feita de maneira dispersa. Não há umórgão público, associação ou empresaencarregada de coletar esses resíduos. Apopulação, em geral, não está ciente daresolução, com força de lei, que obriga adevolução de alguns tipos de pilhas ebaterias, nem se possui algum dos tiposdestas, as quais não podem serdispostas com o lixo doméstico(REIDLER, 20<strong>02</strong>).A Resolução n. 257 do Conama, aregulamentar o descarte de pilhas ebaterias, não estabelece metas específicaspara a coleta das pilhas e baterias queprecisam ser coletadas, como acontecena Europa, fazendo com que o esforçopara a coleta não seja tão eficiente edeixa a resolução mais branda.Geralmente, as empresasimportadoras de baterias de NiCdapenas as recebem usadas, caso ocidadão a devolva, e somente a aceitamquando é da mesma marca, ficando acargo daquele “descobrir” como devolvêla,quando isso é possível. Não há umacampanha de conscientização queinforme e incentive as pessoas aencaminharem suas baterias esgotadaspara as assistências técnicas da marcautilizada.As baterias de telefone celular foramas mais evidenciadas, pois quem possuium desses aparelhos sabe danecessidade de recarregarperiodicamente e até, eventualmente,trocar a bateria. Entretanto, existemoutros produtos eletroeletrônicos osquais podem conter baterias de NiCd emseu interior, como brinquedos, luzes deemergência, ferramentas sem fio,telefones sem fio, filmadoras, notebooks euma infinidade de equipamentos combaterias recarregáveis, cujos donos nãosabem qual o tipo de bateria instaladaem seu aparelho nem mesmo se elaexiste.As baterias de NiCd de uso domésticoestão sendo substituídas pelas de NiMHe íons de lítio. Como dito anteriormente,estas, apesar de serem consideradasmenos agressivas ao meio ambiente,ainda não contam com um processo dereciclagem consagrado, como no casodas de NiCd, além de terem um customais elevado para o consumidor.O atual modelo de gestão de bateriasno Brasil possui as contradições e falhasapontadas, mas não se pode tirar omérito do Conama na iniciativa, pioneirana América Latina.Contudo, ao contrário do queacontece em outros países, notadamenteEstados Unidos e Europa, a possuíremlegislação específica sobre baterias,a legislação nacional não promoveu areciclagem, nem mesmo das quesofreram maiores restrições (como as dechumbo-ácido e de NiCd). Talvez aprincipal conseqüência seja odesaparecimento do mercado dasbaterias de NiCd usadas para telefoniacelular. Todavia, elas ainda são usadasem outras aplicações.O banimento do cádmio,preconizado por algumas diretivaseuropéias, aparentemente está cada diamais longe de ser viável(LETSRECYCLE.COM, 20<strong>02</strong>). Acrescentesea isso o fato de as baterias de NiCdserem as únicas a passarem porprocessos estabelecidos para suareciclagem. Apesar do potencial poluidormaior do das baterias de NiMH e deíons de lítio, as de NiCd têm um ciclo devida mais fechado e, conseqüentemente,podem ser consideradas mais“sustentáveis” que as concorrentes.Acrescente-se ainda a necessidade daadoção de um modelo de crescimentosustentável para o setor de energia.Nesse caso, as baterias industriais deNiCd ainda são uma das principaisalternativas, uma vez que os sistemasmais novos (NiMH e íons de lítio) aindaestão longe de apresentarem as mesmascaracterísticas de desempenho.Portanto, uma das alternativas para seavançar na direção de umdesenvolvimento sustentável nesse setorseria a elaboração de metas específicasde reciclagem, tal como aconteceatualmente para os pneus (Resoluçãon. 258), associada a uma estrutura degerenciamento e promoção da coleta ereciclagem de todos os tipos de baterias,ficando os custos desse sistemaembutidos nos produtos.Tais ações propiciariam não apenas aimplementação de sistemas deeducação, coleta e reciclagem, mastambém o desenvolvimento de novasbaterias mais facilmente recicláveis econtendo menores quantidades demetais tóxicos.BIBLIOGRAFIAADAMS, P. A.; AMOS, C. K. Batteries. In: LORD,H. F. The McGraw-Hill recycling handbook.Nova York: McGraw-Hill Inc., 1993.ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ALUMÍNIO(ABAL). Números da Indústria Brasileira deAlumímio – Reciclagem. Disponível em:.Acesso em: 20 set. 2001.COX, A.; FRAY, D. J. Recycling of cadmium fromdomestic, sealed NiCd battery waste by use ofchlorination. Trans. Instn. Min. Metall (Sect. C:Mineral Process. Extr. Metall), v. 108,p. C153-C158, set./dez. 1999.DAVID, J. Nickel-cadmium battery recyclingevolution in Europe. Journal of PowerSources, v. 57, p. 71-73, 1995.FISHBEIN, B. Industry Program to CollectNickel-Cadmium (Ni-Cd) Batteries. Disponívelem: .Acesso em: 3 ago. 20<strong>02</strong>.LANKEY, R. Materials management andrecycling for nickel-cadmium batteries. 212 p.1998. Tese (Doutorado) – Department of Civiland Environmental Engineering, CarnegieMellon University. Pittsburgh, 1998.dezembro 20<strong>05</strong>19
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