strong>de</strong>corar. Matéria <strong>de</strong>corada serve para a prova e não para a vida.Um bom livro didáctico <strong>de</strong>ve conter a essência do conteúdo da matéria ou disciplina. Oconteúdo <strong>de</strong>ve ser útil e significativo, na medida do possível. Deve ter estruturado o assunto<strong>de</strong> forma a facilitar a compreensão com uma linguagem clara e muitos exemplos. (Ibi<strong>de</strong>m)Hoje mais do que nunca os alu<strong>no</strong>s já não querem aceitar aquele professor que vai e começa aditar matéria. O alu<strong>no</strong> po<strong>de</strong> escrever o que o professor está a ditar mas muitas vezes nãocompreen<strong>de</strong> qual é a mensagem que o professor quer passar porque a matéria não <strong>de</strong>spertacuriosida<strong>de</strong>. Pensamos que seria bom que os professores utilizassem para as suas aulas, paraalém dos manuais escolares, quadro e giz, um recurso diferente, porque senão vejamos:existem manuais que dizem tudo e nada por mais que os alu<strong>no</strong>s lêem não compreen<strong>de</strong> oassunto. Portanto o professor po<strong>de</strong> optar segundo Karling (1991:253), «… por um livrodidáctico que <strong>de</strong>ve conter a essência do conteúdo da matéria ou disciplina…»Segundo o mesmo autor, a tec<strong>no</strong>logia aplicada à educação é uma forma <strong>de</strong> busca e a aplicaçãoda tec<strong>no</strong>logia dos vários campos do conhecimento huma<strong>no</strong> na educação. Assim, «…atec<strong>no</strong>logia eléctrica, a tec<strong>no</strong>logia electrónica, a tec<strong>no</strong>logia da comunicação, quando usadas naeducação ou pela educação, são tec<strong>no</strong>logias aplicada à educação, aqui entra o computador, aTV, o vi<strong>de</strong>ocassete, o gravador, a rádio, o retroprojector, o filme a Internet, etc. Existem umadiversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>recursos</strong> didácticos».O que po<strong>de</strong> ser feito é orientar ou formar os professores não somente para po<strong>de</strong>rem sabermanusear alguns <strong>de</strong>sses materiais como o retroprojector, flanelógrafo, fotografias projector <strong>de</strong>22/69


<strong>Os</strong> Recursos didácticos <strong>no</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong>Estudo <strong>de</strong> caso da escola secundária Cónego Jacintosli<strong>de</strong>s, gravuras etc., como também para po<strong>de</strong>rem saber tirar proveito da sua utilização na sala<strong>de</strong> aula, estimulando os alu<strong>no</strong>s para a <strong>aprendizagem</strong>.Na opinião <strong>de</strong> Karling, os <strong>recursos</strong> didácticos po<strong>de</strong>m ser classificados em:• Recursos visuais;• Recursos auditivos;• Recursos audiovisuais;• Recursos múltiplos.Todos esses <strong>recursos</strong> garantem um ensi<strong>no</strong> sistematizado, dinamizado e eficaz. Por fim, umensi<strong>no</strong> <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> on<strong>de</strong> os alu<strong>no</strong>s possam ver, ouvir e relacionar com o que já sabe e com arealida<strong>de</strong>. Portanto, o professor não <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>scorar <strong>de</strong>sses <strong>recursos</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong> tendo em conta asua importância. <strong>Os</strong> <strong>recursos</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong> <strong>de</strong>vem ser usados para facilitar, acelerar e intensificara <strong>aprendizagem</strong> e não para poupar o trabalho do professor e simplificar o trabalho do alu<strong>no</strong>.Karling (1991:251).É neste contexto que a formação em didáctica é muito importante porque ela orienta oprofessor em saber como ensinar e como apren<strong>de</strong>r.1.4 DidácticaAs <strong>no</strong>vas tec<strong>no</strong>logias da educação permitiu que se re<strong>de</strong>fini o conceito da didáctica que hoje as<strong>no</strong>vas abordagem subjacentes ao <strong>processo</strong> ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong> propõe como instrumento aser utilizado na prática pedagógica nas salas <strong>de</strong> aulas.Segundo Karling (1991: 34), a didáctica é a ciência, a técnica e a arte <strong>de</strong> bem orientar a<strong>aprendizagem</strong> e <strong>de</strong> conseguir que o alu<strong>no</strong> queira apren<strong>de</strong>r. A didáctica é ciência, enquanto sefundamenta em princípios científicos. É técnica, enquanto aplica princípios na acção docente.A didáctica ensina como o professor <strong>de</strong>ve agir para conseguir que o alu<strong>no</strong> aprenda da melhorforma possível. A didáctica dará a orientação <strong>de</strong> como proce<strong>de</strong>r em sala <strong>de</strong> aula. Ela indicaquais são as técnicas mais eficientes.23/69


<strong>Os</strong> Recursos didácticos <strong>no</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong>Estudo <strong>de</strong> caso da escola secundária Cónego JacintoA didáctica é uma disciplina <strong>no</strong>rteada da acção. Ela integra as <strong>de</strong>mais disciplinas pedagógicascom os conteúdos específicos da matéria, com as experiências dos alu<strong>no</strong>s, formando um todoútil para que os objectivos da educação sejam alcançados. A didáctica dirá ainda quais oscritérios que se <strong>de</strong>vem utilizarem para seleccionar o conteúdo.Assim, o tema que propomos discutir neste trabalho surgiu na sequência das sugestões eindicações da <strong>no</strong>va didáctica. Com isso, queremos dizer que o professor <strong>de</strong>ve conhecer bem adidáctica para <strong>de</strong>scobrir o que os alu<strong>no</strong>s já sabem, o que gostariam <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r e o que asocieda<strong>de</strong> espera que eles aprendam. Em didáctica, o professor apren<strong>de</strong> que <strong>de</strong>ve consi<strong>de</strong>raras condições da escola, dos alu<strong>no</strong>s, do meio e as <strong>de</strong>le próprio para planejar as activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><strong>aprendizagem</strong>.Em síntese, para Karling (1991:35), a didáctica apresenta várias técnicas <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong> que po<strong>de</strong>mser usadas e indica os princípios e critérios a serem adoptados pelo professor para seleccionaras melhores. Indica ainda os critérios para selecção do material didáctico, do conteúdo e daavaliação. O professor <strong>de</strong>ve conseguir que o alu<strong>no</strong> estu<strong>de</strong> com satisfação e amor. Para isso,<strong>de</strong>verá <strong>de</strong>scobrir situações, experiências e técnicas que sejam agradáveis, que <strong>de</strong>spertemprazer durante o estudo e levem, como <strong>de</strong>corrência, o alu<strong>no</strong> a apren<strong>de</strong>r coisas úteis.Na opinião do mesmo autor o professor não <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>scorar dos <strong>recursos</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong> tendo emconta a sua importância para a concretização da aula. Esses <strong>recursos</strong> <strong>de</strong>vem ser usados parafacilitar, acelerar e intensificar a <strong>aprendizagem</strong> e não para poupar o trabalho do professor esimplificar o trabalho do alu<strong>no</strong>.1.5 Função da <strong>no</strong>va didácticaNo enten<strong>de</strong>r <strong>de</strong> Karling (1991:251), a principal função da didáctica é o alcance dos objectivoseducacionais e da <strong>aprendizagem</strong>. Mas esses objectivos são muito abstractos, distantes darealida<strong>de</strong>, e têm pouco sentido prático. A educação <strong>de</strong>ve, antes <strong>de</strong> tudo, resolver os problemasreais sentidos pela população. A didáctica tem a função predominantemente educativa. Ámedida que o alu<strong>no</strong> avança em escolarida<strong>de</strong>, ela cuida também da facilitação da24/69


<strong>Os</strong> Recursos didácticos <strong>no</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong>Estudo <strong>de</strong> caso da escola secundária Cónego Jacinto<strong>aprendizagem</strong>. É a didáctica que através <strong>de</strong> estímulos, orientações e técnicas a<strong>de</strong>quadas, levaos alu<strong>no</strong>s a “auto-educarem-se” e a apren<strong>de</strong>rem por si mesmos.Partindo <strong>de</strong>stes pressupostos, para o autor a didáctica <strong>de</strong>verá ajudar o alu<strong>no</strong> a apren<strong>de</strong>r aestruturar as informações, para ter pensamento autó<strong>no</strong>mo, original, e assim, ser criativo ecapaz <strong>de</strong> resolver problemas pessoais e sociais. É a didáctica que orienta o professor quantoaos <strong>recursos</strong> <strong>de</strong> incentivação e maneiras <strong>de</strong> trabalhar, <strong>de</strong> forma a envolver o alu<strong>no</strong>, conseguirsua participação activa e tornar a <strong>aprendizagem</strong> agradável.1.6 Recursos <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>Segundo Karling (1991: 245), os <strong>recursos</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong> são <strong>recursos</strong> huma<strong>no</strong>s e materiais que oprofessor utiliza para auxiliar e facilitar a <strong>aprendizagem</strong>. São também chamados <strong>de</strong> <strong>recursos</strong>didácticos, meios auxiliares, meios didácticos, materiais didácticos, <strong>recursos</strong> audiovisuais,multimeios ou material institucional. Preferimos, porém, “<strong>recursos</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>”, por ser maisabrangente.1.7 Importância do uso dos <strong>recursos</strong> didácticosNo enten<strong>de</strong>r do mesmo autor (1991:237), os <strong>recursos</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong> aten<strong>de</strong>m, em parte, aafirmação <strong>de</strong> Aristóteles: nada está na inteligência que antes não tenha passado pelos sentidos.<strong>Os</strong> sentidos são, sem dúvida, as portas <strong>de</strong> entrada das sensações. Estas se transformam empercepções que, uma vez organizados e estruturados, se constituem em <strong>aprendizagem</strong>.Nossa preocupação é observar se os alu<strong>no</strong>s também constroem e utilizam os <strong>recursos</strong>didácticos uma vez que são aspectos que <strong>no</strong>s chamaram a atenção na necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong>lesmanipularem os instrumentos e as ferramentas com os quais <strong>de</strong>senvolvem as suasaprendizagens. <strong>Os</strong> <strong>recursos</strong> po<strong>de</strong>m estar na escola ou fora <strong>de</strong>la. Estes só po<strong>de</strong>m ser usados selevamos o alu<strong>no</strong> até eles, <strong>no</strong> local em que se encontram. <strong>Os</strong> <strong>recursos</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong> levam osalu<strong>no</strong>s a observar e prestar mais atenção e permiti-lhes distinguir melhor as coisas. Po<strong>de</strong>mmostrar a forma, a sequência <strong>de</strong> fenóme<strong>no</strong>s, à posição, o tamanho, a estrutura, ofuncionamento <strong>de</strong> equipamentos, o movimento. Facilitam o reconhecimento <strong>de</strong> semelhanças ediferenças: <strong>de</strong> animais, <strong>de</strong> plantas, <strong>de</strong> sexos, <strong>de</strong> insectos, <strong>de</strong> objectos. (Ibi<strong>de</strong>m)25/69


<strong>Os</strong> Recursos didácticos <strong>no</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong>Estudo <strong>de</strong> caso da escola secundária Cónego Jacinto1.8 Função dos <strong>recursos</strong> didácticosSegundo o mesmo autor (1991:238), os <strong>recursos</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong> ajudam e<strong>no</strong>rmemente acomunicação, a compreensão e a estruturação da <strong>aprendizagem</strong> cognitiva. Eles têm funçãoimportante <strong>no</strong> incentivo e <strong>no</strong> alcance <strong>de</strong> objectos afectivos, ou seja:• Fazem o alu<strong>no</strong> gostar <strong>de</strong> estudar, uma disciplina ou <strong>de</strong> um assunto;• Quando o professor utiliza um cartaz para explicar algum conteúdo a compreensão émaior;• Desperta interesse por parte do alu<strong>no</strong> e assim há mais incentivo e a aula torna maisdinâmica;• Sabe-se também que com material didáctico a<strong>de</strong>quado fica mais fácil <strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>r<strong>de</strong>terminado assunto em estudo. Mas é preciso saber qual seria o melhor material,on<strong>de</strong> e como seleccioná-lo e ainda como usá-lo com máximo <strong>de</strong> proveito.1.9 Teoria construtivista segundo PiagetPara Piaget (2000:18), a <strong>aprendizagem</strong> consiste numa modificação do estudo dosconhecimentos. Seu mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento é estruturalista. Piaget tenta explicar osmecanismos <strong>de</strong> aquisição e <strong>de</strong> utilização dos conhecimentos a partir <strong>de</strong> génese das operaçõeslógico-matemáticas subjacentes a qualquer activida<strong>de</strong> intelectual. As etapas sucessivas do<strong>de</strong>senvolvimento cognitivo contam com o papel primordial da experiência ou da acção comomotores da construção, ou até mesmo da reconstrução ao nível das representações internas dacriança, <strong>de</strong> um mundo físico percebido e compreendido.Piaget (2000:19), ao analisar a teoria construtivista enfatiza o lugar da activida<strong>de</strong> como factor<strong>de</strong>terminante <strong>de</strong> aumento dos conhecimentos. Piaget propõe que não são apenas a maturida<strong>de</strong>e a pressão social que contam. O <strong>de</strong>senvolvimento das aprendizagens é, também, aconsequência <strong>de</strong> um quarto factor: o equilíbrio. Em todo o <strong>de</strong>senvolvimento, os progressos doconhecimento resultam <strong>de</strong> uma construção na qual o sujeito é actor <strong>de</strong> suas aprendizagens eminteracção com o mundo.A concepção da <strong>aprendizagem</strong> segundo o mesmo autor é <strong>de</strong>cididamente construtivista. Éagindo sobre o meio que o sujeito vai reconstruir o mundo físico e social que o cerca. Vai26/69


<strong>Os</strong> Recursos didácticos <strong>no</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong>Estudo <strong>de</strong> caso da escola secundária Cónego Jacintoobjectivá-lo e representá-lo para si. Esta <strong>de</strong>signa por teoria interaccionista: A existência <strong>de</strong>numerosas perturbações, provenientes das interacções com os objectos (físicos ousimbólicos), que o sujeito <strong>de</strong>seja ou que <strong>de</strong>ve incluir em sua activida<strong>de</strong>, impõe adaptações.Para Piaget (2000:18), adaptação do sujeito ao meio põe em jogo dois mecanismos <strong>de</strong> base ouinvariantes funcionais: a assimilação e a acomodação. A assimilação consiste numafamiliarização dos dados do mundo exterior a fim <strong>de</strong> torná-los integráveis à estrutura própriado sujeito; é, portanto, o meio que “ten<strong>de</strong> a conformar-se” com a estrutura da criança.Contudo ele diz que, a acomodação correspon<strong>de</strong> a um ajuste do sujeito aos dados do meio. <strong>Os</strong>dois <strong>processo</strong>s (acomodação e assimilação) são indissociáveis e interagem durante todo o<strong>de</strong>senvolvimento. A adaptação consiste na passagem <strong>de</strong> um me<strong>no</strong>r equilíbrio para um estado<strong>de</strong> um equilíbrio superior.1.10 Contribuições e limites da teoria piagetianaAo ressaltar o papel <strong>de</strong>terminante da activida<strong>de</strong> da criança na <strong>aprendizagem</strong>, Piaget <strong>de</strong>fine aescola como um ambiente que <strong>de</strong>ve estimular e favorecer esse <strong>processo</strong> <strong>de</strong> autoconstrução.Num tal dispositivo, o professor, tornando-se mediador entre conhecimentos e alu<strong>no</strong>, facilita a<strong>de</strong>scoberta das <strong>no</strong>ções e a elaboração dos saberes e das competências, e apresentá-lo à criançasob uma forma preestabelecida.A concepção piagetiana visa a ensinar a pensar e a valorizar os aspectos operativos dopensamento (<strong>processo</strong>s inter<strong>no</strong>s, operações mentais), a fazer com que a criança experimente, afavorecer a manipulação para que possa tirar daí as leis abstractas, sendo suficiente a simplesobservação da activida<strong>de</strong> <strong>de</strong> outrem para estruturação dos conhecimentos. A activida<strong>de</strong> assim<strong>de</strong>senvolvida pelo alu<strong>no</strong> torna-se, além disso, uma po<strong>de</strong>rosa fonte <strong>de</strong> motivação intrínsecanecessária, por sua vez, à construção das aprendizagens.A complexida<strong>de</strong> da tarefa educativa <strong>no</strong>s exige dispor <strong>de</strong> instrumentos e <strong>recursos</strong> quefavoreçam a tarefa <strong>de</strong> ensinar. Em todo caso, são necessários materiais que estejam a serviço<strong>de</strong> <strong>no</strong>ssas propostas didácticas e não o contrario. A tarefa <strong>de</strong> ensinar envolve ter presente umaquantida<strong>de</strong> e<strong>no</strong>rme <strong>de</strong> variáveis, entre elas as que <strong>no</strong>s indicam as necessida<strong>de</strong>s particulares <strong>de</strong>cada meni<strong>no</strong> e menina e <strong>de</strong> seleccionar as activida<strong>de</strong>s e os meios que cada um <strong>de</strong>les necessita.27/69


<strong>Os</strong> Recursos didácticos <strong>no</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong>Estudo <strong>de</strong> caso da escola secundária Cónego Jacinto1.11 Aprendizagem e <strong>de</strong>senvolvimento segundo Luria e VygotskyPara Vygotsky (2003: 21), se a <strong>aprendizagem</strong> está em função não só da comunicação, mastambém do nível do <strong>de</strong>senvolvimento alcançado, isso faz com que o alu<strong>no</strong> adquire relevoespecial, além da análise do modo do <strong>processo</strong> que constrói os conceitos comunicados, eportanto a análise qualitativa das «estratégias» utilizadas, dos erros, do <strong>processo</strong> <strong>de</strong>generalização. Trata-se <strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>r como funcionam esses mecanismos mentais quepermitem a construção dos conceitos e que se modificam em função do <strong>de</strong>senvolvimento.<strong>Os</strong> mesmos autores dizem ainda que o primeiro tipo <strong>de</strong> soluções propostas parte do supostoda in<strong>de</strong>pendência do <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento e do <strong>processo</strong> da <strong>aprendizagem</strong>. Segundoesta teoria, a <strong>aprendizagem</strong> é um <strong>processo</strong> puramente exterior, paralelo em certa medida ao<strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento da criança, mas que não participa activamente neste e não omodifica em absoluto: a <strong>aprendizagem</strong> utiliza os resultados do <strong>de</strong>senvolvimento, em vez <strong>de</strong> seadiantar em seu curso e <strong>de</strong> mudar a sua direcção.Para Vygotsky (2003: 53), um facto surpreen<strong>de</strong>nte, e até hoje <strong>de</strong>sprezado, é que asinvestigações sobre o <strong>de</strong>senvolvimento e o pensamento <strong>no</strong> estudante costumam partirjustamente do princípio fundamental <strong>de</strong>sta teoria, ou seja <strong>de</strong> que este <strong>processo</strong> <strong>de</strong><strong>de</strong>senvolvimento é in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte daquele que a criança apren<strong>de</strong> realmente na escola. Acapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> raciocínio e a inteligência da criança, as suas i<strong>de</strong>ias sobre o “eu” que o ro<strong>de</strong>ia,as suas interpretações causas físicas, o seu domínio das formas lógicas do pensamento e dalógica abstracta, são consi<strong>de</strong>radas pelos eruditos como <strong>processo</strong> autó<strong>no</strong>mos que não sãoinfluenciados <strong>de</strong> modo algum pela <strong>aprendizagem</strong> escolar.É claro que esta teoria implica uma completa in<strong>de</strong>pendência do <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimentoe do <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong>, e chega até a postular uma nítida separação <strong>de</strong> ambos os <strong>processo</strong>s <strong>no</strong>tempo. O <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>ve atingir uma <strong>de</strong>terminada etapa, com a consequentematuração <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminadas funções, antes <strong>de</strong> a escola fazer adquirir à criança <strong>de</strong>terminados28/69


<strong>Os</strong> Recursos didácticos <strong>no</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong>Estudo <strong>de</strong> caso da escola secundária Cónego Jacintoconhecimentos e hábitos. O curso do <strong>de</strong>senvolvimento prece<strong>de</strong> sempre o da <strong>aprendizagem</strong>. A<strong>aprendizagem</strong> segue sempre o <strong>de</strong>senvolvimento (Ibi<strong>de</strong>m).A segunda categoria <strong>de</strong> soluções propostas para o problema das relações entre <strong>aprendizagem</strong>e <strong>de</strong>senvolvimento afirma Vygotsky (2003:33), pelo contrário, que a <strong>aprendizagem</strong> é<strong>de</strong>senvolvimento. A criança apren<strong>de</strong> a realizar uma operação <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminado género, mas aomesmo tempo apo<strong>de</strong>ra-se <strong>de</strong> um princípio estrutural cuja esfera <strong>de</strong> ampliação é maior do quea da operação <strong>de</strong> partida. Por conseguinte, ao dar um passo em frente <strong>no</strong> campo da<strong>aprendizagem</strong>, a criança dá dois <strong>no</strong> campo do <strong>de</strong>senvolvimento; e por isso a <strong>aprendizagem</strong> e<strong>de</strong>senvolvimento não são coinci<strong>de</strong>ntes.Contudo segundo Vygotsky (2003:39), tomemos como ponto <strong>de</strong> partida o facto <strong>de</strong> que a<strong>aprendizagem</strong> da criança começa muito antes da <strong>aprendizagem</strong> escolar. A <strong>aprendizagem</strong>escolar nunca parte do zero. Toda a <strong>aprendizagem</strong> da criança na escola tem uma pré-história.Por exemplo, a criança, começa a estudar aritmética, mas já muito antes <strong>de</strong> ir a escolaadquiriu <strong>de</strong>terminada experiência referente à quantida<strong>de</strong>, encontrou já áreas operativas <strong>de</strong>divisão e adição, complexas e simples; portanto a criança teve uma pré-escola <strong>de</strong> aritmética, eo psicólogo que ig<strong>no</strong>rasse este facto estaria cego. A <strong>aprendizagem</strong> escolar orienta e estimula<strong>processo</strong>s inter<strong>no</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento. Esta hipótese pressupõe necessariamente que o<strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento não coinci<strong>de</strong> com o da <strong>aprendizagem</strong>, o <strong>processo</strong> <strong>de</strong><strong>de</strong>senvolvimento segue o da <strong>aprendizagem</strong>, que cria a área <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento potencial.1.12 Vygotsky e Piaget dialogam sobre a concepção da <strong>aprendizagem</strong>Vygotsky (2003: 56), discorda do <strong>processo</strong> <strong>de</strong> compreensão e assimilação <strong>de</strong>fendido poralguns teóricos da psicologia infantil como Piaget. Também discorda do behaviorismo,apontando que a <strong>aprendizagem</strong> não po<strong>de</strong> ser comparada a um simples hábito mental adquiridopor treinamento. Para que <strong>aprendizagem</strong> ocorra é preciso que haja oportunida<strong>de</strong>s paraapren<strong>de</strong>r a partir <strong>de</strong> um contexto isto é, os <strong>processo</strong>s <strong>de</strong> compreensão e <strong>aprendizagem</strong>aconteceriam por meio <strong>de</strong> interacções sociais entre indivíduos historicamente construídos.A abordagem Vygotskyana enfatiza a interacção entre <strong>de</strong>senvolvimento e a <strong>aprendizagem</strong>,que seria uma construção na interacção mediada pela linguagem. A teoria piagetiana, acreditaque o <strong>de</strong>senvolvimento da criança seria in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da <strong>aprendizagem</strong>, ou seja:29/69


<strong>Os</strong> Recursos didácticos <strong>no</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong>Estudo <strong>de</strong> caso da escola secundária Cónego Jacinto• A primeira crítica é que o <strong>de</strong>senvolvimento seria um <strong>processo</strong> <strong>de</strong> maturação regida porleis naturais enquanto a <strong>aprendizagem</strong> se beneficiaria do <strong>de</strong>senvolvimento;• A segunda crítica feita por Vygotsky é que para o behaviorismo a <strong>aprendizagem</strong> seriao mesmo que <strong>de</strong>senvolvimento. Uma e outro estariam baseados em uma formação <strong>de</strong>hábitos criando-se um acumular <strong>de</strong> possíveis respostas;• A terceira visão é a que Vygotsky parte para <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r sua posição. Propõe umasuperação dos dois extremos das duas teorias anteriores. Aqui se ressaltam trêsaspectos importantes: a <strong>aprendizagem</strong> e o <strong>de</strong>senvolvimento são mutuamente<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes e interactivos e a <strong>aprendizagem</strong> coinci<strong>de</strong> com o <strong>de</strong>senvolvimento e paraoutros, <strong>de</strong>senvolvimento é sempre “um conjunto maior que aprendizado (tempo quedura a <strong>aprendizagem</strong>/condição <strong>de</strong> aprendiz)”.Vygotsky construiu sua teoria tendo por base o <strong>de</strong>senvolvimento do indivíduo como resultado<strong>de</strong> um <strong>processo</strong> sócio-historico, enfatizando o papel da linguagem e da <strong>aprendizagem</strong> nesse<strong>de</strong>senvolvimento, sendo essa teoria consi<strong>de</strong>rada histórico-social. Sua questão central é aaquisição <strong>de</strong> conhecimentos pela interacção do sujeito com o meio.As concepções <strong>de</strong> Vygotsky sobre o <strong>processo</strong> <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> conceitos remetem às relaçõesentre pensamento e linguagem, à questão cultural <strong>no</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> significadospelos indivíduos, ao <strong>processo</strong> <strong>de</strong> internalização e ao papel da escola na transmissão <strong>de</strong>conhecimento, que é <strong>de</strong> natureza diferente daqueles aprendidos na vida quotidiana.A formação <strong>de</strong> conceitos espontâneos ou quotidia<strong>no</strong>s <strong>de</strong>senvolvidos <strong>no</strong> <strong>de</strong>correr dasinteracções sociais diferencia-se dos conceitos científicos adquiridos pelo ensi<strong>no</strong>, parte <strong>de</strong> umsistema organizado <strong>de</strong> conhecimentos. Assim para Vygotsky (2003: 34), a <strong>aprendizagem</strong> éfundamental ao <strong>de</strong>senvolvimento dos <strong>processo</strong>s inter<strong>no</strong>s com outras pessoas. A interacçãosocial e o instrumento linguístico são <strong>de</strong>cisivos para o <strong>de</strong>senvolvimento. Existem, pelo me<strong>no</strong>s,dois níveis <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento i<strong>de</strong>ntificados por Vygotsky: um real, já adquirido ou formado,que <strong>de</strong>termina o que a criança já é capaz <strong>de</strong> fazer por si própria, e um potencial, a capacida<strong>de</strong>30/69


<strong>Os</strong> Recursos didácticos <strong>no</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong>Estudo <strong>de</strong> caso da escola secundária Cónego Jacinto<strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r com outra pessoa ou com que a criança seria capaz <strong>de</strong> executar com a ajuda <strong>de</strong>um por mais <strong>de</strong>senvolvido.Daí a importância da selecção <strong>de</strong> <strong>recursos</strong> didácticos que ajudam <strong>no</strong> <strong>de</strong>senvolvimento dascapacida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r e <strong>de</strong> fazer, concretizando o que apren<strong>de</strong>u.Para Vygotsky (2003: 47), a <strong>aprendizagem</strong> interage com o <strong>de</strong>senvolvimento, produzindoabertura nas zonas <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento proximal – ZPD (distância entre aquilo que a criançafaz sozinha e o que ela é capaz <strong>de</strong> fazer com a intervenção <strong>de</strong> um adulto; potencialida<strong>de</strong>s paraapren<strong>de</strong>r, que não é a mesma para todas as pessoas; ou seja, distância entre o nível <strong>de</strong><strong>de</strong>senvolvimento real e o potencial).O <strong>de</strong>senvolvimento cognitivo é produzido pelo <strong>processo</strong> <strong>de</strong> internalização da interacção socialcom materiais fornecidos pela cultura, sendo que o <strong>processo</strong> se constrói <strong>de</strong> fora para <strong>de</strong>ntro.Em suma, aceitando os postulados vygotskia<strong>no</strong>s, po<strong>de</strong>mos assumir que a <strong>aprendizagem</strong>, porexemplo, <strong>de</strong> uma língua estrangeira, po<strong>de</strong>-se dar em qualquer ida<strong>de</strong>, com ou sem estruturascognitivas importantes é que o alu<strong>no</strong> esteja envolvido em actos <strong>de</strong> cognição, mediados pelalinguagem, num <strong>processo</strong> dialéctico, em que haja uma interacção significativa entreprofessor/alu<strong>no</strong> e alu<strong>no</strong>/professor, com o professor auxiliando o alu<strong>no</strong> e explorando aspotencialida<strong>de</strong>s da ZPD.Ainda nessa perspectiva, Vygotsky afirma que o aprendizado cria a zona <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimentoproximal, <strong>de</strong>spertando <strong>de</strong> vários procedimentos inter<strong>no</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento que po<strong>de</strong>moperar somente quando há interacção entre pessoas <strong>no</strong> seu meio. O aprendizadoa<strong>de</strong>quadamente organizado, resultando em <strong>de</strong>senvolvimento mental, põe em movimentovários <strong>processo</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento. Daí a importância da <strong>no</strong>ção <strong>de</strong> ZPD (aprendizado <strong>de</strong>veser orientado para o futuro e não para o passado).Segundo Zabala (1998:19), para que este <strong>processo</strong> se <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ie, não basta que os alu<strong>no</strong>s seencontrem frente a conteúdos para apren<strong>de</strong>r. É necessário que diante <strong>de</strong>stes, possam actualizarseus esquemas <strong>de</strong> conhecimento, comparando com o que é <strong>no</strong>vo, i<strong>de</strong>ntificando semelhanças ediferenças e integrá-las em seus esquemas. Comprovar que o resultado tem certa coerência,requer afirmar que se está produzindo uma <strong>aprendizagem</strong> significativa dos conteúdosapresentados.31/69


<strong>Os</strong> Recursos didácticos <strong>no</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong>Estudo <strong>de</strong> caso da escola secundária Cónego JacintoNeste sentido, na medida em que os alu<strong>no</strong>s estabelecem estas relações, ou seja, quando adistância entre o que se sabe e o que tem que apren<strong>de</strong>r é a<strong>de</strong>quada, o <strong>no</strong>vo conteúdo tem umaestrutura que o permite estabelecer essas relações. Quando o alu<strong>no</strong> tem uma certa disposiçãopara chegar ao fundo, para seleccionar e tirar conclusões, sua <strong>aprendizagem</strong> é uma<strong>aprendizagem</strong> significativa.Esses conceitos e concepções fazem parte do referencial <strong>de</strong> análise dos dados recolhidos aolongo da observação <strong>de</strong> aulas bem como na verificação da eficiência e eficácia da utilizaçãodos <strong>recursos</strong> didácticos <strong>no</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong> na sala <strong>de</strong> aula..32/69


<strong>Os</strong> Recursos didácticos <strong>no</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong>Estudo <strong>de</strong> caso da escola secundária Cónego JacintoCapítulo 2: Caracterização da escola em estudoNeste capítulo apresentamos a caracterização da Escola Secundária Cónego Jacinto,começando por <strong>de</strong>screver a sua localização espacial. De seguida mostramos como é que aescola se encontra organizada tendo em conta os órgãos administrativos e os espaçosexistentes. Aproveitamos ainda para fazer uma breve referência aos <strong>recursos</strong> huma<strong>no</strong>s emateriais da supracitada escola.2. Localização Organização e Funcionamento da EscolaA Escola Secundária Cónego Jacinto Peregri<strong>no</strong> da Costa fica situada na Várzea daCompanhia, um dos subúrbios da cida<strong>de</strong> da Praia. Conta com uma população resi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>3236 habitantes, sendo 1679 do sexo femini<strong>no</strong> e 1557 do sexo masculi<strong>no</strong>, uma populaçãofundamentalmente jovem com ida<strong>de</strong> compreendida entre os 10 e 19 a<strong>no</strong>s.A Escola da Várzea, como também é <strong>de</strong>signada, é um estabelecimento <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong> secundárioque ministra os três ciclos <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong> (1º, 2º e 3º), com as áreas <strong>de</strong> Ciência e Tec<strong>no</strong>logia,Económico-Social e Humanística. As aulas funcionam <strong>no</strong>s dois períodos, <strong>de</strong> manhã das 7:30às 12:30 e, à tar<strong>de</strong>, das 13:00 às 18 horas. Trata-se <strong>de</strong> uma instituição <strong>de</strong> carácter pública quese encontra sob a tutela do Ministério da Educação e se <strong>no</strong>rteia, segundo o seu regulamentointer<strong>no</strong>, pela promoção da <strong>de</strong>mocracia, <strong>de</strong> valores da dignida<strong>de</strong> da pessoa humana e daigualda<strong>de</strong> e equida<strong>de</strong> <strong>de</strong> todos os cidadãos perante a lei, visando o <strong>de</strong>senvolvimento integraldo ser huma<strong>no</strong> voltado para uma educação baseada na tolerância e na disciplina.33/69


<strong>Os</strong> Recursos didácticos <strong>no</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong>Estudo <strong>de</strong> caso da escola secundária Cónego JacintoFinanciada pelo Banco Africa<strong>no</strong> para o Desenvolvimento (BAD), a escola surgiu <strong>no</strong> quadroda reforma educativa efectuada na década <strong>de</strong> 90, entrando em funcionamento <strong>no</strong> a<strong>no</strong> lectivo<strong>de</strong> 1992/93, tendo sido inaugurada a 10 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 1994.A i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> chamar o liceu pelo seu <strong>no</strong>me actual surgiu através <strong>de</strong> um <strong>processo</strong> colectivo e davonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> prestar homenagem àquele que foi consi<strong>de</strong>rado uma figura importante do ensi<strong>no</strong>, oCónego Jacinto Peregri<strong>no</strong> da Costa 1 .2.1 Estrutura Organizativa – os órgãos <strong>de</strong> administração e gestãoA estrutura organizativa 2 dos órgãos que fazem parte da Escola Secundária Cónego Jacinto éa seguinte:a) A Assembleia da Escola, que é um órgão <strong>de</strong> composição plural e <strong>de</strong> participação dosdiversos sectores da comunida<strong>de</strong> educativa, é constituída pelo presi<strong>de</strong>nte, representante daassociação <strong>de</strong> pais, um presi<strong>de</strong>nte da associação <strong>de</strong> alu<strong>no</strong>s, um representante idóneo dasocieda<strong>de</strong>, representantes da autarquia local, da polícia e do pessoal não docente.b) O Concelho Directivo, órgão executivo e administrativo da escola, é composto peloDirector, o Subdirector pedagógico, o Subdirector administrativo, o Subdirector paraAssuntos sociais e comunitários e a Secretária da direcção.c) O Concelho <strong>de</strong> Disciplina, o órgão <strong>de</strong> controlo disciplinar da escola, é formado por trêsprofessores, um presi<strong>de</strong>nte, um representante dos alu<strong>no</strong>s, não existindo por enquanto, salvo <strong>no</strong>regulamento inter<strong>no</strong> da escola, representantes dos pais e do concelho directivo.1 José Jacinto da Assunção Peregri<strong>no</strong> Costa nasceu a 28/01/1921 na Índia. Cursou em Teologia pelo SeminárioPatriarcal <strong>de</strong> Rachol, <strong>de</strong>senvolvendo inúmeras activida<strong>de</strong>s e assumindo tantos outros cargos, (inclusive o <strong>de</strong>professor <strong>no</strong> liceu Domingos Ramos) em Cabo Ver<strong>de</strong>, país que o acolheu em 1956. Após uma vida cheia <strong>de</strong>emoções, muitas <strong>de</strong>las proporcionada pela vida docente, faleceu a 16/08/ 1997. Ministrando o ensi<strong>no</strong> secundárioa escola apostou e tem vindo sempre a apostar na tolerância e na disciplina para um ensi<strong>no</strong> <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, lemaadoptado há já alguns a<strong>no</strong>s.2 Cf. Decreto-lei nº 20/2002, <strong>de</strong> 19 <strong>de</strong> Agosto.34/69


<strong>Os</strong> Recursos didácticos <strong>no</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong>Estudo <strong>de</strong> caso da escola secundária Cónego Jacintod) Concelho Pedagógico, integrado pelo Director, o Subdirector pedagógico, todos oscoor<strong>de</strong>nadores da disciplina e, a títulos excepcionais como a mudança <strong>no</strong> currículo ou <strong>no</strong>sistema <strong>de</strong> avaliação, entra na sua constituição, os representantes <strong>de</strong> pais e <strong>de</strong> alu<strong>no</strong>s.e) <strong>Os</strong> Órgãos Auxiliares, que são as Comissões <strong>de</strong> manutenção, conservação e higiene, <strong>de</strong>informação e cultura e <strong>de</strong> <strong>de</strong>sporto e activida<strong>de</strong>s recreativas, havendo ainda as comissões <strong>de</strong>Concelho <strong>de</strong> turma, <strong>de</strong> apoio pedagógico e outros, caso da Associação <strong>de</strong> alu<strong>no</strong>s.2.2 Estrutura Física – os espaçosNo que concerne à estrutura física, ou seja, aos espaços existentes, a escola é constituída comum total <strong>de</strong> 6 blocos. Em 4 dos blocos, 3 estão dispostos paralelos e 1 transversal. As aulassão leccionadas em 26 salas correspon<strong>de</strong>ndo a 52 turmas. Nos edifícios que são paralelos, hácasas <strong>de</strong> banho para rapazes e raparigas, salas <strong>de</strong> aula e a sala <strong>de</strong> informática. No blocotransversal temos igualmente, salas <strong>de</strong> aula, o laboratório Suzete Delgado e a sala <strong>de</strong> culturaSabu Txotxó. Trata-se <strong>de</strong> um espaço <strong>de</strong> cultura, um projecto pioneiro a nível das escolassecundárias do país, que visa juntar <strong>no</strong> mesmo lugar, trabalhos relacionados com a culturacabo-verdiana feitos pela comunida<strong>de</strong> escolar (professores e alu<strong>no</strong>s) e recolha <strong>de</strong> outrostrabalhos <strong>de</strong> interesse para a preservação do património cultural cabo-verdia<strong>no</strong>.Funcionam, ainda na escola, uma oficina, o Clube <strong>de</strong> Francês, uma sala <strong>de</strong> Judo e <strong>de</strong> jogos <strong>de</strong>pingue-pongue, além do Espaço <strong>de</strong> Informação e Orientação (EIO) um outro projecto <strong>de</strong>referência junto dos alu<strong>no</strong>s e das outras escolas secundárias resultante, da parceria entre oProjecto Alemão GTZ, o Ministério da Saú<strong>de</strong> através da Delegacia <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Praia e aEscola Secundária Cónego Jacinto. Trata-se <strong>de</strong> um espaço que gerido pelos próprios alu<strong>no</strong>sassume um trabalho formativo e informativo para a comunida<strong>de</strong> escolar.No quinto bloco, funcionam os serviços administrativos da escola, on<strong>de</strong> encontramos asecretaria e o gabinete do Subdirector administrativo e financeiro. A ele, compete, segundo alegislação vigente 3 , velar pela manutenção e conservação do património, autorizar, anular econtrolar as matrículas, as transferências dos alu<strong>no</strong>s inter<strong>no</strong>s, preparar projectos e orçamentosprivativos da Escola. Há ainda 1 gabinete do Director (este, que entre as muitas funções,35/69


<strong>Os</strong> Recursos didácticos <strong>no</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong>Estudo <strong>de</strong> caso da escola secundária Cónego Jacintorepresenta a escola, coor<strong>de</strong>na as activida<strong>de</strong>s dos diversos órgãos existentes), 1 gabinete doSubdirector pedagógico, pessoa responsável para reunir com os coor<strong>de</strong>nadores dasdisciplinas, controlar o cumprimento da avaliação e dos programas, tendo por obrigação,visitar as aulas acompanhado do coor<strong>de</strong>nador <strong>de</strong> disciplina e ajudar os alu<strong>no</strong>s na resolução <strong>de</strong>problemas pertinentes à sua formação. Há ainda, o gabinete do Subdirector para AssuntosSociais e Comunitários, individuo que <strong>de</strong>sempenha papel importante na gestão, sobretudo portratar <strong>de</strong> questões a nível social e comunitário, <strong>de</strong> assuntos como a gravi<strong>de</strong>z das alunas, opagamento das propinas, etc. 4O referido bloco conta, igualmente, com uma sala do tesoureiro, uma arrecadação, uma salapara a secretária da direcção, uma sala <strong>de</strong> estatística, uma reprografia e uma zona para osserviços gerais, algumas casas <strong>de</strong> banho e uma sala para coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> professores. Oanfiteatro da escola encontra-se situado <strong>no</strong> mesmo bloco assim como a biblioteca CelesteHorta.Por último, <strong>no</strong> sexto bloco opera a cantina da escola, o Clube Ecológico criado em 1992 cujamissão primordial é cuidar e preservar o ambiente da escola e arredores. Existe também umaárea colectiva on<strong>de</strong> os alu<strong>no</strong>s reúnem para convívio quando se encontram <strong>de</strong> folga. Nãopo<strong>de</strong>mos dizer que esta escola tem falta <strong>de</strong> espaços, pois ainda consegue ter dois campos paraa prática <strong>de</strong> Educação Física, alguns balneários e sanitários, um parque <strong>de</strong> estacionamento <strong>de</strong>automóveis e alguns pátios e hortos interiores.3 Cf. Decreto-lei nº 20/2002, <strong>de</strong> 19 <strong>de</strong> Agosto.4 As competências do Director e dos Subdirectores (pedagógico, para assuntos sociais e comunitários e oadministrativo e financeiro) foram apresentadas levando em consi<strong>de</strong>ração as Decreto-lei nº 20/2002, <strong>de</strong> 19 <strong>de</strong>Agosto.36/69


<strong>Os</strong> Recursos didácticos <strong>no</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong>Estudo <strong>de</strong> caso da escola secundária Cónego Jacinto2.3 <strong>Os</strong> <strong>recursos</strong> huma<strong>no</strong>s e materiais da escola2.3.1 Corpo docenteO corpo docente é estável e é formado por 105 professores, distribuídos pelas várias áreasdisciplinares. A maioria dos professores, 62, são do sexo masculi<strong>no</strong> e, 43 do sexo femini<strong>no</strong>,<strong>de</strong>stacando um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> docentes com formação pedagógica (80). A tabela a seguirindica as habilitações literárias dos professores.Tabela 1 – Habilitações literárias dos professoresCurso superior sem licenciatura 43Licenciatura 39Frequência do curso superior 10A<strong>no</strong> Zero 4Habilitações inferior a 12ºa<strong>no</strong> 4CFPEBC 3Curso médio 2Total 105No que diz respeito ao vínculo dos professores com a escola, dos 105 docentes que leccionamna escola, apenas 42 são do quadro do pessoal docente tendo 57 um contrato a termo e 6 umcontrato administrativo <strong>de</strong> provimento. A experiência profissional é igualmente um factor quecontribui para a qualida<strong>de</strong> da prática pedagógica.2.3.2 Corpo DiscenteA população estudantil constitui um total <strong>de</strong> 1976 alu<strong>no</strong>s, oriundos <strong>de</strong> diferentes bairros dacida<strong>de</strong> da Praia. Também há alu<strong>no</strong>s do interior <strong>de</strong> Santiago, bem como das outras ilhas dopaís, a saber Boavista e Maio. O número <strong>de</strong> raparigas a estudar naquele estabelecimento <strong>de</strong>ensi<strong>no</strong> é superior ao número <strong>de</strong> rapazes. Po<strong>de</strong>mos <strong>no</strong>tar que o número vai <strong>de</strong>crescendo àmedida que avançamos na escolarida<strong>de</strong>, sendo que o rácio <strong>de</strong> alu<strong>no</strong>s por turmas ultrapassa os30, com excepção do 11º a<strong>no</strong> on<strong>de</strong> é <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 27 discentes, conforme po<strong>de</strong>mos contemplarna tabela que se segue:37/69


<strong>Os</strong> Recursos didácticos <strong>no</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong>Estudo <strong>de</strong> caso da escola secundária Cónego JacintoTabela 2 – Distribuição dos alu<strong>no</strong>s por a<strong>no</strong> <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong>A<strong>no</strong> <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong>Total7ºa<strong>no</strong> 8ºa<strong>no</strong> 9ºa<strong>no</strong> 10ºa<strong>no</strong> 11ºa<strong>no</strong> 12ºa<strong>no</strong>Masculi<strong>no</strong> 318 169 149 67 67 141 911Femini<strong>no</strong> 278 251 186 108 92 145 1060Total 596 420 335 175 159 286 1976Turmas 14 11 8 5 6 8 52Rácio alu<strong>no</strong>/ turmas 43 38 42 35 27 36 382.3.3 Serviços auxiliares<strong>Os</strong> serviços auxiliares existentes na escola são os <strong>de</strong> portaria, <strong>de</strong> guardas, <strong>de</strong> limpeza, <strong>de</strong>conti<strong>no</strong>s, da cantina, <strong>de</strong> fotocópia, serviço da biblioteca e serviços da secretaria.2.3.4 Outros parceirosA escola assi<strong>no</strong>u protocolos <strong>de</strong> parcerias (com resultados satisfatórios) com associaçõeslocais, <strong>no</strong>meadamente o Black Panters e a Ver<strong>de</strong>-Fam. Conta igualmente com o apoio <strong>de</strong>inúmeros parceiros ligados à área da Saú<strong>de</strong>, Orientação Sexual e Vocacional para os jovens, aCCS – Sida, entre outros. A escola busca adoptar uma postura <strong>de</strong> total abertura à comunida<strong>de</strong>que é consi<strong>de</strong>rada uma parceira fundamental, mediante a promoção <strong>de</strong> encontros com acomunida<strong>de</strong> educativa <strong>no</strong> intuito <strong>de</strong> sair do seu espaço físico, dando a conhecer o trabalho querealiza e procurando envolver a referida comunida<strong>de</strong>, enquanto sua primeira beneficiária.2.4 <strong>Os</strong> <strong>recursos</strong> materiaisTêm uma iluminação natural, com pare<strong>de</strong>s <strong>de</strong> coloração clara na sua maioria sujas e malconservadas. Perante este cenário, o mobiliário existente apresenta-se bastante danificadosendo fundamentalmente composto por carteiras duplas, com tampa <strong>de</strong> mesa horizontal,dispostas em fila. São, praticamente, inexistentes secretárias e ca<strong>de</strong>iras para os professores,encontrando-se em todas as salas <strong>de</strong> aula um quadro negro e um quadro expositor.Existe um gra<strong>de</strong>amento nas janelas a fim <strong>de</strong> evitar o roubo dos 16 computadores. Destes, 4encontram-se i<strong>no</strong>perantes e o mesmo número tem ligação á re<strong>de</strong> Internet. Pelo facto dos38/69


<strong>Os</strong> Recursos didácticos <strong>no</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong>Estudo <strong>de</strong> caso da escola secundária Cónego Jacintoequipamentos serem insuficientes em relação ao número <strong>de</strong> alu<strong>no</strong>s que assistem ás aulas, osestudantes não utilizam o equipamento individualmente, estando organizados em grupos queultrapassam quatro discentes. Como não podia <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> ser a sala dispõe do tradicionalquadro negro e um quadro expositor. Este ultimo também presente <strong>no</strong> pátio que dá acesso aobloco administrativo e são em número <strong>de</strong> 2.No que diz respeito aos serviços administrativos da escola, os mesmos contam com um total<strong>de</strong> 15 computadores, mas somente 10 encontram-se operantes e 7 dispõem <strong>de</strong> ligação á re<strong>de</strong>Internet. Po<strong>de</strong>mos ainda encontrar outros materiais <strong>de</strong> apoio didáctico-pedagogico tais comomapas, globos, livros diversos, retroprojectores, rádio, televisores, instrumentos musicais,microscópio, flipchart, DVD e outros, como impressoras, fotocopiadoras, telefone e fax.Po<strong>de</strong>mos encontrar ainda, esses <strong>recursos</strong>, pelo me<strong>no</strong>s os três primeiros, também presentes <strong>no</strong>Clube <strong>de</strong> francês, na sala do Tesoureiro, na Biblioteca e <strong>no</strong> Espaço <strong>de</strong> Informação eOrientação. Aliás é <strong>de</strong> realçar que a nível <strong>de</strong> <strong>recursos</strong> materiais, é este o espaço que melhor emaior varieda<strong>de</strong> apresenta, incluindo num só lugar todos os <strong>recursos</strong> atrás mencionados.Idêntica situação po<strong>de</strong> ser <strong>no</strong>tada na arrecadação da escola, pois ali se encontra <strong>de</strong> tudo umpouco <strong>de</strong> forma <strong>de</strong>sorganizada e empoeirada que é praticamente impossível contabilizar osmateriais, sem contar que não tínhamos autorização para frequentar o local.39/69


<strong>Os</strong> Recursos didácticos <strong>no</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong>Estudo <strong>de</strong> caso da escola secundária Cónego JacintoCapítulo 3: Análise dos dados em estudoPara i<strong>de</strong>ntificar, analisar e verificar se a utilização dos <strong>recursos</strong> didácticos tem relevância <strong>no</strong><strong>processo</strong> ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong> e se permitem a melhor compreensão <strong>de</strong>ste <strong>processo</strong>,recorremos à análise dos dados recolhidos a partir dos instrumentos elaborados para o efeito.A análise e tratamento <strong>de</strong>sses dados permitiram-<strong>no</strong>s ainda compreen<strong>de</strong>r o que realmenteacontece na relação teoria e prática, ou seja, verificar se a teoria tem uma ligação com aquiloque é feito na prática. <strong>Os</strong> dados obtidos através do questionário foram informatizados com oauxílio <strong>de</strong> um programa estatístico apropriado (SPSS), e na Microsoft Excel.3.1 As amostras do estudo <strong>de</strong> casoNo enten<strong>de</strong>r da Mugrabi e Doxsey (2003:98), a amostra constitui um subconjunto doselementos <strong>de</strong> uma população (universo) a partir do qual os dados são recolhidos. Para aamostra ser representativa <strong>de</strong>ste universo, as características principais da população precisamestar presentes proporcionalmente na amostra seleccionada.3.1.1 <strong>Os</strong> professoresA amostra <strong>de</strong> professores, feita <strong>de</strong> forma aleatória, é constituída por 50 docentes numuniverso <strong>de</strong> 105 professores, representando cerca <strong>de</strong> 25% dos professores que compõe o corpodocente da escola.40/69


<strong>Os</strong> Recursos didácticos <strong>no</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong>Estudo <strong>de</strong> caso da escola secundária Cónego Jacinto3.2 Instrumentos <strong>de</strong> recolha <strong>de</strong> dados:3.2.1 Da observação <strong>de</strong> aulas:No <strong>de</strong>correr do estágio foram observadas 9 aulas: (três aulas <strong>de</strong> Língua Portuguesa, três <strong>de</strong>Mundo Contemporâneo e três <strong>de</strong> Ciências Naturais). <strong>Os</strong> objectivos da observação <strong>de</strong> aulas sãoos seguintes: i<strong>de</strong>ntificar os <strong>recursos</strong> que o professor utiliza para <strong>de</strong>senvolver as aulas; verificara eficiência e a eficácia dos <strong>recursos</strong> utilizados tanto a nível da dinamização da aula como anível <strong>de</strong> participação dos alu<strong>no</strong>s; analisar a importância <strong>de</strong>sses <strong>recursos</strong> didácticos paramelhor compreensão dos conteúdos em estudo por parte dos alu<strong>no</strong>s.Para isso foi utilizado como instrumento uma grelha <strong>de</strong> observação (apêndices 2) que contémos principais aspectos a serem observados na sala <strong>de</strong> aula.De acordo com Alçada 5 (s/d), a observação <strong>de</strong> aulas é um <strong>processo</strong> <strong>de</strong> que os professores serecorrem para <strong>de</strong>senvolver o po<strong>de</strong>r da análise da sua própria actuação. Se um professorobserva um colega quando este realiza as suas aulas po<strong>de</strong> posteriormente ajudá-lo a analisarmais claramente os seus procedimentos e simultaneamente encontrar pontos <strong>de</strong> referênciapara melhorar o <strong>processo</strong> <strong>de</strong> análise do seu próprio trabalho. Neste sentido a utilida<strong>de</strong> daobservação <strong>de</strong> aulas resi<strong>de</strong> fundamentalmente <strong>no</strong> contributo <strong>de</strong> reuniões <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nação.3.2.1.1 Observação <strong>de</strong> aulas do Mundo ContemporâneoNa primeira aula <strong>de</strong> Mundo Contemporâneo (alu<strong>no</strong>s do 10º a<strong>no</strong>), foi feita a apresentação dostrabalhos sobre expressões regionais <strong>de</strong> cada ilha elaborada pelos alu<strong>no</strong>s. Nesta aula foramutilizados os seguintes <strong>recursos</strong> didácticos: quadro <strong>de</strong> giz, gravuras e fotos das ilhas.O professor estava sentado <strong>no</strong> fundo da sala. Chamava cada alu<strong>no</strong> que tinha <strong>de</strong> apresentar otrabalho, e este ia lá frente ao pé do quadro e apresentava o trabalho. Depois <strong>de</strong> ter5 Texto escrito por ALÇADA Isabel sobre “ A observação das aulas porquê? Para quê? Como?” Sem data <strong>de</strong>publicação e sem número <strong>de</strong> página.41/69


<strong>Os</strong> Recursos didácticos <strong>no</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong>Estudo <strong>de</strong> caso da escola secundária Cónego Jacintoapresentado o trabalho, os colegas e o professor faziam algumas perguntas sobre o que foiapresentado e o professor dizia a <strong>no</strong>ta do trabalho.Para concluir a aula, o professor fez um breve resumo sobre os trabalhos apresentados eentregou fichas aos alu<strong>no</strong>s para lerem e prepararem a próxima aula.No dia seguinte, como o professor já tinha distribuído as fichas, ele fez uma mesa redondapara o <strong>de</strong>bate sobre o tema “A Partilha da África”. Cada alu<strong>no</strong>, através da pergunta feita peloprofessor, comentava um trecho da ficha. Alguns dos alu<strong>no</strong>s acrescentavam as suasparticipações com informações extra textual, mas relacionado com o assunto.No final da aula, o professor fez resume dos aspectos mencionados na ficha, e os alu<strong>no</strong>saproveitavam e tiravam apontamentos.Na terceira aula o professor utilizou dois mapas para explicar esta Partilha da África e porquêque o mundo foi dividido em dois blocos (capitalistas e socialistas). Durante a exposição doprofessor <strong>no</strong>tamos que a voz foi a<strong>de</strong>quada e utilizava palavras concretas para explicar.Contudo, essa aula po<strong>de</strong>ria ser mais bem aproveitada e mais participativo se tivesse colado osmapas <strong>no</strong> quadro e não segurá-los com as mãos. Fixando os mapas <strong>no</strong> quadro libertaria asmãos, movimentaria melhor e <strong>de</strong> certeza haveria melhor compreensão e interacção na sala.Ele teria oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> explicar apontando para as localizações <strong>no</strong>s mapas. Apesar <strong>de</strong><strong>de</strong>monstrar ter o domínio do conteúdo, a aula po<strong>de</strong>ria ser mais conseguida se tivesse mudado<strong>de</strong> estratégia <strong>de</strong> utilização dos materiais didácticos.Enquanto ele explicava alguns alu<strong>no</strong>s levantavam questões sobre o assunto e <strong>de</strong>pois começoua ditar apontamentos resumido para os alu<strong>no</strong>s e assim termi<strong>no</strong>u a aula.Nesta perspectiva Alçada, (sd/sp) diz que «… é a partir da reflexão sobre a prática que épossível <strong>de</strong>terminar aspectos sobre os quais os esforços <strong>de</strong> aperfeiçoamento têm que incidir».Neste sentido, se o coor<strong>de</strong>nador da disciplina ou outro professor tivesse assistido a sua aula <strong>de</strong>certeza que dariam uma outra sugestão acerca da utilização dos <strong>recursos</strong> e como po<strong>de</strong>ria usarpara facilitar a compreensão dos alu<strong>no</strong>s.42/69


<strong>Os</strong> Recursos didácticos <strong>no</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong>Estudo <strong>de</strong> caso da escola secundária Cónego JacintoNo enten<strong>de</strong>r da Alçada, «… é importante que com a observação <strong>de</strong> aulas não se <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>iam<strong>processo</strong>s <strong>de</strong>strutivos, e que, ao contrário, nunca se perca <strong>de</strong> vista o verda<strong>de</strong>iro objectivo dotrabalho: contribuir para formação do professor que recebe a crítica. Se a observação <strong>de</strong> aulasse <strong>de</strong>stina a recolher elementos com base <strong>no</strong>s quais os professores possam comunicar sobre aprática lectiva, tem que <strong>de</strong>terminar os aspectos sobre os quais a observação <strong>de</strong>ve incidir».3.2.1.2 Observação <strong>de</strong> aulas <strong>de</strong> Ciências NaturaisApós a observação da aula do Mundo Contemporâneo, foi feita a observação da aula <strong>de</strong>Ciências Naturais, também com alu<strong>no</strong>s do 10ºa<strong>no</strong>. Nessa primeira aula o professor falavasobre “factores enzimáticos”. Antes da introdução dos conteúdos do dia, fez uma breverevisão da aula anterior.A observação feita <strong>de</strong>u para a<strong>no</strong>tar que o professor possuía um bom domínio da matéria,utilizava como recurso o cartaz e o quadro <strong>de</strong> giz para explicar o significado <strong>de</strong> algumaspalavras.O professor assegurava o cartaz juntamente com um alu<strong>no</strong> para po<strong>de</strong>r explicar, foi um dospontos negativos visto que a letra era ina<strong>de</strong>quada (pequena) e os alu<strong>no</strong>s que sentavam atrásnão conseguiam ver. Ouviam a explicação mas como o professor passou o tempo todo com ocartaz na mão e só <strong>de</strong>ixava para explicar palavras <strong>de</strong>sconhecidas ou ainda fazendo outro<strong>de</strong>senho <strong>no</strong> quadro. Verificamos que a aula po<strong>de</strong>ria ser mais bem conseguida, mais motivantee mais significativo se ele tivesse colocado o cartaz <strong>no</strong> quadro e tivesse explicado num outrolado do quadro, dando volta na turma. Se tivesse procedido da forma que nós achamos que é amelhor, haveria maior compreensão da matéria, a aula seria mais dinâmica e haveria maiorfeedback.Enquanto se posicionava junto do quadro os alu<strong>no</strong>s que sentavam <strong>no</strong> fundo da salaaproveitavam o tempo falando <strong>de</strong> outras coisas que não tem haver com a aula. <strong>Os</strong> outros quesentavam mais a frente levantavam questões relacionadas com o que ele explicava eacrescentavam algo que já tinham lido. O professor respondia as questões exemplificando,43/69


<strong>Os</strong> Recursos didácticos <strong>no</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong>Estudo <strong>de</strong> caso da escola secundária Cónego Jacintofazendo <strong>de</strong>senhos <strong>no</strong> quadro. Para concluir a aula ele fez ainda algumas perguntas aos alu<strong>no</strong>s<strong>no</strong> sentido <strong>de</strong> verificar se enten<strong>de</strong>ram a matéria.Segundo Alçada é importante que a observação dos comportamentos dos professores quandotrabalham com os alu<strong>no</strong>s seja orientada por uma <strong>de</strong>finição prévia.O sumário da aula seguinte foi “Introdução ao estudo das Reacções Metabólicas”. O únicorecurso auxiliar utilizado foi o quadro <strong>de</strong> giz. O professor explicava a matéria e escreviapalavras <strong>de</strong>sconhecidas e fazia alguns <strong>de</strong>senhos <strong>no</strong> quadro para melhor compreensão dosalu<strong>no</strong>s. Possui uma boa postura na utilização do quadro embora, as vezes escrevia e explicavaao mesmo tempo. Em seguida, para terminar a aula ditou a matéria resumida. Segundo oprofessor os alu<strong>no</strong>s já tinham fichas em casa e podiam acrescentar mais conhecimentosatravés da leitura da mesma.Na terceira aula o professor fez um teste diagnóstico sobre tudo que tinham trabalhado.Segundo ele, é para verificar o conhecimento dos alu<strong>no</strong>s já que iriam entrar num <strong>no</strong>vocapítulo do programa.Não foi possível assistir nenhuma reunião <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nação. O professor <strong>de</strong>sta disciplinaalegou que o tempo disponível teria que ser aproveitado nas aulas. Um outro factor alegadopor ele foi o <strong>de</strong> não coincidência do horário <strong>de</strong>ste com o dos outros professores.Informou ainda que dificilmente fazem reuniões <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nações, a não ser, quando estão <strong>no</strong>intervalo das aulas reúnem para questionarem entre si o que estão trabalhando, como estão osalu<strong>no</strong>s face ao acompanhamento da matéria e quais as principais dificulda<strong>de</strong>s que sentem, eentre outros.A mesma coisa acontece com os professores <strong>de</strong> Mundo Contemporâneo. Disseram que sófazem reuniões <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nações <strong>no</strong> início do a<strong>no</strong> lectivo e <strong>no</strong> final <strong>de</strong> cada trimestre. Estesprofessores foram unânimes em justificar a fraca realização das reuniões por motivo <strong>de</strong>incompatibilida<strong>de</strong> do horário e tempo disponível.44/69


<strong>Os</strong> Recursos didácticos <strong>no</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong>Estudo <strong>de</strong> caso da escola secundária Cónego Jacinto3.2.1.3 Observação <strong>de</strong> aulas <strong>de</strong> Língua PortuguesaPor fim, e não me<strong>no</strong>s importante foi feita a observação <strong>de</strong> aulas da disciplina <strong>de</strong> LínguaPortuguesa, mas, <strong>de</strong>sta feita, com os alu<strong>no</strong>s do 7ºa<strong>no</strong>. O tema da aula foi: leitura einterpretação da fábula “O Bicho Matagal”, pág. 99 e 100 do manual <strong>de</strong> língua do alu<strong>no</strong>. Orecurso utilizado foi o cartaz, manual do alu<strong>no</strong> e quadro <strong>de</strong> giz.Como a professor já tinha recomendado os alu<strong>no</strong>s a fazer leitura em casa, começou então porfazer algumas perguntas sobre os conteúdos do texto para verificar se os alu<strong>no</strong>s leram o texto.Verificando que a maioria não tinha lido, então começou por explicar o significado da palavrafabula através <strong>de</strong> uma história. Depois perguntou os alu<strong>no</strong>s o que significava a palavra fábula.De seguida, enquanto ditava a matéria resumida, passava <strong>de</strong> carteira em carteira para vercomo os alu<strong>no</strong>s escreviam as palavras. Depois disso, a professora solicitou aos alu<strong>no</strong>s afazerem a leitura silenciosa do texto para uma melhor compreensão e assim, termi<strong>no</strong>u a aula.Achamos que a professor teve a utilização a<strong>de</strong>quada do quadro porque não misturava o quedizia com o que escrevia <strong>no</strong> quadro. Utilizava forma distinta <strong>no</strong>s dois momentos. Só quandoterminava <strong>de</strong> falar é que escrevia <strong>no</strong> quadro e vice-versa. Da mesma forma consi<strong>de</strong>ramos queela teve uma boa postura durante toda a aula. Acompanhava os alu<strong>no</strong>s, não posicionava afrente do quadro quando este estava a ser utilizado, não posicio<strong>no</strong>u <strong>de</strong> costas viradas para aturma e teve a preocupação <strong>de</strong> estar sempre atento ao <strong>de</strong>senrolar dos conteúdos da aula.No dia seguinte, o sumário foi à continuação da aula anterior. Ela utilizou um cartaz queembora estava bem organizado mas, com letras pequeninas e os alu<strong>no</strong>s que ficam <strong>no</strong> fundo dasala não conseguiam ver. Apesar disso, foi bom e estimulante à exploração do cartaz porque<strong>no</strong> mesmo havia um jogo didáctico, ou seja, os alu<strong>no</strong>s faziam interpretação do texto através<strong>de</strong> um jogo que continha <strong>no</strong>me das personagens, espaço, tempo, narrador e algumas palavrasdo texto. Este jogo tinha por finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong>scobrir o significado da palavra fábula e outraspalavras relacionada com o texto.Para fazer este jogo didáctico ela dividiu a turma por fila. Cinco alu<strong>no</strong>s <strong>de</strong> cada fila iam aoquadro on<strong>de</strong> estava o cartaz para saberem as regras do jogo e participar <strong>no</strong> mesmo. <strong>Os</strong> outros45/69


<strong>Os</strong> Recursos didácticos <strong>no</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong>Estudo <strong>de</strong> caso da escola secundária Cónego Jacintoalu<strong>no</strong>s que estavam sentados podiam ajudar também, o grupo que fazia mais ponto ganhavauma caneta <strong>de</strong> presente. E assim termi<strong>no</strong>u a aula e ficaram <strong>de</strong> concluir o jogo na próximaaula.Na <strong>no</strong>ssa percepção esta aula foi muito estimulante porque houve uma participaçãosignificativa e <strong>de</strong> boa qualida<strong>de</strong> dos alu<strong>no</strong>s. Durante toda a aula verificamos que os alu<strong>no</strong>sgostaram muito da metodologia utilizada, por isso afirmamos que houve um <strong>processo</strong> <strong>de</strong><strong>aprendizagem</strong> eficaz.Na terceira aula a professora fez a continuação do jogo e por fim fez a preparação para o teste,que iria aplicar <strong>no</strong> dia seguinte. Segundo a professora os alu<strong>no</strong>s já sabiam que tinhampreparação neste dia, portanto eles começaram a colocar as questões e a professora,perguntava os outros alu<strong>no</strong>s e <strong>de</strong>pois respondia e assim termi<strong>no</strong>u a aula.3.2.2 Consi<strong>de</strong>rações sobre as aulas dos três professores observadosDe entre as aulas observadas, só conseguimos ver o pla<strong>no</strong> da professora <strong>de</strong> LínguaPortuguesa. Ela tinha tudo bem organizado e até os <strong>recursos</strong> que ia utilizar estavam escritos<strong>no</strong> pla<strong>no</strong>. Normalmente solicitamos a consulta dos pla<strong>no</strong>s na primeira aula observada. <strong>Os</strong>outros professores tinham dito que <strong>no</strong> fim <strong>de</strong>ssa aula po<strong>de</strong>riam mostrar os pla<strong>no</strong>s, mas, tudoleva a crer que não fazem pla<strong>no</strong>s porque, apesar da <strong>no</strong>ssa insistência, não <strong>no</strong>s mostraram.Em termos <strong>de</strong> utilização dos <strong>recursos</strong> didácticos, <strong>no</strong> <strong>no</strong>sso enten<strong>de</strong>r pensamos que osprofessores <strong>de</strong>veriam explorar mais a diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>recursos</strong> que a escola dispõe.Constatamos que os <strong>recursos</strong> mais utilizados na sala <strong>de</strong> aula são os cartazes, e o quadro <strong>de</strong>giz. <strong>Os</strong> professores não exploram a gama <strong>de</strong> <strong>recursos</strong> existente na escola. Ao longo do <strong>no</strong>ssotrabalho nessa escola constatamos que eles consi<strong>de</strong>ram “cansativo e perda <strong>de</strong> tempo” autilização dos diversos <strong>recursos</strong> que a escola coloca à disposição. Da mesma forma <strong>de</strong>u paraenten<strong>de</strong>r que a utilização diversificada <strong>de</strong>sses materiais po<strong>de</strong>m significar “canseira” para osprofessores.Observamos também que em maioria das salas <strong>de</strong> aula, os quadros <strong>de</strong> giz apresentavamalgumas dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong>. A cor ver<strong>de</strong> dos quadros já estava <strong>de</strong>sgastada por isso,46/69


<strong>Os</strong> Recursos didácticos <strong>no</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong>Estudo <strong>de</strong> caso da escola secundária Cónego Jacintohá necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pintá-los <strong>de</strong> <strong>no</strong>vo. A prova disso é que cada professor ao escrever <strong>no</strong>quadro tinha <strong>de</strong> repetir em voz alta o que escrevia porque os alu<strong>no</strong>s que estavam sentados <strong>no</strong>fundo da sala não conseguiam ver bem.Durante a <strong>no</strong>ssa estadia nessa escola conhecemos uma sala on<strong>de</strong> estão guardados todos os<strong>recursos</strong> didácticos. Pela forma como <strong>no</strong>tamos a fraca procura e conservação dos mesmos <strong>de</strong>upara enten<strong>de</strong>r que a maioria nunca foram explorados pelos professores. De acordo com odirector dos serviços administrativos da escola, os <strong>recursos</strong> encontram-se naquela sala por serum espaço mais protegido. Informou ainda que todos os professores têm conhecimento dasala e po<strong>de</strong>m utilizar quando quiserem, basta fazer o pedido com antecedência.No <strong>de</strong>correr do estágio foi realizado o segundo Atelier didáctico-pedagógico na escola peloprofessor <strong>de</strong> sociologia e foram utilizados os seguintes <strong>recursos</strong>: Data-Show, retroprojector,quadro <strong>de</strong> giz e fichas distribuído aos professores sobre o programa e conteúdo que iria sertrabalhado neste Atelier. Segundo este professor, os objectivos <strong>de</strong>ste atelier foram:• Socializar os conhecimentos dos docentes mais experientes <strong>no</strong> <strong>processo</strong> ensi<strong>no</strong><strong>aprendizagem</strong><strong>no</strong> que concerne a:- Preparação didáctico-pedagógico das lições/aulas;- Postura a adoptar <strong>no</strong> relacionamento com os alu<strong>no</strong>s <strong>de</strong>ntro e fora da sala <strong>de</strong>aula.• Adquirir as competências sociais que lhes permitam lidar com situações adversas quepossam ocorrer <strong>de</strong>ntro e fora da sala <strong>de</strong> aula.Consi<strong>de</strong>ramos que este atelier foi <strong>de</strong> extrema importância uma vez que todos os professorestiveram oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> participar, embora a mi<strong>no</strong>ria o fez. <strong>Os</strong> professores foram divididosem cinco grupos. O orientador propôs um leque <strong>de</strong> temas e cada grupo escolheu um dostemas. Cada grupo teria que apresentar a conclusão <strong>no</strong> quadro imaginando que estão <strong>de</strong>ntro dasala <strong>de</strong> aula com os alu<strong>no</strong>s.Durante a apresentação, os grupos que não estavam apresentando observavam todos osaspectos para que <strong>no</strong> fim <strong>de</strong> cada apresentação, fizessem comentários da aula e47/69


<strong>Os</strong> Recursos didácticos <strong>no</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong>Estudo <strong>de</strong> caso da escola secundária Cónego Jacintoacrescentassem algo que era importante para melhorar a actuação pedagógica dos professoresem situações <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong>.Neste atelier alguns professores ficaram a saber como funciona Data-Show e o retroprojector.Também compreen<strong>de</strong>ram como trabalhar com estes materiais para que a aula seja maisdinâmica. Para isso, utilizaram diversos <strong>recursos</strong> e diferentes métodos que são maisestimulante e significativo.De acordo com Alçada «… <strong>de</strong>sta forma conseguimos ver a importância <strong>de</strong> observação <strong>de</strong>aulas. É observando os outros que tomamos consciência <strong>de</strong> como melhorar a <strong>no</strong>ssa práticapedagógica».Para esta autora «<strong>Os</strong> professores conseguem melhorar a sua prática lectiva quando vãoadquirindo modo <strong>de</strong> actuação cada vez mais consentâneo simultaneamente com a suapersonalida<strong>de</strong> e com as situações reais geradas pelas atitu<strong>de</strong>s e necessida<strong>de</strong>s dos seus alu<strong>no</strong>s».Ainda, para a mesma, autora diz que: «É observado por colegas, <strong>de</strong>legado ou outrosprofissionais, os quais posteriormente lhe dão conta do que observaram com ele discutem eapreciam o que se passou, passa a dispor como que <strong>de</strong> um «espelho» on<strong>de</strong> se reflecte, é certoque numa perspectiva que não é directamente a sua, mas que o po<strong>de</strong> ajudar a melhor apreciare situar a sua actuação».3.3 Apresentação e análise dos questionários aplicados aos professores3.3.1 Breve <strong>de</strong>scriçãoPara melhor saber, analisar e compreen<strong>de</strong>r os <strong>recursos</strong> didácticos existentes na referida escola,sua utilização pelos professores e alu<strong>no</strong>s, sua importância na compreensão dos conteúdosministrados durante o <strong>processo</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong>, elaboramos um questionário(apêndices 1), e aplicamos na escola secundária da Várzea.Optamos pelo questionário na medida em que este, como afirma Mugrabi e Doxsey(2003:53), o seu campo <strong>de</strong> actuação é vasto, possibilitando ao/à pesquisador/a apren<strong>de</strong>rfenóme<strong>no</strong>s muito diversos <strong>de</strong> certos comportamentos sociais e <strong>de</strong> comportamentos privados e48/69


<strong>Os</strong> Recursos didácticos <strong>no</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong>Estudo <strong>de</strong> caso da escola secundária Cónego Jacintoíntimos. <strong>Os</strong> mesmos autores dizem que o questionário tem por objectivo principal apreen<strong>de</strong>r opresente do qual ele preten<strong>de</strong> fornecer uma imagem.O questionário foi dirigido aos professores cujas questões se pren<strong>de</strong>ram com á i<strong>de</strong>ntificação ecaracterização da amostra (sexo, ida<strong>de</strong>, faixa etária, tempo <strong>de</strong> serviço, habilitaçõesprofissionais, disciplina e níveis que leccionam). Preten<strong>de</strong>mos saber se os professoresutilizam os <strong>recursos</strong> didácticos que a escola dispõe e se os mesmos facilitam o <strong>processo</strong> <strong>de</strong>ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong>. Tendo presente os <strong>no</strong>ssos objectivos procuramos, ainda, saber o ponto<strong>de</strong> vista dos docentes sobre a importância dos <strong>recursos</strong> didácticos neste <strong>processo</strong>. Este foiaplicado a 50 professores, <strong>de</strong>stes, apenas 41 respon<strong>de</strong>ram satisfatoriamente.3.4 Análise qualitativa (e quantitativa) dos dados do estudo <strong>de</strong> caso3.4.1 <strong>Os</strong> docentes inquiridosDos 41 inquiridos que fazem parte da <strong>no</strong>ssa amostra, 31,7% (N= 13) são do sexo masculi<strong>no</strong> e68,3% (N=28) do sexo femini<strong>no</strong>, conforme a tabela a seguir indica.Tabela 3 – Distribuição dos sujeitos por sexoSexo Frequência PercentagemMasculi<strong>no</strong> 13 31,7Femini<strong>no</strong> 28 68,3Total 41 100,03.4.2 Sua caracterizaçãoRelativamente a faixa etária, dividimos as ida<strong>de</strong>s dos professores em 5 escalões. Verificamosque predomina a faixa dos 26 a 30 a<strong>no</strong>s com 29,3% (N=12) <strong>de</strong> acordo com a tabela 4 abaixo.49/69


<strong>Os</strong> Recursos didácticos <strong>no</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong>Estudo <strong>de</strong> caso da escola secundária Cónego JacintoTabela 4 – Distribuição dos sujeitos em função da ida<strong>de</strong>Faixa etária Frequência PercentagemDe 21 a 25 a<strong>no</strong>s 4 9,8De 26 a 30 a<strong>no</strong>s 12 29,3De 31 a 35 a<strong>no</strong>s 9 22,0De 36 a 40 a<strong>no</strong>s 6 14,6Mais <strong>de</strong> 45 a<strong>no</strong>s 9 22,0Total 40 97,6Sem resposta 1 2,4Total 41 100,0Em relação ao tempo <strong>de</strong> serviço verificamos que este varia <strong>de</strong> 1 a 14 a<strong>no</strong>s. Dos inquiridos46,3% (N=19), respon<strong>de</strong>ram que têm 1 a 5 a<strong>no</strong>s <strong>de</strong> serviço, 46,3% (N=19) <strong>de</strong> 6 a 10 a<strong>no</strong>s e4,9% (N= 2) <strong>de</strong> 11 a 14 a<strong>no</strong>s <strong>de</strong> serviço.No que concerne a habilitações profissionais <strong>no</strong>tamos que maioritariamente dos professoresinquiridos possuem formação pelo Instituto Superior <strong>de</strong> Educação sem i<strong>de</strong>ntificar o grauacadémico 36.6% (N=15).Dos professores da <strong>no</strong>ssa amostra, nenhum <strong>de</strong>les especificaram o a<strong>no</strong> e o nível (MundoContemporâneo, Ciências Naturais, Língua Portuguesa, Matemática, Direito, História,Sociologia, Educação Visual e Tec<strong>no</strong>lógica, Homem e ambiente, Cultura Cabo-Verdiana).Questionários sobre o tempo que leccionam na escola em questão 56,1% (N=23) dosinquiridos respon<strong>de</strong>ram que leccionam <strong>de</strong> 5 a 7 a<strong>no</strong>s, 22,0% (N=9) 2 a 4 a<strong>no</strong>s, 12,2% (N=5)<strong>de</strong> 8 a 10 a<strong>no</strong>s e 9,8% (N=4) <strong>de</strong> 11 a 13 a<strong>no</strong>s, conforme a tabela <strong>no</strong>s indica.Tabela 5 – Distribuição dos sujeitos pelo tempo <strong>de</strong> leccionaçãoFrequência Percentagem2 a 4a<strong>no</strong>s 9 22,05 a 7 a<strong>no</strong>s 23 56,18 a 10a<strong>no</strong>s5 12,211 a 13a<strong>no</strong>s4 9,8Total 41 100,050/69


<strong>Os</strong> Recursos didácticos <strong>no</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong>Estudo <strong>de</strong> caso da escola secundária Cónego Jacinto3.5 I<strong>de</strong>ntificação dos <strong>recursos</strong> didácticos existentes na escola:Da análise da <strong>no</strong>ssa amostra, pu<strong>de</strong>mos <strong>no</strong>tar que os professores conhecem a maioria dos<strong>recursos</strong> que a escola dispõe, com excepção do Flanelógrafo, Flipchart, fotografias e datashow, da mesma forma mais da meta<strong>de</strong> da <strong>no</strong>ssa amostra, 73.2% (N=30) sabem comofuncionam e como <strong>de</strong>vem ser utilizados todos os <strong>recursos</strong> <strong>de</strong>scritos, se bem que 26.8%(N=11), afirmam o contrario ou seja, que não sabem utilizá-los.No enten<strong>de</strong>r <strong>de</strong> Karling (1991:237), os <strong>recursos</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong> levam as imagens, até o campo <strong>de</strong>consciência do alu<strong>no</strong>. É por isso que existe aquele ditado: “uma imagem vale por <strong>de</strong>z milpalavras”. A imagem, a visão real da coisa, não só eco<strong>no</strong>mizam palavras, mas permite sentilastal como são sem ter que imaginá-las a partir das palavras do professor. Além disso, os<strong>recursos</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong> são estimuladores e incentivadores. O alu<strong>no</strong> que vê, que toca, quemanipula os objectos, que realiza as experiências, que age sobre os objectos tem maisfacilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>r e explicá-la. Dessa forma, a <strong>aprendizagem</strong> se torna mais real, maisconcreta, mais significativa.Neste sentido, alguns dos <strong>recursos</strong> não são utilizados, visto que segundo os inquiridos:Alguns <strong>de</strong>sses <strong>recursos</strong> <strong>de</strong>spen<strong>de</strong>m muito tempo para preparar, tem <strong>de</strong> ser transportado aindapara as outras salas, e isso torna um pouco “cansativo” e complicado <strong>de</strong>ram como o exemplo:ví<strong>de</strong>o, televisão e retroprojector. Esta resposta foi uma observação feita por um dos inquiridos<strong>no</strong> fim do questionário.Gráfico 1 – I<strong>de</strong>ntificação dos <strong>recursos</strong> didácticos existente na sua escola454035302520151050vi<strong>de</strong>ofotocopiascomputadorfotografiasjornaiscartazdata showglobotelevisãoquadro pretoque <strong>recursos</strong> existemna sua escolaquais é que costumautilizar na sala <strong>de</strong> aula51/69


<strong>Os</strong> Recursos didácticos <strong>no</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong>Estudo <strong>de</strong> caso da escola secundária Cónego Jacinto3.6 Utilização dos <strong>recursos</strong> didácticos pelos professores:De acordo com a lista apresentada <strong>no</strong> gráfico 1, o quadro preto é o recurso mais utilizadopelos professores pois 100% (N=41) dos inquiridos respon<strong>de</strong>ram que utilizam mais esterecurso, justificando ser <strong>de</strong> fácil utilização e indispensável para a aula. Da mesma formautilizam com a mesma frequência as fotocópias e os manuais escolares, comparativamentecom o computador e o cartaz.Por outro lado, constatamos que os professores utilizam a maioria dos <strong>recursos</strong> <strong>de</strong>stacados <strong>no</strong>gráfico 1, mas po<strong>de</strong>mos perceber que os <strong>recursos</strong> mo<strong>de</strong>r<strong>no</strong>s se é que po<strong>de</strong>mos classificá-los<strong>de</strong>ssa forma, não são conhecidos nem utilizados pelos professores. Portanto o foco central daquestão é i<strong>de</strong>ntificar todos os <strong>recursos</strong> didácticos existentes nessa escola e quais é quecostumam utilizar na sala <strong>de</strong> aula. A resposta dada a estas questões, <strong>no</strong>s permitirão em gran<strong>de</strong>parte confirmar (ou rejeitar) a <strong>no</strong>ssa problemática <strong>de</strong> pesquisa apresentada na introdução <strong>de</strong>stetrabalho. Por outro lado, possibilitar-<strong>no</strong>s-á ter uma i<strong>de</strong>ia clara dos <strong>recursos</strong> predominantes,incorporados na prática educativa pelos docentes.Assim das respostas obtidas verificamos que o quadro preto e fotocópias são os <strong>recursos</strong> maisutilizados pelos professores. É importante realçar, que apesar <strong>de</strong> os docentes consi<strong>de</strong>rarem os<strong>recursos</strong> didácticos como uma das componentes educativa, levando em consi<strong>de</strong>ração osresultados, continua a existir uma predominância dos mesmos <strong>recursos</strong>, sobretudo o quadropreto, fotocopias, face aos restantes.No que diz respeito a utilização dos <strong>recursos</strong> didácticos na sala <strong>de</strong> aula dos inquiridos 48.8%(N=20) respon<strong>de</strong>ram que consi<strong>de</strong>ram importante o uso dos mesmos <strong>no</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong><strong>aprendizagem</strong>,26,8% (N=11) dos inquiridos consi<strong>de</strong>ram estimulante, e facilitador, 24,4%(N=10) acham interessante, motivante, possibilita maior compreensão por parte dos alu<strong>no</strong>s, ehaverá maior interacção entre o alu<strong>no</strong> e o professor.3.7 <strong>Os</strong> <strong>recursos</strong> que utilizam facilitam o <strong>processo</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong>Na pergunta 13, Verificamos pelas suas respostas que <strong>de</strong> facto os mesmos facilitam o<strong>processo</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong> porque 78,0% (N=32) respon<strong>de</strong>ram positivamente a esta52/69


<strong>Os</strong> Recursos didácticos <strong>no</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong>Estudo <strong>de</strong> caso da escola secundária Cónego Jacintoquestão e 22,0% (N=9), afirmaram que raras vezes. O professor na sua formação com certezautilizou, como formando, alguns dos <strong>recursos</strong> didácticos, e ele também apren<strong>de</strong>u a utilizá-lo,contudo na opinião <strong>de</strong> Karling (1991:254), não po<strong>de</strong>mos esquecer que, por melhores quesejam os <strong>recursos</strong>, se o professor não as utilizar com habilida<strong>de</strong> e criativida<strong>de</strong>, pouco valorterão. Para saber utilizar é preciso muita imaginação, criativida<strong>de</strong> e trei<strong>no</strong>.Relativamente a pergunta 13.1 solicitamos aos professores “em caso da resposta negativa que<strong>de</strong>sse a conhecer as suas razões”, porém nenhum professor respon<strong>de</strong>u a esta questão.3.8 Quanto a utilização específica <strong>de</strong> alguns <strong>recursos</strong>A partir do gráfico 2, verificamos que a maioria dos professores colocaram x <strong>no</strong> quadro <strong>de</strong>pouca frequência. Isso confirma que os docentes utilizam com pouca frequência os <strong>recursos</strong>didácticos embora eles reconhecem que são muito importantes, não só na preparação dasaulas, como na pesquisa <strong>de</strong> informações. O mesmo gráfico revela que há um défice <strong>no</strong> que dizrespeito à utilização do computador como instrumento valioso <strong>de</strong> pesquisa e das <strong>no</strong>vastec<strong>no</strong>logias <strong>de</strong> informação e comunicação, o que permite capacitar e potencializá-los <strong>no</strong> usocom maior frequência <strong>de</strong>sse equipamento.Relativamente ao domínio <strong>de</strong> utilização, apenas 33% (N=7) dos 41 inquiridos usam ocomputador com muita frequência; 14% (N=3), acham que a escola <strong>de</strong>ve organizar acções <strong>de</strong>formações para utilização do computador, da mesma forma também enten<strong>de</strong>m que o uso docomputador pelos docentes é muito limitado, ficamos a saber que os alu<strong>no</strong>s costumam emborapoucas vezes fazer pesquisas na Internet na medida em que 29% (N=6) dos inquiridosrespon<strong>de</strong>ram a esta questão. No que diz respeito a utilização do retroprojector nas aulas,somente 10% (N=6), dos docentes costumam utilizar com alguma frequência.53/69


<strong>Os</strong> Recursos didácticos <strong>no</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong>Estudo <strong>de</strong> caso da escola secundária Cónego JacintoGráfico 2: Quanto a utilização específica <strong>de</strong> alguns <strong>recursos</strong>Acha que os professoresUtilizam o computador paraprepararem as suas aulas?Utiliza retroprojector nassuas aulas?33%14%14%10%29%Costuma solicitar aos seusalu<strong>no</strong>s para fazeremPesquisas na Internet?Utiliza a sala <strong>de</strong>computadores da escola?A escola organiza acções<strong>de</strong> formação para a utilização<strong>de</strong> computadores?No enten<strong>de</strong>r <strong>de</strong> Karling (2003:245), os <strong>recursos</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong> <strong>de</strong>vem ser usados para facilitar,acelerar e intensificar a <strong>aprendizagem</strong> e não para poupar o trabalho do professor e simplificaro trabalho dos alu<strong>no</strong>s. Também não <strong>de</strong>vem ser usados para imitar outros professores que osusam. <strong>Os</strong> <strong>recursos</strong> <strong>de</strong>vem, <strong>de</strong> preferência, ser simples e <strong>de</strong> fácil uso e conservação.3.9 Em termos gerais como consi<strong>de</strong>ra a utilização dos <strong>recursos</strong> didácticos <strong>no</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong>ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong>?Procuramos saber qual é a opinião dos inquiridos <strong>no</strong> que diz respeito a utilização dos<strong>recursos</strong> didácticos <strong>no</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong>, nessa pergunta 7 professoresrespon<strong>de</strong>ram que consi<strong>de</strong>ram razoável, motivante e estimulante, 29 disseram que éincentivador, importante e que sistematiza o <strong>processo</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong> e 5respon<strong>de</strong>ram que contribui para melhor compreensão <strong>de</strong>ste <strong>processo</strong> e por conseguinte haverámaior interesse do mesmo. Essa pergunta acaba por confirmar a <strong>no</strong>ssa pergunta <strong>de</strong> partidaon<strong>de</strong> a utilização dos diferentes <strong>recursos</strong> didácticos permite a compreensão global dosconteúdos programáticos, ou seja utilizando diferentes <strong>recursos</strong> o docente estará apostando54/69


<strong>Os</strong> Recursos didácticos <strong>no</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong>Estudo <strong>de</strong> caso da escola secundária Cónego Jacintonuma <strong>aprendizagem</strong> por interacção on<strong>de</strong> os alu<strong>no</strong>s constroem os seus conhecimentos através<strong>de</strong> pesquisa e exploração, participando duma forma activa, partilhando os conhecimentosneste <strong>processo</strong> que envolve tanto o docente como o discente, assim, como já tivemosoportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> expor na parte teórica <strong>de</strong>ste trabalho.3.10 A importância da utilização dos <strong>recursos</strong> didácticos <strong>no</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong><strong>aprendizagem</strong>Questionados sobre a importância da utilização dos <strong>recursos</strong> didácticos <strong>no</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong>ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong> (quadro 11, apêndices 1), verificamos que a maioria dos professores98.0% (N=40), consi<strong>de</strong>ram que os <strong>recursos</strong> didácticos são muito importantes <strong>no</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong>ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong>, mas também que a escola <strong>de</strong>ve realizar acções <strong>de</strong> formação sobreutilização dos mesmos. Contudo a resposta <strong>de</strong> alguns dos professores <strong>de</strong>ixa transparecer anecessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> formação <strong>no</strong> domínio do conhecimento e da utilização dos <strong>recursos</strong> na sala <strong>de</strong>aula.Com isso a situação torna-se um pouco tanto preocupante, pois mesmo tendo consciência dointeresse que as aulas com os <strong>recursos</strong> <strong>de</strong>spertariam <strong>no</strong>s alu<strong>no</strong>s, contribuindo para melhorcompreensão dos conteúdos e por outro lado os alu<strong>no</strong>s sentiriam com certeza mais motivado ecom vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r <strong>de</strong> forma diversificada, são poucos os professores que os fazem nasua prática pedagógica tendo em conta que os mesmos contribuem e<strong>no</strong>rmemente para osucesso escolar.3.11 Interesse dos professores em relação aos <strong>recursos</strong> didácticosSegundo as respostas dadas, verificamos que 15% (N=9), dos inquiridos tem acesso aos<strong>recursos</strong> didácticos que a escola dispõe, 17% (N=30), <strong>no</strong>ta alguma diferença numa aula emque se utiliza um recurso e <strong>no</strong>utra em que não se utiliza. Por outro lado 6% (N=11), dosdocentes inquiridos afirmam que os alu<strong>no</strong>s não costumam participar na elaboração/propostasdos <strong>recursos</strong> didácticos utilizados, ou se participam fazem-<strong>no</strong> algumas vezes. Dos inquiridosda <strong>no</strong>ssa amostra 17% (N=9), prepara com antecedência os <strong>recursos</strong> que vai utilizar na aula, eos restantes respon<strong>de</strong>ram às vezes.55/69


<strong>Os</strong> Recursos didácticos <strong>no</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong>Estudo <strong>de</strong> caso da escola secundária Cónego JacintoTabela 6 – Distribuição dos sujeitos em termos do interesse pelos <strong>recursos</strong> didácticosSim Não ÀsvezesTem acesso aos <strong>recursos</strong> didácticos que a escola dispõe? 29 10 2Nota alguma diferença numa aula em que utiliza um recurso e 30 4 7<strong>no</strong>utra em que não utiliza?<strong>Os</strong> alu<strong>no</strong>s costumam participar na laboração/propostas dos 11 15 15<strong>recursos</strong> didácticos na sala <strong>de</strong> aula?Prepara com antecedência os <strong>recursos</strong> que vai utilizar na aula? 17 11 13Costuma utilizar diferentes <strong>recursos</strong> para <strong>de</strong>terminados conteúdos 29 5 7abordados na aula?Há um intercâmbio <strong>de</strong>sses <strong>recursos</strong> didácticos entre os26 4 11professores?Costumas participar <strong>no</strong>s ateliers didáctico-pedagógicos 31 3 7organizado pela escola?Nas reuniões <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nações sugere diferentes <strong>recursos</strong> a seremutilizados?15 12 14Karling (1991:230), lembra-<strong>no</strong>s que os <strong>recursos</strong> po<strong>de</strong>m estar na escola ou fora <strong>de</strong>la. Estes sópo<strong>de</strong>m ser usados se levamos o alu<strong>no</strong> até eles, <strong>no</strong> local em que se encontram. <strong>Os</strong> <strong>recursos</strong> <strong>de</strong>ensi<strong>no</strong> levam os alu<strong>no</strong>s a observar e prestar mais atenção e permiti-lhes distinguir melhor ascoisas. Po<strong>de</strong>m mostrar a forma, a sequência <strong>de</strong> fenóme<strong>no</strong>s, à posição, o tamanho, a estrutura,o funcionamento <strong>de</strong> equipamentos, o movimento. Facilitam o reconhecimento <strong>de</strong> semelhançase diferenças: animais, <strong>de</strong> plantas, <strong>de</strong> sexos, <strong>de</strong> insectos, e <strong>de</strong> objectos.A maioria 16% (N=31) dos professores respon<strong>de</strong>u positivamente sobre a importância dasreuniões <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nação face à utilização dos <strong>recursos</strong> didácticos e à participação dosmesmos <strong>no</strong>s ateliers didáctico-pedagógico organizados pela escola.Da <strong>no</strong>ssa amostra a maioria dos inquiridos 15% (N=29), afirmam utilizar diferentes <strong>recursos</strong>para <strong>de</strong>terminados conteúdos abordados na aula. De igual forma, 14% (N=26) afirmam querealizam intercâmbios <strong>de</strong> <strong>recursos</strong> entre si.3.12 Nota alguma diferença <strong>no</strong> alu<strong>no</strong> quando é utilizado um recurso na aulaNo que concerne ao facto dos professores <strong>no</strong>tarem alguma diferença <strong>no</strong> alu<strong>no</strong> quando éutilizado um recurso na aula, 17% (N=30), respon<strong>de</strong>ram positivamente e os restantes disseramque não <strong>no</strong>ta nenhuma diferença. Para Neves, Graça (s/d: 21), o professor não <strong>de</strong>ve dar a suaaula como se fosse uma fita <strong>de</strong> cinema, per<strong>de</strong>-se muito tempo/esforço da aula porque não háum trabalho <strong>de</strong> fixação a<strong>de</strong>quado, exercícios <strong>de</strong> recapitulação, discussões e outros <strong>recursos</strong>,56/69


<strong>Os</strong> Recursos didácticos <strong>no</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong>Estudo <strong>de</strong> caso da escola secundária Cónego Jacintoauxiliariam a tarefa <strong>de</strong> fixação da <strong>aprendizagem</strong>. Enten<strong>de</strong>mos que o docente também <strong>de</strong>vepartilhar os conhecimentos, ou seja se um <strong>de</strong>les sabe utilizar um <strong>de</strong>terminado recurso e ooutro não, <strong>de</strong>vem partilhar os conhecimentos uma vez que todos têm um objectivo comum acumprir <strong>no</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong>.3.13 Consi<strong>de</strong>rações finais3.13.1 Análise comparativa entre as aulas observadas e o questionário aplicado aos professores:Nesta análise pu<strong>de</strong>mos verificar que existe pouca ligação entre o questionário aplicado e aobservação <strong>de</strong> aulas. Nas aulas observadas verificamos que os <strong>recursos</strong> mais utilizados foram:quadro preto e cartaz. No questionário aplicado os professores disseram que utilizam amaioria dos <strong>recursos</strong> que a escola dispõe.Segundo os inquiridos a utilização dos <strong>recursos</strong> didácticos facilita, sintetiza e contribui parauma <strong>aprendizagem</strong> significativa dos alu<strong>no</strong>s. Uma vez que respon<strong>de</strong>ram assim ao questionário,<strong>no</strong>tamos que isso não é posto em prática.No questionário aplicado constatamos ainda que os professores acham muito importante ouso dos <strong>recursos</strong> na sala <strong>de</strong> aula mas, só uma mi<strong>no</strong>ria é que diversifica os <strong>recursos</strong>.Observamos que a maioria dos professores utiliza o cartaz porque é mais fácil e leva me<strong>no</strong>stempo a fazer.Sabendo que a escola tem uma gama <strong>de</strong> <strong>recursos</strong> didácticos, nesse sentido é precisosensibilizar os professores para uma melhor utilização <strong>de</strong>sses <strong>recursos</strong>. O objectivo comumdas escolas é tentar fazer com que todos os alu<strong>no</strong>s transitam <strong>de</strong> classe e com um bomaproveitamento. Para que isso aconteça é preciso um trabalho cooperativo entre a escola,professores e alu<strong>no</strong>s.Através dos ateliers didáctico-pedagógicos que a escola realiza, po<strong>de</strong>riam incluir a partir<strong>de</strong>ste, uma acção <strong>de</strong> formação sobre como funciona e como <strong>de</strong>ve ser utilizados os <strong>recursos</strong>didácticas que a escola dispõe. Desta forma os <strong>recursos</strong> que se encontram nas prateleiras<strong>de</strong>ixariam <strong>de</strong> ser um mero enfeite porque seria utilizado pelos professores. Nessa perspectivaa escola estará a fazer com que a <strong>aprendizagem</strong> seja realiza <strong>de</strong> uma forma diversificada e57/69


<strong>Os</strong> Recursos didácticos <strong>no</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong>Estudo <strong>de</strong> caso da escola secundária Cónego Jacintohaverá um gran<strong>de</strong> interesse por parte dos alu<strong>no</strong>s, e todos terão oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r <strong>de</strong>forma mais consistente os conteúdos programáticos.<strong>Os</strong> professores <strong>de</strong>vem investir mais na sua prática pedagógica. Ser professor é ter o alu<strong>no</strong>como agente activo <strong>de</strong> todo o <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong>, para isso o professor e o alu<strong>no</strong><strong>de</strong>vem ter sempre um trabalho comum. O trabalho do professor e do alu<strong>no</strong> <strong>de</strong>ve sercooperativo, ou seja, na selecção e/ou preparação dos <strong>recursos</strong> para utilização na sala <strong>de</strong> aula,tanto o professor como alu<strong>no</strong> po<strong>de</strong>riam fazer. O professor po<strong>de</strong>ria <strong>de</strong>ixar o tema que irá sertrabalhado <strong>no</strong> dia seguinte e dividia a turma em grupo, e cada grupo ficaria encarregado <strong>de</strong>preparar ou elaborar o material que irá ser utilizado <strong>no</strong> próximo dia.Todos nós sabemos que <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma sala existem saberes diversificados ou seja, todo tipo<strong>de</strong> saber. Existem alu<strong>no</strong>s que são “bons” em <strong>de</strong>senho, matemática, música, pintura, teatro, etc.O professor po<strong>de</strong> aproveitar estes alu<strong>no</strong>s para fazerem um trabalho interactivo em que todossaem a ganhar, os alu<strong>no</strong>s gostam <strong>de</strong> sentir útil e <strong>de</strong> sentir que estão fazendo algo para escola epara a sua <strong>aprendizagem</strong>.O professor sozinho não consegue fazer com que a <strong>aprendizagem</strong> se realiza, é preciso ter oalu<strong>no</strong> <strong>no</strong> centro <strong>de</strong> todo o <strong>processo</strong>, a <strong>aprendizagem</strong> será com certeza assegurada, garantida atodos <strong>de</strong> forma equitativa e significativa para a vida.58/69


<strong>Os</strong> Recursos didácticos <strong>no</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong>Estudo <strong>de</strong> caso da escola secundária Cónego JacintoConclusão/ RecomendaçõesAo longo <strong>de</strong>ste trabalho verificamos que é preciso formar os professores para uma melhorutilização dos <strong>recursos</strong> didácticos na sua prática pedagógica. Uma das formas <strong>de</strong> enfrentar oinsucesso escolar é o uso duma forma a<strong>de</strong>quada dos <strong>recursos</strong> didácticos. É do conhecimentodos professores que os <strong>recursos</strong> contribuem e<strong>no</strong>rmemente para uma <strong>aprendizagem</strong>significativa ou por uma <strong>aprendizagem</strong> por <strong>de</strong>scoberta e significativa que permite usá-los eaplicá-los na vida activa.Desta forma preten<strong>de</strong>mos recordar a <strong>no</strong>ssa pergunta <strong>de</strong> partida que foi o fio condutor ao longo<strong>de</strong>sta investigação, que foi: 1.<strong>Os</strong> professores conhecem e utilizam todos os <strong>recursos</strong> didácticosque a escola dispõe? 2. A utilização dos diferentes <strong>recursos</strong> didácticos permite a compreensãoglobal dos conteúdos programáticos? 3. <strong>Os</strong> <strong>recursos</strong> didácticos permitem a interacção e aparticipação dos alu<strong>no</strong>s na construção e partilha <strong>de</strong> conhecimentos face à consolidação econstrução <strong>de</strong> <strong>no</strong>vos conhecimentos?De acordo com o tema utilizamos a metodologia <strong>de</strong> estudo <strong>de</strong> caso, que segundo Trilla(1997:183), é uma técnica <strong>de</strong> feedback que consiste <strong>no</strong> estudo em profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> umasituação concreta, por parte do grupo responsável que se irão dar em situação análogas. Para o<strong>de</strong>senvolvimento do tema escolhemos a Escola Secundária Cónego Jacinto, com a finalida<strong>de</strong><strong>de</strong> observar as aulas e ouvir as opiniões dos professores, sobre a utilização dos <strong>recursos</strong>didácticos <strong>no</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong>.59/69


<strong>Os</strong> Recursos didácticos <strong>no</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong>Estudo <strong>de</strong> caso da escola secundária Cónego JacintoA partir da resposta dos inquiridos pu<strong>de</strong>mos verificar que eles conhecem a maioria dos<strong>recursos</strong> didácticos que a escola dispõe, tem consciência <strong>de</strong> que estes contribueme<strong>no</strong>rmemente para uma <strong>aprendizagem</strong> significativa mas, <strong>no</strong>tamos que apesar dos professoresconsi<strong>de</strong>rarem importante os <strong>recursos</strong> ainda continuam a utilizar em maior parte os tradicionaisou seja, quadro preto, manuais e fotocópias.<strong>Os</strong> docentes <strong>de</strong>ixaram transparecer que alguns dos <strong>recursos</strong> são um pouco “cansativos” namedida em que, se é utilizado numa sala tem <strong>de</strong> ser transportado por outra, segundo eles istotorna-se um pouco cansativo e os alu<strong>no</strong>s não valorizam muitas vezes este esforço.O que se verifica por parte dos professores, é que eles tem dificulda<strong>de</strong>s em trabalhar comalguns dos <strong>recursos</strong> existente e por conseguinte não mostram interesse em apren<strong>de</strong>r ouactualizar os seus conhecimentos sobre a utilização dos <strong>recursos</strong> didácticos. Segundo osinquiridos quando é utilizado um recurso na aula os alu<strong>no</strong>s prestam mais atenção e a maiorinteresse neste <strong>processo</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong>.Tendo em conta que nem todas as escolas possuem uma quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>recursos</strong> que estadispõe, enten<strong>de</strong>mos que <strong>de</strong>veria aproveitar os <strong>recursos</strong> existentes como uma das formas <strong>de</strong><strong>de</strong>senvolver a prática pedagógica e torná-la mais significativa.A realização <strong>de</strong>ste trabalho permitiu-<strong>no</strong>s verificar que:• <strong>Os</strong> <strong>recursos</strong> mais utilizados na sala <strong>de</strong> aula para a maioria dos professores, continuama ser os tradicionais, ou seja, o quadro negro, os manuais, e as fotocópias.• Há necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma maior divulgação dos <strong>recursos</strong> didácticos existente na referidaescola.• Sabendo que o uso dos <strong>recursos</strong> pelos professores é muito limitado, para uma melhorutilização e aproveitamento <strong>de</strong>sses <strong>recursos</strong> iremos <strong>de</strong>ixar algumas propostas <strong>de</strong>sugestões para que os professores têm em atenção que os <strong>recursos</strong> didácticos é um dosmeios a ser recorrido para que se possa construir uma prática pedagógica baseada nainvestigação e estimulação do <strong>processo</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong>.60/69


<strong>Os</strong> Recursos didácticos <strong>no</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong>Estudo <strong>de</strong> caso da escola secundária Cónego JacintoCom o <strong>de</strong>senvolvimento e aparecimento das <strong>no</strong>vas tec<strong>no</strong>logias <strong>de</strong> informação ecomunicação, tanto os professores como os alu<strong>no</strong>s <strong>de</strong>verão acompanhar essa evolução, eapostar num trabalho comum entre a escola/professor/alu<strong>no</strong>/comunida<strong>de</strong> educativa, enfim oalu<strong>no</strong> <strong>de</strong>ve ser o agente activo <strong>de</strong> todo o <strong>processo</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong>.Para isso <strong>de</strong>ixaremos algumas propostas e recomendações:• <strong>Os</strong> professores <strong>de</strong>verão sempre fazer as reuniões <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nações;• Nestas reuniões seleccionar os <strong>recursos</strong> a serem utilizados a partir dos conteúdosplanificados que vão ser trabalhados.• <strong>Os</strong> alu<strong>no</strong>s com a orientação do professor po<strong>de</strong>rão seleccionar e elaborar os <strong>recursos</strong> autilizar para um <strong>de</strong>terminado conteúdo.• Para uma melhor utilização e funcionamento <strong>de</strong>sses <strong>recursos</strong> a escola <strong>no</strong> final e início<strong>de</strong> cada trimestre <strong>de</strong>verá realizar acções <strong>de</strong> formações sobre os <strong>recursos</strong> didácticos, ouseja estimular os professores para o uso <strong>de</strong> todos os <strong>recursos</strong> didácticos que a escoladispõe.• A escola <strong>de</strong>verá formar e actualizar os seus educadores com o objectivo <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>ras <strong>de</strong>mandas educacionais do mundo actual.Nesse sentido os professores e os alu<strong>no</strong>s interagem nesse <strong>processo</strong> e haverá com certeza aconstrução e partilha <strong>de</strong> <strong>no</strong>vos conhecimentos e os alu<strong>no</strong>s começarão a ter uma outra visão doensi<strong>no</strong> e da <strong>aprendizagem</strong>, com mais motivação e vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r cada vez mais, nesta<strong>no</strong>va realida<strong>de</strong>, nesta <strong>no</strong>va forma <strong>de</strong> saber fazer, on<strong>de</strong> o docente já não é o do<strong>no</strong> do saber,visto que as informações po<strong>de</strong>m ser encontradas em vários espaços/lugares.Ao concluir o <strong>no</strong>sso trabalho, gostaríamos <strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar aqui expresso a <strong>no</strong>ssa intenção <strong>de</strong>entregar uma cópia do referido trabalho á comunida<strong>de</strong> da escola secundaria Cónego Jacinto,como contributo da colaboração que recebemos <strong>de</strong> todos, e ainda pensando po<strong>de</strong>r estar acontribuir <strong>de</strong> uma forma mo<strong>de</strong>sta, para melhorar as condições <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> dos alu<strong>no</strong>s.61/69


<strong>Os</strong> Recursos didácticos <strong>no</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong>Estudo <strong>de</strong> caso da escola secundária Cónego JacintoBibliografiaALÇADA, I. (sd/sp), A observação das aulas porquê? Para quê? Como?CARVALHO, A. D. (1988), Epistemologia das ciências da educação, Lisboa,Apontamento.FOULIN, J.N. MOUCHON, S. (2000), Psicologia da educação, Porto Alegre, Artes MédicasSul.FREIRE, P. (1996), A pedagogia <strong>de</strong> Auto<strong>no</strong>mia, Rio <strong>de</strong> Janeiro, Paz e Terra.GADOTTI, M. (1983), Concepção didáctico da educação, Estudo Introdutório, São Paulo,Cortez Editora.GOMES, A. (sd/sp), O Processo <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong>, 1º volume.GONÇALVES, A. (2003), Manual <strong>de</strong> projectos <strong>de</strong> pesquisa cientifica, São Paulo:Avercamp.KARLING, A.A. (1991), A didáctica necessária, São Paulo, Ibrasa.LURIA, LEONTIEV, VIGOTSKY, et al, (1977), Psicologia e pedagogia, Lisboa, EditorialEstampa.MARQUES, R. (2000), Dicionário breve <strong>de</strong> pedagogia, Lisboa, Editorial PresençaMOACIR, G. (1996), Histórias das i<strong>de</strong>ias pedagógicas, São Paulo, editora áticaMOREIRA, M. A; BUCHWEITZ, B. (1993), Novas estratégias <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong> e <strong>aprendizagem</strong>,Lisboa, Pláta<strong>no</strong> Edições técnicas.MORIN, E. (2000), <strong>Os</strong> setes saberes necessários à educação do futuro, São Paulo, Cortez/UNESCO.MUGRABI, E. DOXSEY, R.D (2003), Introdução a Pesquisa Educacional, Vitória, UFES.NEVES, E; GRAÇA, M.(s/d), Princípios básicos da prática pedagógico - didáctica, Porto,Porto Editora.PIAGET, J. INHELDER, B. (1971), O Desenvolvimento das Qualida<strong>de</strong>s Físicas naCriança, Rio <strong>de</strong> Janeiro, Zahar Editores.PILETTI, C; PILETTI, N. (2001), Filosofia e história da educação, São Paulo, editora Ática.SEVERINO, A. J. (2003), Metodologia do Trabalho Científico, São Paulo, Cortez.SILVA, L. H; Clóvis, J. (1995), Paixão <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r II, Petrópolis, RJ, Vozes.VIGOTSKI, L.S. (2003), Pensamento e linguagem, São Paulo, Editora Martins Fontes.ZABALA, A. (1998), A pratica educativa, como ensinar, Porto Alegre, Artmed.62/69


<strong>Os</strong> Recursos didácticos <strong>no</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong>Estudo <strong>de</strong> caso da escola secundária Cónego JacintoDocumentos da InternetCAÇÃO, D. (2003), Protótipos e estratégias multimédia na <strong>aprendizagem</strong> <strong>de</strong> questões sobre oambiente, Departamento <strong>de</strong> Química – Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ciências da Universida<strong>de</strong> do Porto emlinha, consultado em 05/06/07.Outros documentos:• Dados estatísticos referentes ao corpo docente e discente da escola.• Programa das disciplinas <strong>de</strong> Mundo Contemporâneo, Ciências Naturais e LínguaPortuguesa.• Pla<strong>no</strong> <strong>de</strong> estudo para o Ensi<strong>no</strong> Secundário, documento do Ministério da Educação quedata <strong>de</strong> 1996.• Regulamento inter<strong>no</strong> da escola Secundaria Cónego jacinto.63/69


<strong>Os</strong> Recursos didácticos <strong>no</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong>Estudo <strong>de</strong> caso da escola secundária Cónego JacintoA ApêndicesA1 QuestionárioSou aluna do 3º a<strong>no</strong> do curso <strong>de</strong> Ciências da Educação e Praxis Educativa da Universida<strong>de</strong>Jean Piaget <strong>de</strong> Cabo Ver<strong>de</strong>. Agra<strong>de</strong>ço, <strong>no</strong> entanto, se pu<strong>de</strong>sse respon<strong>de</strong>r ás questões que seseguem, utilizando uma cruz (x) <strong>no</strong>s respectivos quadradinhos. Este questionário visai<strong>de</strong>ntificar e analisar os <strong>recursos</strong> didácticos utilizados <strong>no</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong>.Salientamos que será garantido o a<strong>no</strong>nimato.Assinale a sua opção com X1. Sexo Masculi<strong>no</strong> Femini<strong>no</strong>3. Tempo <strong>de</strong> serviço _____________4. Habilitações ProfissionaisMagistério PrimárioInstituto Pedagógico2.Faixa EtáriaDe 21 a 25De 26 a 30De 31 a 35De 36 a 40Mais <strong>de</strong> 40Escola <strong>de</strong> Formação <strong>de</strong> Professores Ensi<strong>no</strong> ComplementarInstituto Superior <strong>de</strong> EducaçãoOutras: _________________________________________________________________5. Quais/qual disciplina (s) lecciona (s)_________________________________________________________________________________________________________6. Há quanto tempo lecciona nessa escola? _____________________________________________________________________________________________________64/69


<strong>Os</strong> Recursos didácticos <strong>no</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong>Estudo <strong>de</strong> caso da escola secundária Cónego Jacinto7. I<strong>de</strong>ntificação dos Recursos Didácticos existente na sua escolaVí<strong>de</strong>oRevistasFotocópiasRetroprojectorComputadorFlanelógrafoFotografiasMapasJornaisFlipchartCartazMicroscópioData showManuais escolaresGloboRádioTelevisãoInstrumentos musicaisQuadro pretoOutros:Que <strong>recursos</strong> existemna sua escola?Quais é que costuma utilizar na sala <strong>de</strong> aula?8- Sabe como funciona e como <strong>de</strong>ve ser utilizado todos os <strong>recursos</strong> <strong>de</strong>scritos?SimNão9. Quais dos <strong>recursos</strong> utiliza com mais frequência, porquê?______________________________________________________________________________________________________________________________________________________65/69


<strong>Os</strong> Recursos didácticos <strong>no</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong>Estudo <strong>de</strong> caso da escola secundária Cónego Jacinto10. Com a utilização dos <strong>recursos</strong> didácticos na sala <strong>de</strong> aula como será o <strong>processo</strong> <strong>de</strong>ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong>?______________________________________________________________________________________________________________________________________________________11. Preencha com X a sua escolhaConsi<strong>de</strong>ra importante a utilização dos <strong>recursos</strong>didácticos na sala <strong>de</strong> aula?RazoávelPoucoimportanteImportanteA sua formação como professor(a) permite-lheutilizar os <strong>recursos</strong> <strong>de</strong> forma,...“A escola <strong>de</strong>ve realizar acções <strong>de</strong> formação sobreutilização dos <strong>recursos</strong> didácticos.” A afirmação é“A utilização dos <strong>recursos</strong> didácticos na sala <strong>de</strong>aula motiva os alu<strong>no</strong>s” Como consi<strong>de</strong>ra aafirmação?12. Interesse pelos <strong>recursos</strong> didácticos:Tem acesso aos <strong>recursos</strong> didácticos que a escola dispõe?Nota alguma diferença numa aula em que utiliza um recurso e<strong>no</strong>utra que não utiliza?<strong>Os</strong> alu<strong>no</strong>s costumam participar na elaboração / propostas dos<strong>recursos</strong> didácticos utilizados na sala <strong>de</strong> aula?Prepara com antecedência os <strong>recursos</strong> que vai utilizar na aula?Sim Não ÁsvezesNas reuniões <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nações sugere diferentes <strong>recursos</strong> aserem utilizados?Costuma utilizar diferentes <strong>recursos</strong> para <strong>de</strong>terminadosconteúdos abordados na aula?Há um intercâmbio <strong>de</strong>sses <strong>recursos</strong> didácticos entre osprofessores?Costuma participar <strong>no</strong>s ateliers didáctico pedagógicosorganizados pela escola?13. <strong>Os</strong> <strong>recursos</strong> didácticos que o professor utiliza facilitam o <strong>processo</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong><strong>aprendizagem</strong>?Sim _____ Não _____ Raras vezes _____66/69


13.1 Em caso <strong>de</strong> negativo, por favor, dê a conhecer as suas razões:<strong>Os</strong> Recursos didácticos <strong>no</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong>Estudo <strong>de</strong> caso da escola secundária Cónego Jacinto14. A utilização específica <strong>de</strong> alguns <strong>recursos</strong>Acha que os professores utilizamo computador para preparar assuas aulas?Costuma solicitar aos seus alu<strong>no</strong>spara fazerem pesquisas naInternet?Utiliza a sala <strong>de</strong> computadores daescola?A escola organiza acções <strong>de</strong>formação para a utilização <strong>de</strong>computadores?Utiliza retroprojector nas suasaulas?MuitafrequênciaAlgumafrequênciaPoucafrequênciaNunca15. Nota alguma diferença <strong>no</strong> alu<strong>no</strong> quando é utilizado um recurso na aula?Sim _______ Não _______Exemplifique:______________________________________________________________________________________________________________________________________________________16. Em termos gerais como consi<strong>de</strong>ra a utilização dos <strong>recursos</strong> didácticos <strong>no</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong>ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong>?______________________________________________________________________________________________________________________________________________________Muito obrigada pela vossa colaboraçãoSheila Margarida More<strong>no</strong> Ferreira67/69


<strong>Os</strong> Recursos didácticos <strong>no</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>-<strong>aprendizagem</strong>Estudo <strong>de</strong> caso da escola secundária Cónego JacintoA ApêndicesA.2 Grelha <strong>de</strong> Observação <strong>de</strong> Aulas:I<strong>de</strong>ntificação:Escola secundária: ----------------------------------------------------Localização: ----------------------------------------------------------Estagiaria: -------------------------------------------------------------Orientadora: -----------------------------------------------------------Data: ------/-------/------Hora: -----------------------------A<strong>no</strong>: -----------------------------Turma: --------------------------Tema/assunto da aula: --------------------------------------------------------------Principais aspectos a serem observadosI- Aspectos Gerais1.1. Higiene da sala1.2. Iluminação e ventilação1.3. Disposição dos alu<strong>no</strong>s1.4. Assiduida<strong>de</strong> e pontualida<strong>de</strong> do professorClassificaçãoSM SB S NSII- Competência2.1. A<strong>de</strong>quação e eficiência da motivação inicial e <strong>de</strong><strong>de</strong>senvolvimento2.2. Recapitulação da aula anterior2.3. Planificação da aula2.4. Sequência lógica dos conteúdos2.5. Domínio da matéria/gestão do tempo disponível2.6. Relacionamento professor/alu<strong>no</strong>III - Utilização dos <strong>recursos</strong> didácticos3.1. Livros3.2. Textos <strong>de</strong> apoio3.3. Quadros3.4. Cartazes3.5. Manuais3.6. Fotografias3.7. Retroprojector3.8. TV/ví<strong>de</strong>o3.9. OutrosSM (satisfaz muito); SB (satisfaz); S (satisfaz); NS (não satisfaz)Observações:______________________________________________________________________________________________________________________________________________________68/69


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