das" e um senhor advertir " que balaes siio proibidos pelasposturasmuni~ipais./~le, foi subindo ... muito serenarnente ... paramuito longe.. ./Niio caiunaruado Sabiio./Caiumuito longe ... Caiuno mar, - nas aguas puras do alto mar." 51 0 poema e de umabeleza insuperavel onde temos "todaumavidaque podia ter sidoe niio foi", re<strong>br</strong>ilhando em meio aos modernos moleques numaqmbiencia de sonho, crueldade e suavidade doce.No poema CarnelGs, o poetaapresenta os subempregadosque siio a alegria da crianqada, os demiurgos "de inutilidades" deummundo util~tii<strong>rio</strong> e pragmhtico, que "ensinamno tumult0 das ruasos mitos heroicos dameninice. ..", nummundo burgues sem heroise de mesquinhas arnbiqaes materiais, dando "aos homens quepassam preocupados ou tristes uma liqiio de inf8n~ia"~~. Ascrianqas po<strong>br</strong>es e seus benfeitores camel6s siio tiio heroicasquanto os sambistas e malandros dos monos "lendh<strong>rio</strong>s", compondoavisiio romhticado poeta. Romantismo porem largamentearraigado na cultura popular urbana ca<strong>rio</strong>ca, nem Idade Mediaeuropeianem indio <strong>br</strong>anqueado, que transformaem herois os quecultuam a alegria, a festa, a espontaneidade, a ingenuidade, oprazer de viver mesmo em condig6es sub-humanas, estabelecidaspel0 menosprezo das elites do poder.0 universo dos pequenos funciona<strong>rio</strong>s da classe mediabaixa, naturalmente mistwados as carnadas mais po<strong>br</strong>es dapopulaqiio,nas vivencias comuns de festas e crenqas religiosas oficiosas,se apresenta na cr8nica GoZpe do chape'u e no poema Tragkdia<strong>br</strong>asileira, apartir daparticipaqiio dessaspessoas navida boemia.Na cr8nicaniio ocorre aidentificaqiio de Bandeiracom osmeninos nem a adrniragiio de heroism0 de fe e felicidade malandraem meio a.misCria. Haapenas, o prazer em contar fatos anedoticosvividos por tipos insolitos e comuns a um so tempo, que n2oconseguiramp livre trhsito entre os espaqos do trabalho e da festaque Ovalle conseguiu, e que tem geralmente uma dupla vidaconflitante, a boemia e a regular. Num tom machadianosaborosissimo, misturando comenta<strong>rio</strong>s marginais comuma finaironiarecheadade cinismo na conduqiio da historia, Bandeiranosapresenta o "subchefe do laborato<strong>rio</strong> dePesquisas Clinicas", "odesarranchado da 2" Bateria Isolda de Costa" e "o ajudante
contratado da laResidencia" numapensgo daLapa lapelas duase meia da manh5 num "ambiente que, de resto, favorecia asil~minaq6es"~~. Aestoriaseresume aumadesfeitado combinadopor parte de um dos personagens de pagar a parte dos outros nobordel, saindo a francesa, porem esquecendo capa e chapeu nolocal. A roupa C fina e de grande valor, fazendo com que os dois,apos se livrarem da enrascada, dessem aum vagabundo em trocade seus apetrechos velhos e gastos a indumentaria fina do outro,como formade vinganqa. No dia seguinte, no trabalho, entregarn aoamigo prevaricador, com acara-de-paumais deslavada, os traposdo vagabundo como se fossem as suas roupas caras. Este episodio,junto corn Reis vagabundos, segundo Bandeira, narrados domod0 como foram, deram a amigos seus a impress50 de quepoderiaescrever contos, ao que o poetaretruca: "Mas eu 6 que seique n2o nasci com bossa para isso" 54. Apos varias tentativas opoeta realmente desiste; mas, que s5o narrativas no nivel deMachado, la isso s%o.0 localil'em que os dois amigos encontram o vagabundo(personagens tambemdacr6nica Reis vagabundos, num procedimentode auto-referencia interna da o<strong>br</strong>a que marca ainda seuspoemas, procedimento tambem utilizado por Sinh6 ao resgatarfiases inteiras de sua propria autoria, ou apenas palavras marcantes,em novas musicas) e o Lamas, ponto de encontro inevitavel dosboemios ao fim-de-noite apos as farras. Outro ponto fundamental,citado por Aqigucci como "cadinhos de relag6es importantes,pessoais e sociais" da "experiencia coletiva dos modernistas",fieqiientado pelos boemios artisticos ca<strong>rio</strong>cas, entre eles Bandeira,e o restaurante Reis, cujo "grosso da freguesia erade motoristase carroceiros, a quernvieram, com tempo e ngo sei corno, juntarsejornalistas, escritores, artistas ou simples boemios" 55. Nestepolo dernisturas criativas vivenciais, Bandeirae seus amigos tinhamcomo menu inyariavel o prato bife amodadacasa, nome que acabapor dar a uma de suas cr6nicas escrita para a seg5o Mes Modernistado jornal A Noite, em 1925. Era o prato "de resistencia" do. restaurante e tinhade tudo, "eraumamixordia, que entupia. Assima minha colabyrag50 onde havia um cocain6mano que rezava: '0po nosso de cada dia nos dai hoje ...' "5<strong>6.</strong> Outros colaboradores
- Page 2:
A partir do relato feito em cr6nica
- Page 7 and 8:
P&MIO CARIOCA DE MONOGRAFIA199510 P
- Page 9:
APRESENTACAO, 9PREFACIO, I I0 ENCON
- Page 14 and 15:
vem falar dela e a compartilha ate
- Page 16 and 17:
"corrompido" pel0 popular, nem vice
- Page 19:
Meus agradecimen tos aBeatriz Resen
- Page 23:
NA BOCAMnnuei BandeiraSempre tristi
- Page 26:
margem nem leito, o rio. 0 Rio de J
- Page 29 and 30:
primeira fase do modernismo brasile
- Page 31:
NOTAS1 - BANDEIRA, Manuel. (1958) p
- Page 34 and 35:
sei se exagero dizendo que foi na r
- Page 36 and 37:
e aprendizagem dacidadania, de iden
- Page 38:
naladeirado Curvelo, temacentral em
- Page 41 and 42: semicolonial, de economiaanirquica,
- Page 43 and 44: dos patriotismos civicos ufanistas
- Page 45 and 46: da historia, ao contriu-io das outr
- Page 47 and 48: aldeia global, para uma reinterpret
- Page 49 and 50: urn deles urnvalor sirnbolico na co
- Page 51 and 52: compradas doa compositores desconhe
- Page 53 and 54: tdcnicacomposicional intuitiva- ou
- Page 55 and 56: Contudo, o "sentido de reverencia a
- Page 57 and 58: intenq6es" e que niio se constrange
- Page 59 and 60: fisico terminal, podem ser situados
- Page 61 and 62: No caso de Graqa Aranha ha uma hipe
- Page 63 and 64: apesar da campanha de ridiculo da n
- Page 65 and 66: 15 - BATISTA, Wilson. LP. Se'rie Hi
- Page 67 and 68: 37- MOURA, Roberto. (1983) p.9338-
- Page 69 and 70: A beleza de IracemaCantando Cumparc
- Page 71 and 72: fala gostoso oportugues do Brasil")
- Page 73 and 74: em que a Lapa nZio figurava ainda c
- Page 75 and 76: Deus ovalliano, era Ovalle deificad
- Page 77 and 78: samba ser considerado amaxixado: "f
- Page 79 and 80: Q UEM sA"O ELES?Carreiro, olha a ca
- Page 81 and 82: nuidade n8o abandona forqa erotica
- Page 83 and 84: damalandragemmais inteligente e mai
- Page 85 and 86: E o homenzinhoE perigosoSete Coroas
- Page 87 and 88: Marcava tambem, por outro lado, a a
- Page 89 and 90: maticamente, semas de redundiincia
- Page 91: letras apresentam amodemarealidade
- Page 95 and 96: sonradas por exercerem tal profissi
- Page 97 and 98: eservada aos boernios e outros tipo
- Page 99 and 100: 0 aspect0 sincrktico da cultura urb
- Page 101 and 102: desreprimidas e satinicas que tomam
- Page 103 and 104: de alguma entidade superior ancestr
- Page 105 and 106: Na cr8nica Candomble', usando outra
- Page 107 and 108: Sique, a escurinha de raizes afro-a
- Page 109 and 110: QUEM sA"O ELES? (samba)A Bahia e' b
- Page 111 and 112: 32 - MOURA, Roberto. (1 983) p.4033
- Page 113 and 114: poema, Opd, em sua homenagem. Alvar
- Page 115 and 116: 43 - T INHO~O, Jose Ramos. (1 972)
- Page 117 and 118: CARNAVAL E POESIA NA VIDA CARIOCANe
- Page 119 and 120: de slogans, maximas morais reestrut
- Page 121 and 122: festivo da cidade cosmopolita seja
- Page 123 and 124: participaqiio efetiva nas festivida
- Page 125 and 126: civilizatorios recorrentes nos disc
- Page 127 and 128: a ser o espaqo popular frequentado
- Page 129 and 130: na vida concreta, danqando a vida i
- Page 131 and 132: os laqos comunit~ios e de sangue ex
- Page 133 and 134: freqiienciaafesta tal como ocorrian
- Page 135 and 136: qar-se indignado no tema, que a fes
- Page 137 and 138: arato, como se todos quisessem, emb
- Page 139 and 140: em momentos privilegiados, a ponte
- Page 141 and 142: modinheiros nacionais pop~llares; o
- Page 143 and 144:
BURRO DE CARGA(samba)(... )Deus fez
- Page 145 and 146:
inquestionaveis, funciona no reino
- Page 147 and 148:
Ha tambemum determinado tipo de con
- Page 149 and 150:
Ora vejam s6A mulher que ezl arranj
- Page 151 and 152:
Ou em Trem de ferro:06.. .Quando me
- Page 153 and 154:
CABECA E AS(samba)Nunca mais um car
- Page 155 and 156:
Se aqui o clima de magia niio perde
- Page 157 and 158:
Sabia, sabib cantou nu mataE anunci
- Page 159 and 160:
N6o ha mulciria nem mole'stia de Ch
- Page 161 and 162:
38 - WISNIK, Jose Miguel. (1989) p.
- Page 163 and 164:
DUO TEMATICO-ESTIL~STICO:ESTRELA DA
- Page 165 and 166:
dialogo, tambem pode nos ajudar com
- Page 167 and 168:
Te esperarei corn mafuas novenas ca
- Page 169 and 170:
a compreensiio da dubiedade formado
- Page 171 and 172:
especie de transe" em confront0 com
- Page 173 and 174:
JURA (samba)Jura jura juraPelo Senh
- Page 175 and 176:
de juramento de fidelidade que se m
- Page 177 and 178:
fragment0 de Deus nos livre (... do
- Page 179 and 180:
6 - DICIONARIO Pratico da Biblia Sa
- Page 181 and 182:
17 - Que vale a "nota" sem o carinh
- Page 183 and 184:
\20 - SILVA, Ismael. LP. Se'rie Nov
- Page 185 and 186:
interpessoais tradicionais. E uma c
- Page 187 and 188:
ALENCAR, Edigar de. Nosso Snhd do s
- Page 189 and 190:
CANDIDO, Antonio, CASTELO, Jose Ade
- Page 191 and 192:
LOPEZ, Tele Porto Ancona. Mario de
- Page 193:
SILVA, Maximiano de Carvalho e et a
- Page 196 and 197:
Baudelaire. 166Bernardes, Artur. 84
- Page 198 and 199:
Lamartine das Serenatas (ver Cearen
- Page 200 and 201:
TiaCiata. 83,95,96Tinhoriio Uose Ra
- Page 202 and 203:
COLEC~O BIBLIOTECA CARIOCAA ERA DAS
- Page 204 and 205:
Andrt Gardel nasceu em Canoas, RS,