POBREZA E CURRÍCULO UMA COMPLEXA ARTICULAÇÃO
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O processo de expropriação atinge-os profundamente e os mantém à margem do crescimento e<br />
do progresso pretendidos com essa obra.<br />
Paralelamente, o vídeo traz cenas da construção da Avenida Presidente Vargas inaugurada em<br />
1944 no centro da cidade, mostrando como a história se repete.<br />
A produção recebeu o prêmio de Menção Honrosa no 12º Festival Internacional de Cinema de<br />
Arquivo do Recine.<br />
Vídeo: Casas Marcadas<br />
https://www.youtube.com/watch?v=XLniMJxKdN8<br />
O documentário Casas Marcadas (2012) foi dirigido por Adriana Barradas, Alessandra Schimite,<br />
Ana Clara Chequetti, Carlos R. S. Moreira (Beto), Éthel Oliveira e Juliette Lizeray.<br />
Para obter informações mais detalhadas sobre os casos de remoção no Morro da Providência, leia<br />
a Carta Aberta à População do Rio de Janeiro, escrita pela Comissão de Moradores da Providência<br />
e pelo Fórum Comunitário do Porto. Link:<br />
https://forumcomunitariodoporto.wordpress.com/2012/09/12/carta-aberta-a-populacao-dorio-de-janeiro/#comments.<br />
A presença de tantas crianças, tantos(as) adolescentes e jovens-adultos(as) pobres vindos<br />
de espaços de pobreza nas escolas obriga os currículos a superar concepções e tratos genéricos do<br />
espaço e a destacar esses processos sociopolíticos de apropriação e segregação dos espaços do viver.<br />
Os currículos terão de garantir aos coletivos condenados à pobreza o direito a uma análise social da<br />
produção dos espaços de miséria em que estão jogados e da forma como esses ambientes são utilizados<br />
para perpetuar a segregação dos sujeitos. Embora não haja a inserção desse tema nos currículos de<br />
modo geral, já existem coletivos docentes que dão centralidade às disputas pela apropriação do solo<br />
e da terra, tanto na cidade como no campo. Essas lutas estão na raiz da concentração da riqueza e da<br />
produção da pobreza.<br />
Em sua diversidade de manifestações culturais, os(as) pobres revelam a capacidade de uso e<br />
reapropriação dos espaços-tempos do seu sobreviver. Essas permanentes tentativas de se apoderar do<br />
lugar, de torná-lo mais íntegro e suportável, conferem um valor pessoal, coletivo e familiar aos espaçostempos<br />
de pobreza. Observa-se que, quanto mais os ambientes forem desvalorizados no mercado,<br />
maiores serão os esforços dos coletivos pobres de recuperá-los para seus(suas) filhos(as). Nesse sentido,<br />
as mães têm um papel central na dignificação dos espaços de pobreza onde são segregadas suas famílias.<br />
Módulo IV - Pobreza e Currículo: uma complexa articulação 31