Um poeta à sombra da estante - Academia Brasileira de Letras
Um poeta à sombra da estante - Academia Brasileira de Letras
Um poeta à sombra da estante - Academia Brasileira de Letras
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Tania Franco CarvalhalVinte e três anos <strong>de</strong> fi<strong>de</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> ao estudo <strong>da</strong> obra machadiana estãorepresentados no volume <strong>de</strong> 58. De acordo com a indicação quetitula ca<strong>da</strong> bloco, o primeiro correspon<strong>de</strong> ao ensaio <strong>de</strong> 35, que, juntamentecom o <strong>de</strong> Lúcia Miguel Pereira, em 1936, significa uma ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iracisão na crítica machadiana. Abandonando o Machado oficial,e sob a ótica do “homem subterrâneo” <strong>de</strong> Dostoievski, Meyerprocura <strong>de</strong>svelar o que para ele se oculta na trama <strong>da</strong> obra. Além disso,ao aproximá-lo <strong>de</strong> um gran<strong>de</strong> autor <strong>da</strong> literatura oci<strong>de</strong>ntal, situaMachado em outra dimensão que não apenas a <strong>da</strong> literatura brasileira.Esta seria uma preocupação constante, manifesta<strong>da</strong> igualmenteno confronto com Sterne, Xavier <strong>de</strong> Maistre, Lawrence e Swift, nosestudos <strong>de</strong> 22 e que estaria, certamente, relaciona<strong>da</strong> com a posição“única” que lhe atribuía no contexto nacional. Como dirá mais tar<strong>de</strong>:“Se não possui a frescura alencarina, por exemplo, o dom generoso<strong>da</strong> fantasia areja<strong>da</strong> e plástica, soube suprir a falta com o métodomais rigoroso <strong>de</strong> composição; transformou uma prosa <strong>de</strong> aparênciamo<strong>de</strong>sta e remedia<strong>da</strong> num riquíssimo instrumento <strong>de</strong> sugestões emodulações.” 1010 Meyer,Augusto, 1958,p. 221.Segue-se o estudo <strong>de</strong> 1947, sob a inspiração <strong>da</strong> crítica <strong>de</strong> Alci<strong>de</strong>sMaya. O terceiro e último conjunto, globalmente <strong>de</strong>signado <strong>de</strong>“Presença <strong>de</strong> Machado <strong>de</strong> Assis. 1938-1958” compreen<strong>de</strong> estudosincluídos em À <strong>sombra</strong> <strong>da</strong> <strong>estante</strong> (1947), mas produzidos bem antes.Integra ain<strong>da</strong> outros publicados em Preto & branco (1956) e alguns <strong>de</strong>1958, como as partes <strong>de</strong> um alentado ensaio que, com o título “DeMachadinho a Brás Cubas”, apareceu na Revista do Livro do InstitutoNacional do Livro, em 11 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1958, edição especial comemorativado cinqüentenário <strong>da</strong> morte <strong>de</strong> Machado <strong>de</strong> Assis. Nolivro <strong>da</strong> São José, esse texto está <strong>de</strong>sdobrado em três, intitulados res-36