significa qualquer pretensiio de realizar uma critica urtisticu,impressionists ou criutivu, mas apenas de querer participar daconversa mais ativamente, numa convivencia depruqupziblica,mais fumiliur que se estende tambCm agora a quem apresenta oencontro, mestre-sala do espetaculo simbolico ...Antes de apresentarmos a analise do poema e das letras,algumas consideraqiies gerais, de ordem metodologica e deespecificiaade de criaq8o de cada iimbito poetico envolvido nodialogo, se fazem necessarias.A primeira delas diz respeito ao fato de Sinh6 ter sido umcompositor de musica popular, ter centralizado seu trabalho napalavra cantada, dependente de melodia e arranjo orquestral,propria da concepqiio geral do genero poetico canqiio, e estarsendo utilizado em rlossa analise basicarnente como letrista, jaqueo uso da terminologia tecnica musical que poderia solucionar oproblema da apresentaqiio de suas canqiies, num espectro expressivomais complete, foi por nos descartado por nos parecerenfadonho e pouco operacionalizante paraum trabalho que se querde literatura comparada. A situaqiio se agrava se pensarmos queexiste umamugiunas letras de canqiies, muitas vezes tidas comofracas, n8o nos dizendo nada no papel, mas ganhando vulto, cor,densidade e beleza ao serem ouvidas - afinal a finalidade ultima daarte dacanq50, movimento integrado de letra, melodiae arranjo.Contudo, niio nos eximindo da responsabilidade de estarmosanalisando a o<strong>br</strong>a do compositor p<strong>rio</strong>rizando apenas umade suasfaces expressivas, procuramos suprir essa fultu com algumassoluqiies curnuvulizuntes, como, por exemplo, a de misturaracentos interpretativos e ler a rnusica implicita num poema deBandeira ou utilizar a instrumentaqgo tecnico-literkiana abordagemdas letras de um compositor que niio se considerava nem"poeta nem literato"?.0 metodo de aproximaqiio das o<strong>br</strong>as, ao ter o poema deBandeira, mais integro expressivamente, criado para ser lido (oureconcebido a partir de melodias de algum compositor, o que nostraria o mesmo problema, ou ainda recitado, exigindo novosrecursos signicos proximos aos dos interpretes de canqiies, taiscomo universo gestual, histriijnico, cenkio, arnbisncia, tonalidadeemotiva, tipicos da realidade dramatica), como eixo central do
dialogo, tambem pode nos ajudar como soluqiio para afalta.E importante esclarecer melhorpor que o metodo de origem,de iniciagiio ao encontro tematico-estilistico partira da analise dopoema Estrelu du rnanh4 de Bandeira. Afora o motivo acimareferido, dois outros merecem ser explicitados.0 primeiro diz respeito ao fato de que as referencias quetemos so<strong>br</strong>e a ocorrenciareal do encontro advirem das cr6nicasescritaspor Bandeira, n8o havendo qualquer registro de menqiiodo mesmo por Sinh6, o que nos pennite uma especie de transpo- .siqiio, a partir de uma mesma voz, a de Manuel Bandeira, doregistro em cr6nica do encontro factual para o irnagin&io, conformedissemos, mais efetivo em seu circuit0 comunicativo: os paradigmastematicos e procedimentos estilisticos colhidos napoesiade Bandeira,servindo de nucleo girato<strong>rio</strong> para as replicas danqantes deSinh<strong>6.</strong>0 outro motivo tem suas bases num fator estrutural. Nascomposiq6es de Sinh6, diferentemente das de Bandeira, os aspectoscondizentes corn a concepqiio de poesia como maquina ludica,comum aos dois, estiio expostos na maior parte das vezesdescarnadarnente, mostrando os ossos estruturais, as peqas damaquina em funcionamento (embora outras vezes, como no casoda letrade Jura, totalmente arranjada, hajaunidade e organicidade),desvelando uma densidade ludica mais explicita, com unidadesintercambiaveis mais independentes.Optamos, comisso, por empregarestes aspectos no dialogodo encontro tambem de mod0 fragmentii<strong>rio</strong>, em suaautonomia deelemento particular que exp6e amultiplicidade ordenada de algumasde suas composiq6es montagem ou colagem. 0 que n5o abalaem nada a concepgiio criativa de Sinh6, antes a qualifica comomoderna, cinematografica (intuitivamente ou niio, por acaso ouniio), deixando a diregiio da caminhada, a base da conversa nasmiios dapoesiaque jamais perde aaurade objeto integro, redondo,que exp6e suas estruturas veladamente, que, ao se desnudar,sempre deixauma pep intima sutil, miste<strong>rio</strong>sa, oculta, mesmo nasinteng6es pletoricas de versos livres de f6lego de sete vidas, nassinteses modernistas mais pontiagudas ouno uso precis0 do versotradicional por Bandeira.
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