revista Musica & Mercado
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<strong>Mercado</strong> Educação <strong>Musica</strong>l<br />
A<br />
Lei de Música nas Escolas é a<br />
grande promessa para os empresários<br />
do setor musical brasileiro.<br />
Pesquisas já realizadas indicam<br />
números muito favoráveis para a indústria<br />
e o varejo do setor de instrumentos<br />
musicais. Segundo dados da Francal,<br />
produtora da Expomusic, até 2012,<br />
quando vence o prazo para a implantação<br />
da lei, o faturamento do segmento<br />
deve dobrar, chegando a R$ 1,2 bilhão,<br />
e o número de estudantes de música<br />
também deve aumentar, dos atuais 5<br />
milhões para 34 milhões no País.<br />
É de olho na expansão do mercado<br />
que os fabricantes já começam a lançar<br />
produtos infantis, mas não só, pois ainda<br />
promovem ações de incentivo ao ensino de<br />
música. O ano de 2010 será decisivo para<br />
definir suas estratégias e, para isso, vale a<br />
pena conferir o que já está sendo feito.<br />
A Izzo <strong>Musica</strong>l, por exemplo, já trabalha<br />
com instrumentos infantis há<br />
mais de cinco anos. Nessa linha, possui<br />
diversos produtos: bateria, guitarra,<br />
bandinha para musicalização, violão,<br />
saxofone, instrumentos de percussão<br />
e flauta doce, além de acessórios como<br />
baquetas. A empresa vem reforçando<br />
esse segmento. Segundo a diretora de<br />
marketing Simone Storino, a empre-<br />
A EXPECTATIVA É QUE OS INSTRUMENTOS<br />
MAIS USADOS SEJAM A FLAUTA DOCE<br />
E INSTRUMENTOS DE CORDAS<br />
Ditadura e música nas escolas<br />
A obrigatoriedade do ensino de música nas escolas não é uma novidade no<br />
Brasil. A lei vigorou pela primeira vez no País na década de 1930. O compositor<br />
Heitor Villa-Lobos apresentou um projeto para o governo de São Paulo<br />
que logo foi implementado no Rio de Janeiro, então capital do País. Em consequência,<br />
o projeto virou lei em todo o Brasil, em 1932, por ordem do então<br />
presidente Getúlio Vargas.<br />
A lei permaneceu por 40 anos, até que foi extinta por Jarbas Passarinho,<br />
ministro da Educação e Cultura do governo militar. Não é difícil imaginar a<br />
razão que levou a ditadura militar a extinguir o ensino de música nas escolas.<br />
Com a agitação causada pelos festivais de música popular brasileira, com músicas<br />
de protesto ganhando força entre os jovens de todo o País, o governo<br />
não podia incentivar mais pessoas a aprender ou a entender a música.<br />
Hoje, após 36 anos de anulação da lei e 25 do fim da ditadura, o que se<br />
espera com a volta do ensino de música nas escolas é que os estudantes do<br />
Brasil aprendam a ouvir e fazer música, afastando assim a principal consequência<br />
da extinção da antiga lei: a ignorância.<br />
Escola de música do Olodum:<br />
sa também está trabalhando com um<br />
projeto de workshops e treinamentos<br />
para professores e lojistas: “O objetivo é<br />
mostrar os benefícios do ensino musical<br />
infantil e quanto isso pode auxiliar<br />
no desenvolvimento intelectual e na<br />
personalidade das crianças”, explica.<br />
Com mais tempo nessa estrada, a<br />
Quirino Instrumentos <strong>Musica</strong>is já fabrica<br />
produtos para esse nicho há 20 anos.<br />
Com foco em instrumentos percussivos<br />
e de sopro, a empresa tem itens específicos<br />
para crianças de 2 a 9 anos, e pretende<br />
expandir seu volume de produtos,<br />
mas de acordo com a demanda. “Trabalhamos<br />
com estoque mínimo de material<br />
e fabricamos conforme a demanda.<br />
Essa segmentação é oscilante. Somos realistas<br />
e ‘dançamos conforme a música’.<br />
Estamos preparados para o que o mercado<br />
pedir”, explica a consultora de vendas<br />
da empresa, Célia Siqueira.<br />
Concorrência<br />
com os games<br />
A centenária Giannini trabalha com produtos<br />
voltados para o público infantil há<br />
mais de 60 anos. A empresa possui dois<br />
produtos específicos: o violão ½ para<br />
crianças de até 7 anos, e o violão ¾ para<br />
crianças de 7 a 12 anos. E aguarda informações<br />
mais precisas sobre como será<br />
implantada a lei para definir suas ações.<br />
De acordo com Flávio Giannini, diretor<br />
da empresa, a expectativa é que os instrumentos<br />
mais usados sejam a flauta doce e<br />
instrumentos de cordas, respectivamente.<br />
A empresa aguarda ansiosa a entra-<br />
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