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EDIÇÃO 02 - Dezembro/05 - RBCIAMB

A Revista Brasileira de Ciências Ambientais – RBCIAMB - publica artigos completos de trabalhos científicos originais ou trabalhos de revisão com relevância para a área de Ciências Ambientais. A RBCIAMB prioriza artigos com perspectiva interdisciplinar. O foco central da revista é a discussão de problemáticas que se inscrevam na relação sociedade e natureza em sentido amplo, envolvendo aspectos ambientais em processos de desenvolvimento, tecnologias e conservação. A submissão dos trabalhos é de fluxo contínuo.

A Revista Brasileira de Ciências Ambientais – RBCIAMB - publica artigos completos de trabalhos científicos originais ou trabalhos de revisão com relevância para a área de Ciências Ambientais. A RBCIAMB prioriza artigos com perspectiva interdisciplinar. O foco central da revista é a discussão de problemáticas que se inscrevam na relação sociedade e natureza em sentido amplo, envolvendo aspectos ambientais em processos de desenvolvimento, tecnologias e conservação. A submissão dos trabalhos é de fluxo contínuo.

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A tecnologia utilizada naquela épocaera um tanto primitiva, e não evoluiu deforma significativa devido àpredominância das tecnologias maisavançadas de uso dos combustíveisfósseis. Não é surpresa, portanto, que a‘’biomassa’’, enquanto fonte de energia,tenha acabado com uma péssimareputação. A esses dados acrescente-seque em grande parte dos países menosdesenvolvidos, ainda é muito importantea utilização da lenha, seja para cozinharou aquecer, em fornos rudimentares, deeficiência bastante reduzida.Essa situação está começando amudar: os combustíveis fósseis nãodurarão para sempre, sua utilização é acausa de a maioria das agressões aomeio ambiente, as quais hojetestemunhamos, e as tecnologias paraaumentar a eficiência da biomassaestarem evoluindo bastante nos últimosanos.Apresenta-se, assim, a possibilidadedo ‘’renascimento’’ da biomassa naspróximas décadas, de maneira a tornarseuma fonte de energia tão importantequanto há 200 anos. O sucesso doprograma de biomassa no Brasil –especialmente a expansão do uso doetanol, proveniente da cana-de-açúcarcomo alternativa ao uso da gasolina, sãofortes indicadores que as estratégiaspara se atingir, no futuro, um sistemasustentável, na área de energia, sãopossíveis e realísticas.A BIOMASSA COMO FONTE DEENERGIADo ponto de vista energético,biomassa é toda matéria orgânica (deorigem animal ou vegetal) que pode serutilizada na produção de energia. Assimcomo a energia hidráulica e outrasfontes renováveis, a biomassa é umaforma indireta de energia solar. A energiasolar é convertida em energia química,pela fotossíntese, base dos processosbiológicos de todos os seres vivos.Embora grande parte do planetaesteja desprovida de florestas, aquantidade de biomassa existente naterra é da ordem de dois trilhões detoneladas; o que significa cerca de 400toneladas per capita. Em termosenergéticos, isso corresponde a mais oumenos 3.000 EJ por ano; ou seja, oitovezes o consumo mundial de energiaprimária (da ordem de 400 EJ por ano).Uma das principais vantagens dabiomassa é que, embora de eficiênciareduzida, seu aproveitamento pode serfeito diretamente, pela combustão emfornos, caldeiras, etc. Para aumentar aeficiência do processo e reduzirimpactos socioambientais, tem-sedesenvolvido e aperfeiçoado tecnologiasde conversão eficiente, como agaseificação e a pirólise.A médio e longo prazos, a exaustãode fontes não-renováveis e as pressõesambientalistas acarretarão maioraproveitamento energético da biomassa.Mesmo atualmente, a biomassa vemsendo mais utilizada na geração deeletricidade, principalmente em sistemasde cogeração e no suprimento deeletricidade de comunidades isoladas darede elétrica.Embora grande parte da biomassaseja de difícil contabilização, devido aouso não-comercial, estima-se que,atualmente, ela representa cerca de 14%de todo o consumo mundial de energiaprimária. Esse índice é superior ao docarvão mineral e similar ao do gásnatural e ao da eletricidade. Nos paísesem desenvolvimento, essa parcelaaumenta para 34%, chegando a 60%na África.Hoje, várias tecnologias deaproveitamento estão em fase dedesenvolvimento e aplicação. Mesmoassim, estimativas da AgênciaInternacional de Energia (IEA) indicamque, futuramente, a biomassa ocuparáuma menor proporção na matrizenergética mundial. Outros estudosmostram que, ao contrário da visãogeral, o uso da biomassa deverá semanter estável ou até mesmo aumentar,devido a duas razões, a saber:crescimento populacional; urbanização emelhoria nos padrões de vida.Um aumento nos padrões de vidaleva pessoas de áreas rurais e urbanasde países em desenvolvimento a usarmais carvão vegetal e lenha, em lugar deresíduos (pequenos galhos de árvore,restos de material de construção, etc.).Ou seja, a urbanização não conduznecessariamente à substituição completada biomassa por combustíveis fósseis. Aprecariedade e falta de informaçõesoficiais sobre o uso da biomassa parafins energéticos deve-se, principalmente,aos seguintes fatores:• Trata-se de um energéticotradicionalmente utilizado em paísespobres e setores menos desenvolvidos;• trata-se de uma fonte energéticadispersa, cujo uso tradicional é muitoineficiente;• uso tradicional da biomassa parafins energéticos é indevidamenteassociado a problemas dedesflorestamento e desertificação.Contudo, essa imagem relativamentepobre da biomassa está mudando,graças aos seguintes fatores:• Esforços recentes de mensuraçãomais acurada de seu uso e potencial,por meio de novos estudos,demonstrações e plantas piloto;• uso crescente da biomassa comoum vetor energético moderno (graçasao desenvolvimento de tecnologiaseficientes de conversão), sobretudo empaíses industrializados;• reconhecimento das vantagensambientais do uso racional da biomassa,dezembro 20<strong>05</strong>27

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