Revista dos Pneus 36

Avaliação obrigatória
Clio R.S. Trophy
Need for speed
Peço desculpa pelo estrangeirismo, mas não me ocorre melhor título para definir o
sentimento que o Clio R.S. Trophy provoca. Com 220 cv confiados às rodas dianteiras,
caixa automática de dupla embraiagem, chassis Cup, diferencial autoblocante
eletrónico e função Launch Control, este desportivo parece saído de um video game
Por: Bruno Castanheira
Depois dos Clio R.S. e Clio R.S. Monaco
GP, eis o Clio R.S. Trophy.
Com esta série limitada a apenas
12 unidades para Portugal (a
“nossa” ostentava o n.° 637 da produção
total), este pequeno desportivo ganha
uma nova mística. Tanto mais, que está na
linha de sucessão dos Dauphine Gordini,
8 Gordini, 5 Turbo, Clio V6, Clio Williams e,
claro, das três anteriores gerações do Clio
R.S. Tudo modelos emblemáticos que marcaram
épocas e atravessaram gerações. A
responsabilidade é grande. Depois do Mégane
R.S., o conceito Trophy chega ao Clio
R.S. A febre da velocidade está ao rubro.
w BODYBUILDING
E o estrangeirismo continua. Agora, para
enaltecer o trabalho de ginásio que o Clio
R.S. teve de realizar para se tornar num
Trophy. Na verdade, tal como o Clio R.S.
chassis Cup “normal”, a série limitada e
numerada Trophy ostenta a mesma massa
muscular e tem os contornos definidos
em igual proporção. A diferença está
apenas na decoração: carroçaria pintada
de branco “Givre” nacarado mate
(cor metalizada especial que obriga ao
dispêndio de uns adicionais €1.600), teto
preto (apenas disponível com o branco
“Givre”), assinatura “Trophy” a vermelho
na lâmina F1 dianteira, jantes “Trophy” de
18” e... mais outra assinatura “Trophy” de
cor vermelha! Esta última, sob fundo preto
e localizada no friso lateral cinzento, perto
das rodas traseiras. Depois, por integrar o
chassis Cup, as pinças de travagem são de
cor vermelha. As luzes de LED dianteiras,
as cavas das rodas alargadas, os letterings
R.S., o defletor traseiro e as capas dos retrovisores
em preto, completam a o visual
de corrida. A atenção que este pequeno
desportivo capta é impressionante. O assédio,
esse, é mais do que muito.
À exceção das soleiras das portas dianteiras,
que incluem a assinatura “Trophy” e
o número da unidade, não existe nenhum
outro detalhe que distinga o Clio R.S. Trophy
do Clio R.S. chassis Cup “normal”. Aos
dois pedais e apoio para o pé esquerdo em
alumínio, junta-se o volante de três braços
em pele perfurada com costura vermelha no
ponto “0” e sigla R.S., as patilhas cinzentas
da caixa integradas na coluna de direção, os
bancos desportivos em tecido e as costuras
vermelhas no volante e bancos. Mas há mais:
cintos de segurança vermelhos; inserção
vermelha no punho e base da alavanca da
caixa, volante e saídas de climatização; velocímetro
digital ao centro; conta-rotações
com grafismo branco e fundo cinzento à
esquerda; consola central em preto lacado;
sigla R.S. nos encostos de cabeça dianteiros.
O posto de condução ótimo deve-se ao encaixe
muito bom do banco, à pega perfeita
do volante e à ergonómica colocação de
54 | Revista dos Pneus | Fevereiro 2016