pelo Ministério de Minas e Energia –MME, com a colaboração de outrasinstituições, entre elas a ANEEL e aEletrobrás.Os principais mecanismos de incentivoprevistos no PROINFA são a garantia decompra, por um prazo de até 15 anos,da energia gerada, e o estabelecimentode um valor de referência compatível comas características técnico-econômicas doempreendimento. Entre outros incentivos,destaca-se a redução não-inferior a 50%nos encargos de uso dos sistemas detransmissão e distribuição de energiaelétrica.No que diz respeito à biomassa,particularmente, está sendo elaboradopelo MME e pela GCE um programa deincentivo específico, com a finalidade deagregar ao sistema elétrico nacional, atédezembro de 2003, 2.000 MW degeração de energia elétrica a partir debiomassa. Além dos incentivos previstospelo PROINFA, deverá haver umprograma de financiamento com taxas dejuros reduzidas e prazos de carência eamortização coerentes com a naturezados investimentos.Além disso, a ANEEL tem estimulado eprocurado regulamentar o uso dabiomassa na geração de energia elétrica.Entre outras ações, destaca-se a definiçãode regras para a entrada de novosempreendedores, particularmenteautoprodutores e produtoresindependentes, levando em consideraçãoas peculiaridades e custos desse tipo degeração em sistemas elétricos isolados einterligados.COGERAÇÃOCogeração é um vocábulo de origemamericana empregado desde os anos 70para designar a geração simultânea decalor e trabalho (energia mecânica/elétrica). Nas unidades de cogeração, ocalor e o trabalho são produzidos a partirda queima de um único combustível,com a recuperação de parte do calorrejeitado, qualquer que seja o ciclotermodinâmico empregado.Dessa forma trata-se de um processode geração de energia mais eficiente doque simplesmente a geração de energiaelétrica, pois a partir da cogeraçãoocorrem dois produtos. Em conseqüênciaimediata da maior eficiência, tem-se amenor emissão de poluentes, desde queseja utilizado o mesmo combustível.É uma tecnologia conhecida eempregada desde o início do século 20,porém, com o passar dos anos, foiperdendo a importância (meados dosanos 70) e a partir da década de 80 foirecuperando sua posição devido àstendências de desregulamentação dosetor elétrico em alguns países e àadoção de políticas de racionalização douso da energia. No final dessa décadapassou a ser valorizada também pelaminimização dos impactos ambientais,com redução das emissões globais deCO 2(o sistema consome quantidademenor de combustível, comparado comos sistemas convencionais) e pela maiorpossibilidade de emprego decombustíveis renováveis, como abiomassa.Devido às limitações econômicas dosetor elétrico, dependente da participaçãodo capital privado, a cogeração seapresenta como uma opção interessantena contribuição à oferta de energiaelétrica, permitindo a geraçãodescentralizada, com unidades menores,mais flexíveis, próximas aos centros deconsumo, além de serem sistemas maiseficientes e menos poluentes.As tecnologias de cogeração podemser separadas em dois grandes grupos,de acordo com a ordem relativa degeração de potência e calor: os ciclostopping (Figura 2) e os ciclos bottoming(Figura 3).Nas tecnologias que operam segundoo ciclo topping, os gases de combustão auma temperatura mais elevada sãoutilizados para geração de eletricidade oude energia mecânica. O calor rejeitadopelo sistema de geração de potência éFigura 2 – Sistema de cogeração tipo toppingFonte: VELASQUEZ (2000)Figura 3 – Sistema de cogeração tipo bottomingFonte: VELASQUEZ (2000)dezembro 20<strong>05</strong>29
utilizado para atender aos requisitos deenergia térmica do processo; assim, essamodalidade de cogeração produz energiaelétrica ou mecânica para depoisrecuperar calor, fornecido geralmente naforma de vapor para o processo(podendo também fornecer água quenteou fria e ar quente ou frio). Essa é aconfiguração mais comum dos processosde cogeração.As tecnologias que operam segundo ociclo bottoming envolvem a recuperaçãodireta de calor residual (quenormalmente é descarregado naatmosfera), para a produção de vapor eenergia mecânica ou elétrica (em turbinasde condensação e/ou contrapressão).Nesse tipo de tecnologia, primeiro aenergia térmica é usada no processo, eentão a energia dos gases de exaustão éutilizada para a produção de energiaelétrica ou mecânica.Apenas os ciclos topping podemfornecer real economia na energiaprimária, pois a maioria das aplicaçõesdos processos requer vapor de baixapressão, convenientemente produzidoneste ciclo.A produção de eletricidade em umciclo a vapor, de forma geral, é feita pormeio do ciclo de Rankine tradicional comturbina a vapor, o que corresponde auma tecnologia em uso comercial há maisde 100 anos.SETOR SUCROALCOOLEIROO setor sucroalcooleiro no Brasilpossui 377 usinas cadastradas noMinistério da Agricultura, Pecuária eAbastecimento; destas, 272 unidadesestão localizadas na região Centro-Sul. Oestado de São Paulo possui o maiornúmero de usinas; no total são 165unidades produtoras.O mercado sucroalcooleiromovimenta em torno de R$ 12,7 bilhõespor ano, entre faturamentos diretos eindiretos, o que corresponde a 2,3% doPIB brasileiro, sendo responsável poraproximadamente 1 milhão deempregos diretos.O estado de São Paulo é também omaior produtor de açúcar e álcool dopaís, produzindo cerca de 60% do totalnacional.O período de safra na região Centro-Sul acontece entre os meses de maio enovembro, enquanto na região Norte-Nordeste o período é de dezembro aabril.Bagaço de canaO bagaço de cana é um grandeempecilho nas usinas, pois é produzidoem grandes quantidades (30% dacana), ocupa grandes áreas e pode vir asofrer combustão espontânea. Por outrolado, possui grande porcentagem defibras, o que lhe concede boascaracterísticas combustíveis; por essemotivo, juntamente como fato de ser umcombustível gratuito, o bagaço de cana équeimado nas caldeiras visando àgeração de vapor para o processo.Tecnologias para geração de eletricidadeA tecnologia utilizada na indústriasucroalcooleira é baseada no cicloconvencional de vapor (ciclo Rankine),usando-se, em grande parte, o bagaçode cana, in natura, com 50% deumidade, para a queima em caldeirasque produzem vapor com pressão de21 kgf/cm 2 e temperatura de 300 ºC emmédia. Esse vapor aciona uma turbinaacoplada a um gerador, produzindoparte da energia elétrica necessária parasua operação.O vapor gerado pela caldeira não éusado, exclusivamente, para a geraçãode energia elétrica, porque também éempregado como fluido de trabalhopara equipamentos de preparação,moagem da cana e para utilização noprocesso industrial. Esse tipo de utilizaçãodo vapor é chamado de cogeração.Aspectos socioeconômicos e ambientais– Geração descentralizada, próximaaos pontos de carga: em particular, nasregiões Sudeste e Centro-Oeste ocorredurante o período de baixahidraulicidade, podendo complementarde forma eficiente a geração hidrelétrica.A cogeração de eletricidade poderiacolaborar com esse objetivo,fornecendo esta às regiões ruraispróximas às usinas/destilarias. Com umaeletrificação rural, poderiam seroferecidas melhores condições de vidaàquela população, colaborando parafixar o trabalhador no campo ereduzindo o êxodo rural.– Utilização de mão-de-obra na zonarural: a geração de empregos éparticularmente importante. Naagroindústria canavieira, a mão-de-obrarepresenta 48% do custo total deprodução.– Combustível limpo e renovável: aqueima de energéticos oriundos dacana-de-açúcar apresenta balanço decarbono nulo, pois o carbono emitidopela combustão desses materiais éabsorvido e fixado pela cana-de-açúcardurante seu crescimento. No entanto, aqueima desses combustíveis emiteóxidos de nitrogênio; isto ocorre porqueo nitrogênio faz parte da constituiçãoquímica dos vegetais. Esse problemapode ser reduzido aplicando-selavadores de gases e filtros, já disponíveiscomercialmente no país.SETOR DE PAPEL E CELULOSEO setor de produção de papel ecelulose se caracteriza por um processoprodutivo que apresenta uma excelenterelação entre as demandas deeletricidade e de calor (vapor) para30Revista Brasileira de Ciências Ambientais – número 2
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