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Barros

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Cultura Nacional<br />

Brigadeiro, pão de queijo, rapadura e coxinha. Você<br />

sabe como eles nasceram? Conheça as histórias de<br />

cada um deles. É uma mais saborosa que a outra<br />

Rapadura<br />

A rapadura tem origem no<br />

século 16, nas Ilhas Canárias, um<br />

arquipélago do Oceano Atlântico<br />

entre a África e o Brasil. Como o<br />

açúcar produzido por lá não resistia<br />

à umidade e melava no trajeto até a<br />

Europa, a solução foi transportá-lo<br />

em barras sólidas, que resistiam ao<br />

transporte pelo mar.<br />

A cana-de-açúcar chegou ao Brasil<br />

em 1532 – e logo depois a rapadura<br />

começou a ser produzida por aqui. Ela<br />

servia de alimento para os escravos<br />

por ser uma rica fonte de calorias.<br />

Em alguns estados do Nordeste do<br />

Brasil, a rapadura é consumida com<br />

farinha. Atualmente, ganhou status<br />

de iguaria e começou a ser utilizada<br />

em receitas sofisticadas.<br />

Brigadeiro<br />

O doce teria surgido por volta de 1945, no<br />

fim da Segunda Guerra Mundial e durante a<br />

eleição para presidente no Brasil. “Vote no<br />

brigadeiro, que é bonito e solteiro”, era o lema<br />

da campanha do candidato Eduardo Gomes.<br />

Empolgadas, algumas correligionárias<br />

decidiram promover a candidatura<br />

organizando festas em que docinhos seriam<br />

oferecidos para angariar fundos. Como eram<br />

tempos de guerra e racionamento, faltavam<br />

leite fresco e açúcar. Elas decidiram recorrer<br />

ao leite condensado e ao chocolate em pó,<br />

misturando os ingredientes com manteiga.<br />

Nascia o “doce do brigadeiro”, vendido<br />

durante a campanha. O candidato não foi<br />

eleito, mas o docinho faz suspirar até hoje,<br />

em receitas cada vez mais criativas.<br />

Coxinha<br />

O salgadinho mais popular nas<br />

padarias, bares, restaurantes e<br />

lanchonetes brasileiras tem origem nobre<br />

e data dos tempos do império.<br />

Segundo o livro Histórias e Receitas<br />

– Sabor, Tradição, Arte, Vida e Magia, de<br />

Maria Nadir Galante Cavazi, a iguaria<br />

foi inventada em Limeira, no interior<br />

paulista, onde o filho da princesa<br />

Isabel e do conde d’Eu vivia isolado,<br />

na Fazenda Morro Azul. Ele foi criado<br />

afastado da Corte por ser considerado<br />

deficiente mental.<br />

O menino adorava coxa de galinha.<br />

Certa vez, ao perceber que não havia aves<br />

suficientes para o abate, a cozinheira<br />

resolveu fazer o “milagre da multiplicação”<br />

com a carne disponível, que foi toda<br />

desfiada, misturada a massa preparada<br />

com batata e farinha e moldada em forma<br />

de coxa. O menino amou – assim como<br />

a imperatriz Teresa Cristina, que levou a<br />

receita para a Corte, onde a coxinha passou<br />

a fazer parte do cardápio das festas de gala.<br />

52 Avista / FEVEREIRO 2016

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