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2015 - Revista Top 100

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J Estudo<br />

No que se refere às oficinas de pneus, as redes têm<br />

sofrido uma enorme restruturação. Tradicionalmente,<br />

esta rede especializada era maior do que as redes de<br />

mecânica. “A percentagem de oficinas em rede, no conjunto,<br />

era muito superior. A Michelin, por exemplo,<br />

tinha duas redes e uniu-as”. Mas, ainda assim, “Portugal<br />

é líder europeu em penetração de especialistas:<br />

70%! Dos pneus que se mudam no nosso país, sete são<br />

feitos por oficinas especialistas”. Porquê esta procura?<br />

Pela confiança. E pelo preço. “O pneu é uma operação<br />

cara. E são quatro pneus. Mas a questão é que muitas<br />

oficinas não quiseram entrar neste mercado e, hoje,<br />

representam apenas 6%”. No caso dos independentes,<br />

acrescenta o autor do estudo, “é um problema de stock.<br />

Uma oficina pode armazenar pastilhas, mas pneus de<br />

várias dimensões é mais difícil”.<br />

HHH<br />

Mercado<br />

CRITÉRIOS DE ESCOLHA<br />

CLIENTES PREFEREM CONFIANÇA<br />

Ao contrário do que se poderia supor, no momento de escolher<br />

uma oficina, os clientes preferem a confiança ao preço. Segundo<br />

o estudo, apenas um em cada cinco condutores coloca o preço<br />

em primeiro lugar entre os critérios de opção. Significa isto que,<br />

quatro em cada cinco, tem outras prioridades em mente. Mais:<br />

no inquérito realizado pela IF4, somente 50% dos condutores<br />

colocava o fator preço entre os três primeiros critérios de escolha<br />

de uma oficina. A palavra aqui parece ser… confiança!<br />

l Colisão bateu de frente<br />

O mercado de colisão (e repintura) é aquele que mais<br />

tem sofrido. Bateu de frente com a realidade dos tempos.<br />

Guillermo de Llera avança com um motivo positivo e<br />

outro negativo. “”Positivo, porque, efetivamente, há um<br />

maior controlo na segurança rodoviária e uma redução<br />

da sinistralidade. O negativo é que, mesmo com o menor<br />

número de acidentes, nos pequenos toques, as pessoas,<br />

muitas vezes, não reparam o veículo. Antes, todos gostavam<br />

de ter o veículo limpo e imaculado. Agora, já não é<br />

bem assim”, avisa a nossa fonte. Basta observar que 1/3<br />

das pequenas batidas nunca são reparadas.<br />

De um modo geral, os veículos com seguro contra<br />

danos próprios optam, em grande parte, pelas oficinas<br />

autorizadas para fazer as suas reparações, enquanto os que<br />

têm o seguro contra terceiros recorrem aos serviços das<br />

casas independentes. Refira-se, a propósito, que um em<br />

cada quatro veículos tem seguro contra danos próprios.<br />

O estudo da IF4 calculou ainda a despesa média anual<br />

dos condutores nas oficinas, sem contar com as verbas<br />

cobertas pelos seguros. E o valor encontrado foi de<br />

€420 (já com IVA). “Habitualmente subia, até devido<br />

ao imposto, mas agora está estabilizado”. Em média,<br />

o condutor lusitano leva o veículo a uma oficina 1,8<br />

vezes por ano, um registo superior, ainda assim, a muitos<br />

outros países europeus.<br />

Dado positivo, enfatiza o autor do estudo, é que<br />

nem a crise levou os clientes a optar por componentes<br />

mais baratos nas reparações dos seus veículos. Por cá,<br />

neste particular, ainda dominam os nomes fortes e de<br />

qualidade. As marcas brancas ou de “virtudes” mais<br />

suspeitas não casam bem com o mercado nacional de<br />

componentes. “Existe uma cultura de qualidade dos<br />

componentes, tanto nos reparadores como nos condutores”,<br />

afirma Guillermo de Llera. E, depois, porque “a<br />

distribuição é uma atividade muito cara e Portugal não<br />

tem dimensão suficiente” para que as marcas brancas<br />

ganhem peso no mercado.<br />

2.000 NO MERCADO<br />

RETALHISTAS EM EXCESSO<br />

Hoje, existem perto de 2.000 retalhistas a operar em Portugal.<br />

“É demasiado”, sentencia Guillermo de Llera, que explica porque<br />

não têm crescido as redes de retalhistas. “Normalmente são apadrinhadas<br />

por um grossista (ou por um grupo de compras). A<br />

dada altura, aumentavam. Mas parou e, agora, está a diminuir. E<br />

a razão é simples. O grossista não quer concorrer com os clientes.<br />

Se o grossista cria a sua própria rede, para instalar no mesmo<br />

bairro do cliente, perde-o. O que o grossista quer é ter clientes.<br />

Se são próprios ou alheios, não interessa”.<br />

Qual seria o número razoável de retalhistas, atendendo ao contexto<br />

oficinal do país? “Um retalhista devia ter cativas quatro ou<br />

cinco oficinas. Se consideramos 7.500 oficinas, a dividir por cinco,<br />

chegamos à conclusão de que não deveriam existir mais do que<br />

1.500 retalhistas no mercado”.<br />

26 | <strong>Top</strong> <strong>100</strong> Aftermarket <strong>2015</strong>

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