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DENÚNCIA PROFÉTICA<br />
revolucionário cuja linha geral se<br />
procurou resumir no último capítulo<br />
deste trabalho.<br />
Apesar de incontáveis obstáculos,<br />
tal é o caráter inflexível da sua<br />
caminhada vitoriosa — a partir da<br />
confluência histórica na qual a Idade<br />
Média declina e morre; a Renascença<br />
surge em seus alegres triunfos<br />
iniciais; a revolução religiosa do<br />
Protestantismo começa a fomentar<br />
e preparar de longe a Revolução<br />
Francesa, e de muito longe a Revolução<br />
Russa de 1917... — que se<br />
diria invencível a força que moveu<br />
tal processo, e definitivos os resultados<br />
a que ele chegou.<br />
“Definitivos” parecerão ser efetivamente<br />
esses resultados, se não se<br />
fizer uma análise atenta da índole<br />
desse processo. À primeira vista,<br />
parece eminentemente construtivo,<br />
pois levanta sucessivamente três edifícios:<br />
a Pseudo-Reforma protestante,<br />
a república liberal-democrática e<br />
a república socialista soviética.<br />
Porém, a verdadeira índole do dito<br />
processo é essencialmente destrutiva.<br />
Ele é a Destruição. Ele atirou<br />
por terra a Idade Média cambaleante,<br />
o Antigo Regime evanescente,<br />
o mundo burguês apoplético,<br />
frenético e conturbado; sob a pressão<br />
dele está em ruínas a ex-URSS,<br />
Do fundo deste<br />
horizonte sujamente<br />
confuso e torvo,<br />
uma voz, capaz<br />
de despertar a<br />
mais alentadora<br />
confiança, faz-se<br />
ouvir: “Por fim,<br />
o meu Imaculado<br />
Coração triunfará!”<br />
sinistra, misteriosa, apodrecida como<br />
uma fruta que há tempo caiu do<br />
ramo.<br />
Hic et nunc, não é bem verdade<br />
que os marcos efetivos desse processo<br />
são ruínas? E, da mais recente<br />
delas, o que está a resultar para o<br />
mundo senão a exalação de uma<br />
confusão geral que promete a todo<br />
o momento catástrofes iminentes,<br />
contraditórias entre si, que se desfazem<br />
no ar antes de se precipitarem<br />
sobre os mortais, e ao fazê-lo<br />
geram a perspectiva de novas catástrofes,<br />
ainda mais iminentes, ainda<br />
mais contraditórias? As quais<br />
quiçá se evanesçam, por sua vez,<br />
para dar origem a novos monstros,<br />
ou quiçá se convertam em realidades<br />
atrozes, como a migração de<br />
hordas eslavas inteiras do Leste<br />
para o Oeste, ou então de hordas<br />
maometanas progredindo do Sul<br />
para o Norte.<br />
Quem o sabe? Quem sabe se será<br />
isso? Se será só (!) isso? Se será ainda<br />
mais e pior do que isso?<br />
Tal quadro seria desalentador para<br />
todos os homens que não têm Fé.<br />
Pelo contrário, para os que têm Fé,<br />
do fundo deste horizonte sujamente<br />
confuso e torvo, uma voz, capaz de<br />
despertar a mais alentadora confiança,<br />
faz-se ouvir:<br />
“Por fim, o meu Imaculado Coração<br />
triunfará!” [palavras de Nossa<br />
Senhora em Fátima]<br />
Que confiança depositar nesta<br />
voz? A resposta, que ela mesma nos<br />
dá, cabe numa só frase:<br />
“Sou do Céu”.<br />
Há, portanto, razões para esperar.<br />
Esperar o quê? A ajuda da Providência<br />
a qualquer trabalho executado<br />
com clarividência, rigor e<br />
método, para afastar do mundo as<br />
ameaças que, como outras tantas espadas<br />
de Dâmocles, estão suspensas<br />
sobre os homens.<br />
Importa, pois, orar, confiar na<br />
Providência e agir.<br />
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