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Revista Dr Plinio 014

Maio de 1999

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DENÚNCIA PROFÉTICA<br />

revolucionário cuja linha geral se<br />

procurou resumir no último capítulo<br />

deste trabalho.<br />

Apesar de incontáveis obstáculos,<br />

tal é o caráter inflexível da sua<br />

caminhada vitoriosa — a partir da<br />

confluência histórica na qual a Idade<br />

Média declina e morre; a Renascença<br />

surge em seus alegres triunfos<br />

iniciais; a revolução religiosa do<br />

Protestantismo começa a fomentar<br />

e preparar de longe a Revolução<br />

Francesa, e de muito longe a Revolução<br />

Russa de 1917... — que se<br />

diria invencível a força que moveu<br />

tal processo, e definitivos os resultados<br />

a que ele chegou.<br />

“Definitivos” parecerão ser efetivamente<br />

esses resultados, se não se<br />

fizer uma análise atenta da índole<br />

desse processo. À primeira vista,<br />

parece eminentemente construtivo,<br />

pois levanta sucessivamente três edifícios:<br />

a Pseudo-Reforma protestante,<br />

a república liberal-democrática e<br />

a república socialista soviética.<br />

Porém, a verdadeira índole do dito<br />

processo é essencialmente destrutiva.<br />

Ele é a Destruição. Ele atirou<br />

por terra a Idade Média cambaleante,<br />

o Antigo Regime evanescente,<br />

o mundo burguês apoplético,<br />

frenético e conturbado; sob a pressão<br />

dele está em ruínas a ex-URSS,<br />

Do fundo deste<br />

horizonte sujamente<br />

confuso e torvo,<br />

uma voz, capaz<br />

de despertar a<br />

mais alentadora<br />

confiança, faz-se<br />

ouvir: “Por fim,<br />

o meu Imaculado<br />

Coração triunfará!”<br />

sinistra, misteriosa, apodrecida como<br />

uma fruta que há tempo caiu do<br />

ramo.<br />

Hic et nunc, não é bem verdade<br />

que os marcos efetivos desse processo<br />

são ruínas? E, da mais recente<br />

delas, o que está a resultar para o<br />

mundo senão a exalação de uma<br />

confusão geral que promete a todo<br />

o momento catástrofes iminentes,<br />

contraditórias entre si, que se desfazem<br />

no ar antes de se precipitarem<br />

sobre os mortais, e ao fazê-lo<br />

geram a perspectiva de novas catástrofes,<br />

ainda mais iminentes, ainda<br />

mais contraditórias? As quais<br />

quiçá se evanesçam, por sua vez,<br />

para dar origem a novos monstros,<br />

ou quiçá se convertam em realidades<br />

atrozes, como a migração de<br />

hordas eslavas inteiras do Leste<br />

para o Oeste, ou então de hordas<br />

maometanas progredindo do Sul<br />

para o Norte.<br />

Quem o sabe? Quem sabe se será<br />

isso? Se será só (!) isso? Se será ainda<br />

mais e pior do que isso?<br />

Tal quadro seria desalentador para<br />

todos os homens que não têm Fé.<br />

Pelo contrário, para os que têm Fé,<br />

do fundo deste horizonte sujamente<br />

confuso e torvo, uma voz, capaz de<br />

despertar a mais alentadora confiança,<br />

faz-se ouvir:<br />

“Por fim, o meu Imaculado Coração<br />

triunfará!” [palavras de Nossa<br />

Senhora em Fátima]<br />

Que confiança depositar nesta<br />

voz? A resposta, que ela mesma nos<br />

dá, cabe numa só frase:<br />

“Sou do Céu”.<br />

Há, portanto, razões para esperar.<br />

Esperar o quê? A ajuda da Providência<br />

a qualquer trabalho executado<br />

com clarividência, rigor e<br />

método, para afastar do mundo as<br />

ameaças que, como outras tantas espadas<br />

de Dâmocles, estão suspensas<br />

sobre os homens.<br />

Importa, pois, orar, confiar na<br />

Providência e agir.<br />

<br />

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