12.07.2015 Views

Janelle Monáe vai parar o trânsito na Avenida - Fonoteca Municipal ...

Janelle Monáe vai parar o trânsito na Avenida - Fonoteca Municipal ...

Janelle Monáe vai parar o trânsito na Avenida - Fonoteca Municipal ...

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

O ícone jazz só quer a paz no mundoNa ressaca do Grammy de melhor disco de 2008,Herbie Hancock evoca John Lennon com um projecto pensado a nível global.Apresenta o novo disco em Lisboa e Porto. Nuno CatarinoHá dois anos Herbie Hancock surpreendeuo mundo: um disco jazz ganhavao Grammy de melhor do ano. Opianista deixava para trás a favoritaAmy Winehouse e com “River: TheJoni Letters”, sóbria home<strong>na</strong>gem àmúsica de Joni Mitchell, levava o prémiopara casa. Facto histórico: eraape<strong>na</strong>s a segunda vez que um discojazz ganhava o prémio, depois de“Getz/Gilberto”, em 1956.Hancock está de volta com “TheImagine Project”, onde conta comuma lista enorme de convidados: deSeal aos Ti<strong>na</strong>riwen, de Pink aos Konono#1, de John Legend a Toumani Diabaté.Abre com uma reinterpretaçãodo clássico de John Lennon, “Imagine”,que arranca numa toada de quietude,ape<strong>na</strong>s piano e voz, para setransformar numa festa de ritmos africanos.Esta faixa inicial é representativado que podemos esperar, umafusão de múltiplas ideias, uma viagemem variadas direcções, com passagempor diferentes pontos do mundo. Ouseja, uma aventura sonora global.Herbie Hancock <strong>vai</strong> apresentar-seem Portugal para dois concertos - noCampo Pequeno, em Lisboa, dia 7, <strong>na</strong>Casa da Música, no Porto, dia 8 – enuma conversa telefónica revelou assuas ideias sobre o projecto. Antes demais, explica o título, “The ImagineProject”, servindo-se das ideias dacanção de John Lennon para fomentara mudança: “Queria fazer um discoque fosse sobre a paz no mundo.A situação da actualidade, com todosos problemas que se verificam a nívelfi<strong>na</strong>nceiro, mostra que cada país estámuito dependente de todos os outros.Este século XXI tem sido um séculode globalização e acredito que é muitoimportante que toda a gente utilizea sua energia para ajudar a criar umnovo futuro global. É importante queas todas as pessoas façam parte de“Imagine”,de JohnLennon, umainspiração“Quero mostraras vantagens quetemos em sermosmais abertos”HO/ AFPuma força criativa para fazer do mundoum local melhor, onde todos queiramosviver.”A associação a Lennon, ex-Beatleque este ano completaria 70 anos,surge com <strong>na</strong>turalidade, uma vez quesegundo Hancock “a ideia era utilizar‘Imagine’ como a ideia central no disco,que é um disco sobre paz, feitoatravés de um processo de colaboraçãoglobal. Acredito que era isto queo John Lennon tinha em mente quandoescreveu esta canção.”Hancock querdar o exemploatravés da sua música,que <strong>vai</strong> bebera muitas fontes:“Quero mostrar asvantagens que temosem sermosmais abertos. Sepensarmos que todosos seres humanossão parte damesma família, sedialogarmos, podemosestabelecernovas formas decriação de um outro futuro. Decidifazer um disco que fosse o resultadode uma colaboração global. Na maiorparte das vezes fazemos um discoape<strong>na</strong>s a pensar <strong>na</strong> nossa própria cultura,no nosso próprio país. Fazer umdisco que engloba várias culturas devárias partes do mundo é algo queainda se vê pouco.” Este processo decolaboração é, <strong>na</strong>s suas palavras,“uma forma directa de apelar à pazno mundo, no planeta globalizadoonde vivemos, onde queremos viver.Gravei este disco em sete países diferentes,temos músicos de países diferentese é cantado em sete diferenteslínguas, incluíndo o português” -“Tempo de Amor”, um origi<strong>na</strong>l deBaden Powell e Vinicius de Moraes, écantado pela brasileira Céu.Legado de MilesA ideia de abertura a outras músicastem estado sempre presente <strong>na</strong> carreirade Herbie, característica herdadade Miles Davis, com quem tocouno seu fabuloso “segundo quinteto”de 1964 a 1968: “Quando era miúdoouvia ‘ryhthm and blues’, mas depoispassei a ouvir ape<strong>na</strong>s jazz e músicaclássica. Na altura em que toquei comMiles Davis descobri que ele ouviamuita música, ouvia rock e <strong>na</strong>quelaaltura andava a ouvir músicos comoJimi Hendrix, Rolling Stones ou Cream...O que mais me surpreendeu foia sua abertura e isso levou-me tambéma estar atento a outras formas demúsica.” Essa ideia passou então aser aplicada à sua carreira, marcadapela experimentação: “Quando aideia de fusão surgiu no jazz, no fi<strong>na</strong>ldos anos 60, eu fui dos primeiros aaderir, comecei a utilizar instrumentoseléctricos, a criar uma certa fusãojazz/R&B, com o meu grupo Headhunters.Quando o hip-hop estava a aparecer,ainda numa fase underground,gravei o tema ‘Rockit’, que foi um dosprimeiros discos a levar a ce<strong>na</strong> hiphopaté ao público ‘mainstream’. Edurante estes processos sempreaprendi muita coisa.”Ao vivo no Campo Pequeno e Casada Música não faltarão canções de“The Imagine Project”, mas o pianistapromete passar também por clássicos,por algumas coisas dos anos 60,pelos Headhunters e até pela bandasonora do filme “Round Midnight”(1986), de Bertrand Tavernier - biopicficcio<strong>na</strong>do de um músico, inspiradoem Bud Powell, que conta com o jazzmanDexter Gordon como actor principal,e no qual Hancock foi o responsávelpela música. Quem queira ouvircoisas antigas não ficará desiludido.“Vamos passar pelo disco ‘MaidenVoyage’, pelas músicas ‘Chameleon’,‘Speak Like a Child’, ‘Dolphin Dance’,‘Actual Proof’, muitas coisas do meupassado.” De fora ficará “Mwandishi”,um dos marcos mais exploratórios dasua carreira, mas promete tocar “coma atitude desse disco, de explorar novosterritórios”.14 • Sexta-feira 3 Dezembro 2010 • Ípsilon

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!