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EDIÇÃO 02 - Dezembro/05 - RBCIAMB

A Revista Brasileira de Ciências Ambientais – RBCIAMB - publica artigos completos de trabalhos científicos originais ou trabalhos de revisão com relevância para a área de Ciências Ambientais. A RBCIAMB prioriza artigos com perspectiva interdisciplinar. O foco central da revista é a discussão de problemáticas que se inscrevam na relação sociedade e natureza em sentido amplo, envolvendo aspectos ambientais em processos de desenvolvimento, tecnologias e conservação. A submissão dos trabalhos é de fluxo contínuo.

A Revista Brasileira de Ciências Ambientais – RBCIAMB - publica artigos completos de trabalhos científicos originais ou trabalhos de revisão com relevância para a área de Ciências Ambientais. A RBCIAMB prioriza artigos com perspectiva interdisciplinar. O foco central da revista é a discussão de problemáticas que se inscrevam na relação sociedade e natureza em sentido amplo, envolvendo aspectos ambientais em processos de desenvolvimento, tecnologias e conservação. A submissão dos trabalhos é de fluxo contínuo.

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INTRODUÇÃOA problemática do odor associadaaos sistemas de esgotos urbanos é umaquestão extremamente complexa epouco abordada no campo da saúdepública e ambiental.Uma causa importante de odor nascoleções de águas residuárias é atribuídaà geração de sulfetos, principalmente aosulfeto de hidrogênio (H 2S). A presençade sulfetos é também responsável pelacorrosão das tubulações de concreto nasinstalações de tratamento de esgotos.O processo de geração de odorocorre, fundamentalmente, pela presençade sulfetos em esgotos, principalmenteem decorrência de atividade biológica.Por outro lado, a formação deatividades biológicas favorece a produçãode gases não derivados de sulfetos, osquais podem ser odoríferos e inodoros.Em algumas situações, a produção deodor no esgoto não resulta de atividadequímica ou biológica, mas da introduçãode fatores externos, como os despejosindustriais.De acordo com o guia de primeirossocorros para o sulfeto de hidrogênio daUSEPA (2001), a toxicidade do H 2Socorre por inalação ou pelo contato coma pele e olhos. Os efeitos do odor nasaúde são vários como:• exposição aguda – taquicardia,palpitações cardíacas, arritmias cardíacas,bronquites, edemas pulmonares,depressão respiratória e também,possivelmente, uma paralisia respiratória;• os efeitos neurológicos incluem:vertigem, irritabilidade, dor de cabeça,tontura, tosse, convulsões e até o estadode coma. Náusea, vômito e diarréia sãogeralmente observados.A exposição ao gás sulfídrico podetambém provocar irritação na pele,lacrimejamento, incapacidade depercepção de odores, fotofobia e visãoembaçada.A bibliografia consultada, até omomento, permitiu identificar que emvários países existe preocupação comrelação à ocorrência de odores.No Brasil, a problemática da emissãode odores provenientes de fontes depoluição como: plantas industriais, usinasde tratamento de resíduos sólidos eestações de tratamento de esgotos,ainda não vem sendo regulamentada deforma específica.No tocante ao H 2S existe legislação,em âmbito estadual, para o controle deemissão do gás na água, expressa noDecreto n. 8.468 de 8 de setembro de1976, em seu artigo 19-A, a restringir olimite de lançamento de sulfeto emsistemas de esgoto a 1 mg/L.Assim sendo, problemasrelacionados a exposições contínuas deseres humanos a substânciasodorantes, como os trabalhadores deETEs, além de moradores, transeuntes etrabalhadores em áreas próximas àsestações de tratamento, devem serpriorizados à luz da saúde pública eambiental.OBJETIVOS• Identificar e analisar a questão dageração de maus odores na redecoletora de esgotos do município dePereira Barreto, com ênfase na geraçãodo sulfeto de hidrogênio, focalizando aquestão como problema de saúdepública;• Analisar o método de controle deodor utilizado para combater os mausodores exalados pelo sistema de esgotoda cidade; e,• Identificar, por meio de umquestionário “próprio”, os efeitos doodor na saúde da população e apercepção desta com relação ao odorantes e depois da técnica da aplicaçãodo nitrato de amônio implantada.O PROBLEMA DA GERAÇÃO DEODOR NO SISTEMA DE ESGOTODE PEREIRA BARRETOHistóricoEm 1979, a Companhia Energética deSão Paulo (Cesp) iniciou a construçãoda Usina Hidroelétrica (UHE) de TrêsIrmãos, no município de Pereira Barreto,com a finalidade de exploração do rioTietê para a produção de energia elétrica.A obra foi concluída em março de 1991,contudo, produziu sérios danos ao meioambiente, apontados, inclusive, noEstudo de Impacto Ambiental (EIA).Dentre eles devemos ressaltar a elevaçãodo lençol de água e a contaminação doesgoto urbano, cujo sistema dedisposição entrou em colapso.O antigo e precário tratamento deesgotos sanitários que atendia em tornode 63% da população urbana dacidade foi reformulado pela Cesp.O novo sistema de esgoto implantadopela Cesp e elaborado pela CoplasaEngenharia de Projetos S/A, em 1983,inclui cinco sub-bacias de esgotamentocom vazão total de 8.800 m 3 /dia(coeficiente de retorno de 0.8), cadauma delas contando com uma estaçãoelevatória. Cada sub-bacia bombeia seusefluentes para a sub-bacia vizinha. Assim,os efluentes da EE-2 são bombeadospara a EE-1 e desta para a EE-5. Oesgoto da EE-4 é recalcado para a EE-3e desta para a EE-5. As estaçõeselevatórias EE-1, EE-2 e EE-3 localizam-sena área urbana, enquanto a EE-4 e aEE-5 na área rural.Da EE-5 o esgoto é recalcado peloemissário até a caixa de passagem edesta por gravidade, até a estação detratamento, constituída por um conjuntode lagoas de estabilização (anaeróbia efacultativa), de onde o efluente é38Revista Brasileira de Ciências Ambientais – número 2

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