32pelo Estado, o Programa Minha Casa – Minha Vida, <strong>de</strong>senvolvido pelo GovernoFe<strong>de</strong>ral. Esse programa possibilitou, a partir <strong>de</strong> 2009, à população <strong>de</strong> baixa renda aconstrução e obtenção da casa própria com financiamento subsidiado, cujo objetivoprincipal é o <strong>de</strong> diminuir o déficit habitacional.Ainda, nos diz Correa (1989, p.23) que,Esta estratégia é viável em razão da importância da produção <strong>de</strong> habitaçõesna socieda<strong>de</strong> capitalista. Cumpre ela um papel fundamental, que é o <strong>de</strong>amortecer as crises cíclicas da economia através do investimento <strong>de</strong> capitale da criação <strong>de</strong> numerosos empregos: daí ter o apoio do Estado capitalista,que por sua vez está fortemente repleto, através <strong>de</strong> seus componentes, <strong>de</strong>interesses imobiliários.Aos grupos sociais excluídos, por não possuírem renda suficiente que lhespossibilite o acesso à habitação digna, uma vez que a moradia é um bem seletivo nasocieda<strong>de</strong> capitalista, restam-lhes, então, os cortiços, residências <strong>de</strong>gradadas, aautoconstrução na periferia, a favela e habitações construídas pelo Estado. Nessassituações não po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>signados como agentes mo<strong>de</strong>ladores do espaço urbano.Conforme Correa (1989, p. 30), os excluídos da possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> possuir umamoradia digna, <strong>de</strong>nominam-se agentes mo<strong>de</strong>ladores quando produzem a favela. Aessa situação, assim refere-se o autor:É na produção da favela, em terrenos públicos ou privados invadidos, queos grupos sociais excluídos tornam-se, efetivamente, agentes mo<strong>de</strong>ladores,produzindo seu próprio espaço, na maioria dos casos in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente ea <strong>de</strong>speito dos outros agentes. A produção <strong>de</strong>ste espaço é, antes <strong>de</strong> maisnada, uma forma <strong>de</strong> resistência e, ao mesmo tempo, uma estratégia <strong>de</strong>sobrevivência (CORREA, 1989, p. 30).A articulação <strong>de</strong>sses agentes <strong>de</strong>nominados <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>ladores do espaço urbanopossibilita, conforme seus vários interesses, dar forma ao espaço da cida<strong>de</strong> tambémpor intermédio da verticalização urbana, que tem como principal objeto/mercadoria,o edifício, simbolizando, ainda, mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> e <strong>de</strong>senvolvimento.O processo <strong>de</strong> verticalização urbana se materializa por intermédio do edifício.Esse objeto <strong>de</strong> produção do espaço urbano foi possível a partir da inovaçãotecnológica advinda do uso do concreto armado e do elevador, com suporte docapital. Conforme Souza (1994), a produção <strong>de</strong> cida<strong>de</strong>s trata-se <strong>de</strong> um gran<strong>de</strong>negócio, bem como produzir edifícios é uma excelente ativida<strong>de</strong> para poucos: osdonos do capital. Esse processo presente na maioria das cida<strong>de</strong>s sejam metrópoles,cida<strong>de</strong>s gran<strong>de</strong>s, médias ou mesmo pequenas, relaciona-se com a cultura do
33consumo e, também, como símbolo <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r e <strong>de</strong>senvolvimento. Nesse sentidoRamires (1997, p. 37) expressa-se da seguinte forma:É interessante <strong>de</strong>stacar que o significado da dimensão simbólica daverticalização sempre esteve presente, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o surgimento dos primeirosarranha-céus, associando-se a essa forma arquitetônica/geográfica a idéia<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento e progresso. Recentemente, os Tigres Asiáticos vêmconstruindo edifícios mais altos do mundo e aproveitam-se <strong>de</strong>sse fato paraexpressar o seu po<strong>de</strong>rio econômico, tentando superar os edifíciosconstruídos em outras partes do mundo.A verticalização do espaço urbano, conforme Ramires (1998, p. 98), “[...] semsombra <strong>de</strong> dúvida, representa uma revolução na forma <strong>de</strong> construir, afetando adinâmica <strong>de</strong> acumulação/reprodução do capital no setor da construção civil emercado imobiliário.” Assim, possibilita-se por meio <strong>de</strong>sse capital que váriasalterações <strong>de</strong> formas e funções venham a ocorrer na paisagem urbana. Issorealizado por intermédio da multiplicação do solo que alcança a revalorização doespaço, resultante do aumento do potencial <strong>de</strong> aproveitamento.Souza (1994) enten<strong>de</strong> que o espaço urbano se valoriza e sobrevaloriza pelainstalação <strong>de</strong> edifícios, uma vez que o processo <strong>de</strong> verticalização vai além daconstrução do edifício, possui a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reproduzir os diversos tipos <strong>de</strong>capitais. Sintetizada na produção do edifício, a verticalização, <strong>de</strong> acordo com Souza(1994, p. 247), “[...] veio, sem dúvida alguma, realizar uma complexa estratégia doprocesso <strong>de</strong> produção capitalista na sua mais ampla dimensão [...].”Ao estudar a verticalização <strong>de</strong> São Paulo, Souza (1994) i<strong>de</strong>ntificou que esseprocesso ocorre em função dos vários e complexos interesses nele envolvido. Assimse posiciona Souza (1994, p. 246),As cida<strong>de</strong>s não crescem apenas porque são “lugares centrais”, “lugares doemprego e da indústria” ou do “exército <strong>de</strong> reserva”. As cida<strong>de</strong>s crescemporque existe uma multiplicida<strong>de</strong> e complexida<strong>de</strong> <strong>de</strong> interesses nelasenvolvidos. Interesses enormes e lucrativos na produção específica doespaço urbano, público e privado.Esses interesses são manifestados e postos em prática pelos diversos agentesmo<strong>de</strong>ladores ou produtores do espaço urbano. Assim, <strong>de</strong> acordo com Men<strong>de</strong>s(2009, p. 20), “[...] o espaço urbano vem sendo produzido e reproduzido,administrado pelos agentes mo<strong>de</strong>ladores <strong>de</strong> maneira a reproduzir as estruturas <strong>de</strong>po<strong>de</strong>r e <strong>de</strong> dominação na socieda<strong>de</strong>, levando a normas <strong>de</strong> comportamento eimpondo um modo <strong>de</strong> vida.”
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