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Revista Dr Plinio 014

Maio de 1999

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DR. PLINIO COMENTA...<br />

seu filho, quando ele é menor,<br />

maior, ou mesmo sexagenário. Afeto<br />

que o acompanha até um dos<br />

dois morrer.<br />

Conta-se que, nos campos de batalha,<br />

os soldados moribundos, tomados<br />

pelas dores e pela febre, ficam<br />

delirando. Gritam em geral pedindo<br />

o auxílio divino, mas muitas<br />

outras vezes clamam pela mãe, mesmo<br />

em se tratando de homens<br />

maduros, casados, já com filhos e<br />

filhas, etc. Clamam pela mãe e por<br />

mais ninguém. Não clamam pelo<br />

pai. Eles sabem que há uma forma<br />

de afeto e de carinho de que o homem<br />

doente precisa, e que a mãe<br />

sabe ter. O pai tê-los-á sumariamente.<br />

É, mais uma vez, a diferença<br />

que faz a harmonia e, por causa disso,<br />

cria um papel próprio a cada um.<br />

Em relação aos filhos<br />

Uma palavra agora sobre a educação<br />

dos filhos.<br />

A civilização contemporânea está<br />

imersa numa tremenda apostasia.<br />

Outrora católica, ela vive hoje de<br />

uma mentalidade não-católica. E a<br />

maior parte dos ambientes procura<br />

levar as pessoas a se afastarem da<br />

verdadeira prática da<br />

religião. Por causa disso,<br />

torna-se extremamente<br />

custosa a perseverança<br />

na verdadeira<br />

Fé e na doutrina da<br />

Igreja.<br />

Em conseqüência, a<br />

questão da formação<br />

dos filhos acaba girando<br />

em torno de um<br />

problema central: é<br />

muito difícil uma pessoa<br />

resistir ao ambiente<br />

em que vive. Qualquer<br />

homem ou mulher,<br />

moço ou moça,<br />

menino ou menina, tende<br />

a concordar com as<br />

opiniões e adotar os<br />

modos do meio em que<br />

se encontra. É agradável ser bem<br />

aceito pelos semelhantes, enquanto<br />

causa pavor seguir uma norma que<br />

atraia caçoada e pouco caso.<br />

Então, o que pode fazer um pai<br />

ou uma mãe, cujo filho, por força<br />

das circunstâncias atuais, será posto<br />

nesse ambiente?<br />

Não há remédio: o pai e a mãe<br />

devem rezar muito — mas muito!<br />

—, suplicar com todo o empenho,<br />

oferecer sacrifícios e pedir que se<br />

digam missas pelo seu filho e pela<br />

sua filha, porque a batalha que eles<br />

hão de travar é tremenda, exigindo<br />

um esforço impressionante, que poucos<br />

estão propensos a fazer.<br />

Os pais devem ser, para<br />

seus filhos, imagens vivas<br />

de Nosso Senhor<br />

Além disso, é preciso que o pai<br />

e a mãe — principalmente a mãe —<br />

sejam tais que se tornem como que<br />

um espelho da Igreja Católica para<br />

os filhos. Quer dizer, sejam tão<br />

piedosos, tão sérios, tão meigos, tão<br />

pacientes, e, ao mesmo tempo,<br />

tão fortes que, em última análise,<br />

representem de algum modo Nosso<br />

Senhor Jesus Cristo perante a<br />

criança.<br />

Lembro-me de que, quando menino,<br />

eu ia às missas de domingo<br />

com mamãe, na Igreja do Sagrado<br />

Coração de Jesus. Embora ainda<br />

não entendesse bem o significado<br />

do Santo Sacrifício, agradava-me estar<br />

ali, ouvir o órgão, admirar os vitrais,<br />

etc. E prestava atenção na<br />

maneira como mamãe rezava. E me<br />

vinha este pensamento: “Como ela<br />

é harmônica com todo este ambiente!<br />

Ela está, até, mais feliz aqui, do<br />

que em casa! Este é o ambiente<br />

dela!”<br />

Em certo momento, vendo-a olhar<br />

para a imagem do Sagrado Coração<br />

de Jesus foi que eu compreendi: “É<br />

por causa d’Ele que ela é boa assim.<br />

Ela aprende com Ele a ter essa bondade.<br />

Portanto, para mim, ela é um<br />

modelo indireto. O verdadeiro modelo<br />

é Nosso Senhor, porque foi<br />

com Ele que ela aprendeu a ser<br />

dessa maneira.”<br />

Assim, Dª Lucilia, enquanto exemplo<br />

de todas as coisas que me falavam<br />

à alma de menino, fez-me entender<br />

que eu devia adorar a Jesus<br />

Cristo, infinitamente maior que ela,<br />

e ter para com a Igreja Católica,<br />

Toda mãe deve formar<br />

seus filhos no amor<br />

à Igreja e na adoração a N. S. Jesus Cristo<br />

(“A Primeira Comunhão”)<br />

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