13.07.2015 Views

Um poeta à sombra da estante - Academia Brasileira de Letras

Um poeta à sombra da estante - Academia Brasileira de Letras

Um poeta à sombra da estante - Academia Brasileira de Letras

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Luís Augusto Fischer<strong>de</strong>s, particularmente em função <strong>de</strong> duas coor<strong>de</strong>na<strong>da</strong>s, fáceis <strong>de</strong> mencionare certamente difíceis <strong>de</strong> diagnosticar – a excelência estética e arelevância sociológica <strong>da</strong> literatura. Para dizer <strong>de</strong> modo sintético epoupar o tempo <strong>da</strong> platéia, diria que meu ponto <strong>de</strong> vista trata <strong>de</strong> enxergaro caminho formativo <strong>da</strong>s coisas, usado o adjetivo no sentidopostulado por Antonio Candido em várias partes, nomea<strong>da</strong>menteem sua Formação <strong>da</strong> literatura brasileira. Espero não cometer injustiçascom nenhum <strong>de</strong>les.Assim, o que teremos nos próximos minutos é um programacomposto <strong>de</strong>: (a) um pequeno quadro <strong>de</strong> aferição <strong>da</strong> mentali<strong>da</strong><strong>de</strong>analítica <strong>de</strong> Augusto Meyer, o que se po<strong>de</strong>ria talvez nomear pomposamentecomo a epistemologia <strong>de</strong> nosso ensaísta; (b) diagnóstico dotratamento dispensado a Meyer às questões do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul,que se acompanha <strong>de</strong> certo quadro <strong>da</strong>s referências em que ele se movimentanessa matéria gaúcha, nessa época; e (c), finalmente, um comentáriosobre o alcance e a vigência <strong>de</strong> tal tratamento e <strong>de</strong> tais referênciasno <strong>de</strong>bate contemporâneo. A pretensão é muita, meu talentopouco, o tempo escasso; só resta esperar que a generosi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> platéiaseja suficiente para chegarmos ao termo <strong>de</strong>ste passeio. A1 Barbosa, JoãoAlexandre, Textoscríticos, p. 22.Doravante,mencionaremosessa edição comoTC, seguido donúmero <strong>da</strong>página.Iniciemos por aqui: a um leitor atento <strong>da</strong> obra <strong>de</strong> Meyer po<strong>de</strong>ráparecer um disparate o dizer que não alimentava ele o gosto pelas totalizações,se pusermos em <strong>de</strong>staque uma passagem <strong>de</strong> seu ensaio“Ciência e espírito histórico” em que o autor <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> a superiori<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>da</strong> história “para alcançar a suma dos conhecimentos humanos”. 1Sua visão, parece, está atravessa<strong>da</strong> <strong>de</strong> i<strong>de</strong>alismo, em vários sentidos<strong>da</strong> palavra, i<strong>de</strong>alismo que ao longo do tempo – o ensaio <strong>de</strong> que tratamosaqui é <strong>de</strong> 1947 – Meyer parece abandonar em favor <strong>de</strong> mais ceticismoe mesmo <strong>de</strong> mais materialismo filosófico; i<strong>de</strong>alismo que48

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!