instituiqaes populares festivas como osrancho:, e tambem em seudesenvolvimento futwo, as escolas de samba. E, naverdade, umafacade dois gumes, pois, se permite avigenciade manifestagdespopularesporurn lado, por outro, podem se tomar excessivamentecivilizadas, sendo melhormanipuladaspelos interesses populistasdo poder.Este tipo de jogo de conveni2ncias entre o artistapopular eo poder, jogo de interesses para ambas as partes, cada qua1buscando urna formade legitimaqiio - social parao artistae politicapara o poder - Sinh6 tambemvivencia. Umdos seus artificios eradedicar musicas apessoas influentes do pe<strong>rio</strong>d0 que porventuraconhecesse, a sociedades recreativas, grupos carnavalescos, etc.0 tango C ~caina~~ e dedicado aRoberto Marinho, e o samba Euouqo falar40, ao doutor Oswald de Andrade, por exemplo. Essesamba, feito para homenagear o candidato da oligarquia, JulioPrestes, a<strong>br</strong>e dialog0 corn outrasmarchinhas do ano de 1929 proou contra o politico, ent5o em campanha. Foi apresentado noTeatro Municipal de Siio Paulo que "esteve em pleno dominio dafu~arca"~', com apresengade autoridades do estado e do municipio.A ironia da situag5o reside no fato de que amaioriados musicosali presentes, acompanhando Sinh6 no conjunto Embaixada doAmor, foram perseguidos pelapoliciapor suacondiq20 de sambistas.Experiencia de perseguiqiio que Sinh6 vivera tambem noiimbito politico por fazer amarchinha satirica Fala baixoJ2, usandoo apelido do entiio presidente Artur Bernardes, Rolinha, paraironizar o estado de censurainstituido naepocade seu <strong>gov</strong>erno.Sinh6, inicialmente ligado ao grupo dos baianos, tem algurntip0 de desentendimento - alguns estudiosos especulam que tenhasido a quest20 da autoria do primeiro samba - e passa a agredi-10sem muitas canqdes, gerando re2spostas, criando aprimeira grandepol~mlcamusical damusicapopular <strong>br</strong>asileira. Naverdade, segundoTinhoriio, essa <strong>br</strong>igaj a explorada comercialmente, marcavao momento de divergencia entre os compositores quecontinuariam amadoristicamente presos as suas raizesfolcloricas (grupos dos baianos, inicialmente ligados aosca<strong>rio</strong>cas Donga e Pixinguinha), e os cornpositoresurbanizados, encaminhados aprofissionaliza$io. 43
Marcava tambem, por outro lado, a afirmaqgo da musicapopular urbana ca<strong>rio</strong>ca, surgida de raiz baiana mas infinitamentemais complexa, em sua sintese de vozes dispersas naciosais eintemacionais, reconcebendo qualquer elemento de sucesso -musica cigana; trecho de operas assobiado nas ruas; os generosnorte-americanos: fox, ragtime, blues, jazz; os tradicionais europeus:valsa, polca, schottish, etc.; a habanera cubana; o tangoargentino; os temas folcloricosnordestinos e sertanejos; pregaes devendedores ambulantes; os vhios tipos de samba e batuques; etc.- a partir dos generos recem-fixados do samba, maxixe e marchinha,de que Sinh8 e o representante mais famoso.Mas ngo foi o fecund0 compositor apenas o fixador dosamba ca<strong>rio</strong>ca. Foi seu grande valorizador. Deu-lheimpulso vital. Espalhou-o pelas mas e das ruas o levou aospalcos e salaes. Tal aceleraqilo lhe imprimiu que o tornounacional, destmindo tabus e que<strong>br</strong>ando barreiras. 44Paratal valoriza@o do sambaca<strong>rio</strong>ca, asua saida do gmpodos baianos foi fundamental, pois o<strong>br</strong>igou-o a afirmar uma diferenqa(produzind0uma saraivada de agressaes e sambas-revide, quegerou um clima de desafeto que acabara por se constituir, noprolongamento de sua carreira, em uma das linhas de fbga tematicamais caracteristicas de sua produ~iio, na qua1 exercitaumaverve depolemista com lingua-de-trapo impagavel). Misto de bairrismoprovinciano com tino comercial cosmopolitaparaurnnovo fil20 queentilo se a<strong>br</strong>iapara adivulgaqiio de musica popular, estas escaramuCaspropiciaram o surgimento de algumas perolas novas emnosso rico cancioneiro; da mesma forma que, mais tarde e pormotivos outros, asrixas musicais entre WilsonBatistaeNoel Rosanos presentearam com verdadeiros classicos do sambaurbano.SinhB produz uma dessas o<strong>br</strong>as-primas ao alargar suasdesaven~as baianas ate a esferapolitica. A figura nacional de RuiBarbosa, que sumira da cena publica ap6s a perda das eleiqaespresidenciais paraEpitacio Pessoa, e o alvo de suacritica sonora.
- Page 2:
A partir do relato feito em cr6nica
- Page 7 and 8:
P&MIO CARIOCA DE MONOGRAFIA199510 P
- Page 9:
APRESENTACAO, 9PREFACIO, I I0 ENCON
- Page 14 and 15:
vem falar dela e a compartilha ate
- Page 16 and 17:
"corrompido" pel0 popular, nem vice
- Page 19:
Meus agradecimen tos aBeatriz Resen
- Page 23:
NA BOCAMnnuei BandeiraSempre tristi
- Page 26:
margem nem leito, o rio. 0 Rio de J
- Page 29 and 30:
primeira fase do modernismo brasile
- Page 31:
NOTAS1 - BANDEIRA, Manuel. (1958) p
- Page 34 and 35:
sei se exagero dizendo que foi na r
- Page 36 and 37: e aprendizagem dacidadania, de iden
- Page 38: naladeirado Curvelo, temacentral em
- Page 41 and 42: semicolonial, de economiaanirquica,
- Page 43 and 44: dos patriotismos civicos ufanistas
- Page 45 and 46: da historia, ao contriu-io das outr
- Page 47 and 48: aldeia global, para uma reinterpret
- Page 49 and 50: urn deles urnvalor sirnbolico na co
- Page 51 and 52: compradas doa compositores desconhe
- Page 53 and 54: tdcnicacomposicional intuitiva- ou
- Page 55 and 56: Contudo, o "sentido de reverencia a
- Page 57 and 58: intenq6es" e que niio se constrange
- Page 59 and 60: fisico terminal, podem ser situados
- Page 61 and 62: No caso de Graqa Aranha ha uma hipe
- Page 63 and 64: apesar da campanha de ridiculo da n
- Page 65 and 66: 15 - BATISTA, Wilson. LP. Se'rie Hi
- Page 67 and 68: 37- MOURA, Roberto. (1983) p.9338-
- Page 69 and 70: A beleza de IracemaCantando Cumparc
- Page 71 and 72: fala gostoso oportugues do Brasil")
- Page 73 and 74: em que a Lapa nZio figurava ainda c
- Page 75 and 76: Deus ovalliano, era Ovalle deificad
- Page 77 and 78: samba ser considerado amaxixado: "f
- Page 79 and 80: Q UEM sA"O ELES?Carreiro, olha a ca
- Page 81 and 82: nuidade n8o abandona forqa erotica
- Page 83 and 84: damalandragemmais inteligente e mai
- Page 85: E o homenzinhoE perigosoSete Coroas
- Page 89 and 90: maticamente, semas de redundiincia
- Page 91 and 92: letras apresentam amodemarealidade
- Page 93 and 94: contratado da laResidencia" numapen
- Page 95 and 96: sonradas por exercerem tal profissi
- Page 97 and 98: eservada aos boernios e outros tipo
- Page 99 and 100: 0 aspect0 sincrktico da cultura urb
- Page 101 and 102: desreprimidas e satinicas que tomam
- Page 103 and 104: de alguma entidade superior ancestr
- Page 105 and 106: Na cr8nica Candomble', usando outra
- Page 107 and 108: Sique, a escurinha de raizes afro-a
- Page 109 and 110: QUEM sA"O ELES? (samba)A Bahia e' b
- Page 111 and 112: 32 - MOURA, Roberto. (1 983) p.4033
- Page 113 and 114: poema, Opd, em sua homenagem. Alvar
- Page 115 and 116: 43 - T INHO~O, Jose Ramos. (1 972)
- Page 117 and 118: CARNAVAL E POESIA NA VIDA CARIOCANe
- Page 119 and 120: de slogans, maximas morais reestrut
- Page 121 and 122: festivo da cidade cosmopolita seja
- Page 123 and 124: participaqiio efetiva nas festivida
- Page 125 and 126: civilizatorios recorrentes nos disc
- Page 127 and 128: a ser o espaqo popular frequentado
- Page 129 and 130: na vida concreta, danqando a vida i
- Page 131 and 132: os laqos comunit~ios e de sangue ex
- Page 133 and 134: freqiienciaafesta tal como ocorrian
- Page 135 and 136: qar-se indignado no tema, que a fes
- Page 137 and 138:
arato, como se todos quisessem, emb
- Page 139 and 140:
em momentos privilegiados, a ponte
- Page 141 and 142:
modinheiros nacionais pop~llares; o
- Page 143 and 144:
BURRO DE CARGA(samba)(... )Deus fez
- Page 145 and 146:
inquestionaveis, funciona no reino
- Page 147 and 148:
Ha tambemum determinado tipo de con
- Page 149 and 150:
Ora vejam s6A mulher que ezl arranj
- Page 151 and 152:
Ou em Trem de ferro:06.. .Quando me
- Page 153 and 154:
CABECA E AS(samba)Nunca mais um car
- Page 155 and 156:
Se aqui o clima de magia niio perde
- Page 157 and 158:
Sabia, sabib cantou nu mataE anunci
- Page 159 and 160:
N6o ha mulciria nem mole'stia de Ch
- Page 161 and 162:
38 - WISNIK, Jose Miguel. (1989) p.
- Page 163 and 164:
DUO TEMATICO-ESTIL~STICO:ESTRELA DA
- Page 165 and 166:
dialogo, tambem pode nos ajudar com
- Page 167 and 168:
Te esperarei corn mafuas novenas ca
- Page 169 and 170:
a compreensiio da dubiedade formado
- Page 171 and 172:
especie de transe" em confront0 com
- Page 173 and 174:
JURA (samba)Jura jura juraPelo Senh
- Page 175 and 176:
de juramento de fidelidade que se m
- Page 177 and 178:
fragment0 de Deus nos livre (... do
- Page 179 and 180:
6 - DICIONARIO Pratico da Biblia Sa
- Page 181 and 182:
17 - Que vale a "nota" sem o carinh
- Page 183 and 184:
\20 - SILVA, Ismael. LP. Se'rie Nov
- Page 185 and 186:
interpessoais tradicionais. E uma c
- Page 187 and 188:
ALENCAR, Edigar de. Nosso Snhd do s
- Page 189 and 190:
CANDIDO, Antonio, CASTELO, Jose Ade
- Page 191 and 192:
LOPEZ, Tele Porto Ancona. Mario de
- Page 193:
SILVA, Maximiano de Carvalho e et a
- Page 196 and 197:
Baudelaire. 166Bernardes, Artur. 84
- Page 198 and 199:
Lamartine das Serenatas (ver Cearen
- Page 200 and 201:
TiaCiata. 83,95,96Tinhoriio Uose Ra
- Page 202 and 203:
COLEC~O BIBLIOTECA CARIOCAA ERA DAS
- Page 204 and 205:
Andrt Gardel nasceu em Canoas, RS,