13.07.2015 Views

6. - rio.rj.gov.br

6. - rio.rj.gov.br

6. - rio.rj.gov.br

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

em musica nacional <strong>br</strong>asileira e ocupasse um lugar aindahoje central - mesmo se tratando de uma cidadeseriamente "partida" - na definiqiio da cultura ca<strong>rio</strong>ca. 0encontro entre Manuel Bandeira e Sinh6, estudado porAndre Gardel, e um exemplo perfeito de como, no Rio deJaneiro, as diferen~as resistiram (sem constituirmovimentos institucionalizados de resistencia) aguetifica~iio cultural, possibilitando todo tipo de"mestiqagens" culturais ou transculturalismos.Talvez o maior merito de 0 encontro entre Bandeirae Sinhd seja mostrar que os pontos de contato entre osmundos culturais diversos niio aconteciam apenas em. bares da Lapa ou nas orgias do Mangue, mas tambem napropria escritura da poesia de Manuel Bandeira e dasletras de Sinh<strong>6.</strong> Niio que exista uma obvia influenciamutua entre os dois autores. As semelhan~asiio mais sutise mais decisivas. As semelhan~as est8o naquilo que AndriGardel t8o bem denominou de "poetica esperta". Bandeirae Sinho usam e abusam, modernamente (corno n8opoderia deixar de ser, pois quem disse que so os eruditostem o direito e o dever da modernidade?), de recursoslitera<strong>rio</strong>s vanguardistas como a citaqiio e a colagem. Decerta forma, eles Em, no territo<strong>rio</strong> da linguagem, a mesmaatitude que na vida cotidiana: juntam elementos e mundosde significado de procedencias muitas vezesaparentemente inconciliaveis. Manuel Bandeira definiuSinh6 como "o tra~o mais expressivo ligando os poetas, osartistas, a sociedade fina e culta as camadas profundas darale urbana7'. Ninguem deve ter duvida de que essadefini~iio tambem caia como uma luva so<strong>br</strong>e ManuelBandeira e a maioria de seus amigos modernistas ca<strong>rio</strong>cas.Outro ponto importante que Andre Gardel fazquestiio de deixar explicit0 e a inexistkncia de uma maiororiginalidade, pureza ou autenticidade tanto no lado"erudito7' quanto no lado "popular". Nem a poesia seaproveita do samba, nem o samba se aproveita da poesia.0 caminho e de miio dupla: "E o lob0 que come o lobo. Aco<strong>br</strong>a que come a co<strong>br</strong>a." Niio existe o erudito sem estar

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!