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Revista LiteraLivre

Revista Literária que une textos de autores do Brasil e do mundo com textos de todos os estilos escritos em Língua Portuguesa. Acesse nosso site e participe também: http://cultissimo.wixsite.com/revistaliteralivre/comoparticipar

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<strong>LiteraLivre</strong> nº 1<br />

presentes pareciam realizar algum ritual tenebroso em torno da fogueira quando revelouse<br />

ter uma camponesa e um camponês que foram agarrados de supetão quando saia da<br />

cabana. Agora desnudos a mulher e o homem eram sodomizados pela infâmia dos<br />

cavalheiros, confirmando todos os temíveis rumores e acusações. Aquele era o momento<br />

de ataque, os cavalheiros extintos estavam vulneráveis sem suas armas enquanto<br />

realizavam o infame ato sexual forçado com sinais de estarem em meio a uma adoração<br />

vil e execrável de algum demônio agora desvelado e tendo Deus e as estrelas como<br />

testemunhas.<br />

Henrique desembainhou sua espada e deu ordem a seus amigos cavalheiros<br />

descerem a colina, cada qual de um lado para surpreendê-los num ataque que os<br />

renderiam ou os matariam. De modo que sucedeu os deixando em polvorosa.<br />

De imediato dois homens que coitavam o camponês foram mortos no ato sexual<br />

com seus membros sexuais ainda eretos vergonhosamente, assim como os que<br />

realizavam o coito na mulher que fora degolada por um dos que tiveram tempo de pegar<br />

uma adaga.<br />

Seguiu-se um breve embate que pela surpresa fora a derrocada dos infames<br />

homens, mas que deu tempo para que o homem de capuz branco, porém, fosse protegido<br />

de tal modo que dois fugiram com ele carregando algo numa bagagem sobre sua<br />

montaria.<br />

A perseguição - agora justificada - que seguiu, fora por montes sob a luz do intenso<br />

luar, os ignóbeis uma vez expostos mais do que nunca estavam dispostos a matar ou<br />

morrer pois seus atos infames não resistiriam a luz da exposição do que antes lhe era<br />

realizado em oculto. Estropiados pela longa jornada o qual eram fugitivos oficiais<br />

Henrique engendrou um ataque quando estes adentram as ruínas de um antigo templo na<br />

região.<br />

Não houve tanta resistência desta vez, os algozes dos pobres camponeses<br />

estavam encurralados de modo que os dois cavalheiros que vociferavam a ojeriza pelo<br />

mando de prisão davam tempo para que o líder fugisse por entre as ruínas abandonadas<br />

naquela região.<br />

Mas um breve embate se seguiu com a morte dos dois fugitivos até que Henrique<br />

empunhando sua espada seguiu firmemente encontrando-o exasperado, evocando<br />

palavras não conhecidas quando fora rendido. Com envoltura o homem parecia urgir<br />

palavras com um olhar funesto que inebria a si próprio num tom sinistro quando ergueu<br />

uma espécie de amuleto e disse em português, “agora conhecerão o mundo segundo<br />

nossa visão, nosso desejo e vocação”.<br />

O homem então gargalhou provocando arrepios mesmo nos bravos companheiros<br />

de batalha, algo que subia até a cabeça como um frenesi tenebroso. O homem virou<br />

então o amuleto e degolou a si próprio derramando seu sangue pagão sobre o mesmo<br />

artefato e caiu seu corpo sem vida junto ao objeto.<br />

Henrique abaixou-se e pegou o amuleto para constatar que fora uma peça roubada<br />

anos atrás de um cardeal, Alexis Anor Zanini, e agora usada para rituais pagãos, verificou<br />

então o corpo e abaixou por completo o capuz iluminando seu rosto com as tochas que<br />

carregavam para perceber que era Rene de Hugolin, um membro pouco conhecido do<br />

Priorado de Sião, o dito que teria desaparecido após a excomunhão dos templários.<br />

Perplexo, Henrique guardou o artefato o envolvendo num tecido e seguiram para o<br />

exterior daquele lugar quando ao observar o lugar algo não parecia se enclavinhar nos<br />

rincões de sua realidade. O famélico homem morto parecia ter lhes conduzido a um lugar<br />

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