34Conforme Correa (2011), a produção do espaço resulta das ações, interaçõese interesses <strong>de</strong>sses agentes que, por meio do ambiente construído representado,também, na verticalização, realizam os processos sociais. Assim, Correa (2011, p.43) enten<strong>de</strong> a produção do espaço:A produção do espaço, seja o da re<strong>de</strong> urbana, seja o intraurbano, não éresultado da “mão invisível do mercado”, nem <strong>de</strong> um Estado hegeliano, vistocomo entida<strong>de</strong> supraorgânica, ou <strong>de</strong> um capital abstrato que emerge <strong>de</strong> foradas relações sociais. É conseqüência da ação <strong>de</strong> agentes sociais concretos,históricos, dotados <strong>de</strong> interesses, estratégias e práticas espaciais próprias,portadores <strong>de</strong> contradições e geradores <strong>de</strong> conflitos entre eles mesmos ecom outros segmentos da socieda<strong>de</strong>.Ainda, Correa (2011, p. 44) afirma que “[...] processos sociais e agentes sociais sãoinseparáveis, elementos fundamentais da socieda<strong>de</strong> e <strong>de</strong> seu movimento.”De acordo com Men<strong>de</strong>s (2009), a produção e a reprodução do espaço urbanosão contempladas por diferentes por diferentes formas <strong>de</strong> expansão físico-territorial.Dentre as diversas formas <strong>de</strong>ssa expansão i<strong>de</strong>ntificam-se a incorporação <strong>de</strong> glebasrurais à cida<strong>de</strong>, novos loteamentos, conjunto habitacionais construídos, geralmente,longe da região central, <strong>de</strong>ntre outras. Para Men<strong>de</strong>s (2009, p. 19) uma das diversasestratégias que vem se <strong>de</strong>stacando na reprodução do capital, “[...] a verticalização,cujo crescimento quantitativo e espacial apresenta peculiarida<strong>de</strong>s que, ao longo <strong>de</strong>seu processo, vem alterando a paisagem urbana e o modo <strong>de</strong> viver nas cida<strong>de</strong>s.”Ainda, segundo Men<strong>de</strong>s (2009) as várias transformações que a cida<strong>de</strong> sofre “[...]são reguladas pela lógica da acumulação do capital.”A verticalização vem modificando a paisagem, a formação espacial, ambientale as funções sócio-espaciais da cida<strong>de</strong>. Assim como expan<strong>de</strong>, concentra também.Em relação a essas modificações, Machado e Men<strong>de</strong>s (2003, p. 56) afirmam que:A verticalização é uma das características das áreas centrais, mas tambémé uma forma <strong>de</strong> extensão <strong>de</strong>ssas áreas. Ela proporciona a concentração <strong>de</strong>um número elevado <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s centrais em uma reduzida extensãoterritorial, sendo uma das formas <strong>de</strong> crescimento do centro.Assim, a localização concentrada <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s na zona central da cida<strong>de</strong>proporciona às empresas economias <strong>de</strong> aglomeração, ou seja, pela proximida<strong>de</strong>física entre empresas do mesmo ramo ou <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s complementares possibilitasea redução <strong>de</strong> custos. De acordo com Correa (1989, p. 40) em virtu<strong>de</strong> dasvantagens locacionais proporcionadas por essa área da cida<strong>de</strong>, “ os preços da terrae dos imóveis é aí mais elevado.” É nessa área da cida<strong>de</strong>, por concentrarem os
35preços maiores, há uma ampla escala vertical. Ainda, segundo Correa (1989, p. 42),“O núcleo central apresenta-se com a maior concentração vertical, facilmentedistinguível na paisagem urbana. A presença <strong>de</strong> edifícios <strong>de</strong> escritórios, junto unsdos outros, viabiliza as ligações interpessoais vinculadas aos negócios.” Nessa áreacentral e próxima <strong>de</strong>la verifica-se, também, a presença <strong>de</strong> edifícios belos eimponentes, com função habitacional. Segundo Santos e Vi<strong>de</strong>ira (2010), essesedifícios representam não só a “segurança” ou “ conforto”, que muitas pessoas estãobuscando, mas um símbolo <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r e riqueza, uma vez que estão construídoson<strong>de</strong> o preço do metro quadrado <strong>de</strong> solo, normalmente, apresenta o preço maiselevado.Quanto à <strong>de</strong>finição do termo verticalização, conforme Ferreira (2004) é umsubstantivo feminino e tem como significado, o ato ou efeito <strong>de</strong> verticalizar. Colocarna posição vertical.Verticalização, segundo Somekh (1997, p. 20), <strong>de</strong>fine-se como: “[...] amultiplicação efetiva do solo urbano, possibilitado pelo uso do elevador.”Souza (1994, p. 135) ampliou essa <strong>de</strong>finição. Definiu verticalização como: “aresultante, no espaço produzido, <strong>de</strong> uma estratégia entre as múltiplas formas docapital – fundiário, produtivo, imobiliário e financeiro, que cria o espaço urbano.”Souza (1994) enten<strong>de</strong> que essa verticalização e esses novos solos, que criam oespaço urbano, são resultantes das diversas estratégias empreendidas pelosagentes <strong>de</strong>tentores <strong>de</strong>sses capitais. Para a autora citada são estratégias baseadasno processo político que <strong>de</strong>finirão como se dará essa reprodução e não somente apossibilida<strong>de</strong> técnica. Souza (1994) ilustra essa situação referindo-se às diversaspropostas <strong>de</strong> alteração <strong>de</strong> índice ou coeficiente <strong>de</strong> aproveitamento apresentados àCâmara Municipal <strong>de</strong> São Paulo. Ainda, segundo Souza (1994, p. 147), “A produção<strong>de</strong> edifícios, tal como se dá em nossos dias, revela uma estratégia do capital que, nocaso brasileiro, é alimentada pela questão habitacional.”Conforme Töws et al (2009, p. 95), “verticalizar é construir novos solossobrepostos, habitações dispostas em diversos andares, possibilitando, assim, amoradia em uma área que, sem esse edifício, não comportaria o mesmo contingente<strong>de</strong> pessoas.”De acordo com Souza (1994), o processo <strong>de</strong> verticalização trata-se <strong>de</strong> umaespecificida<strong>de</strong> da urbanização no Brasil. Aqui sua priorida<strong>de</strong> tem sido a funçãohabitacional, enquanto nos <strong>de</strong>mais países do mundo o objetivo foi o
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