dade, assumem novas versdes menos marcadamente negrus comoestas, oriundas do 'pequeno Carnaval' da praqa Onze, e seespalham pelacidade. Osjornais instituempremiaqdes a blocos ecorddes e estes passam a se organizar melhor. Surgem tarnbemversdes cleun dos sujos da Cidade Nova, os blocos de bairros,cordpostos pela classe media e media baixa, cantando de tudo,polcas, schottishs, maxixes, etc., se restringindo asruas proximase as vilas a fim de que os pais pudessem vigiar suas filhas e filhos,mantendo o controle da situaqso.Mas essas pequenas organizaqdes grupais festivas se espalhampela cidade e pelas classes, ngo so em sua versZio suja oucleun, como uma formaespont~eade rapidaorganizag50 funcionalparaa folia:Na segunda decada do skulo multiplica-se a formaqZioespontinea de grupos populares que se organizampara <strong>br</strong>incar o Carnaval, saindo na rua em blocos ecordaes, fantasiados sem luxo, compondomusicas originaisou cantando versdes em portuguss de canqdese~trangeiras.~Essas versdes siio geralmente parodicas, com letras criadasao gosto do momento a partir de melodias em moda, comum atodos no grupo. Como veremos adiante ao analisar alguns dosprocedimentos composicionais de Bandeira e Sinh6, apartir doduo tematico-estilistico entre o poema Estrelu dumunhlle a letrada canqso Juru, anexa a outros fragmentos de canqdes do compositor,essaatitude parodica, um dos elementos principais da culturacarnavalesca, se realiza sob variadas formas em suas criaqdes,principalmente se entendermos o terrno como canto paralelo, niionecessariamente satiric0 ou ridicularizante, mais como jogopalimpsestico de vo:zes que convivem adisthcia, interferem umasnas outras ou se superpdem.0 surgimento dos rancho? ampliae IegitimaaparticipaqZiopopular nos festejos de rua. E a resposta popular aos apelos
civilizato<strong>rio</strong>s recorrentes nos discursos e pressaes das elites republicanas.SBo as manifestag6es mais ordeiras da elite negra e dospequenos funcionii<strong>rio</strong>s e operi<strong>rio</strong>s que compunham aclasse mediabaixa, ja afeitos aos novos codigos modernos urbanos, as novasnormas. Por suas caractensticas culturalmente mais desenvoIvidase pelaintensarepressBo policial aqualquer agrupamento consideradoperigoso como os cordaes, os sujos e rodas de batucadas,pouco a pouco, asfixiam a violencia explicita de capoeiras emarginais organizados em bandos rivais que, ao se cruzarem,"recorriam as armas <strong>br</strong>ancas que portavam deixando ao fim darefrega alguns feridos e mesmo mortos"lO. Propiciam umnovo tip0de festejo ao deslocarempara o Carnaval os folguedos popularesreligiososemnovaco~lforma~ilo. Originalrnentecriaqiiodos baianosda Saude, ja existindo em Salvador em suas primitivas bases,estruturadas a partir dos pastoris e maracatus, que mantiveram aformaprocessional-dramaticae a"pretensBo didaticade transmitirconhecimento"" dos ritos catolicos deprocissaes em louvor aossantos, reconcebidos em "narrativa durante o desfile a partir defiguras e procedimentos repetidos e atuali~ados"'~, com novoenfoquemusical e coreografico, ganham urn sentido mais recreativoe alegorico, musical e artistico, ao serem aceitos pelas elites e seexpandirem pela cidade, ao se tornarem mais ca<strong>rio</strong>cas, perdendoa feiqiio mistico-comunal baiana. Ao se utilizarem de musicos daBanda do Corpo de Bombeiros e dos conjuntos de choros, que,por suaqualidade e infonnaqilo poderiam ser chamados de semieruditos,juntamente com os ritmos pulsantes emitidos pelosbatuqueiros em seus cortejos, combinaqiio essa que imporia umritmo mais lento de desfile do que os s6 batucados, acabam porgerar urn ghero musical novo e especifico, amarcha-rancho, maiscondizente com o requinte dos musicos, sem perda da base ritmicaforte, que marcaraeste tip0 de manifestaqiio.0s ranchos silo chamados pequenas sociedades, emcontraponto as grandes sociedades tradicionais burguesas. Estasdesfilam tradicionalmente na terqa-feira gordana avenidacentral -antes desfilavam narua do Ouvidor - e os ranchos, bem aceitos,passam a desfilar as segundas. Em 1911 o Jornal do Brasil vem apatrocinar os desfiles de ranchos, dando-lhes definitivamente urnafeiqiio competitiva e moderna. A avenida Central torna-se um
- Page 2:
A partir do relato feito em cr6nica
- Page 7 and 8:
P&MIO CARIOCA DE MONOGRAFIA199510 P
- Page 9:
APRESENTACAO, 9PREFACIO, I I0 ENCON
- Page 14 and 15:
vem falar dela e a compartilha ate
- Page 16 and 17:
"corrompido" pel0 popular, nem vice
- Page 19:
Meus agradecimen tos aBeatriz Resen
- Page 23:
NA BOCAMnnuei BandeiraSempre tristi
- Page 26:
margem nem leito, o rio. 0 Rio de J
- Page 29 and 30:
primeira fase do modernismo brasile
- Page 31:
NOTAS1 - BANDEIRA, Manuel. (1958) p
- Page 34 and 35:
sei se exagero dizendo que foi na r
- Page 36 and 37:
e aprendizagem dacidadania, de iden
- Page 38:
naladeirado Curvelo, temacentral em
- Page 41 and 42:
semicolonial, de economiaanirquica,
- Page 43 and 44:
dos patriotismos civicos ufanistas
- Page 45 and 46:
da historia, ao contriu-io das outr
- Page 47 and 48:
aldeia global, para uma reinterpret
- Page 49 and 50:
urn deles urnvalor sirnbolico na co
- Page 51 and 52:
compradas doa compositores desconhe
- Page 53 and 54:
tdcnicacomposicional intuitiva- ou
- Page 55 and 56:
Contudo, o "sentido de reverencia a
- Page 57 and 58:
intenq6es" e que niio se constrange
- Page 59 and 60:
fisico terminal, podem ser situados
- Page 61 and 62:
No caso de Graqa Aranha ha uma hipe
- Page 63 and 64:
apesar da campanha de ridiculo da n
- Page 65 and 66:
15 - BATISTA, Wilson. LP. Se'rie Hi
- Page 67 and 68:
37- MOURA, Roberto. (1983) p.9338-
- Page 69 and 70:
A beleza de IracemaCantando Cumparc
- Page 71 and 72:
fala gostoso oportugues do Brasil")
- Page 73 and 74: em que a Lapa nZio figurava ainda c
- Page 75 and 76: Deus ovalliano, era Ovalle deificad
- Page 77 and 78: samba ser considerado amaxixado: "f
- Page 79 and 80: Q UEM sA"O ELES?Carreiro, olha a ca
- Page 81 and 82: nuidade n8o abandona forqa erotica
- Page 83 and 84: damalandragemmais inteligente e mai
- Page 85 and 86: E o homenzinhoE perigosoSete Coroas
- Page 87 and 88: Marcava tambem, por outro lado, a a
- Page 89 and 90: maticamente, semas de redundiincia
- Page 91 and 92: letras apresentam amodemarealidade
- Page 93 and 94: contratado da laResidencia" numapen
- Page 95 and 96: sonradas por exercerem tal profissi
- Page 97 and 98: eservada aos boernios e outros tipo
- Page 99 and 100: 0 aspect0 sincrktico da cultura urb
- Page 101 and 102: desreprimidas e satinicas que tomam
- Page 103 and 104: de alguma entidade superior ancestr
- Page 105 and 106: Na cr8nica Candomble', usando outra
- Page 107 and 108: Sique, a escurinha de raizes afro-a
- Page 109 and 110: QUEM sA"O ELES? (samba)A Bahia e' b
- Page 111 and 112: 32 - MOURA, Roberto. (1 983) p.4033
- Page 113 and 114: poema, Opd, em sua homenagem. Alvar
- Page 115 and 116: 43 - T INHO~O, Jose Ramos. (1 972)
- Page 117 and 118: CARNAVAL E POESIA NA VIDA CARIOCANe
- Page 119 and 120: de slogans, maximas morais reestrut
- Page 121 and 122: festivo da cidade cosmopolita seja
- Page 123: participaqiio efetiva nas festivida
- Page 127 and 128: a ser o espaqo popular frequentado
- Page 129 and 130: na vida concreta, danqando a vida i
- Page 131 and 132: os laqos comunit~ios e de sangue ex
- Page 133 and 134: freqiienciaafesta tal como ocorrian
- Page 135 and 136: qar-se indignado no tema, que a fes
- Page 137 and 138: arato, como se todos quisessem, emb
- Page 139 and 140: em momentos privilegiados, a ponte
- Page 141 and 142: modinheiros nacionais pop~llares; o
- Page 143 and 144: BURRO DE CARGA(samba)(... )Deus fez
- Page 145 and 146: inquestionaveis, funciona no reino
- Page 147 and 148: Ha tambemum determinado tipo de con
- Page 149 and 150: Ora vejam s6A mulher que ezl arranj
- Page 151 and 152: Ou em Trem de ferro:06.. .Quando me
- Page 153 and 154: CABECA E AS(samba)Nunca mais um car
- Page 155 and 156: Se aqui o clima de magia niio perde
- Page 157 and 158: Sabia, sabib cantou nu mataE anunci
- Page 159 and 160: N6o ha mulciria nem mole'stia de Ch
- Page 161 and 162: 38 - WISNIK, Jose Miguel. (1989) p.
- Page 163 and 164: DUO TEMATICO-ESTIL~STICO:ESTRELA DA
- Page 165 and 166: dialogo, tambem pode nos ajudar com
- Page 167 and 168: Te esperarei corn mafuas novenas ca
- Page 169 and 170: a compreensiio da dubiedade formado
- Page 171 and 172: especie de transe" em confront0 com
- Page 173 and 174: JURA (samba)Jura jura juraPelo Senh
- Page 175 and 176:
de juramento de fidelidade que se m
- Page 177 and 178:
fragment0 de Deus nos livre (... do
- Page 179 and 180:
6 - DICIONARIO Pratico da Biblia Sa
- Page 181 and 182:
17 - Que vale a "nota" sem o carinh
- Page 183 and 184:
\20 - SILVA, Ismael. LP. Se'rie Nov
- Page 185 and 186:
interpessoais tradicionais. E uma c
- Page 187 and 188:
ALENCAR, Edigar de. Nosso Snhd do s
- Page 189 and 190:
CANDIDO, Antonio, CASTELO, Jose Ade
- Page 191 and 192:
LOPEZ, Tele Porto Ancona. Mario de
- Page 193:
SILVA, Maximiano de Carvalho e et a
- Page 196 and 197:
Baudelaire. 166Bernardes, Artur. 84
- Page 198 and 199:
Lamartine das Serenatas (ver Cearen
- Page 200 and 201:
TiaCiata. 83,95,96Tinhoriio Uose Ra
- Page 202 and 203:
COLEC~O BIBLIOTECA CARIOCAA ERA DAS
- Page 204 and 205:
Andrt Gardel nasceu em Canoas, RS,