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relações mundo da vida e cultura no processo educativo

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11581Ca<strong>da</strong> contexto é um <strong>mundo</strong> <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>, que emprega um saber comum e é umacomuni<strong>da</strong>de de saber. O <strong>mundo</strong> <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> compreende a reserva <strong>da</strong>s evidências ou <strong>da</strong>sconvicções experientcia<strong>da</strong>s que os participantes na comunicação utilizam <strong>no</strong> <strong>processo</strong>cooperativo de interpretação. É o universo do senso comum, aceito na ativi<strong>da</strong>de socialcotidiana e problematizável.Habermas vê que <strong>mundo</strong> <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> e sistema são duas reali<strong>da</strong>des distintas: o sistemarefere-se às implicações funcionais <strong>da</strong>s ações para a reprodução de uma socie<strong>da</strong>dedetermina<strong>da</strong>. Já o <strong>mundo</strong> <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> contribui para manter a identi<strong>da</strong>de social e individual aoorganizar a ação em tor<strong>no</strong> de valores compartilhados, com o objetivo de alcançar um acordosobre aspectos de vali<strong>da</strong>de que são passíveis de crítica. Pelo <strong>mundo</strong> <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> os sujeitoschegam à compreensão compartilha<strong>da</strong> do <strong>mundo</strong>, pois o <strong>mundo</strong> <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>Não somente forma o contexto para os <strong>processo</strong>s de entendimento mútuo, mastambém fornece os recursos para isso. O <strong>mundo</strong> <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> comum a ca<strong>da</strong> caso ofereceuma provisão de obvie<strong>da</strong>des <strong>cultura</strong>is donde os participantes <strong>da</strong> comunicação tiramseus esforços de interpretação os modelos de exegese consentidos. (HABERMAS,1989, p. 166)Evidencia-se que os saberes que emanam do <strong>mundo</strong> <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> são diferentes <strong>da</strong>quelessaberes de natureza estritamente teórica. A diferença está em que estes podem serfun<strong>da</strong>mentados.O pensamento habermasia<strong>no</strong>, portanto, promove resgate aos valores sócio-<strong>cultura</strong>isem qualquer comuni<strong>da</strong>de comunicativa, mesmo na comuni<strong>da</strong>de escolar. Construir <strong>no</strong>vossaberes, então, pressupõe levar em conta o <strong>mundo</strong> <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>. Tal postura encaminha a discussão<strong>no</strong> sentido de <strong>da</strong>r <strong>no</strong>vo significado ao currículo escolar, tanto expresso quanto o vivido <strong>no</strong>sdiferentes espaços e tempos <strong>da</strong> escola.Só os limitados fragmentos do <strong>mundo</strong> <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> que caem dentro do horizonte de umasituação constituem um contexto de ação orienta<strong>da</strong> ao entendimento, que pode sertematizado e aparecer sob a categoria de saber. Da perspectiva centra<strong>da</strong> na situação,o <strong>mundo</strong> <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> aparece como depósito de auto-evidências ou de convicçõesinquestiona<strong>da</strong>s, <strong>da</strong>s quais os participantes na comunicação fazem uso <strong>no</strong>s <strong>processo</strong>scooperativos de interpretação. Mas só quando se tornam relevantes para umasituação [...] podem determina<strong>da</strong>s auto-evidências ser mobiliza<strong>da</strong>s em forma de umsaber sobre o qual existe consenso e que ao mesmo tempo é suscetível deproblematização. (HABERMAS, 1987, p. 176)

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