REBOSTEIO 4
Revista REBOSTEIO DIGITAL número quatro - entrevistas, arte, cultura, poesia, literatura, comportamento, cinema, fotografia, artes plásticas.
Revista REBOSTEIO DIGITAL número quatro - entrevistas, arte, cultura, poesia, literatura, comportamento, cinema, fotografia, artes plásticas.
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
até secar<br />
pinta<br />
do quase lodo<br />
à plena canção<br />
êxtase de asceta<br />
orgasmo<br />
espasmo de prostituta<br />
até me exaurir<br />
na última gota<br />
preparo o leito da imagem<br />
irrompendo astuta<br />
na superfície do papel<br />
(2006)<br />
cigarras em nyc<br />
cigars & guitars<br />
lou reed in rags<br />
declares out loud<br />
it's not time for<br />
ragtime<br />
it's not time for<br />
jive talk<br />
it's not time for<br />
foxtrot<br />
it's time to fight for<br />
this new sound<br />
it's time to fight for<br />
this next image<br />
that comes out<br />
of saunder's fretless bass<br />
it's time to fight for<br />
the coming poem<br />
that bursts out<br />
that erupts<br />
of the pregnant surface<br />
of a plain sheet of paper<br />
(04.05.09)<br />
HONRA DE MICA<br />
SANGUE DE BARATA<br />
EUFORIA DE ESTANHO<br />
TAPA NA CARA<br />
FEELING DE ALPACA<br />
INSIGHT DE MAHATMA<br />
SAUDADE DE BASALTO<br />
DOENÇA RARA<br />
MÁGOA QUE MATA<br />
SUSSURRO DE BAUXITA<br />
BEIJO NO ASFALTO<br />
OURO DE BANHO<br />
PRATA VIRA LATA<br />
PRAGA DE XIITA<br />
METÁFORA DE XIPÓFAGO<br />
OU RETÓRICA DE PROFETA?<br />
PALAVRA DE ANTROPÓFAGO<br />
OU JIVE DE POETA?<br />
(mar/2006 - nov/2011)<br />
a carga de azul casual<br />
irrompe anil no branco<br />
fluorescente do monitor<br />
no corte transverso<br />
de um fragmento de texto<br />
na percussão dos dedos<br />
impondo o ritmo de criação<br />
na busca da cadência<br />
precisa da escrita<br />
ainda sem nexo<br />
divagando no caos inicial<br />
entrelinha e entrelaços<br />
entranha de cabeleira<br />
de tranças em transe<br />
no devaneio vagabundo<br />
no ócio perturbador<br />
descompasso preciso<br />
nem côncavo<br />
nem convexo<br />
berço da criação<br />
de uma ciência inexata<br />
da poesia<br />
(2006)<br />
eu vivo dentro . eu morro fora<br />
como gente . como parto<br />
eu naço<br />
e vivo<br />
parte dentro dela . parte dentro d'água<br />
eu gozo . deliro<br />
parte dentro dela . parte fora d'água<br />
exausto . inerte<br />
parte fora d'água . parte fora dela<br />
eu morro<br />
como peixe fora d'água<br />
1986/maio/2011