como Ma<strong>rio</strong> e Drummond tambemparticipavam dessa "demonstragZio"modernista arranjada por Oswald de Andrade com oproprieta<strong>rio</strong> dojornal e que rendeuao poetapelaprimeiravezumdinheiro vindo da literatura.Nopoema Trage'dia <strong>br</strong>asileira, Manuel nos apresenta olado tragico da vida do funciona<strong>rio</strong> publico. Para enfatizar osextremos da situag5o o personagem Misael 6 velho e aprostitutaque ele tiroudaLapaestavaem petiggo de miseria. 0 caso ngo temsoluqgo. Ela, ao se embelezar emelhorar de vida, o trai incessantemente,ele, pacato, mudade lugar paraevitar eschdalo. Ate quea situa@o termina em tragedia, ja anunciadapelo absurd0 de suacondig50 extremada, s6 que salpicada de toques c6micos eestetizantespelanarraq50 e seleg5o vocabular, numaviagem pelasruas do Rio fugindo da cornitude:0s amantes moraram no Estacio, Rocha, Catete, ruaGeneral Pedra, Olaria, Ramos, Bonsucesso, Vila Isabel,ruaMarques de Sapucai,Niteroi, Encantado, rua Clapp,outraveznoEs~cio,Todosos Santos, Caturnbi, Lavradio,Boca do Mato, Invalidos.. .Por fim narua daConstituig20, onde Misael, privadode sentidos e de inteligencia, matou-acorn seis tiros, e apolicia foi encontra-la caidaem decubito dorsal, vestidade organdi azul. j7Diante da situaggo de misiriamoral causadapelo ridiculosocial nem o unjo Misael suporta a press50 e resolve dar fim,"privado de sentidos e de inteligencia", ao que o atormenta. AintroduqZio dapersonalidade prostitutadaLapa, aqui em suaversgosufudu, nos mostra a inexoravel realidade da mulher po<strong>br</strong>e, "comsifilis, dermite nos dedos, uma alianga empenhada e os dentes empeti@o demisCria7', nurnmundo, alCmdepatriarca1, injusto. Muitasvezes essas mulheres tinham aprostituig50 como segundo emprego,como formade alimentar filhos eparentes, sustentando familiasinteiras, n50 sendo, em algumas comunidades, consideradas de-
sonradas por exercerem tal profissiio - como 6 o caso da comunidadeafro-baiananapraga Onze, na qua1 muitas das prostitutas ecafetinas eram respeitadas como tias e miies-de-santo - mas tiiosomente'so<strong>br</strong>evivendonum mundo sem oportunidades iguais.Pnsn'rgndn, Mnngue e mncumbn"Havia, ainda, no Rio de 1920, uns visos de Pasargada(Tinhaalcaloides avontade. Tinhaprostitutas bonitas paraagentenamorar.. .)"j8. A ansialibertiria dos boemios construiu o mito daLapa. 0 paraiso perseguido na aceitagiio de umarealidade <strong>br</strong>asileiratotal. A utopiamoraao lado, C s6 descer a ladeirado Curvelo,desco<strong>br</strong>e Bandeira. A vida dos personagens que habitam aquelesonho de carne e musica pode fazer o poeta esquecer todos osreveses da vidamadrasta. A poesia difusapelos seus cantos maisrec6nditospode salvar urnavida triste numrelance de <strong>br</strong>ilho, numapurailuminaq20 verbal:E quando eu estiver mais tristeMas triste de na"o ter jeitoQuando de noite me derVontade de me matar- Ld sou amigo do rei -Terei a mulher que eu queroNa cama que escolhereiVou-me embora pra PasdrgadaLao poetae arnigo do rei de "outraciviliza~~o", de um outromundo encravado no mesmo mundo, so agora descortinado pelosboemios. Espaqo fisico e onirico - como a Lapa - sugerindo-nosaproximaqBes com realidades concretas, Pasiirgada, na verdade,
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Andrt Gardel nasceu em Canoas, RS,