50proprieda<strong>de</strong>s rurais, com tamanho médio <strong>de</strong> 12,7 ha. 3 Produz, ainda, os seguintesprodutos agrícolas: milho, arroz, soja, feijão, mandioca e fruticultura. Bovinos, aves,suínos e produção <strong>de</strong> leite são os principais produtos da pecuária do município.Des<strong>de</strong> o início da colonização, a produção agropecuária do município, emboradiversificada, já apresentava <strong>de</strong>staque na produção do tabaco. Nesse sentido,conforme Silveira e Hermann (2001, p. 229), “A ativida<strong>de</strong> fumicultora <strong>de</strong>s<strong>de</strong> cedorepresentou o principal esteio da economia santa-cruzense, articulando a produçãodo fumo na zona rural e o beneficiamento industrial do fumo na cida<strong>de</strong>.”Conforme Vogt (1997) a especialização <strong>de</strong> <strong>Santa</strong> Cruz do Sul na produção dotabaco foi, <strong>de</strong> certa forma, necessária e intencional. Assim, <strong>de</strong> acordo com Vogt(1997, p. 79),A razão <strong>de</strong> <strong>Santa</strong> Cruz se especializar na produção do tabaco talvez possaser tributada a uma necessida<strong>de</strong> histórica. Isto é, o fato <strong>de</strong> cultivarexatamente os mesmos produtos que as <strong>de</strong>mais colônias situadas nosarredores <strong>de</strong> Porto Alegre – como no caso <strong>de</strong> São Leopoldo ou, quandomais distantes as colônias, próximas <strong>de</strong> rios absolutamente navegáveiscomo o Sinos, Caí ou Taquari – fazia com que aquela não pu<strong>de</strong>sse competircomercialmente com estas. E isto era <strong>de</strong>vido aos menores custosmonetários por elas agregados ao valor das mercadorias no escoamento daprodução para o gran<strong>de</strong> centro consumidor <strong>de</strong> então. Situada mais distanteda capital e não servida por rio navegável, <strong>Santa</strong> Cruz, para superar aconcorrência, especializou-se na obtenção <strong>de</strong> um produto cujo transporteera relativamente facilitado, pela forma em que era acondicionado, e cujorendimento monetário, proporcionalmente ao volume, era superior, secomparado com o milho, o feijão, a batata, a banha, etc. e cuja matériaprimaimpôs-se no mercado exatamente pela sua qualida<strong>de</strong>.De acordo com Vogt (1997), os principais produtos <strong>de</strong> exportação da colôniaeram o milho, feijão e o fumo.Na tabela 1 verificam-se as quantida<strong>de</strong>s cultivadas <strong>de</strong>sses produtos no período<strong>de</strong> 1857/58 a 1865/66, com <strong>de</strong>staque para o crescimento da produção <strong>de</strong> fumo que,em oito anos, passa das 287 arrobas colhidas na safra 1857/58, para 25.858arrobas, em 1865/66.3 De acordo com a Secretaria Municipal da Agricultura <strong>de</strong> <strong>Santa</strong> Cruz do Sul, 2011.
51Tabela 1 - Principais produtos cultivados em <strong>Santa</strong> Cruz (1858/1866)ANO FEIJÃO MILHO FUMO1857/581858/591859/601860/611861/621862/631863/641864/651865/66Fonte: Vogt (1997, p. 75).7.724 SACOS5.192 SACOS12.700 SACOS26.000 ALQ.32.000 ALQ.31.000 ALQ.42.225 ALQConforme observa Wink (2002, p. 57),197.998 MÃOS25.730 MÃOS27.705 MÃOS100.000 ALQ.100.000 ALQ.70.000 ALQ.62.113 ALQ.287 ARR.929 ARR.3.000 ARR5.500 ARR.7.300 ARR.8.000 ARR.17.300 ARR.15.750 ARR.25.858 ARR.A produção ascen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> tabaco não foi, contudo, obra do acaso, poistanto os colonos como os dirigentes provinciais viram, em sua produção,inúmeras vantagens relacionadas a seu cultivo, preparo, transporte e,principalmente, quanto aos bons preços pagos pelo mercado. Nesseaspecto, uma série <strong>de</strong> incentivos e orientações foi dada aos colonos,fazendo com que os volumes aumentassem não somente em quantida<strong>de</strong>,mas também em qualida<strong>de</strong>.Ainda, <strong>de</strong> acordo com Wink (2002) a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cultivar-se um produtodiferente daqueles produzidos na região, com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alcançarcompetitivida<strong>de</strong> no mercado, bem como as excelentes safras, as exportaçõescrescentes, e outras condições, indicaram o fumo como produto que apresentava ascondições mais favoráveis para se tornar a principal cultura agrícola da região. Wink(2002, p. 70) ressalta, ainda, que além das condições <strong>de</strong> incentivo dadas pelogoverno, foi gran<strong>de</strong> o apoio dos comerciantes locais à produção fumageira:Gran<strong>de</strong> apoio à produção e à exportação do tabaco foi dada, igualmente,pelos comerciantes locais, que, diante dos altos lucros alcançados naintermediação entre os colonos e o mercado, pu<strong>de</strong>ram, então, viabilizar aacumulação do capital, que veio, posteriormente, impulsionar todo oprocesso <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento da região, criando as pré-condições para adominação capitalista fumageira, efetivada após 1917.A partir <strong>de</strong> então, as exportações <strong>de</strong> fumo vão além do mercado nacional e sãorealizadas, também, para a Europa e outros países, especialmente, do Prata.Como fato marcante do início <strong>de</strong>sse processo <strong>de</strong> internacionalização e dareorientação da produção fumageira local, segundo Vogt (1997), ocorreu ainstalação da The Brazilian Tobacco Corporation, em 1917.
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