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Janelle Monáe vai parar o trânsito na Avenida - Fonoteca Municipal ...

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METROPOLISIdentifiquei-mecom aquelasperso<strong>na</strong>gens. Fizeram-me tempo, porque tiveoportunidade derecordar muitas das coisasque vivi <strong>na</strong> infância aprender a fazê-loe adolescência, pessoas todos esses anos.que lutam pela Quandosobrevivência, que não apareceu <strong>na</strong>têm quase <strong>na</strong>da, masTV america<strong>na</strong> anão desistemcantar e a dançar acanção “Tightrope”com<strong>parar</strong>am de imediatoa sua movimentação à de JamesBrow. Como é que reage a isso?Não gosto muito de coreografias empalco. Gosto mais do improviso, desentir que posso fazer o que me apetece.James Brown também tinha isso.Admiro-o por isso. Ser comparada aele não é um problema. Já me com<strong>parar</strong>ama Michael Jackson quandoestava nos Jackson 5...8 • Sexta-feira 3 Dezembro 2010 • ÍpsilonERYKAHBADU É umaamiga incrível,falamos imenso,é alguém que tema sua individualidadee que luta muitopor ela[risos]. Já me com<strong>parar</strong>am a Elvis.Quer dizer, são alguns dos melhores,<strong>na</strong>da mau, podia ser pior.Descreve o seu álbum como umfilme épico, ou um “emotionpicture”, inspirado em“Metropolis”, de FritzLang, o que não deixa deOUTKAST ser curioso porque éBig Boi e André um filme mudo.foram essenciais no É verdade, mas identifiquei-mede imediatoinício, convidaram-mepara entrar no musical com aquelas perso<strong>na</strong>gens.Fizeram-me recor-“Idlewild“, foi muitoimportante.Abriram-me outrasdar muitas das coisasperspectivas que vivi <strong>na</strong> infância e adolescência,pessoas que lutam pela sobrevivência,que não têm quase <strong>na</strong>da,mas mesmo assim não desistem. Nãome parece que hoje seja assim muitodiferente.Refere muito as suas origenshumildes. Como é que olha paraesse passado recente agora quese conseguiu afirmar?Com imenso respeito. Com orgulho.Faço música para essas pessoas, parao meu pai, para a minha mãe, para aminha família, e para todos aquelesque trabalham no duro para ter umavida decente. Sei que pode parecer umcliché, mas é isso. Sei o que essas pessoaspassam, os momentos de depressãoque vivem. Fazer música é a minhaforma de prestar home<strong>na</strong>gem aos quevieram do <strong>na</strong>da. É a minha forma deas fazer sonhar também, nem que sejapor um pouco.No seu ainda curto percursofoi encontrando pessoas quea ajudaram – Big Boi e André3000 dos OutKast, Erykah Badu,Prince ou Puff Daddy. Como sederam esses encontros?Aconteceu <strong>na</strong>turalmente. É agradávelter tanta gente a interessar-se peloque faço. Quer dizer, são todos grandes<strong>na</strong>quilo que fazem. Prince deumeimensos conselhos. Encorajou-me.É alguém que meinspira só de o ver empalco. Big Boi e Andréforam essenciais noinício, convidarammepara entrar nomusical “Idlewild“,foi muito importante.Abriram-me outrasperspectivas. ErykahBadu é uma amiga incrível,falamos imenso, é alguémque tem a sua individualidadee que luta muito por ela.O que lhe pareceu a polémica emtorno do vídeo para “WindowSeat”, onde ela se desnuda, e caiao chão, no local onde se deu oassassi<strong>na</strong>to do presidente John F.Kennedy?É a sua visão artística. Respeito-a. Emtudo aquilo que faz compromete-secom aquilo em que acredita. E nessecaso voltou a acontecer. É ape<strong>na</strong>suma artista a interrogar-se e ao mesmotempo a tentar que também nóso façamos. Ape<strong>na</strong>s isso.Nas suas canções fala muitode liberdade de expressão,de individualidade. São ascoisas mais importantespara si?É importante encontrar umavoz. É triste quando sentimosque temos de alterar a nossaessência para chegar aos outros.Não acredito nisso. E é issoque tento transmitir, essa ideiade que temos de nos manter fiéisà nossa individualidade custe oque custar. Só assim é possível celebraras nossas diferenças também.No seu álbum participaramBig Boi ou o poeta-cantor SaulWilliams, mas também KevinBarnes dos Of Montreal, umabanda rock. Atravessa váriosgéneros, não se concentrandoem nenhum em particular. Foipropositado?É <strong>na</strong>tural. Sou da geração iPod, querdizer, ninguém tem um só género demúsica no seu iPod...[risos] Quantoa Kevin, conhecemo-nos em Atalanta,depois de um concerto da sua banda.Eles são incríveis em palco, andámosem digressão, temos imensa coisa emcomum. Kevin gosta muito da minhavoz e eu da dele, são até um poucoparecidas. Há até muitas pessoas quenão conseguem distinguir quem équem <strong>na</strong> canção “Make the bus”.Tal como Erykah Badu tambémse insurge contra a ideiaestereotipada da cantora negrafemini<strong>na</strong>, da qual se espera quese apresente sempre da mesmamaneira pré-determi<strong>na</strong>da.Sim, não acredito em categorias e essetipo de coisas. Quer dizer, cadaartista deve ter as suas ideias próprias.Não temos que ser todas comoa Beyoncé, por mais que ela seja excelente.No caso dos homens, KanyeWest ou os OutKast tambémcontrariaram esse modelodaquilo que se supõe ser a formade estar tipificada no hip-hop ouno R&B.Sim, o simplismo com que olhamosas coisas não é exclusivo de nenhumgénero. Mas isso está a mudar. Háuma nova geração que já tem umadisponibilidade diferente para nãometer toda a gente no mesmo saco eé capaz de celebrar a diversidade.Para além de Fritz Lang, ou doartista Salvador Dali, tambémse gosta de referir a Hitchcockcomo uma influência. Gosta dealgum filme em particular?Gosto muito da sua forma de filmarem “Vertigo” ou “Psico”. Nos seus filmesos sonhos têm quase sempre umpapel fundamental. Como ele tambémpenso que os sonhos, aquilo que nãoé enunciado, desempenham um papelimportante <strong>na</strong> nossa vida. Estou sempremuito atenta a eles. A maior partedas minhas canções <strong>na</strong>scem assim,no meio dos meus sonhos.O que faz nessas ocasiões,levanta-se e escreve num papel?Mais ou menos. Tenho um gravadorjunto à cama... [risos]. O período decriação das canções para o disco foimuito entusiasmante. Perdi o medode errar, de assumir os meus sonhos.Sempre soube que queria fazerum álbum conceptual ou acaboupor resultar dessa forma nodecorrer do processo?Soube sempre. Há muito que gosto demusicais. Há muito que gosto de banda-sonorasde filmes. Era um desejoantigo.Fazermúsica é aminha formade prestarhome<strong>na</strong>gemaos quevieram do<strong>na</strong>daA ficçãocientíficatambém inspirounomes dos anos 60 e 70, do funke do jazz, como os Funkadelic ouSun Ra. Teve isso em atenção?Nem por isso. Inspirei-me <strong>na</strong> minhaprópria experiência, quando via coma minha avó a “5ª Dimensão” ou liacoisas de Philip K. Dick. Mas acimade tudo segui os meus sonhos.Os seus espectáculos têmfama de ser muito enérgicose interactivos. Que tipo deambiente gosta de conceber?Qualquer coisa onde tudo possa acontecer,que seja vibrante e intenso e sepossível onde exista uma grande partilhade energia.<strong>Avenida</strong> cHoje e amanhã, a <strong>Avenida</strong> da Liberdadede concertos que pretende recriar ouma prova deRegra única: olhar para o mapade concertos e decidir algo muitosimples – ou o objectivo passapor apostar em três ou quatroartistas de eleição e assistir a essesconcertos do primeiro ao últimosegundo, com direito a demoraros aplausos em espera convictapelo encore, ou se assume que a<strong>na</strong>tureza do festival é outra, e oque interessa é andar a “picar”concertos, com uma escolhaprévia mas sem apego excessivoà mesma. O importante é evitarseguir o exemplo do anteriorseleccio<strong>na</strong>dor <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l de futebol,que programava as substituiçõesantes de o jogo começar e ascumpria à risca, indiferente aodesenrolar do mesmo. Segue-seuma proposta de circulação paraos dois dias do ‘festival da avenida’.(Des)Encontrosde geraçõesHá uma grande ironia geracio<strong>na</strong>lno SBES. Enquanto o paiconsagrado (Jorge Palma) tocano metro no primeiro dia, o filhoestreante (Vicente Palma) montaarraiais <strong>na</strong> sede de um bancono dia seguinte. Interessa-nosmais ir deitar a moedinha parao estojo da guitarra do pai <strong>na</strong>estação de metro da <strong>Avenida</strong>, às21h de hoje. Para quem falhouPalma no metro de Paris há 35anos, aí está a hipótese de ouvirclássicos da canção portuguesaem vida subterrânea. Dá para verpraticamente até ao fim, a tempode apanhar o início dos PintoFerreira no Maxime às 21h45.Quanto a este duo de apelidosbem portugueses, pode resumirseassim: pop fresquinha paraguitarra e assobio, canções quecaem bem depois de jantar egarantem boa-disposição e umavalente dose de optimismo para oque se segue.sed

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